efdeportes.com

Influência da atividade física e sua relação com o 

sedentarismo em crianças e adolescentes em idade escolar

Influencia de la actividad física y su relación con el sedentarismo en niños y adolescentes en edad escolar

 

*Graduanda de Educação Física – Licenciatura, Universidade Federal de Santa Maria

**Professor de Educação Física. Mestrando em Distúrbios da Comunicação Humana, UFSM

***Professor de Educação Física. Mestrando em Educação Física, Universidade de Brasília

****Professora de Educação Física. Doutoranda em Engenharia da Produção, UFSC

*****Professor Doutor do Centro de Educação Física, UFSM

(Brasil)

Simone Neiva Milbradt*

simonemilbradt@yahoo.com.br

Rudi Facco Alves**

rudifacco@yahoo.com.br

Gabriel Ivan Pranke**

pranke.cefd@gmail.com

Luiz Fernando Cuozzo Lemos***

luizcanoagem@yahoo.com.br

Clarissa Stefani Teixeira****

clastefani@gmail.com

Carlos Bolli Mota*****

bollimota@gmail.com

 

 

 

Resumo

          A atividade física uma área importante de investigação principalmente por possuir uma relação inversa com doenças degenerativas causadas pelo sedentarismo. Com isso, este estudo objetivou realizar uma pesquisa de revisão bibliográfica para verificar procedimentos de como diagnosticar o nível de atividade física e o sedentarismo em crianças e adolescentes em idade escolar e sua predominância em relação aos gêneros. De acordo com os estudos relacionados o nível de atividade física e o sedentarismo são diagnosticados por meio de questionários ou diários que buscam informações sobre as atividades físicas e diversificados testes. O alto nível sócio econômico está associado com a prevalência de inatividade física. Além disso, há tendência ao sedentarismo naqueles que passam muitas horas do dia sentados, frente a televisão e com uso de vídeo game, tanto no período de aulas como de férias. Evidencia-se ainda que o sedentarismo pode acarretar obesidade ou sobrepeso, sendo mais prevalente nos indivíduos do gênero feminino.

          Unitermos: Criança. Adolescente. Atividade física. Sedentarismo

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 132 - Mayo de 2009

1 / 1

Introdução

    A atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético (CASPERSEN, 1985), tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos, atividades laborais e deslocamentos (PITANGA, 2002). Para a Organização Mundial de Saúde, a atividade física, é necessária em todas as idades e deveria ser proporcionada a todas as crianças e adolescentes. Além disso, sugere-se que os programas de exercícios físicos deveriam contemplar o aspecto lúdico, agradável, de forma que tais atividades se tornassem mais atraentes levando à formação desses hábitos para toda a vida (WHO/FIMS, 1995).

    Sabe-se que a prática regular de atividades físicas sistematizadas pode contribuir para a melhoria de diversos componentes da aptidão física relacionada à saúde, como força, resistência muscular, resistência cardiorrespiratória, flexibilidade e composição corporal. Essas modificações podem favorecer, sobretudo, o controle da adiposidade corporal, bem como a manutenção ou melhoria da capacidade funcional e neuromotora, facilitando o desempenho em diversas tarefas do cotidiano (MORRIS, 1994 e MORTON et al, 1994). Erlichman et al (2002) afirmam que essa prática diminui o risco de aterosclerose e suas conseqüências (angina, infarto do miocárdio, doença vascular cerebral), ajuda no controle da obesidade, da hipertensão arterial, do diabetes, da osteoporose, das dislipidemias e diminui o risco de afecções osteomusculares e de alguns tipos de câncer (colo e de mama). Também auxilia no controle da ansiedade, da depressão, da doença pulmonar obstrutiva crônica, da asma, além de proporcionar melhor auto-estima e ajuda no bem-estar e socialização do cidadão. Entretanto, as diminuições dos níveis de atividade física podem favorecer para o aparecimento de disfunções crônico-degenerativas não somente em adultos, mas também em jovens e crianças. E ainda segundo Boreham e Riddoch (2001) e Santiago et al (2002), pode-se relatar várias disfunções como: a obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, dislipidemias, entre outras.

    Sendo a atividade física uma área importante de investigação principalmente por possuir uma relação inversa com doenças degenerativas causadas pelo sedentarismo, o objetivo deste estudo é realizar uma pesquisa de revisão bibliográfica para verificar procedimentos de como diagnosticar o nível de atividade física e o sedentarismo em crianças e adolescentes em idade escolar e sua predominância em relação aos gêneros.

