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Satisfação sexual em jovens universitários

Satisfacción sexual en jóvenes universitarios

 

Curso de Educação Física

Centro Universitário UniFMU

(Brasil)

Dalton Kawakami | Emílio Saad Filho

Fernando Kenji | Julio Estevam Perasoli

Luiz Claro Yu | Moysés da Rocha Siqueira

Rafael Kumagai | Thiago Leme Ferreira

Fernando Tadashi Nakata

vraso@usp.br

 

 

 

Resumo

          Objetivo: Observar e compreender a satisfação sexual em jovens universitários. Métodos: Estudo transversal, realizado com 72 voluntários, sendo 32 do gênero masculino e 40 do gênero feminino com idades entre 18 e 30 anos, estudantes universitários, residentes da cidade de São Paulo. A satisfação sexual foi avaliada de acordo com um questionário composto de 17 perguntas. Para analisar os dados , utilizou-se levantamento da freqüência, porcentagem, média e desvio padrão. Resultados: Todos os participantes responderam completamente o questionário, com isso pudemos verificar que 39% das mulheres e 28% dos homens estão muito satisfeitos com a sua vida sexual, enquanto 37% das mulheres e 40% dos homens estão satisfeitos com a sua vida sexual. Também pudemos observar que há um numero maior de pessoas do gênero masculino (13%) que estão muito insatisfeitos com a sua vida sexual do que o gênero feminino (3%). A maior parte dos entrevistados pratica alguma atividade física constante e tem uma freqüência sexual de 1 a 2 ou 2 a 4 relações sexuais por semana. Conclusão: Conclui-se assim que a maior parte dos entrevistados esta satisfeito com a sua vida sexual e tem o costume de utilizar preservativos em suas relações sexuais.

          Unitermos: Satisfação sexual. Relações sexuais. Jovens universitários.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 131 - Abril de 2009

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Introdução

    Na busca do exercício pleno da sexualidade, costuma ocorrer o início precoce da atividade sexual, relacionada com a sexualidade dos adolescentes (Moser, Reggiano, Urbanetz, 2007).

    Sabemos que fatores sócio-culturais e sócio econômicos influem no comportamento sexual dos jovens universitários, fatores estes ligados diretamente à educação e ao meio que o indivíduo se encontra. A grande maioria dos estudos comprova que quanto mais cedo os jovens abandonam os estudos, menores são suas chances de reinterpretação do universo que cerca, influenciando a sua sexualidade.

    Existem vários fatores importantes que podem influenciar de modo comprometedor a saúde sexual e reprodutiva, comprometendo o seu processo natural de crescimento e desenvolvimento, entre os quais pode-se citar a gravidez precoce, e as doenças sexualmente transmissíveis (Romero, Medeiros, Vitallo, Wehba, 2005).

    Apesar do uso de anticoncepcionais ter aumentado entre os jovens, após um certo tempo de relação este uso é descontinuado. Cada dia mais torna-se importante a conscientização de toda a população para o uso de preservativos, fazendo com que fosse necessário estudos que ajudem a criar estratégias para aumentar o uso de preservativos no decorrer da vida (Teixeira, Knauth, Fachel e Leal, 2006).

    O avanço cientifico demonstrou a amplitude do conceito de satisfação sexual, neste ponto havendo uma ruptura entre o senso comum e o conhecimento da ciência, pois para a maioria dos homens existe estreita relação entre qualidade de ereção e satisfação sexual, ao passo que para as mulheres, a maioria jovens, satisfação sexual esta ligada a condição de ter orgasmos. Tais posturas se devem justamente pela não “apropriação” do aprofundamento cientifico pela população (Schneider, 2007).

    Segundo algumas pesquisas feitas sobre saúde sexual no Brasil, a probabilidade do aumento de gravidez em mulheres com menos de 20 anos é maior do que em qualquer faixa etária, em vários países tanto desenvolvidos como sub-desenvolvidos.

    Portanto o presente estudo teve como objetivo conhecer e compreender a satisfação sexual de jovens universitários.

Métodos

Amostra

    O presente estudo foi realizado com 72 adultos e jovens, sendo 32 de gênero masculino e 40 do gênero feminino com idades entre 18 à 30 anos, estudantes de nível superior, residentes na cidade de São Paulo. Para a pesquisa foram utilizados alguns critérios de exclusão, como por exemplo, pessoas com deficiências mentais ou físicas não foram avaliadas neste estudo. A pesquisa utilizou uma metodologia de caráter quali-quantitativo.

Técnica de coleta dos dados

    Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário contendo 17 perguntas fechadas com e sem alternativas aplicadas individualmente.

    O estudo compreendeu a aplicação de um questionário abordando as seguintes variáveis: idade, estado civil, sexo, peso, altura, freqüência da prática de relações sexuais, freqüência da prática de exercícios físicos, freqüência do uso de preservativos e perguntas relacionadas com o nível de atividade física dos entrevistados. Foi dado aos participantes o direito de não responder a qualquer pergunta em particular.

Análise dos dados

    A satisfação sexual foi avaliada por uma escala de cinco pontos (“ muito satisfeito”,” satisfeito”,” nem satisfeito”,”insatisfeito”e “muito insatisfeito”). A análise dos dados foi feita por meio de porcentagem e freqüência, média e desvio padrão para homens e mulheres.

Resultados e discussão

    Na tabela 1, são descritos a media e o desvio padrão das características da amostra. O IMC masculino e feminino encontra-se na taxa de normalidade, segundo a classificação da Organização Mundial da Saúde para o IMC.

