Avaliação da flexibilidade em escolares do ensino fundamental de São Leopoldo, RS Evaluación de la flexibilidad en escolares de la enseñanza básica de San Leopoldo, Río Grande do Sul |
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*Acadêmico do Curso de Educação Física da UNISINOS, RS **Mestre em Educação Física, Professor do Curso de Educação Física da UNISINOS – RS (Brasil) e Fisiologista do Grêmio Football Porto Alegrense |
Matias Noll* José Leandro Nunes de Oliveira** |
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Resumo Este estudo objetivou descrever os níveis de flexibilidade em escolares entre 7 e 13 anos de ambos os sexos do município de São Leopoldo – RS. A amostra foi composta por 796 alunos de duas escolas, matriculados no Ensino Fundamental do Município de São Leopoldo, sendo 446 meninos (56%) e 350 meninas (44%). Para a mensuração da flexibilidade utilizou-se o teste de sentar e alcançar com banco segundo a padronização do PROESP – BR, com um aquecimento padrão de 10 minutos de duração (GAYA, SILVA, 2007). Os dados foram analisados a partir do programa estatístico SPSS versão 16.0 para Windows. Os resultados demonstraram que o desenvolvimento da flexibilidade em ambos os gêneros parece acontecer de forma semelhante, ou seja, um aumento das médias entre 7 e 8 anos (meninos 31,93 e 32,27cm, meninas 29,25 e 31,31 cm), decrescendo, com pequenas oscilações, até os 13 anos de idade (meninos 24,26 cm, meninas 24,08cm). Estes resultados contrariam a tendência de aumento da flexibilidade com o aumento da idade expresso nas tabelas normativas do PROESP-BR. Os rapazes de São Leopoldo apresentam valores superiores a média nacional (estudo descritivo com adolescentes dos 10 aos 13 anos) nas idades de 10, 11, 12 e 13 anos (GAYA, SILVA, 2007) e de Londrina (GUEDES, 1997) nas idades de 7, 8, 9, 10, 11 e 12 anos. Já as estudantes, apresentam valores superiores apenas nas idades de 10 e 12 anos, em comparação a média nacional, e valores superiores á Londrina aos 7, 8, 9, 10 e 12 anos. O sexo masculino, surpreendentemente, apresenta valores de média superiores ao sexo feminino nas idades de 7, 8, 9, 11 e 13 anos, sendo que isto não ocorre nos estudos acima mencionados. Unitermos: Flexibilidade. Escolares. Teste de sentar e alcançar. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 131 - Abril de 2009 |
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Introdução
A força e a resistência muscular, e a flexibilidade foram incluídas como componentes da Aptidão Física relacionada à saúde, por acreditar-se na hipótese de que a fraqueza e a falta de flexibilidade da musculatura que envolve a coluna vertebral tenham influencia direta em dores nas costas e problemas posturais (BERGMANN, 2005).
O termo flexibilidade, conhecido como mobilidade articular, compreende as propriedades morfofuncionais do aparato locomotor, que determinam a amplitude de distintos movimentos do educando (PLATONOV, 2003). Sua magnitude é de suma importância tanto para a promoção e manutenção da saúde (GHEDIN et. al. 2007). Por outro lado, seus níveis também influenciam o desempenho em algumas modalidades esportivas, tais como o atletismo, natação, ginástica artística, etc.
Os procedimentos de medida da flexibilidade podem ser classificados em métodos diretos e indiretos. Os métodos diretos requerem instrumentos de medida que possam determinar a amplitude em graus, sendo que as principais dificuldades são: identificar os eixos de rotação das articulações e o exato posicionamento das hastes do aparelho ao longo do segmento durante a avaliação da flexibilidade (GUEDES, 1997).
Os métodos indiretos envolvem medidas lineares de distância entre segmentos ou de um objeto externo. O método mais frequentemente descrito na literatura é o teste de sentar e alcançar com banco, onde o avaliado realiza uma flexão de tronco a frente, procurando alcançar com as mãos a maior distância possível, em relação a posição inicial. Este teste caracteriza-se como muito prático e de fácil execução, e é indicado para comparações intra e intersujeitos, sendo uma alternativa de grande viabilidade quando da obtenção de informações relacionadas à flexibilidade de crianças e adolescentes. No entanto, deve-se levar em consideração que um grande índice de flexibilidade na região do quadril, não reflete necessariamente um bom índice de flexibilidade em qualquer outra região do corpo humano (GUEDES, 1997).
A necessidade do diagnóstico das capacidades físicas dos educandos de São Leopoldo, estado do Rio Grande do Sul (Brasil), e sua importância no planejamento da educação física escolar e no planejamento de políticas públicas, foi o principal motivo para a realização desta pesquisa.
Neste sentido, este estudo objetivou descrever os níveis de flexibilidade em escolares entre 7 e 13 anos de ambos os sexos do município de São Leopoldo – RS, e comparar os resultados com outros estudos realizados no Brasil.
Metodologia
Esta pesquisa constitui-se como experimental, com delineamento quase experimental, do tipo Ex Post Facto. A amostra foi composta por os 796 alunos matriculados no Ensino Fundamental em duas escolas do Município de São Leopoldo - RS, sendo 446 meninos (56%) e 350 meninas (44%) (Tabela 1). Para a mensuração da flexibilidade utilizou-se o teste de sentar e alcançar com banco segundo a padronização do PROESP – BR, com um aquecimento padrão de 10 minutos de duração (GAYA & SILVA, 2007). Segundo Guedes (1997) “na perspectiva de avaliação do desempenho motor, é bem provável que o teste de sentar-e-alcançar venho sendo o de maior aceitação na obtenção de informações com relação a capacidade de flexibilidade”. A análise dos dados foi realizada com a estatística descritiva. Os dados foram analisados com ajuda do programa estatístico SPSS versão 16.0 para Windows.
