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Como aprecio o professor de Educação Física? Questionário

de qualificação da satisfação do aluno em relação 

ao professor de Educação Física 

 

Doutorandos em Ciências do Desporto

Especialidade de Fundamentos da Investigação em Actividade Física e Desporto

pelo INEFC - Instituto Nacional de Educação Física da Catalunha,

Universidade de Lleida, em parceria com o ISCE.

(Portugal)

Anabela Alves

ana9ua@gmail.com

Catarina Miguel

miguel.caty@gmail.com

Rui Carvalho

rui.carvalho.inefc@gmail.com

 

 

 

Resumo

          O ensino da Educação Física, durante anos, esteve centrado no professor e mais tarde no aluno.

          O Desempenho da função docente exige que se entenda o professor como um profissional, isto é, uma pessoa portadora de um profundo conhecimento científico e pedagógico e com capacidade de exercer as suas tarefas profissionais com autonomia e responsabilidade."...“A investigação/acção, a análise do ensino, a auto-análise, as histórias de vida, os estudos de casos, a técnica dos incidentes críticos, formação recíproca, etc, são estratégias e procedimentos que os professores devem conhecer e saber utilizar para adquirirem os conhecimentos, habilidades e confiança para continuarem o seu desenvolvimento pessoal.” (Carreiro da Costa, 1996). 

          A qualidade de classe de Educação Física expressa-se em indicadores que permitem avaliar na medida da satisfação das necessidades e interesses dos alunos, privilegia-se um desenvolvimento integral da actividade física do aluno (López y Moreno, 2000). 

          Independentemente, a corrente escolhida, este trabalho apresenta uma ferramenta de fácil utilização que pode melhorar o desempenho do professor e valoriza a participação/opinião do aluno. 

          Este estudo de caso pretende examinar os valores de satisfação expressos por alunos de Educação Física sobre o mesmo professor durante três anos lectivos (2005/2006, 2006/2007, 2007/2008).

          A amostra deste estudo foi constituída por 181 alunos de escolas diferentes tendo idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos de idade. No ano lectivo 2005/2006 foram questionados 58 alunos. No seguinte ano lectivo 2065/2007 foram questionados 69 alunos. E no ano lectivo 2007/2008 foram questionados 54 alunos.

          O instrumento utilizado foi um inquérito de Valores de Satisfação, de 20 perguntas, uma versão adaptada e traduzida para língua portuguesa do (IAAF, Introduction to Coaching Theory, 1991).

          Elaborou-se uma escala de cinco pontos de avaliação [0 – Não responde; 1 – Muito mau (-/-); 2 – Mau (-/+); 3 – Bom (+/-); 4 – Muito bom (+/+)].

          No ano lectivo 2005/2006 a média final registada foi de 3,585, o valor de moda foi 3,6 e salienta-se pela negativa a pontualidade do professor, a compreensão e o apoio individual ao aluno. Enquanto pela positiva salienta-se a honestidade com 3,9 e logo de seguida com 3,8 o conhecimento dos desportos, a boa organização, a valorização do esforço do aluno, o respeito pelo aluno e o ser bom professor.

          No ano lectivo 2006/2007 a média final registada foi de 3,57, o valor de moda foi 3,5 e salienta-se pela negativa a pontualidade do professor e o reforço à auto-estima do aluno. Enquanto pela positiva salienta-se o ser trabalhador, o respeito pelo aluno e o ser bom professor.

          No ano lectivo 2005/2006 a média final registada foi de 3,58, o valor de moda foi 3,6 e salienta-se pela negativa com 3,1 a aparência profissional e pontualidade do professor com 3,3. Enquanto pela positiva salienta-se o ser bom professor com 3,9 e logo de seguida com 3,8 o conhecimento dos desportos, a honestidade e o ser um professor trabalhador.

          Pode-se concluir, que o professor avaliado pelos alunos possui uma média final de 3,58 e o valor de moda é 3,6. Logo, verifica-se valores de muito bom na escala de zero a quatro referida no inicio deste resumo.

          É interessante realçar que os alunos nos 3 anos lectivos responderam com apreciações menos positivas, a pontualidade do professor, com 3,33 de média e 3.3 de moda. E nas apreciações mais positivas, o ser bom professor com 3,83 de média e 3,8 de moda.