Níveis de atividade física

    Poucos estudos foram realizados para diagnosticar nível de atividade física em crianças e adolescentes em idade escolar, entre eles pode-se citar o realizado por Hallal et al (2006), que descreveu os níveis de atividade física em diversos domínios (deslocamento, escola, lazer) e determinaram à prevalência de sedentarismo e fatores associados entre adolescentes de 10-12 anos de idade, participantes do Estudo de Coorte de Nascimentos de 1993, em Pelotas, Rio Grande do Sul. Para isso foi aplicado um questionário na busca de informações sobre atividade física: o número de aulas semanais de educação física na escola; o modo de deslocamento para a escola e o tempo gasto; o tempo total despendido em atividade física no lazer, incluindo atividades com instrutor dentro e fora da escola (escolinhas, equipes esportivas, dança, ginástica) ou sem instrutor; e o percentual de adolescentes que participam em cada tipo de atividade física no lazer. O sedentarismo foi definido como menos de 300 minutos por semana de atividade física no deslocamento ou no lazer conforme recomendação atual para adolescentes (BIDDLE et al, 1998). Aulas de educação física não foram incluídas, uma vez que, a intensidade destas atividades é usualmente muito baixa tanto nas escolas públicas quanto nas particulares (NADER, 2003). A prevalência de sedentarismo foi de 58,2%. O sedentarismo se associou positivamente ao gênero feminino, ao nível sócio-econômico, a ter mãe inativa e ao tempo diário assistindo à televisão. Também houve associação negativa com o tempo diário de uso de videogame e o sedentarismo. Adolescentes de nível econômico baixo apresentaram maior freqüência de deslocamento ativo para a escola. Estratégias efetivas de combate ao sedentarismo na adolescência são necessárias devido à sua alta prevalência e sua associação com inatividade física na idade adulta (HALLAL et al 2006).

    Em relação a associação do nível da atividade física na adolescência com a idade adulta Azevedo et al (2007) realizaram um estudo de base populacional onde analisaram a continuidade na prática de atividade física da adolescência para a idade adulta. Para isso avaliaram a associação entre a prática de atividades físicas sistematizadas na adolescência e o nível de atividade física no lazer durante a idade adulta, com ênfase nas diferenças quanto ao gênero. O estudo foi realizado em indivíduos com idades entre 20 e 59 anos, da cidade de Pelotas/Rio Grande do Sul em 2003 e teve como meio de investigação um Questionário Internacional de Atividades Físicas. As questões sobre atividade física na adolescência foram baseadas nas memórias dos mesmos. Com os resultados encontrados verificaram-se que os indivíduos envolvidos com atividade física na adolescência apresentaram maior probabilidade de serem suficientemente ativos na idade adulta. Neste estudo foi possível ainda constatar que embora os indivíduos do gênero feminino na fase da adolescência apresentaram maior índice de inatividade física quando comparadas aos do gênero masculino, o efeito desta experiência sobre o comportamento na idade adulta foi mais forte do que entre os do gênero masculino.

    Florindo et al (2006) desenvolveram um questionário de atividade física para adolescentes brasileiros para verificar sua validade e reprodutibilidade. Participaram do estudo 94 adolescentes (30 do gênero masculino e 64 do gênero feminino) com idade entre 11 e 16 anos, matriculados em uma escola da rede estadual de ensino de Piracicaba, estado de São Paulo em 2004. O questionário de avaliação da atividade física para adolescentes possuía 17 questões divididas em dois blocos: 1) esportes ou exercícios físicos (15 questões) e 2) atividades físicas de locomoção para a escola (duas questões). Esse questionário avalia a atividade física semanal e anual. O questionário foi padronizado para gerar escores das atividades físicas em minutos (semanal e anual). A educação física escolar foi inclusa no pré-teste, porém, contribuiu muito pouco para discriminar o nível de atividade física dos adolescentes. Como método de referência para comparação com o questionário de atividade física, foi utilizado o teste de avaliação da capacidade cardiorrespiratória de corrida vai-e-vem em 20 metros (LÉGER et al, 1982; LIU et al, 1992) com as variáveis tempo em minutos, velocidade máxima em km/h, consumo máximo de oxigênio e freqüência cardíaca máxima. Todos os resultados de aptidão física foram maiores nos meninos, assim como o escore de atividade física anual, mostrando que os meninos foram mais ativos que as meninas.

