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A inclusão do aluno na cultura corporal 

do movimento nas aulas de Educação Física

La inclusión del alumno en la cultura corporal de movimiento en las clases de Educación Física

 

*Programa de Graduação em Educação Física Sudamérica, Cataguases, MG

**Programa de Pós Graduação Strictu Senso

em Avaliação das Actividades Físicas e Desportivas, UTAD, Portugal

***Programa de Graduação em Educação Física, UEPA, Pará

(Brasil)

Gabriela Resende de Oliveira Venturini*

André Luiz Zanella**

Rafael Pedrosa Savóia**

Dihogo Gama de Matos**

Michelli Fernandes Pimenta de Figueiredo**

Marcelle Silva dos Santos***

Mauro Lúcio Mazini Filho**

gabriela-venturini@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          A Educação Física é uma disciplina que necessariamente utiliza-se do corpo, e como conseqüência, do movimento. Assim ela busca a integração dos alunos, ou seja, a inclusão da cultura corporal do movimento baseado nos Parâmetros Curriculares Nacionais nas aulas de educação física. A presente pesquisa, caracterizada como estudo bibliográfico, tem como objetivo desenvolver do aluno sua integração total e a inserção social para agir como perseverante na busca do conhecimento da cultura corporal do movimento nas aulas de educação física. O estudo preconiza a reflexão sobre os métodos, técnicas e procedimentos que autores indicaram em relação às aulas de educação física, nas instituições de ensino, fazendo uma abordagem primeiramente ao ensino fundamental e em seguida ao ensino médio. Apregoa também a necessidade do diálogo e da valorização dos indivíduos como agentes do processo segundo o momento histórico em que vivemos.

          Unitermos: Educação Física. Inclusão. Cultura corporal

 

Abstract

          A Physical Education is a discipline that necessarily uses up the body, and as a consequence of movement. Thus it seeks the integration of pupils, or the inclusion of the culture of body movement based on the National Curricular Parameters in physical education classes. This research, known as bibliographic study, aims to develop your student's full integration and social inclusion to act as steadfast in the pursuit of knowledge of the culture of body motion in physical education classes. The study calls for reflection on methods, techniques and procedures that authors indicated for physical education classes, in educational institutions, making a first approach to the elementary school and then to high school. Pretend the need of dialogue and the development of individuals as agents of the process according to the historical moment in which we live.

          Keywords: Physical Education. Inclusion. Culture body

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 132 - Mayo de 2009

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1.     Introdução

    A cultura corporal nas aulas de educação física exclui na maioria das vezes os educando menos habilidosos de participar das atividades, sendo que cultura corporal é um conjunto de conhecimentos adquiridos em cada sociedade sobre as variedades de se trabalhar com o corpo (Coletivo de Autores, 1992). Dentre as produções dessa cultura corporal, algumas foram incorporadas pela Educação Física em seus conteúdos: o jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta. Este trabalho tem como objetivo a inclusão do aluno na cultura corporal do movimento, tendo como base umas das tendências crítico - superadora que é a cultura corporal nas aulas de educação física.

    É de fundamental importância que se garanta o acesso dos alunos às práticas da cultura Corporal, pois ajudará o aluno a. desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança, Percebe-se que mais do que uma decorrência biológica, a questão cultural é essencial para o desenvolvimento humano, pois os aspectos culturais ultrapassam fronteiras e necessitam ser decifrados como teias de significados que obtêm sentidos próprios. Ainda nessa linha de raciocínio, devemos lembrar que o ser humano não é visto, na perspectiva de Geertz, de forma “estratigráfica”, na qual as relações entre os fatores biológico, psicológico social e cultural da vida humana estariam compostos de níveis superpostos aos inferiores e reforçando os que estão acima dele. Pelo contrário, o autor propõe uma visão sintética, na qual todas as relações entre os itens apontados acima estão em constante sintonia, não sendo possível analisar um sem a influência do outro.

    É essa compreensão da necessidade de uma construção própria para as ações humanas e a relação delas com a vida cotidiana das pessoas que pauta as reflexões contidas neste texto em relação à Educação Física. O entendimento dado a ele é o de que as aulas de Educação Física são realizadas em situações específicas com significados próprios a cada grupo que dela tem acesso. Neste sentido, a noção de construção cultural é fundamental para a compreensão de como devem ser desenvolvidas as aulas, o que reforça a importância de se discutir qual a influência que os aspectos culturais têm sobre elas. contribuindo com isso para sua autonomia e integração para agir como perseverante na busca do conhecimento da cultura corporal do movimento nas aulas (MONTEIRO e SOUZA, 2008).

