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Programa Esporte e Lazer da Cidade: reflexões 

sobre implantação e impacto comunitário

 

*Educadora Social. Graduada em Pedagogia pela Feevale/RS

Professora Pesquisadora da Feevale/RS. Doutora em Educação. 

Membro dos Grupos de Estudo: Educação, Cultura e Trabalho/Feevale,

Educação e Gestão do Cuidado/UFRGS,

Cultura, Subjetividade e Políticas de Formação PUC/RS

Ester Pufal Canabarro

esterpufalcanabarro@hotmail.com

Dinora Tereza Zucchetti

dinora@feevale.br
(Brasil)

 

 

 

Resumo

          O presente artigo descreve a implantação e o impacto produzido pelo Programa Esporte e Lazer, na comunidade Ivotiense, desde a ótica de educadores sociais. Inaugurado em 1998, na cidade de Ivoti, no Rio Grande do Sul/Brasil, o Programa de caráter social é uma parceria entre a Unidade Federativa e o Município e propicia à comunidade da cidade ações descentralizadas que ofertam atividades de esporte, cultura, artes e lazer. Algumas reflexões sobre o Programa são destacadas no decurso do texto e são resultados de pesquisa científica: o projeto é voltado para ‘todos’ os cidadãos com mais de cinco anos de idade; as ações, de acesso universal, são descentralizadas na zona urbana e rural da cidade; cresce a procura pelas atividades que têm sido renovadas em função das demandas dos cidadãos; as praças e demais espaços públicos estão sendo repovoados o que tem contribuído para qualificar os laços de convivialidade entre os moradores de Ivoti.

          Unitermos: Esporte. Lazer. Convivência. Comunidade.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 130 - Marzo de 2009

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Uma brevíssima introdução

    O presente artigo parte de um recorte da pesquisa qualitativa e exploratória, realizada no ano de 2008 para a produção da Monografia entitulada ‘O Pensar e o Fazer Pedagógico no Programa Esporte e Lazer da Cidade’ critério para a conclusão do curso de Pedagogia, na Feevale/RS. A investigação apurou documentos e registros referentes ao Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC) e ao antigo Programa de Integração e Cidadania pelo Esporte (PICE), de Ivoti. Realizaram-se entrevistas individuais com educadores e gestores e os entrevistados foram selecionados a partir da observação de diferentes critérios, como: idade, sexo, tempo no Programa, formação e área de atuação em Artes e Educação Física, o que resultou em três entrevistados homens e sete mulheres, num total de 26 educadores sociais. A pesquisa na sua totalidade buscou compreender a práxis do fazer e do pensar pedagógico de educadores que atuam no Programa e as interpretações dos dados priorizou análises de documentos e de discurso, de educadores sociais.

    Para fins do presente estudo, o recorte procurou recuperar a história do Programa e o seu impacto na comunidade. A partir dos dados obtidos através das entrevistas e de documentos foi possível produzir a versão que se apresenta.

Algumas características da cidade sede do projeto

    Ivoti é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul, localizado na Região Metropolitana de Porto Alegre. Habitada por nativos, no séc. XVIII passou a ser percorrida por tropeiros, passando a fazer parte da rota do gado nos estados do sul do Brasil. A partir de 1824, com a chegada dos imigrantes alemães ao Vale do Rio dos Sinos, recebeu várias famílias de origem germânica, vindas da Alemanha, da região do Hunsrück, naquela época pertencente à Prússia. Os imigrantes, cada um com seu lote de terra, derrubaram a mata, construíram inicialmente suas choupanas para mais tarde erguer as casas em estilo enxaimel1. Também plantaram as suas roças, e aos poucos, a colônia foi crescendo.

    Bem mais tarde, por volta dos anos sessenta do século XX, teve início o movimento que tinha em vista a emancipação de Ivoti, até então pertencente a cidade vizinha de São Leopoldo. Já emancipada, no ano de 1966 surgiram os primeiros imigrantes japoneses, que contribuíram para a evolução cultural e econômica do município. Ainda hoje, cultivam produtos como: uva, kiwi, bergamota, caqui, flores, hortaliças... e contam com uma tecnologia importada e adaptada aos solos e clima da região. A região onde estes imigrantes se instalaram é denominada Colônia Japonesa.

