Dança para idosos usuários de cadeira de rodas Danza para personas mayores que utilizan silla de ruedas |
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*Doutora em Educação Motora pela Universidade Estadual de Campinas (FEF- UNICAMP) Graduada em Educação Física pela Universidade de São Paulo (EEFEUSP) **Licenciatura e bacharelado em Educação Física, nas Faculdades Integradas Einsten de Limeira (FIEL) – SP |
Rute Estanislava Tolocka* Marcela Maria de Sampaio Barros** (Brasil) |
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Resumo A prática de atividade físicas tem sido recomendada para idosos para melhorar o bem estar funcional e diminuir taxas de morbidade e mortalidade; dentre estas atividades uma das preferidas por eles é a dança, porém pouco se sabe sobre dança e idosos com problemas de locomoção. Para discutir se esta prática poderia ser indicada nestes casos, este estudo apresenta uma revisão bibliográfica sobre dança em cadeira de rodas e um estudo exploratório onde foi observado o perfil de saúde de todos os idosos usuários de cadeira de rodas moradores de uma instituição de longa duração, através de uma ficha de saúde, e as possibilidades de movimento, através da avaliação funcional indicada pelo Comitê Para-olímpico Internacional. Foram encontrados nove idosos com alterações de movimento (paraplegia, atrofias e tetraparesia parcial) consequentes à Poliomielite, Acidente Vascular Cerebral Isquêmico, Craniotomia e Mal de Alzheimer. A avaliação funcional mostrou que todos estes indivíduos possuíam limitações de movimento, necessitando de adaptações na cadeira de rodas, tais como colocação de implemento (bastão) vertical, para movimentação da cadeira por um parceiro. Sugere-se que o trabalho de dança com esta clientela comece com atividades lúdicas rítmicas, objetivando a melhora do condicionamento físico, consciência corporal, ritmo e amplitude de movimento, respeitando a individualidade de cada um e seu potencial remanescente. Unitermos: Idoso. Moradias de longo prazo. Dança. Cadeira de rodas. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 131 - Abril de 2009 |
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Introdução
A população idosa vem crescendo a cada dia, principalmente em países em desenvolvimento, sendo que no Brasil, na década de 1920 a expectativa de vida era de 33 anos, atualmente é de 68 anos. Hoje a população idosa é de 15 milhões de brasileiros, para uma população total de 170 milhões (VERAS 2003).
Embora o envelhecimento seja algo comum a todos os animais, ainda hoje, existem vários pontos obscuros em relação a esse fenômeno. A velhice não parte de um ponto demarcado biofisiologicamente, sendo assim, é vista mais como um fenômeno socioeconômico, do que biológico e pode ser tida como um processo dinâmico e progressivo (WEINECK, 2001).
Para Gallahue e Ozmun (2003) o processo de desenvolvimento é descontínuo mas pode haver uma diferenciação nas etapas da velhice, que podem ser classificadas como: início da velhice (60-70 anos), estágio intermediário da velhice (70-80 anos) e idoso frágil (80 anos a mais).
Segundo Weineck (2001) existe uma distinção entre o envelhecimento biológico e o patológico. O primeiro traz alterações sincronizadas de todos os órgãos e tecidos do individuo, como atrofia de membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII), aumento do tecido adiposo entre outros, enquanto que o envelhecimento patológico se dá através de alterações de alguns órgãos vitais, ocasionando ao individuo restrição à vida cotidiana e em alguns casos, se tornar dependentes de outras pessoas.
Esta dependência pode ser diminuída com a prática de atividade física que pode trazer também melhoras na auto-estima e autoconfiança. Outros benefícios desta prática foram reconhecidos pela Associação Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (NÓBREGA, et al. 1999) tais como manter a densidade óssea, melhorar força, massa muscular e flexibilidade, diminuir a incidência de quedas, provocar aumento de VO2máx, auxiliar no controle da glicemia, reduzir a massa corporal, melhorar a pressão arterial de repouso, a função respiratória, o equilíbrio e marcha.