    Considerando a necessidade de incluir o aluno na cultura corporal do movimento nas aulas de educação física, obtendo com isso sua participação e a sua valorização, foi realizado um estudo bibliográfico tendo como referência os Parâmetros Curriculares Nacionais do ensino fundamental (compreendendo o ensino no primeiro e segundo ciclo, terceiro e quarto) e o ensino médio. Também foram utilizados para esse estudo outros livros e artigos da internet. .

    Para facilitar a compreensão do tema, o presente paper está assim estruturado: inicialmente analisa-se o ensino fundamental de primeira a quarta série, logo após o ensino fundamental de quinta a oitava e em seguida faz referência ao ensino médio, tudo isto na busca de uma educação física voltada para inclusão do aluno na cultura corporal, buscando com isso o desenvolvimento humano e não somente a técnicas.

2.     Ensino fundamental de primeira a quarta série

    No ensino fundamental de primeira a quarta série é importante que o aluno conheça e compreenda como se trabalha o seu corpo, pois o trabalho de Educação Física nas séries iniciais, possibilita aos alunos a terem, desde cedo, a oportunidade de desenvolver habilidades corporais e de participar de atividades culturais, como jogos, esportes, lutas, ginásticas e danças, com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções. Mais para isso é preciso que as aulas estejam voltadas para os aspectos corporais do movimento e as atividades estejam vinculadas a experiências práticas. Sendo que o professor deverá dar a oportunidade para que o aluno possa vivenciar estas práticas sem que haja a mera repetição de gestos estereotipados com vista em automatizá-los e reproduzi-los. É necessário que o aluno possa estar criando o seu próprio movimento para que haja com isso a participação integral do mesmo.

    De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) no primeiro ciclo o que se percebe é que muitas crianças ao entrar na escola já possuem certo conhecimento sobre o movimento, o corpo e a cultura corporal isso devido à experiência pessoal e da vivência do grupo social em que cada criança esta inserida, e também um dos contribuintes desse conhecimento é o meio de comunicação, na qual através de várias informações os alunos passam a obter um conhecimento amplo e significativo, contribuindo com isso para a realização de algum tipo de movimento nas aulas de educação física.

    Para que o aluno possa obter uma participação, ou seja, para que o mesmo possa estar inserido na cultura corporal do movimento nas aulas de educação física é necessário que a escola trabalhe primeiramente resgatando as experiências vividas do contexto cultural onde a escola esta inserida, mais também não deixando de resgatar as experiências que não teriam fora da escola, pois agindo dessa forma o aluno pode estar inserido nas aulas de educação física de uma forma prazerosa, contribuindo para que o mesmo se sinta valorizado ao realizar uma atividade a qual condiz com sua experiência vivida.

    No início da sua escolaridade os alunos têm grande necessidade de se movimentar, e é nesse ciclo que eles estão começando a se adaptar a atividades que exigem um grande período de concentração, ou seja, não conseguem se concentrar totalmente em uma atividade, então é importante que se trabalhe nesse ciclo a capacidade do aluno em se organizar, em realizar algum tipo de movimento, tentar inserir o aluno trabalhando com isso os procedimentos que contribuem para favorecer o desenvolvimento dessas capacidades.

    Nesse momento da escolaridade, os alunos têm grande necessidade de se movimentar e estão ainda se adaptando à exigência de períodos mais longos de concentração em atividades escolares. Entretanto, afora o horário de intervalo, a aula de Educação Física é, muitas vezes, a única situação em que têm essa oportunidade. Tal peculiaridade freqüentemente gera uma situação ambivalente: por um lado, os alunos apreciam e anseiam por esse horário; por outro, ficam em um nível de excitação tão alto que torna difícil o andamento da aula. (BRASIL, 1997, p. 59)

    Outro aspecto importante a ser destacado neste ciclo é em relação às aulas de educação física, que de acordo com os parâmetros curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) os alunos já conseguem fazer algumas avaliações em relação ao desempenho de cada um, ou seja, eles não levam muito tempo para descobrir quem são aqueles que têm mais familiaridade em realizar certo tipo de atividade, então é nesse momento que se deve ter cuidado em relação às discriminações, pois se a criança no início de sua escolaridade for vista ou censurada como incompetente por ter certo tipo de dificuldade ao realizar algum tipo de movimento, esta irá ao futuro ter medo, vergonha de participar das aulas e isso contribuirá de certa forma para a exclusão da mesma. Sendo que para que isso não aconteça é necessário que o professor nas suas aulas não se restrinja há uma só atividade e sim proporcione para o aluno uma variedade de atividades em que as competências sejam exercidas e possam ser respeitadas e valorizadas as diferenças de cada um.