    Adami et al (2008) examinaram a insatisfação corporal em relação com o nível de atividade física em estudantes adolescentes de escolas públicas de Florianópolis/Santa Catarina. A amostra foi de 242 estudantes, 109 do gênero masculino (14,6±2,8 anos) e 133 do gênero feminino (14,3±3 anos) da quinta série do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio. Os instrumentos utilizados foram: questionário de atividades físicas habituais e escala de percepção de silhueta corporal. Os resultados encontrados foram os seguintes: 43% do gênero masculino e 29,4% gênero feminino são pouco ativos e 69% do gênero masculino e 76,7% gênero feminino estão insatisfeitos com sua silhueta corporal. Os estudantes do gênero masculino demonstram uma tendência em aumentar e diminuir sua silhueta, enquanto os do gênero feminino demonstram querer diminuir. Não foi encontrada relação entre satisfação com a silhueta corporal e nível de atividade física habitual. Investigar a relação entre atividade física e insatisfação corporal pode auxiliar em pesquisas futuras que verifiquem intervenções terapêuticas com atividade física no tratamento da insatisfação corporal. De acordo com este estudo os resultados apontaram que as insatisfações corporais podem ser explicadas e causadas pela visão da própria família, amigos, colegas e também pela mídia. As estudantes geralmente buscam o padrão de beleza já previamente estabelecido, ou seja, a magreza enquanto que os estudantes buscam por um corpo mais saudável “forte”.

    Também Teixeira et al (2005) diagnosticaram o nível de atividade física de alunos com faixa etária de 11 anos de idade, comparando o tempo gasto no comportamento ativo e sedentário nos períodos de aula e de férias. A amostra foi constituída por 34 crianças, de ambos os gêneros, sendo 48% do gênero feminino e 52% do masculino, sendo todos alunos do ensino fundamental da rede particular de ensino da cidade de Anápolis/Goiás. Para isso, foram feitas as medidas antropométricas: massa corporal (kg), estatura (cm) e dobras cutâneas. O nível sócio econômico foi mensurado por meio do questionário descrito por Almeida e Wickerhauser (1991). Para a avaliação da atividade física espontânea foram utilizados os monitores de freqüência cardíaca (FC) da polar com uma unidade de interface e o nível de atividade física foi classificado da seguinte forma: 120-149 batimentos por minuto (bpm); intensidade moderada: 150-169 bpm e alta intensidade: maior que 169 bpm. Os resultados revelaram que a massa dos alunos foi de 43,11 ± 5,2 kg, a estatura de 149,22 ± 7,6 cm, o nível sócio-econômico de 79,41% na classe rica. Além disso, verificou-se que durante o cotidiano, as crianças não realizavam atividade física em quantidades e intensidades suficientes para promover efeitos benéficos sobre a saúde. As crianças permaneciam a maior parte de seu tempo em atividades físicas de baixa intensidade. O nível de atividade física, enunciadas pela FC das crianças está abaixo das orientações mínimas previstas na literatura, ou seja, menor que 120-149 bpm. Também houve uma mudança significativa no comportamento ativo no período de férias, mas não o suficiente para promover alterações fisiológicas saudáveis nas crianças. Neste estudo ficou evidente que as crianças analisadas passavam muitas horas do dia com o nível baixo de atividade física demonstrando um comportamento sedentário tanto no período de aulas como nas férias.

Sedentarismo

    A saúde é um bem inestimável, mas para que ela permaneça é preciso evitar alguns hábitos de vida considerados como prejudiciais como, por exemplo, o sedentarismo, o qual segundo Silva (2005) é cada vez mais freqüente no cotidiano de adultos, adolescentes e crianças, de ambos os gêneros e diferentes faixas etárias. De acordo com Epstein et al (1996) existe uma influência direta do baixo nível de atividade física sobre o desenvolvimento da obesidade na infância e adolescência. Logo, uma das alternativas para o tratamento da obesidade é aumentar o nível de atividade física.