Embora vários estudos analisem a prática de atividade física com pessoas idosas, a maioria deles refere-se aos que estão na primeira etapa da velhice e que ainda estão tendo vida ativa na sociedade. Porém, muitos idosos por estarem fragilizados, diante da família e de toda sociedade, não podem ser acolhidos pela família e são levados para asilos ou instituições de abrigo (REIS E TORRES, 2008). Este tipo de institucionalização de longa permanência, surgiu no final do século XIX, no Rio de Janeiro, proporcionando assistências filantrópicas e de caridades aos indigentes (GROISMAN 1999).
Os idosos que vivem em asilos apresentam características importantes como aumento do sedentarismo, perda de autonomia, ausência de familiares, o que contribui para o aumento das prevalências das morbidades relacionadas à autonomia (GONÇALVES; VIEIRA, 2008) e podem ser beneficiados por programas de atividades físicas.
Dentre as atividades preferidas pelos idosos está a dança, (SILVA, IWANOWICZ, 1998), porque permite interação social não apenas dos idosos entre si, mas também com seus familiares e vizinhos. Porém, os idosos mais fragilizados possuem pouca oportunidade para participar dos bailes, principalmente se não tiverem possibilidades de locomoção autônoma.
De outro lado, a dança em cadeira de rodas é uma modalidade que permite as pessoas com problemas de locomoção participar ativamente em atividades de dança nas mais diferentes modalidades e tem sido apontada como facilitadora para a inclusão social (FREITAS et al., 2005). Entretanto, pouco se sabe sobre idosos institucionalizados e dança em cadeira de rodas.
Assim, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão bibliográfica sobre a Dança em Cadeira de Rodas e um estudo exploratório para observar o perfil de saúde de habitantes em moradia de longa duração para idosos, para fomentar a discussão se esta prática poderia ser indicada para idosos nestas condições.
Metodologia
A pesquisa bibliográfica foi feita nos arquivos constantes na PubMed, Scielo e Lilacs com as seguintes palavras chaves: Dança, Cadeira de Rodas e Idoso. Foram utilizadas também outras fontes bibliográficas, tais como livros ou anais de evento científicos.
A pesquisa exploratória foi realizada com todos os idosos usuários de cadeira de rodas (nove pessoas) de uma dada instituição no interior do Estado de São Paulo.
As condições clínicas foram observadas através de uma ficha de avaliação adaptada por Tavares et al. (1999) que englobou os seguintes itens: data de nascimento; tempo de lesão; tipo de patologia e a prática de atividades motoras vivenciadas antes de residir na instituição.
Foi também realizada uma avaliação funcional destas pessoas, de acordo com os critérios estabelecidos pelo comitê para-olímpico internacional (TOLOCKA, 2006). Esta avaliação solicita que as pessoas executem os movimentos de deslocamento da cadeira de rodas, para frente e para trás, flexão de tronco para frente e lateralmente e observa também a habilidade de puxar e empurrar o parceiro parado ou em deslocamento e a amplitude de movimento dos membros superiores. As pessoas são classificadas em uma destas duas classes: LWD1 e LWD2. (LWD - Level of Wheelchair Dance = nível na dança em cadeira de rodas). Tal avaliação foi gravada utilizando-se de uma filmadora sonny analógica e os dados foram transmitidos a um computador, com software Movie Box, da Pinacle Studio, que permite o tratamento e análise das imagens com a observação quadro a quadro.
Resultados
A Dança em Cadeira de Rodas (DCR) surgiu no final dos anos 60 e hoje já é praticada em mais de 50 países; de acordo com Ferreira (2002) foi introduzida no Brasil em 1989. Atualmente a DCR (DCR) é desenvolvida como arte ou esporte, havendo modalidades em que a coreografia é executada apenas por um dançarino usuário de cadeira de rodas, ou um casal de dançarinos, sendo ambos usuários de cadeira de rodas, ou um usuário de cadeira de rodas e uma pessoa sem alterações físicas. (RIED et al, 2003).