    Para que as aulas de educação física tragam a inclusão do aluno na cultura corporal do movimento é necessário que sejam respeitadas as diferenças entre as competências em relação a meninos e meninas, pois muitas vezes por razões socioculturais os meninos que sobressaem em algum tipo de atividade em relação às meninas e muitas vezes pode acontecer o contrário, então neste caso as atividades repassadas pelo professor devem promover um troca entre os dois gêneros, evidenciando a competência que cada um possui ao realizar uma atividade, pois agindo dessa forma acontecerá de certa forma a inclusão e a valorização do aluno nas aulas de educação física.

    É característica marcante desse ciclo a diferenciação das experiências e competências de Movimento de meninos e meninas. Os conteúdos devem contemplar, portanto, atividades que Evidenciem essas competências de forma a promover uma troca entre os dois grupos. Atividades lúdicas e competitivas, nas quais os meninos têm mais desenvoltura, como, por exemplo, os jogos com bola, de corrida, força e agilidade, devem ser mesclados de forma equilibrada com atividades lúdicas e expressivas nas quais as meninas, genericamente, têm uma experiência maior; por exemplo, lengalengas, pequenas coreografias, jogos e brincadeiras que envolvam equilíbrio, ritmo e coordenação. (PCN-Educação Física, 1997, p.64).

    Em relação ao segundo ciclo como os alunos já passaram por uma determinada aprendizagem, já possui uma gama de conhecimentos em relação à educação física, ou seja, eles já estão mais independentes ao realizar algum tipo de movimento, ao se trabalhar com esse ciclo para promover a inclusão de todos é necessário que o professor ao desenvolver algum tipo de atividade abra espaço em suas aulas para uma reflexão, ou seja, uma conversa, para que os alunos possam discernir quais as estratégias mais adequadas para a realização de algum movimento, pois isso irá contribuir para uma participação integral do mesmo e para que novos aspectos tornem-se mais observáveis.

    Neste ciclo as crianças já estão mais cientes em relação às diferenças entre os sexos as crianças voltam a se aproximar uns dos outros, então é importante a atenção e o cuidado em relação às estereotipias, principalmente em relação aos movimentos tradicionalmente considerados, pois as crianças começam a ter o conhecimento e o entendimento do seu próprio corpo, onde os mesmos são capazes de monitorar seu desempenho, adequando-se ao grau de exigência de cada atividade, e uma criança conseguindo obter o conhecimento e o controle ao realizar uma atividade irá com certeza se tornar uma pessoa mais participativa, contribuindo com isso para inclusão da mesma (BRASIL, 1997).

    Neste ciclo as habilidades e capacidades podem receber um tratamento mais específico, pois os alunos já reúnem condições de compreender determinados recortes que podem ser feitos ao analisar os tipos de movimento envolvidos em cada atividade. É possível sugerir brincadeiras e jogos em que algumas habilidades mais específicas sejam trabalhadas, dentro de contextos significativos. É importante que o professor solicite que as crianças criem várias brincadeiras contribuindo com isso para que o mesmo se sinta incluído ao estar realizando algum tipo de movimento, assim ele irá participar de forma integral e prazerosa das atividades.

    Para que ocorra de certa forma a inclusão e a participação do aluno nas aulas de educação física do primeiro ao quarto ciclo é preciso o professor seja um mediador, tentando instigar nos alunos a participação, e com ela, a descoberta de um novo mundo.

    Gasparin (2003, p. 15) afirma que, “... O educando deve ser desafiado, mobilizado, sensibilizado. Deve perceber alguma relação entre o conteúdo e sua vida cotidiana...”. O professor deve considerar que a educação do seu aluno vem muito antes da escola, não sendo formada somente a partir da escola, com os conhecimentos científicos, e seus objetivos já devem ser direcionados tomando por base o fato de que seu aluno já tem uma vida, que ele vem para a escola já com conhecimentos adquiridos do seu dia-a-dia, e partindo-se dos conhecimentos adquiridos os alunos tornam-se mais presentes e incluídos nas aulas de educação física.