    Ronque et al (2007) realizaram um estudo para analisar a adiposidade corporal e o desempenho motor em crianças de alto nível socioeconômico, de acordo com uma avaliação referenciada por critérios de saúde. A amostra foi composta por 511 escolares (274 gênero masculino e 237 gênero feminino), na faixa etária dos sete aos 10 anos, sendo 13,2% do total de estudantes matriculados na rede de ensino particular do município de Londrina, Paraná. Os estudantes foram submetidos a medidas antropométricas de massa corporal, estatura e espessuras de dobras cutâneas (tricipital e subescapular) e aos seguintes testes motores: sentar e alcançar (SA), abdominal modificado (ABD) e corrida/caminhada de nove minutos (9MIN). Para a variável adiposidade corporal as crianças ficaram acima dos critérios de saúde estabelecidos, mostrando maior predisposição para o desenvolvimento de sobrepeso do que para a desnutrição. O comportamento observado nos diferentes testes motores empregados foi semelhante em ambos os gêneros, com exceção do SA, no qual uma proporção maior de meninas atendeu ao critério adotado (76% vs. 58%, p < 0,01). No teste 9MIN constatou-se acentuada diminuição na prevalência de escolares, de ambos os gêneros, nas diferentes faixas etárias que atenderam aos critérios propostos (27% e 32%, do total de meninos e meninas, respectivamente). Somente 15% gênero masculino e 21% gênero feminino conseguiram atingir o patamar desejado aos critérios de saúde estabelecidos pela proposta adotada nos três testes investigados, além do que nenhuma diferença estatisticamente significativa (p<0,05) foi identificada entre os gêneros, de acordo com a faixa etária. Esses resultados sugerem maior risco a saúde devido a predisposição de desenvolvimento de sobrepeso, obesidade e ainda pela maioria dos escolares apresentarem um nível insatisfatório de aptidão física.

    Farias Junior (2008) procurou determinar a prevalência de inatividade física em adolescentes escolares do ensino médio do município de João Pessoa/Paraíba, e analisar sua associação com indicadores de condição socioeconômica. Participaram do estudo 2566 adolescentes (1132 gênero masculino e 1434 gênero feminino), de 14 a 18 anos de idade (16,5±1,17). Foram levantadas informações demográficas (gênero e idade), socioeconômicas (trabalho, tipo de escola, classe econômica, escolaridade dos pais), e mediu-se o nível de atividade física (kcal/kg/dia), mediante utilização de um diário de atividade física. Foram classificados como fisicamente inativos os adolescentes com demanda energética diária menor que 37kcal/kg/dia. Cerca de seis em cada 10 adolescentes foram classificados como fisicamente inativos (55,9%, n=1,435), com prevalência estatisticamente mais elevada nas mulheres (64,2%) do que nos homens (45,5%; p<0,001). Neste estudo, constatou-se que a prevalência de inatividade física se mostrou mais elevada nos adolescentes mais ricos, nos indivíduos que não trabalham e cujos pais apresentam elevado grau de escolaridade.

    Já Oehlschlaeger et al (2004) determinaram a prevalência e fatores associados ao sedentarismo em adolescentes residentes em uma área urbana de Pelotas/Rio Grande do Sul. Para a coleta dos dados foi aplicado um questionário para 960 adolescentes entre 15 e 18 que participaram. Os autores definiram como sendo sedentário o adolescente que participava de atividades físicas por um tempo menor do que 20 minutos diários e uma freqüência menor do que três vezes por semana. Constatou-se neste estudo que 39% dos adolescentes foram classificados como sedentários prevalecendo neste grupo aqueles com classes sociais mais baixas. Quando se comparou os gêneros foi encontrada maior predominância de sedentarismo no gênero feminino em relação ao gênero masculino.

    Malina (2002) realizou um estudo e constatou que a participação em atividades físicas declina consideravelmente com o crescimento, especialmente da adolescência para o adulto jovem. Alguns estudos identificam e determinam fatores de risco para o sedentarismo, como por exemplo, pais inativos fisicamente, escolas sem atividades esportivas, gênero feminino, residir em área urbana, TV no quarto da criança.

    A obesidade é um fator que cada dia está abrangendo as diversas populações desde crianças até idosos, o que acaba gerando diversos problemas de saúde associados. No caso das crianças, a obesidade inicia uma série de complicações que poderão futuramente ser patologias graves. Nesse sentido, Giugliano e Carneiro (2004) avaliaram 2500 escolares de ambos os gêneros de seis a 10 anos de idade com objetivo de fazer uma avaliação e registro anual da massa, estatura e índice de massa corporal (IMC) dos escolares desde a educação infantil até o ensino médio, visando o diagnóstico precoce e orientação dos alunos e familiares quanto ao sobrepeso, obesidade e baixa massa corporal. O estudo foi dividido em duas fases, sendo a primeira utilizada para avaliação antropométrica e verificação de percentual de gordura. Na segunda os alunos com sobrepeso e obesidade formaram um grupo comparado com um grupo de crianças que não possuíam sobrepeso e obesidade (grupo controle com 50 crianças pareadas por gênero e estatura). As conclusões indicaram que a incidência de sobrepeso e obesidade em escolares vai ao encontro de outros estudos realizados no país. Além disso, parece que cada vez mais se evidencia a necessidade de inclusão do sobrepeso e obesidade na infância como um problema de saúde pública. Houve uma tendência do sedentarismo se associar com o tempo de permanência sentado e a porcentagem de gordura corporal nas crianças do grupo experimental ressaltando a participação da inatividade como fator associado à obesidade na infância. Por outro lado, o fato observado neste estudo de que o número de horas de sono diárias pode favorecer a redução da gordura corporal em crianças mostra que o sono pode atuar favoravelmente na manutenção da composição corporal em crianças e deveria ser estimulado, principalmente nos casos de sobrepeso e obesidade.