          Unitermos: Professor. Questionário. Satisfação.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 131 - Abril de 2009

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    “Educar uma criança é ter em conta simultaneamente os seus dados biográficos e psicológicos, é portanto ter em conta a sua natureza, para a levar a um estado considerado como mais adaptado às exigências do seu meio, ou seja a um dado estado cultural, num certo momento e num certo lugar.” (Hannoun, 1975).

    Tendo em conta a importância da educação da criança, no meio onde se desenrola e verificando as alterações/evoluções que existiu ao longos destas últimas três décadas. O ensino da Educação Física, que durante anos, esteve centrado no professor e mais tarde no aluno.

    "O Desempenho da função docente exige que se entenda o professor como um profissional, isto é, uma pessoa portadora de um profundo conhecimento científico e pedagógico e com capacidade de exercer as suas tarefas profissionais com autonomia e responsabilidade."...“A investigação/acção, a análise do ensino, a auto-análise, as histórias de vida, os estudos de casos, a técnica dos incidentes críticos, formação recíproca, etc, são estratégias e procedimentos que os professores devem conhecer e saber utilizar para adquirirem os conhecimentos, habilidades e confiança para continuarem o seu desenvolvimento pessoal.” (Carreiro da Costa, 1996).

    Pode-se assim falar. A observação da realidade da turma num ponto de partida, tornou-se para o professor, para os seus comportamentos e intervenções frente aos alunos. Desde há alguns anos, o centro de interesse de vários investigadores em educação foi-se desenvolvendo progressivamente face ao aluno. Através do aluno e dos seus comportamentos, atitude, valores, trocas e alterações dos processos cognitivos, querer-se compreender melhor os resultados da acção educativa do professor (Bennett, 1978; Berliner, 1979; Rosenshire, 1980). Temos passado de uma preocupação essencial do comportamento do professor, aos poucos, prevista na perspectiva da sua turma aos comportamentos dos alunos, igualmente considerados dentro do mesmo contexto global, ainda que com frequência a nível individual (Piéron, 1999).

    Para López e Moreno, a qualidade de classe de Educação Física expressa-se em indicadores que permitem avaliar na medida da satisfação das necessidades e interesses dos alunos, privilegia-se um desenvolvimento integral da actividade física do aluno (López y Moreno, 2000).

    Na realidade de hoje em dia verifica-se que um professor tem de atingir um nível de excelência na sua performance diária.

    Nós, os professores, vemo-nos obrigados a realizar numerosas tarefas e funções, que vão muito mais longe do que é, simples na função de docentes. Se nos pedem para educar, ensinar, administrar, organizar, motivar, gesticular, animar e agora ainda planear, é lógico que face a esta inúmera lista de missões tenhamos receio em admitir, que mais obrigações com que nos deparamos escapem de uma das coisas que nos mais satisfaz, a de sermos críticos da nossa própria vontade (Castañer e Camerino, 2001).

    Os professores de Educação Física, preocupam-se com o bom funcionamento das suas aulas, sendo as aulas o melhor meio para mudar padrões e hábitos pré-estabelecidos de forma a aprender os conteúdos que nos impõem (McCulloch, 2007). Os alunos na actualidade encontram-se com inquietudes que o ensino básico não é capaz de resolver e é devido a este que aumenta o insucesso escolar, para estes o professor deve afastar-se e trabalhar com os alunos de forma a solucionar as suas impaciências. Se o aluno sabe de maneira antecipada qualquer factor tanto físico como psicológico provenientes do professor, como a voz, a altura e a beleza, etc., isto irá influenciado na altura de transmitir os conhecimentos dos alunos (Sinclair, 2005). Os professores de Educação Física utilizam uma série de ferramentas, é a forma que o professor tem para transmitir os conhecimentos à turma, esta terminologia é conhecida por estilos de ensino, oferecendo ao professor um conjunto de opções de ensino que promovem o bom funcionamento das aulas e podem ser utilizadas como padrões para a reflexão, melhoramento e revitalização (Mosston, 1990).

    Independentemente da forma de trabalhar de cada profissional da Educação Física, esta pesquisa apresenta uma ferramenta de fácil utilização que pode melhorar o desempenho do professor e valoriza a participação/opinião do aluno.

    Este estudo de caso pretende examinar os valores de satisfação expressos por alunos de Educação Física sobre o mesmo professor durante três anos lectivos (2005/2006, 2006/2007, 2007/2008).