    Na pecuária, o município se destaca, principalmente, na produção de leite, além da bovinocultura, da avicultura e da suinocultura. Dentre as atividades industriais, destacam-se o setor coureiro-calçadista, de alimentação (incluindo laticínios) e de confecções/vestuário (malharias).

    A população do município, em 2007, era estimada pelo IBGE em 18.517 habitantes, sendo o 108° município mais populoso do estado num total de 496. Apresenta uma densidade populacional de 291,1 habitantes por km² em uma área de 65,177 km².

    Do ponto de vista da cultura,

    (...) são cultivadas danças, comidas típicas e outras manifestações culturais, misturando um pouco de brasileiro e alemão. As danças folclóricas gaúcha, alemã e japonesa vem sendo preservadas por meio da organização de grupos folclóricos escolares (ROSSI; DILLY, 2007, p.15).

    Ivoti conta com alguns pontos turísticos, como: a Ponte do Imperador, Núcleo de Casas Enxaimel (onde são realizadas diferentes festividades – “Kolonistenfest”, “Festa das Flores”...), Cascata de São Miguel, entre outros.

    Atualmente, expressiva parte da população está organizada em Associações de Moradores, nos bairros, tornando forte e ágil a capacidade de mobilização em busca de melhorias na qualidade de vida da população. O Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC) é um exemplo disso, pois crianças, jovens, adultos e idosos, de diferentes meios sociais, são atraídos a participar das atividades desenvolvidas no Programa, em virtude de sua grande diversidade de oferta cultural.

O percurso histórico do Programa Esporte e Lazer da Cidade, em Ivoti

    O Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC) é essencial para a oferta de arte, esporte e lazer para os moradores de Ivoti, sendo que, desde 1998 em parceria com o Governo Federal, são oferecidos espaços recreativos, atividades artísticas e esportivas a todos que desejarem.

    O município de Ivoti iniciou as atividades nestas áreas com a aprovação do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto (INDESP), através do Projeto De Bem com a Vida (1998 a 1999) que tinha como objetivo principal oferecer aulas de futebol no período extra-classe para meninos e meninas entre 07 e 14 anos e para idosos. Com o passar do tempo, percebeu-se que era necessário ampliar a oferta de atividades, de espaço físico, como também aumentar o número de profissionais, que passaram a atender as crianças em diversas áreas, além de ampliar a idade de atendimento para 18 anos.

    Em maio de 1999, a continuidade da parceria com o governo federal se deu através das ações ‘Esporte Solidário’, através do Programa de Integração e Cidadania pelo Esporte (PICE). Desde o início, o PICE tinha o objetivo de oferecer atividades às crianças e aos adolescentes de 07 a 18 anos, “que sofrem uma aparente desocupação e, às vezes, abandono não intencional por parte dos familiares, em virtude de suas atividades profissionais” (Relatório de Trabalho, 1999).

    Em 2001, mantido o convênio com o Programa Esporte Solidário foram realizadas algumas alterações no âmbito do município. O PICE passou a ocupar novos ambientes, tanto na área urbana quanto na área rural, iniciando a descentralização do núcleo principal que funcionava nas dependências do Ginásio Municipal de Esportes, de Ivoti. Também é neste período que se amplia a ação para o conjunto de sociedade de Ivoti. Não mais a desocupação ou o abandono denotam o atendimento e o caráter compensatório das ações cede lugar ao caráter universal.

    Estas duas questões são chave para pensar a transposição de políticas públicas, governamentais ou não, de caráter meramente assistencial e assistencialista para ações que sejam pautadas pela concepção que práticas de esporte e lazer são educativas e promovem autonomia e desenvolvimento.

    Assim, desde 2001 e mais intensamente em 2004, a nova proposta universalizante trouxe significativos desafios para a reorganização do Programa: a descentralização das oficinas através de núcleos de esporte e lazer foi a principal mudança, além da introdução das atividades noturnas, do estabelecimento de parcerias com a sociedade civil organizada, da oferta de oficinas para adultos e idosos e da mudança do nome do Projeto – Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC).

    Deste então, a população ivotiense vem participando ativamente das oficinas oportunizadas pelos cinco núcleos criados na cidade.

O Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC) no contexto atual

    Hoje o PELC conta com uma boa infra-estrutura central e, nos bairros demonstra-se viável na maioria das localidades onde atende crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. A escolha das oficinas nos cinco núcleos e duas extensões é feita normalmente conforme a demanda da população e o espaço físico existente. Desse modo, procura-se realizar uma pesquisa junto aos interessados em participar das atividades, para ver qual o interesse da comunidade local.

    As trinta e uma oficinas desenvolvidas atualmente no PELC são, entre outras: Dança, Musicalização, Violão, Flauta, Trilhas para o Saber, TKD (Taekwondo), Basquete, Vôlei, Ginástica Rítmica, Balé, Balé Avançado, Jogos de Mesa, Futebol, Teatro, Capoeira, Bordado, Biscuit, Artes, Fotografia, Crochê, Fuxico, Recreação, Espanhol, Italiano, Japonês, Fazendo (P)Arte, Origame, Atividades Físicas Hipertensos, Atividades Físicas para Idosos, Caminhada Orientada, Atletismo, Ginástica e Step.

    Em 2008, iniciou-se o atendimento às crianças a partir dos cinco anos de idade, devido à Lei Federal n° 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, que institui o Ensino Fundamental de nove anos de duração. Esta mudança tornou-se um desafio para todos os profissionais que atuam no Programa, a começar com a organização de horários, tanto para os professores quanto para as crianças. Além da criação de dois momentos de intervalo, foi necessário repensar a metodologia de trabalho, pois muitos profissionais nunca haviam realizado trabalho com crianças tão pequenas.

    No ato da inscrição, os participantes podem escolher até três oficinas diferentes para realizar em um determinado dia. Cada período tem a duração de cinqüenta minutos. As oficinas do turno da manhã e tarde são classificadas de acordo com as seguintes idades: 5 - 6 anos, 7 - 8 anos, 9 - 11 anos, mais de 12 anos. As crianças podem escolher até três dias por semana para freqüentarem ao PELC. Existem algumas crianças e adolescentes encaminhadas pelo Conselho Tutelar/Juizado da Juventude que estão no Programa cinco dias por semana. Estas, em geral, têm tal determinação fundamentada por necessidades de cuidado, de proteção e de acompanhamento.

    Diariamente, em três turnos (manhã, tarde e noite), no núcleo central, são desenvolvidas oficinas para diferentes faixas etárias. Em alguns finais de semana são realizadas atividades em parceria com a Secretaria Municipal de Desporto, em Ruas de Lazer. Estas atividades acontecem em diferentes bairros, nas praças públicas ou nas escolas municipais. As equipes diretivas das escolas parecem não demonstrar resistências para abrir as portas para as atividades, denotando confiança nos educadores do PELC e na comunidade local. As praças, por sua vez, que antes estavam abandonadas, tornaram-se mais freqüentadas pelos próprios moradores das localidades, além de estarem mais limpas.

    O PELC também está representado e participa de eventos culturais dentro ou fora da cidade (Feira do Livro, Gincanas, Festas Natalinas, entre outros), através de oficinas e apresentações.

    O Programa conta com um responsável técnico, uma coordenação geral, um responsável que atua no apoio pedagógico e na instância de Controle Social, representando o Conselho Municipal da Criança e Adolescente, com a função de acompanhar o Programa para avaliá-lo perante a União. Os educadores, por sua vez, atuam diretamente com a população e têm formação em diferentes áreas. A maioria dos educadores está na graduação, cursando Pedagogia e Educação Física, especialmente. Outros já são graduados em Educação Física, Teatro, Música, Filosofia e Letras e ainda há educadores que estão cursando o Ensino Médio ou já tem este concluído, mas não ingressaram no Ensino Superior.

    Mensalmente são realizadas duas reuniões com a presença dos profissionais do PELC. Uma é Geral, com assuntos mais administrativos, e a outra é chamada de Círculo de Diálogos, com o objetivo de refletir sobre a prática pedagógica. Esta foi implantada no ano de 2008, a partir da necessidade dos educadores de refletir sobre questões pedagógicas atinentes ao Programa.