2.1     Ensino fundamental de quinta a oitava série

    Nas aulas de educação física de quinta a oitava série os aspectos procedimentais são mais observáveis, pois as aprendizagens dos conteúdos estão conectadas com as experiências práticas que cada aluno já vivenciou nos ciclos anteriores, e dependendo da forma como se são trabalhados os conteúdos nas aulas, poderá sim ou não levar a exclusão do aluno nas aulas de educação física. Então para que não aconteça essa exclusão é necessário que as aulas tenham sentido para o aluno, no qual o mesmo tenha a possibilidade de estar fazendo escolhas, trocar informações, estabelecer questões para que o mesmo se sinta inserido nas aulas, pois Os conteúdos deste bloco são amplos, diversificados e podem variar muito de acordo com o local em que a escola estiver inserida (CORTEZ, 1992).

    Deve-se haver uma integração entre professor e aluno para uma abordagem dos conteúdos, onde o professor promove uma visão organizada e os alunos tentam contribuir com um elemento novo de sua cultura, pois havendo essa inter-relação as aulas irão se tornar mais prazerosas, significativas e inclusivas, despertando com isso o diálogo e a valorização do discente (CORTEZ, 1992).

    É importante ressaltar no ensino fundamental de quinta a oitava série, para que aconteça de certa forma a inclusão do aluno na cultura corporal do movimento nas aulas de educação física é necessário que o mesmo esteja informado de como ele estará sendo avaliado durante o processo de ensino, para que o aluno juntamente com o professor possa dar direcionamentos quanto aos avanços e as dificuldades que podem surgir dentro do processo de ensino e aprendizagem, pois ele conhecendo, poderá de certa forma tornar cada vez mais produtivo este processo, contribuindo com isso para sua valorização e inclusão dentro das instituições de ensino.

    Os parâmetros curriculares nacionais consideram que a avaliação deva ser de utilidade, tanto para o aluno como para o professor, para que ambos possam dimensionar os avanços e as dificuldades dentro do processo de ensino e aprendizagem e torná-lo cada vez mais produtivo. (PCN-Educação Física, 2001, p.58).

    É importante ressaltar que o aluno, dentro do contexto escolar, deve ser um sujeito de plena participação, podendo opinar e coordenar ações e assim se tornar uma pessoa participativa e consciente de suas atitudes, e não ser deixado de lado; a Educação Física deve fazer parte desse contexto:

    [...]. Nos conteúdos ou nas formas e métodos de transmissão dos mesmos; é necessário, isto sim, uma mudança total da própria concepção da Educação Física e do seu processo de ensino-aprendizagem. Isto significa que ela não pode ser visualizada como uma atividade ou disciplina isolada do contexto da Educação [...] (KUNZ, 1991, p.182).

    A cultura corporal do movimento nas aulas de educação física deve incluir também portadores de necessidades especiais, pois na maioria das vezes, eles estão excluídos da mesma e sabe-se que a participação integral do aluno é benéfica a essas crianças, podendo contribuir para o seu desenvolvimento psicossocial.

    A participação pode trazer muitos benefícios a essas crianças, particularmente no que diz respeito ao desenvolvimento das capacidades perceptivas, afetivas, de integração e inserção social, que levam este aluno a uma maior condição de consciência, em busca da sua futura dependência. (PCN-Educação Física, 2001, p.56).

    Para que este aluno esteja inserido nas aulas fazem-se necessárias adaptações conforme a sua deficiência, pois o professor deve ser flexível ao passar alguma atividade, estimulando com isso tanto o aluno portador de necessidades especiais quanto o grupo, para que todos possam se sentir capazes de socializar, contribuindo com isso para o princípio da inclusão (BRASIL, 2001).

    Outros alunos que ficam muitas vezes excluídos da cultura corporal do movimento nas aulas de educação física, são os que estudam pelo período noturno, de participar integralmente das aulas e do acesso da cultural corporal, pois o que se observa é que existe a diferença dos conteúdos repassados no curso noturno em relação aos que estudam no período diurno e isso não deveria acontecer. (BRASIL, 2001).

3.     Ensino médio

    No ensino médio, freqüentemente as aulas de educação física costumam repetir os programas do ensino fundamental, resumindo-se as práticas dos fundamentos de alguns esportes e a execução do gesto técnico esportivo. Como os alunos já adquiriram conhecimentos prévios em relação à cultura corporal do movimento nas aulas de educação física, devido às séries anteriores que correspondem ao ensino fundamental, estes já podem ter um conhecimento mais específico relacionados ao seu corpo, ou seja, já estão preparados para compreender o funcionamento do organismo humano, bem como conhecendo melhor o seu corpo, irá conseqüentemente atuar de forma significativa ao participar de alguma atividade, possibilitando com isso sua integração nas aulas de educação física e uma ampla compreensão e atuação das manifestações da cultura corporal. (BRASIL, 1999).