    A amostra deste estudo foi constituída por 181 alunos de escolas diferentes tendo idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos de idade. No ano lectivo 2005/2006 foram questionados 58 alunos. No seguinte ano lectivo 2006/2007 foram questionados 69 alunos. E no ano lectivo 2007/2008 foram questionados 54 alunos.

    O instrumento utilizado foi um inquérito de Valores de Satisfação, uma versão adaptada e traduzida para língua portuguesa do (IAAF, Introduction to Coaching Theory, 1991).

    Elaborou-se uma escala de cinco pontos de avaliação [0 – Não responde; 1 – Muito mau (-/-); 2 – Mau (-/+); 3 – Bom (+/-); 4 – Muito bom (+/+)].

    Como se pode verificar, no gráfico abaixo, no ano lectivo 2005/2006 a média final registada foi de 3,585, o valor de moda foi 3,6 e salienta-se pela negativa a pontualidade do professor, a compreensão e o apoio individual ao aluno. Enquanto pela positiva salienta-se a honestidade com 3,9 e logo de seguida com 3,8 o conhecimento dos desportos, a boa organização, a valorização do esforço do aluno, o respeito pelo aluno e o ser bom professor.

    Como se pode verificar, no gráfico abaixo, no ano lectivo 2006/2007 a média final registada foi de 3,57, o valor de moda foi 3,5 e salienta-se pela negativa a pontualidade do professor e o reforço à auto-estima do aluno. Enquanto pela positiva salienta-se o ser trabalhador, o respeito pelo aluno e o ser bom professor.

    Como se pode verificar, no gráfico abaixo, no ano lectivo 2007/2008 a média final registada foi de 3,58, o valor de moda foi 3,6 e salienta-se pela negativa com 3,1 a aparência profissional e pontualidade do professor com 3,3. Enquanto pela positiva salienta-se o ser bom professor com 3,9 e logo de seguida com 3,8 o conhecimento dos desportos, a honestidade e o ser um professor trabalhador.

    Pode-se concluir, que o professor avaliado pelos alunos possui uma média final de 3,58 e o valor de moda é 3,6. Logo, verifica-se valores de muito bom na escala de zero a quatro referida no inicio deste resumo.

    É interessante realçar que os alunos nos 3 anos lectivos responderam com apreciações menos positivas, que o professor era pouco pontual com 3,33 de média e 3.3 de moda. E nas apreciações mais positivas, era um bom professor com 3,83 de média e 3,8 de moda.

Bibliografia

  • Bennett, N. (1978): Recent research on teaching: A dream, a belief, and a model. Journal of Education, 160, 3, 5-37.

  • Berliner, D. (1979): Tempus educare. In, P, Peterson, & H. Walberg (Eds.), Research on teaching: Concepts, findings and implications. Berkeley, Calif.: McCutchan, 120-135.

  • Costa, F. C. & outros (1996): Formação de Professores em Educação Física, Concepções, Investigação, Prática, Ciências da Educação. Edições FMH. Pág.

  • Castañer, M. y Camerino, O. (2001): Unidades didácticas para primaria I. Barcelona. INDE Publicaciones, 3ª edición. Pág. 11.

  • Hannoun, H. (1975): Os conflitos da educação. Lisboa: Sociocultur. Pág. 93.

  • International Association of Athletics Federations - IAAF, (1991): Introduction to Coaching Theory.

  • López, A. y Moreno, J. A. (2000): Integralidad, Variabilidad y Diversidad en Educación Física. EFDeportes.com, Revista Digital, Nº 19 http://www.efdeportes.com/efd19/integr.htm.

  • McCulloch, G. (2007): Forty Years on: Presidential Address to the History of Education Society. History of Education, 36 (1): 1-15.

  • Mosston, M. (1990): Las tres erres para los profesores: reflexionar, refinar, revitalizar. Apunts (24): 39-44.

  • Piéron, M. (1999): Para una enseñanza eficaz de las actividades Físico-Deportivas. Barcelona. INDE Publicaciones. Pág. 167.

  • Rosenshine, B. (1980): How time is spent in elementary classroom. In, C. Denham, & A. Liebermann (Eds.), Time to learn. Washington: National Institute of Education, 107-126.

  • Sinclair, A. (2005): Body and Management Pedagogy. Gender, Work and Organization, 12(1): 89-104.

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