Conclusões

    De acordo com os estudos evidenciados nesta revisão bibliográfica pode-se observar que o nível de atividade física e o sedentarismo são diagnosticados por meio de questionários que buscam informações sobre as atividades físicas diárias, semanais e/ou anuais dos estudantes. Sendo assim, esses questionários procuraram avaliar, por exemplo, o número de aulas semanais de educação física na escola, o modo de deslocamento para a escola e o tempo gasto. Outras questões importantes de serem investigadas são relacionadas ao tempo total despendido em atividade física no lazer como dança, ginástica, esportes ou outros exercícios físicos. Além disso, para verificar o nível de atividade física os indivíduos podem ser submetidos a testes como: o teste de avaliação da capacidade cardiorrespiratória de corrida vai-e-vem em 20 metros e o de corrida/caminhada de nove minutos com a verificação da freqüência cardíaca. De forma geral, medidas antropométricas como: massa corporal, estatura e dobras cutâneas são importantes para avaliar a adiposidade corporal. Os testes motores de sentar e alcançar, abdominal modificado também podem ser indicadores relacionados.

    A inatividade física parece estar associada ao alto nível socioeconômico. Outra tendência ao sedentarismo demonstrada pelos estudos analisados foi a permanência na frente da televisão, do computador ou do vídeo game, tanto no período de aulas como no período de férias.

    Com relação ao gênero, o sedentarismo mostra-se prevalente nos indivíduos do gênero feminino, o que pode ser explicado pelo fato que a maioria das atividades praticadas por esse gênero são individuais e requerem do corpo menos força física em relação as atividades físicas coletivas e de caráter competitivo praticadas pelos indivíduos do gênero masculino. Resumidamente, estas questões levam as indicativas de que o sedentarismo acarreta a obesidade ou sobrepeso das crianças e adolescentes.

Referências bibliográficas

  • ADAMI, F.; FRAINER, D. E. S.; SANTOS, J. S.; FERNANDES, T. C.; OLIVEIRA, F. R. Insatisfação corporal e atividade física em adolescentes da região continental de Florianópolis. Psicologia. Teoria e Pesquisa, v. 24, n. 2, p. 143-149, 2008.

  • ALMEIDA, P. M.; WICKERHAUSER, H. O Critério ABA/ABIPEME - em Busca de Uma Atualização. Um estudo e uma proposta submetidos à A.B.A. e à ABIPEME. Documento de circulação restrita da ABA da ABIPEME, São Paulo, p. 23,1991.

  • AZEVEDO, M. R.; ARAÚJO, C. L.; SILVA, M. C. da; HALLAL, P. C. H. Tracking of physical activity from adolescence to adulthood: a population-based study Continuidade na prática de atividade física da adolescência para a idade adulta: estudo de base populacional. Revista de Saúde Pública, v. 41, n. 1, p. 69-75, 2007.

  • BIDDLE, S.; CAVILL, N.; SALLIS, J. Young and active? Young people and health-enhancing physical activity – evidence and implications. London: Health Educ Author; 1998.

  • BOREHAM, C.; RIDDOCH, C. The physical activity, fitness and health of children. Journal of Sports Science , n. 19, p. 915-29, 2001.

  • CASPERSEN, C. J.; POWELL, K. E.; CHRISTENSON, G. M. Physical activity, exercise and physical fitness. Public Health Reports, v. 100, n. 2, p. 126-131, 1985.

  • EPSTEIN, L. H.; PALUCH, R. A.; COLEMAN, K. J.; VITO, D.; ANDERSON, A. Determinants of physical activity in obese children assessed by accelerometer and self-report. Medicine and Science in Sports in Exercise, p. 1157-1163, 1996.