    A cada convênio do PELC que é renovado com o Ministério dos Esportes, todos os contratados devem participar dos cursos de formação, que são ministrados por palestrantes e/ou representantes do PELC no Brasil e Rio Grande do Sul. São realizadas 60 horas de Curso de Formação Continuada, de diferentes módulos e temáticas, tais como: O Programa Esporte e Lazer da Cidade, Manifestações Culturais e Inclusão, Postura do Agente, Processo de Ensino-Aprendizagem, Características de Crianças, Adolescentes, Adultos e Idosos, Perfil do Agente Social de Esporte e Lazer, Avaliação e Registros, Planejamento e Continuidade do Programa.

O PELC como política pública: legislações de apoio

    A Constituição Federativa do Brasil de 1988 passou a existir como marco histórico da política social brasileira, uma vez que “inseriu no marco jurídico da cidadania os princípios da seguridade social e da garantia de direitos mínimos e vitais à reprodução social” (Relatório de Política Social Brasileira, 2005, p.8).

    Nesse sentido, a partir da Constituição de 1988, um dos alvos mais importantes para o cumprimento dos objetivos previstos no seu Artigo 3°, diz respeito à garantia dos direitos sociais na busca de uma sociedade livre, justa e solidária. Erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem preconceitos ou discriminação, passam a ser preceitos fundamentais. Assim, combinou-se medidas que garantem uma série de direitos sociais, aumentando o acesso da população a determinados bens e serviços públicos, como: Sistema Único de Saúde (SUS), seguro-desemprego, acesso à educação para todos, entre outros.

    A referida Constituição contempla alguns dos princípios que contribuíram também para as políticas de esporte e lazer. Assim, determina no Artigo 6º que são direitos sociais: a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta constituição. E no Artigo 217° define que é dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, acrescentando, no § 3º, que o poder público incentivará o lazer como forma de promoção social.

    Além da Constituição Federal, existem muitos outros amparos legais para as políticas de esporte e lazer. O Estatuto da Cidade, Lei nº 10.257/01 é outro exemplo, quando:

    1. Instrumentaliza o município para garantir o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade; 2. Estabelece a gestão democrática, garantindo a participação da população em todas as decisões de interesse público; 3. Garante que todos os cidadãos tenham acesso aos serviços, aos equipamentos urbanos e a toda e qualquer melhoria realizada pelo poder público.

    Por sua vez, o Plano Plurianual 2004/2007 do Governo Lula, “Brasil: um país de todos”, garante as normas constitucionais abordando a política de esporte recreativo e lazer como assunto do Estado.

    Nesse sentido, são inúmeras as legislações que apóiam ações no âmbito dos municípios em áreas que contribuem para a formação de cidadania. Neste artigo destacam-se as nomeadas acima.

Analisando os dados da pesquisa qualitativa2

    O PELC, por sua implantação e desenvolvimento na cidade de Ivoti, nos remete algumas questões, entre elas: a educação não acontece somente no intramuros da escola; projetos sociais podem e devem ter caráter universal e universalizante a exemplo da prática educativa; a emergência de formas de sociabilidade entre moradores da cidade sugere que a convivência é produtora de aprendizagem e de formação geral.

Convivência, sociabilidade, cooperação e qualidade de vida

    Todos nós fazemos parte de uma sociedade. Elias e Schröter (1994, p.23) falam de uma organização de “funções que as pessoas desempenham umas em relação às outras, a ela e nada mais, que chamamos de sociedade”. Os autores continuam:

    Na vida social, somos incessantemente confrontados pela questão de se e como é possível criar uma ordem social que permita uma melhor harmonização entre as necessidades e inclinações pessoais dos indivíduos, de um lado, e, de outro, as exigências feitas a cada indivíduo pelo trabalho cooperativo de muitos, pela manutenção e eficiência do todo social (1994, p.17).

    É neste contexto de relações que o Programa Esporte e Lazer da Cidade está inserido; numa sociedade que está em constante evolução humana e que é composta pelo conjunto de seus moradores. E é a sociabilidade que capacita naturalmente o ser humano para a convivência em sociedade, desenvolvendo-se pelo meio da socialização, principalmente. O PELC, como projeto, apresenta-se como um espaço de socialização, mas não só, é também um lugar de sociabilidade. Nossa socialização acontece quando participamos da vida em sociedade. De caráter menos instrumental a sociabilidade surge do encontro inter-humano.