    Além disso, para que haja de certa forma a inclusão do aluno na cultura corporal do movimento nas aulas de educação física, é necessário também que o professor estimule os educando e seja mais flexível em relação aos conteúdos, para isso precisa propor atividades as quais que propiciem prazer e satisfação do aluno, em que as mesmas devem adequar-se ao aluno, com isso ele terá mais interesse em participar das aulas, permitindo que aconteça a inclusão. Porém se os alunos que tiverem que se adequar a cada atividade repassada pelo professor e o mesmo se manter rígido em atividades desinteressantes aos alunos, poderá vir a ocasionar a exclusão ou o afastamento das aulas.

    Os PCN’s (1999, p.163) afirmam que “(...) É a atividade que deve adequar-se ao aluno e não o aluno à atividade. Ou seja, o professor, ao se manter rígido em atividades desinteressantes aos alunos, termina por afastá-los da disciplina”.

    Segundo (PCN’s, 1999, p.167) umas das competências e habilidades a serem desenvolvidas em educação física no ensino médio é: “compreender as diferentes manifestações da cultura corporal, reconhecendo e valorizando as diferenças de desempenho, linguagem e expressão”. Com isso os alunos passam a se integrar à cultura corporal, compreendendo as diferenças que irão ocorrer durante o processo de ensino e aprendizagem.

    Neste ciclo também devem ser explorado do aluno um conjunto de novas disposições e atitudes, como investigar, selecionar informações, analisar, sintetizar, argumentar, negociar significados e cooperar, porque ele já adquiriu conhecimento necessário para que aconteça a sistematização do conhecimento e também desperta a compreensão de suas propriedades comuns, e como lidar com a questão científica regularmente, isso possibilitará sua participação integral como formador de opiniões.

    Uma característica bastante comum no ensino médio é a existência de turmas extremamente heterogêneas, principalmente em virtude das experiências anteriores com a cultura corporal, muito diferenciado entre os alunos, então cabe ao professor saber trabalhar com turmas mistas, para ajudar os jovens a construir relações de respeito pelas diferenças, somando o que os homens e as mulheres têm de melhor, compreendendo o outro, com isso aprendendo a ser pessoas, mas abertas e equilibradas (DAOLIO, 1995).

Considerações finais

    Neste paper apresentamos uns dos aspectos que consideramos de suma importância para as aulas de educação baseado nos PCN’s do ensino fundamental e médio, sendo o principio da inclusão dos alunos na cultura corporal do movimento, buscando dentro deste a melhoria da qualidade das aulas nas instituições de ensino, Assim, destaca-se uma educação física dirigida a todos os alunos, sem discriminação de raça, cor e sexo. Ressalta também que a educação física mediante a cultura corporal do movimento deve fazer com que o professor contemple a complexidade e sua dinâmica, no sentido de contribuir com a aprendizagem, a reflexão e a formação do cidadão crítico.

    Desse modo, podemos concluir que para que aconteça a inclusão do aluno na cultura corporal do movimento é necessário que ocorra a sistematização, dos conteúdos e é de suma importância que o professor dei oportunidades para que os educando possam adquirir com isso o desenvolvimento humano e não somente ficar na mera repetição de gestos e técnicas repassadas pelo professor, mais sim dar oportunidade para que os alunos possam investigar, selecionar informações, analisar, sintetizar, argumentar, negociar significados e cooperar, pois só assim poderá ocorrer a valorização, o aprofundamento dos conteúdos e a inclusão do educando, possibilitando a todos as mesmas oportunidades nas instituições de ensino.

Referências bibliográficas

  • BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. 2. Brasília: MEC/SEF, 1997. 96p.

  • BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: história /Educação Física. 2. Brasília: MEC/SEF, 2001.108p.

  • BRASIL. Secretaria de Educação média e tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. 2. Brasília: MEC/SEF, 1999. 364p.

  • CORTEZ. Metodologia do Ensino de Educação Física/ coletivo de autores. São Paulo. 1992

  • DAOLIO, Jocimar. Da Cultura do Corpo. São Paulo, 1995.

  • GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. São Paulo: Autores Associados, 2003.

  • GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989

  • KUNZ, Elenor. Educação Física: Ensino e Mudanças. Ijuí: Unijuí, 1991.

  • MONTEIRO, R. e Sousa, A. Cultura Corporal e Educação Física : elementos para uma re-significação da prática docente. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 126, 2008. http://www.efdeportes.com/efd126/cultura-corporal-e-educacao-fisica-re-significacao-da-pratica-docente.htm

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