A DCR pode trazer vários benefícios para seus participantes, tais como estimulação da musculatura e da coordenação, resistência física, diminuição de contraturas, ativação da circulação, melhora do sistema cardio-respiratório, e melhora da agilidade para manejo da cadeira de rodas (PERES, 2001).
Para a Organização Internacional de Esportes para pessoas com deficiências (International Sports Organization for the disabled) ISOD (1992), a dança contribui também para melhora das funções cardiovasculares, capacidade física, estimula a autoconfiança a capacidade de comunicação, cooperação e integração, capacidade do trabalho em grupo, da criatividade. Sendo assim, todas as pessoas usuárias de cadeira de rodas podem praticar a dança, porém devem ter alguns cuidados como uma avaliação dos limites e possibilidades corporais de acordo com tipo de deficiência e suas particularidades para que a dança não traga prejuízos a integridade física aos praticantes.
Tolocka e Ferreira (2006) sugerem que a DCR pode melhorar as inter-relações sociais, sendo um espaço para a quebra de deficiências e estigmas e uma possibilidade de criação de uma nova estética da dança, transformando o significado da cadeira de roda, para um objeto artístico ao invés de símbolo de imobilidade.
Freitas et al (2005), sugerem que para que todos possam a praticar a dança torna-se necessário alguns cuidados com questões de segurança, tais como evitar execução de movimentos repetitivos para o manuseio da cadeira, que podem causar LER (Lesão por esforço repetitivo) como também auxiliar a pessoa a movimentar-se na cadeira mudando os pontos de apoio, para evitar úlcera de decúbito.
Outro cuidado a ser tomado é solicitar que a pessoa usuária de cadeira de rodas, com lesão cima de T6, esvazie a bexiga e o intestino antes da prática da dança para evitar ocorrências de disreflexia autonômica, síndrome que tem como causas mais comum bexigomas, infecção ou cálculos renais e constipação intestinal. Trata-se de uma ocorrência que pode levar a óbito se a causa de seu aparecimento não for retirada (TOLOCKA, 2006).
Atenção quanto a segurança, checando o local de trabalho, localizando onde existe saída de emergência, extintores de incêndio, serviços de urgência próximos, verificando também condições do ambiente onde a dança vai ser realizada, retirando dele objetos perfurantes, iluminando-os adequadamente, evitando pisos escorregadios são itens também imprescindíveis para evitar ocorrências de acidentes (TOLOCKA, 2006).
A DCR pode ser praticada na modalidade esportiva, conhecida como dança esportiva, que deriva da dança de salão e é realizada em duplas, onde um parceiro é obrigatoriamente usuário de cadeiras de rodas e o outro não. Outras formas de DCR são conhecidas como dança recreativa e não definem a priori o número de pessoas ou a condição física delas. Destas as mais conhecidas são: single dancing (dançando sozinho): onde um usuário de cadeira de rodas dança sozinho independente de um parceiro executando movimentos de rodar e girar para diferentes direções; couple dancing (dança de casal): que pode ser praticada de duas formas: Duo Dance, (dança de dois usuários de cadeira de rodas), executam movimentos interagindo com ou sem contato das mãos e Combi Dance, (dança combinada), um usuários de cadeira de rodas e um andante executam passos adaptados para cada um, havendo uma harmonia entre os dois; e a group dancing (dança em grupo): onde dançam usuários de cadeira de rodas sozinhos ou com parceiros andantes com trabalhos de formas e figuras em posições diferentes (TOLOCKA, 2008).
Percebe-se assim que a DCR é uma modalidade esportiva que pode ser adaptada para idosos, desde que sejam tomadas as medidas preventivas e que sejam adaptados os movimentos de acordo com as possibilidades de cada pessoa que deseja dançar.
Idosos usuários de cadeira de rodas e dança
Dados do estudo exploratório mostraram que de 97 idosos que residiam na instituição, nove eram usuários de cadeira de rodas (UCD). A média de idades dos UCD) foi 71,4 anos ( o mais velho tinha 86 anos) e apresentaram a patologia em média há aproximadamente 27 anos.