Tabela 1. Descrição da Amostra
Idade |
Maculino |
Feminino |
Total |
7 anos |
28 |
18 |
46 |
8 anos |
55 |
66 |
121 |
9 anos |
95 |
71 |
166 |
10 anos |
118 |
92 |
210 |
11 anos |
75 |
56 |
131 |
12 anos |
55 |
34 |
89 |
13 anos |
20 |
13 |
33 |
Total |
446 |
350 |
796 |
Resultados e discussão
Os resultados demonstraram que o desenvolvimento da flexibilidade em ambos os gêneros parece acontecer de forma semelhante, ou seja, um aumento das médias entre 7 e 8 anos (meninos 31,93 e 32,27cm, meninas 29,25 e 31,31 cm), decrescendo, com pequenas oscilações, até os 13 anos de idade (meninos 24,26 cm, meninas 24,08cm). Estes resultados contrariam a tendência de aumento da flexibilidade com o aumento da idade expresso nas tabelas normativas do PROESP-BR. O estudo de Noll & Sá (2008), desenvolvido também no Rio Grande do Sul, demonstrou resultados parecidos, sendo que a flexibilidade nos 2 gêneros ocorre de forma semelhante em ambos os gêneros, ou seja, níveis maiores de amplitude de movimento nos 7 e 8 anos (meninos 26,3 cm, meninas 29,1 cm), e após decrescendo com pequenas oscilações, até os 15 anos de idade (meninos 20,7 cm, meninas 23,1cm).
Nas Tabelas 2 e 3, a descrição das médias para o sexo masculino e feminino, e o desvio padrão para cada idade.
Tabela 2. Sumário de medidas descritivas para o sexo masculino
Idade |
Média |
Desvio padrão |
07 anos |
31,93 |
6,32 |
08 anos |
32,27 |
7,61 |
09 anos |
29,8 |
8,75 |
10 anos |
27,82 |
8,57 |
11 anos |
27,05 |
8,76 |
12 anos |
26,16 |
7,95 |
13 anos |
24,26 |
8,67 |
Tabela 3. Sumário de medidas descritivas para o sexo feminino
Idade |
Média |
Desvio padrão |
07 anos |
29,25 |
7,93 |
08 anos |
31,31 |
6,93 |
09 anos |
29,32 |
9,29 |
10 anos |
27,94 |
9,79 |
11 anos |
25,19 |
6,72 |
12 anos |
27,83 |
7,09 |
13 anos |
24,08 |
7,36 |
O Gráfico 1 apresenta a comparação das médias entre os gêneros. Surpreendentemente o sexo masculino apresenta valores de média superiores ao sexo feminino nas idades de 7, 8, 9, 11 e 13 anos, sendo que isto não ocorre nos estudos de GUEDES (1997) e GAYA & SILVA (2007). Estes resultados também são contrários ao estudo de Noll & Sá (2008), onde seus níveis foram maiores no gênero feminino, em todas as idades.
Gráfico 1
Na comparação das médias dos valores desta pesquisa com os resultados da pesquisa de GUEDES (1997) realizada em Londrina - PR, com adolescentes dos 7 aos 15 anos, de ambos os sexos e GAYA & SILVA (2007), realizado em todo o Brasil, dos 10 aos 13 anos, também de ambos os sexos, observa-se que os estudantes do sexo masculino de São Leopoldo apresentam valores superiores a média nacional nas idades de 10, 11, 12 e 13 anos e de Londrina nas idades de 7, 8, 9, 10, 11 e 12 anos (GRÁFICO 2).
Gráfico 2
Na comparação das médias dos valores do sexo feminino desta pesquisa com os resultados da pesquisa de GUEDES (1997) e GAYA & SILVA (2007) (Gráfico 3), observa-se que as meninas de São Leopoldo apresentam valores superiores apenas nas idades de 10 e 12 anos, em comparação a média nacional, e valores superiores á Londrina aos 7, 8, 9, 10 e 12 anos.
Gráfico 3
Conclusão
Esses achados sugerem uma maior atenção no desenvolvimento da flexibilidade durante a educação física escolar, principalmente no final do ensino fundamental, ou seja, nas séries finais do ensino fundamental, pois um nível deficiente de flexibilidade pode comprometer a assimilação de hábitos motores, e provocar problemas posturais. Essa insuficiência de mobilidade articular limita os níveis de força, velocidade e coordenação, provocando uma redução na economia e pode ser uma causa de ocorrência de lesões (PLATONOV, 2003).
Referências bibliográficas
BERGMANN, G., et al. Dossiê Projeto Esporte Brasil – RS. Revista Perfil. 2005.
GAYA, Adroaldo e SILVA, Gustavo. Projeto Esporte Brasil: manual de aplicação de medidas e testes, normas e critérios de avaliação. Porto Alegre. PROESP-BR: 2007.
GUEDES, Dartagnan Pinto. Crescimento, composição corporal e desempenho motor de crianças e adolescentes. São Paulo: CLR Balieiro, 1997.
GUEDIN, Karoliny Debiase, et al. Flexibilidade de adolescentes do ensino médio da cidade de Florianópolis – SC. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde v. 12, n.2, 2007.
NOLL, Matias; SÁ, Kleber Brum de. Avaliação da flexibilidade em escolares do ensino fundamental da cidade de Westfália - RS. Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 123 - Agosto de 2008. http://www.efdeportes.com/avaliacao-da-flexibilidade-em-escolares-do-ensino-fundamental.htm
PLATONOV, Vladimir Nicolaievitch. A preparação física. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.
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