  • ERLICHMAN, J.; KERBEY, A. L.; JAMES, W, P. Physical activity and its impact on health outcomes. Paper 1: The impact of physical activity on cardiovascular disease and all-cause mortality: an historical perspective. Obesity Reviews, v. 3, p. 257-71, 2002.

  • FARIAS JUNIOR, J. C. Associação entre prevalência de inatividade física e indicadores de condição socioeconômica em adolescentes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 14, n. 2, p. 109-114, 2008.

  • FLORINDO, A. A.; ROMERO, A.; PERES, S. V.; SILVA, M. V.; SLATER E. Desenvolvimento e validação de um questionário de avaliação da atividade física para adolescentes. Revista de Saúde Pública, v. 40, n. 5, p. 802-9, 2006.

  • GIUGLIANO, R.; CARNEIRO, E. C. Fatores associados à obesidade em escolares. Jornal de Pediatria, v. 80, n.1, p. 17-22, 2004.

  • HALLAL, P. C.; BERTOLDI, A. D.; GONÇALVES, H.; VICTORA, C. G. Prevalência de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade. Cadernos de Saúde Pública, v. 22, n. 6, p. 1277-1287, 2006.

  • LÉGER, L. A.; LAMBERT, J. A. maximal multistage 20-m shuttle run test to predict VO2 max. European Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology, v. 49, p. 1-12, 1982.

  • LIU, N. Y. S.; PLOWMAN, S. A.; LOONEY, M. A. The reability and validity of the 20-meter shuttle test in American students 12 to 15 years old. Research Quarterly for Exercise Sport, v. 63, p. 360-5, 1992.

  • MALINA, R. M. Physical activity and fitness: pathways from childhood to adulthood. American Journal of Human Biology, v. 13, p. 162-72, 2001.

  • MORRIS, J. N. Exercise in the prevention of coronary heart disease: today’s best buy in public health. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 26, p. 807-14, 1994.

  • MORTON, B. G. S.; TAYLOR, W. C.; SNIDER, S. A.; HUANG, I. W.; FULTON, J. E. Observed levels of elementary and middle school children’s physical activity during physical education classes. Preventive Medicine, v. 3, p. 437-41, 1994.

  • NADER, P. R. National Institute of Child Health and Human Development Study of Early Child Care and Youth Development Network. Frequency and intensity of activity of third-grade children in physical education. Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine, v. 157, p. 185-90, 2003.

  • OEHLSCHLAEGER, M. H. K.; PINHEIRO, R. T.; HORTA BERNARDO, G. C.; SAN’TANA, P. Prevalência e fatores associados ao sedentarismo em adolescentes de área urbana. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 2, p. 157-163, 2004.

  • PINHO, R. A.; PETROSKI, E. L. Adiposidade Corporal e nível de atividade física em adolescentes. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v. 1, n. 1, p. 60-68, 1999.

  • PITANGA, F. J. G. Epidemiologia, atividade física e saúde. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 10, n. 3, p.49-54, 2002.

  • RONQUE, E. R. V.; CYRINO, E. S.; DÓREA, V.; JÚNIOR, H. S.; GALDI, ENORI, H. G. A. M. Diagnóstico da aptidão física em escolares de alto nível socioeconômico: avaliação referenciada por critérios de saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 13, n. 2, 2007.

  • SANTIAGO, L. M.; SÁ, O.; CARVALHO, I. M.; ROCHA, M. G.; PALMEIRO, L.; Mesquita, E. P. Hipercolesterolemia e factores de risco cardiovascular associados, em crianças eadolescentes. Revista Portuguesa de Cardiologia, v. 21, p. 301-13, 2002.

  • SILVA, M. A. M.; RIVERA, R. I.; FERRAZ, M. R. M. T.; PINHEIRO, A. J. T.; ALVES, S. W. S.; MOURA, A. A. Prevalência de fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes da rede de ensino da cidade de Maceió. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 84, p. 387-92, 2005.

  • TEIXEIRA, C. G. O.; TEIXEIRA J. J.; VENÂNCIO, P. S. M.; FRANÇA, N. Nível de atividade física nos períodos de aula e de férias, em escolares de Anápolis-GO. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 13, n. 1, p. 45-49, 2005.

  • WHO/FIMS. Committee on Physical Activity for Health. Exercise for health. Bolletin of the $world health organization, v. 73, n. 2, p. 1-17, 1995.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/

revista digital · Año 14 · N° 132 | Buenos Aires, Mayo de 2009  
© 1997-2009 Derechos reservados