A patologia mais encontrada foi o Mal de Alzheimer, sendo encontrada em cinco idosos, houve dois casos de poliomielite, um de acidente vascular isquêmica. O outro caso de seqüela motora foi devido a uma craniotomia, realizada em uma pessoa que tinha epilepsia. Entre as alterações encontradas estavam: paraplegia, atrofias e tetraparesia parcial associadas a deficiência visual , perda da memória recente, atrofia de MMSS, afasia ou disfagia.
Foi unânime a resposta em relação à prática de atividades motoras, nenhuma destas pessoas as praticava; relataram que antes de ficarem doentes não havia locais apropriados para a prática de atividade física e o acesso a tal modalidade era escasso, depois foram residir na instituição e como lá não há profissionais da área de Educação Física, esta prática também não é realizada. Todos disseram que gostariam de realizar exercícios e dançar.
Em relação à avaliação funcional, foram obtidos os seguintes resultados:
A maioria das pessoas teve dificuldades para compreender as instruções para o teste e de interagir com o avaliador e não responderam as tarefas com todo o potencial que possuíam. Nenhum avaliado conseguiu fazer giros com a cadeira ou girar o parceiro;
A maioria dos avaliados não tinham possibilidades de locomoção independente, apenas três conseguiram se locomover sozinhos, porém com muita dificuldade, sendo que ninguém alcançou a pontuação máxima em nenhum dos lados avaliados (direito esquerdo).
Em relação a atividades de empurrar e puxar a mão do parceiro, os idosos demonstraram pouca força, mesmo no membro dominante, apenas duas pessoas conseguiram atingir a pontuação máxima no membro dominante.
Apenas duas pessoas conseguiram fazer a flexão e extensão do tronco, obtendo a pontuação máxima. As outras ou não tinham equilíbrio de tronco suficiente ou não compreenderam a tarefa.
Assim a avaliação funcional para a capacidade da dança mostrou que todos estes idosos necessitariam de auxílio para locomoção da cadeira.
Todos os participantes quiseram participar de atividades de dança, utilizando a cadeira de rodas e sendo auxiliado em sua locomoção por um parceiro sem deficiência física. As atividades utilizaram diferentes ritmos e estilos de música/dança. Com o auxílio de parceiro, eles acompanharam o ritmo da música com movimento de cabeça, demonstrando certa satisfação de ser conduzido pelo espaço ao som da música. Todos interagiram com o parceiro através de olhar ou de sorriso. As músicas que eles mais gostaram foram as que traziam alguma recordação do passado.
Todos eles tiveram bastante dificuldade em se movimentar com a cadeira e a maioria demonstrou não ter adquirido habilidades básicas para manipulação deste equipamento.
Discussão
Embora não foram encontrados estudos sobre DCR e idosos, a literatura existente aponta para a possibilidade de pessoas das mais variadas idades e possibilidades motoras, em realizar esta atividade, com adaptações que vão desde movimentos de dança realizados por pessoas não usuárias de cadeira de rodas até movimentos propostos para pessoas que se utilizam da cadeira como meio de locomoção (KROMBHOLZ, 2001; GAIO; GOIS, 2006; TOLOCKA, 2006)
Assim, a DCR pode ser praticada por idosos, pois, promove diversão, âmbito de amizades proporcionando prazer em executar tais atividades, além de promover a execução de movimentos diferentes da rotina diária (OLIVEIRA et al 2005).
Os idosos analisados conseguiram acompanhar o ritmo da música com movimentos de cabeça e demonstraram certa satisfação ao ser conduzido pelo espaço ao som da música. Assim, mesmo que eles possuam dificuldades motoras significativas e necessitem de auxílio para locomoção na cadeira, eles têm possibilidades de praticar a dança, sendo necessário para isto que haja interação entre eles e pessoas não usuárias de cadeira de rodas, que se proponham a dançar com eles, seja em duplas ou grupos, conforme já ocorre com pessoas de outras faixas etárias praticantes de DCR (KROMBHOLZ, 2001). Adaptações para manipulação da cadeira de rodas pelo parceiro podem ser feitas, tais como a colocação de implemento (bastão) vertical, para facilitar o deslocamento da cadeira pelo parceiro.