Tabela 1. Características da amostra estudada 

    O questionário aplicado possuía perguntas que visavam classificar o nível de atividade física dos entrevistados. Foram adotadas questões do IPAQ que dividiam os níveis de atividade física em cinco grupos, sendo eles: muito ativos, ativos, irregularmente ativos A, irregularmente ativos B e sedentários, levando em consideração a freqüência e duração das atividades físicas realizadas, desde uma simples caminhada, passando por atividades moderadas, ate atividades físicas vigorosas realizadas por um longo período de tempo. Segue abaixo os resultados obtidos:

Tabela 2. Freqüência semanal (dias por semana) de relações sexuais relacionadas com o nível de atividade física em mulheres

    A tabela 2 relaciona o nível de atividade física com a freqüência semanal de relações sexuais das mulheres entrevistadas. Nota-se que as mulheres classificadas como muito ativas tem em media 2 a 4 relações sexuais semanalmente., já as classificadas como Irregularmente ativas B se dividem em 1 a 2 e 2 a 4 relações por semana.

Tabela 3. Freqüência semanal (dias por semana) de relações sexuais relacionadas com o nível de atividade física em homens

    A tabela 3 mostra que a maior parte dos entrevistados pratica alguma atividade física regular, sendo que os ativos tem relações entre 1 a 2 e 2 a 4 por semana. Já os entrevistados classificados como muito ativos praticam em media 1 a 2 relações sexuais por semana. Podemos notar que os homens e as mulheres em sua maioria tem o costume de praticar algum tipo de atividade física e foram classificados em ativos ou muito ativos, de acordo com o IPAQ. Segundo Guedes (2001) os rapazes demonstram ser fisicamente mais ativos que as moças, sobretudo em eventos associados à prática de exercícios físicos e de esportes Com a idade, os níveis de prática de atividade física habitual tendem a reduzir-se, de forma mais expressiva, entre as mulheres. Em relação a freqüência semanal de relações sexuais o gênero masculino apresentou uma freqüência maior de relações do que o gênero feminino, De acordo com Soares (2007), os homens reportam sempre mais freqüência sexual, mais diversidade nas práticas sexuais, bem como a realização de sexo com mais parceiras ao longo da vida, do que as mulheres.

    O gráfico 1 mostra que os homens utilizam preservativos com maior freqüência que as mulheres, pois 72% (n=23) deles afirmou usar preservativos sempre que mantem relações sexuais, contra apenas 62% (n=25) das mulheres. Estes resultados estão um pouco acima dos encontrados por Vitalle e Wehba (2003), creditamos isso ao fato da maior procura de informações pelos jovens e exposição da mídia ao assunto nos dias de hoje.

Gráfico 1. Porcentagem do uso de preservativo pelas mulheres e homens entrevistados

Mulheres

Homens

    Podemos perceber que a maior parte das pessoas entrevistadas utiliza preservativos em suas relações sexuais, porem este numero poderia aumentar se os pais conversassem mais sobre o assunto com seus filhos e houvesse mais campanhas que ajudassem a conscientizar as pessoas sobre a necessidade do uso para evitar DSTs ou alguma gravidez indesejada, muito comum na adolescência.

Gráfico 2. Porcentagem de Satisfação Sexual nas mulheres e homens entrevistados

    O gráfico mostra a satisfação sexual do gênero feminino, revelando que mais de dois terços das mulheres (n=31 / 76%) esta satisfeita ou muito satisfeita com a sua vida sexual e que somente 3% (n=1) estão muito insatisfeitas com sua vida sexual.

    O mesmo gráfico indica a satisfação sexual do gênero masculino, mostrando que assim como nas mulheres, mais de dois terços deles (n=22 / 68%) estão satisfeito ou muito satisfeito com sua vida sexual e também aponta que a porcentagem de homens muito insatisfeito com sua vida sexual (n=4 / 13%) e bem maior que a das mulheres (n=1 / 3%). De acordo com Villela e Doreto (2006), há uma diferença entre a satisfação sexual dos homens e das mulheres, devido a diferente abordagem que cada gênero tem sobre o assunto. Notamos essa diferença ao ver que mais homens estão insatisfeitos com sua vida sexual do que as mulheres, enquanto elas relatam estar mais satisfeitas com a sua vida sexual do que os homens.

Conclusão

    Pode-se concluir que os entrevistados em sua grande maioria fazem o uso do preservativo em suas relações sexuais, tanto no gênero feminino, como no masculino. Atribuímos isto ao do nível de escolaridade dos entrevistados, já que todos são estudantes universitários. Os homens utilizam mais o preservativo em suas relações sexuais que as mulheres, mesmo assim o uso deveria ser mais difundido entre ambos, não apenas entre os universitários, mais sim na população em geral, com mais campanhas de conscientização e programas de saúde.

    Nota-se também que a maior parte dos entrevistados pratica alguma atividade física constante e tem uma freqüência de 1 a 2 ou 2 a 4 relações sexuais por semana. Mas podemos verificar também que os indivíduos que praticam menos atividades físicas ou são totalmente sedentários também tem uma vida sexual ativa, ou seja, não podemos concluir que quanto maior o nível de atividade física, maior a pratica de relações sexuais.

    Pelos dados dos gráficos, verificamos que tanto os homens, como as mulheres, estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua vida sexual, enquanto a pequena minoria das mulheres (3%) esta muito insatisfeita. Já os homens (13%) estão mais insatisfeitos com a sua vida sexual. Tanto o gênero masculino, como o feminino, apresentaram a mesma porcentagem (13%) relatando não estar nem insatisfeitos, nem satisfeitos com a sua vida sexual.

Referências

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