    Conforme o Projeto do PELC enviado e aprovado pelo Governo Federal,

    O Programa Esporte e Lazer da Cidade/PELC possibilita oferecer um espaço que o indivíduo possa sentir como um lugar seguro, confortável de estar, valorizando-o, tratando-o como ser humano merecedor, digno de valor. Atendendo suas necessidades, estamos ajudando a criar uma sociedade que valorize as pessoas. Mostrando interesse pelos sentidos e pela vida do sujeito, encontramos formas que possibilitem o próprio sujeito a expressar-se, proporcionando momentos em que crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos ou portadores de necessidades especiais sejam agentes de seu próprio processo construtivo, não inibindo ações que o estruturam intelectual, moral e afetivamente.

    Acreditamos que através da prática esportiva, artística, artesanal e oficina de aprendizagem, a criança, o adolescente, o adulto e o idoso desenvolvem a solidariedade, espírito de equipe, além dos cuidados com a saúde mental e corporal, proporcionando-lhes atividades sadias e de lazer. E, simultaneamente, prevenindo principalmente crianças e adolescentes de muitos riscos, ajudando, dessa forma, a evitar que menos sejam expostos à drogadição, violência, gravidez precoce, exploração sexual e trabalhista (Projeto PELC/2007).

    Dessa forma, os educadores entrevistados anunciam através dos dados coletados, situações/ações que estão entrelaçadas no dia-a-dia dos sujeitos e que fazem parte do Programa, como a sociabilidade e a convivência. Nas palavras do educador E.C.J (2008), o PELC “é onde elas se encontram com crianças de outras escolas, o que cria uma sociabilidade maior”, há um reforço para a dimensão da sociabilidade.

    É interessante também observar que um educador que trabalha tanto com adultos e idosos quanto com crianças menciona mais a questão da qualidade de vida e orientação, enfatizando mais a qualidade de vida para adultos e idosos, do que a perspectiva da convivência. Assim diz H.B.A (2008),

    eu vejo que elas precisam de alguém pra incentivar, pra explicar o exercício correto, pra poder fazer isso em casa depois, né, eu vejo assim que eu estou contribuindo muito nesse lado assim, pra qualidade de vida das pessoas, tipo, elas vêm pra cá pra conseguir, e eu estou sendo um agente nesse sentido.

    Por que separa-se, neste caso, a convivência de qualidade de vida? Não seria a convivência um elemento da qualidade de vida?

    Assim, acredita-se ser importante pensar na qualidade de vida para todos. A qualidade de vida é um termo empregado para descrever a qualidade das condições de vida levando em consideração fatores como a saúde, a educação, o bem-estar físico, psicológico, emocional e mental, a expectativa de vida, etc. A qualidade de vida envolve também elementos não relacionados, como a família, amigos, emprego ou outras circunstâncias3. Todos temos e/ou deveríamos ter uma boa qualidade de vida.

    Neste sentido, Lopes (2005, p.18) nos diz:

    o saber, o saber fazer, o saber conviver juntos e o saber ser, constituem quatro aspectos intimamente ligados, de uma realidade, de experiência vivida e assimilada por momentos de compreensão e criação pessoal. Para tal, a educação deve desenvolver e formar cidadãos com estas perspectivas, que serão necessidades fundamentais para a convivência entre os outros, partindo da condição de estar cooperando para uma melhoria da qualidade de vida.

    Nas palavras de F.M.M (2008), o Programa surge como

    um espaço muito significativo, um espaço de trocas de conhecimento,[...] que vão ao encontro da comunidade e é nele que procuramos levar o que a comunidade está necessitando ou procura.

    Segundo Menezes (2007, p.02),

    O que possibilita a convivência, o estar com o Outro é o fato de falarmos a mesma língua, de ter certeza que a linguagem nos liga, de que o Outro com-preende minhas palavras [...] A linguagem surge como o lugar próprio da sociabilidade, através da linguagem vai-se ao encontro do Outro.

    A convivência e a solidariedade nos remetem à cooperação que, por sua vez, é a interação dos sujeitos em um grupo, no qual partilham práticas e ações que promovem a auto-estima e confiança dos integrantes.