A DCR permite a realização de uma atividade prazerosa e diferente das atividades diárias proposta para estas pessoas na instituição e poderia diminuir o sedentarismo e a morbi-mortalidade que acompanham idosos institucionalizados. (ANDRAWES et al., 2005; Ferreira, 2007).
Porém para se alcançar os benefícios da DCR citados por ISOD, (1992), Perez (2001) e Tolocka e Ferreira (2006) é necessário que sejam tomadas medidas preventivas como as indicadas por Freitas et al 2005, Tolocka,( 2006) citadas anteriormente, porque esta população é bastante frágil e as patologias associadas aumentam os riscos para a prática de atividade física.
As pessoas com seqüelas de AVC, após se submeterem a um programa adequado e estruturado, respeitando as limitações e as potencialidades do individuo pode adquirir melhoras da auto-estima, auto-imagem, auto-realização além de ganhos fisiológicos, auxiliando na sua capacidade funcional (GOMES, GOMES, 2007).
Como o Mal de Alzheimer pode atingir níveis de desequilíbrios, a atividade motora pode prevenir ou amenizar esses danos, além de auxiliar em aspectos cognitivos (CHRISTOFOLETTI et al, 2006). De acordo com a revisão bibliográfica apresentado por Tilborg, Scherder e Hulstijn (2008), idosos com esta patologia, embora possuam importantes perdas de memória, ainda apresentam preservada a capacidade de aprender habilidades motoras por repetição simples, o que os auxilia a aumentar sua autonomia e bem estar. Assim a DCR pode ser aprendida por estas pessoas, desde que a prática seja freqüente, o ambiente de aprendizagem seja similar ao ambiente do cotidiano, implementos utilizados sejam os mesmos que utilizados no dia a dia e que seja providenciado feedback extrínseco durante ou logo após o movimento.
Técnicas de manuseio da cadeira de rodas devem ser introduzidas para dar segurança ao idoso e seu parceiro. Habilidades tais como deslocar a cadeira de rodas em diferentes direções, brecar, girar no lugar ou se locomovendo, transferir a pessoa da cadeira para a cama/ outra cadeira e vice versa, estão entre as habilidades que Kirby (2008) recomenda para facilitar a participação de usuários de cadeira de rodas no meio ambiente onde está inserido.
Os idosos devem ser encorajados a executar o manuseio da cadeira de rodas, sempre que possível, de acordo com a condição motora de cada um. Técnicas de segurança, tais como proteção para quedas, manuseio da cadeira e posicionamento do parceiro para auxiliar na volta à cadeira de rodas, frenagem e propulsão para frente/trás devem ser trabalhadas com o idoso e com seu parceiro na dança, com adaptações para as possibilidades de movimento de cada um (COSTA, 2006).
Considerações finais
A DCR tem sido realizada por pessoas com diferentes possibilidades motoras trazendo benefícios fisiológicos, psico-motores e sociais, isto sugere que idosos usuários de cadeira de rodas também poderiam se beneficiar desta prática. Durante as atividades feitas para avaliar a possibilidades destas pessoas dançarem, elas manifestaram prazer na execução de danças com parceiros e mantiveram contato com eles, o que é muito importante para idosos, principalmente quando estão morando em instituições e tem pouco contato com outras pessoas.
Para tanto é necessário que sejam observadas medidas preventivas em relação ao espaço onde a prática ocorrerá e às condições clínicas do idoso. Técnicas de manejo da cadeira de rodas, tanto pelo idoso quanto por seu parceiro devem ser inseridas. A aprendizagem poderá ocorrer por repetição simples e freqüente e músicas que tragam boas recordações podem auxiliar a motivação e aderência do idoso a um programa de dança. A individualidade de cada um deve ser respeitada e as possibilidades criativas de movimentos na dança deverão ser adequadas ao potencial de movimento remanescente.
Sugere-se que novos estudos sejam feitos, para montagem de metodologias de trabalho a serem aplicadas em trabalho de DCR com esta população.
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