    Nesta perspectiva de que ir ao encontro do sujeito, muitos educadores costumam proporcionar oficinas de caráter mais recreativo do que competitivo. Dessa maneira, somente 03 (três) educadores têm por objetivo a competitividade, mas esta somente em momentos específicos, como:

    Quando nota-se que um aluno tem talento[...] a gente até encaminha, [...] a gente tem um trabalho mais voltado, assim, pra competição (B.S.J, 2008). Na parte do dia é trabalhado mais o recreativo. Alguns que querem competição. E na parte da noite, o pessoal busca a competição mesmo (A.S.E, 2008). No atletismo, apesar de ser um esporte individual, portanto difícil de não trabalhar ele competitivo, mas eu tento fazer variar atividades onde não esteja trabalhando essa competição, que tenha que um ajudar ao outro, e quando tem a atividade competitiva, procuro deixar os grupos homogêneos, para que numa situação o grupo ganhe e depois o outro ganhe também. Para trabalhar justamente a questão de vitória e de derrota. Já com a equipe de atletismo, eu já cobro um pouco mais, de vez em quando a gente faz uma brincadeira de aquecimento, mas com o único objetivo de aquecimento, depois eu deixo claro para eles que eles estão ali para treinar, para melhorar as capacidades deles, porque ninguém treina para ficar em último lugar. Todo mundo tem o objetivo de vencer e, para isso, precisa um pouquinho mais de esforço (I.S.E, 2008).

    Acredita-se que esta maneira de pensar e ver a competitividade é muito interessante e construtiva, pois trata de casos específicos, dos quais resulta uma perspectiva positiva e sadia, tanto do educador quanto do educando. Também se observa que os adultos são mais propensos à competição. Parecem estar contaminados pelo mundo do trabalho, pela lógica da sobrevivência na sociedade capitalista.

    Assim, “tudo o que envolve a sociabilidade e a socialização depende da identificação e da predisposição de cada indivíduo, sendo da natureza humana a necessidade de estar e participar de um grupo social 4 ”. Segundo Menezes (2007, p. 9),

    a convivência depende de uma intensa vivência. Sentir a vida é abrir-se para um nascimento que é constante, eterno. Viver exige esforço, resistência, mas também partilha. No compartilhar instantes compartilha-se também vida, por isso, a vida não é estática ela é movimento como ondas que vão se cruzando e esse atrito faz vibrar a própria existência.

A aprendizagem e a formação: quais sentidos assumem?

    Os dados coletados revelam que os educadores entrevistados, na sua maioria, descrevem o PELC como sendo um lugar de aprendizagem, formação pessoal, no qual os participantes gostam e querem estar, é um espaço para todos (crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos).

    Nas palavras do entrevistado J.P.A (2008),

    o PELC é um espaço de crianças e adultos, pessoas em geral, de todas as idades, que podem aproveitar os espaços pra adquirir conhecimentos pra vida deles, né, em todos os campos. Parte esportiva, parte cultural, parte até acadêmica, porque tem até as aulas de reforço, para auxiliar as crianças que têm problemas nos estudos, e tem as aulas dos adultos também, como idiomas [...] tem a professora de japonês, né, então em geral, é isso pra mim, um espaço que tanto crianças como adultos podem aproveitar para aumentar e crescer assim mesmo.

    Diante desses dados, cabe remeter ao conceito de aprendizagem que aqui é sugerido. Gadotti (2003, p.47-48) lembra que “o que aprendemos tem que significar para nós [...] aprender não é acumular conhecimentos”.

    Nas palavras de Fernández (1990, p.116),

    a aprendizagem é um processo que se significa familiarmente, ainda que se aproprie individualmente, intervindo o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo do aprendente e também do ensinante, mas o desejo é necessariamente o desejo do outro.

    Frente a isso, pode-se verificar que, num projeto social, o conceito de aprendizagem pode ser lido a partir da relação aprendente e ensinante, e não partindo do acúmulo de conhecimentos que, muitas vezes, acaba por ser prioritário na escola formal. O projeto social é um espaço complementar à escola. No caso específico do Programa, o público inserido, na sua maioria, está lá porque há o desejo de fazer parte desta interação, não sendo algo obrigatório.

    Do ponto de vista da relação ensino e aprendizagem, outros sujeitos destacam que:

    O PELC é um espaço onde as crianças podem interagir com outras crianças de outras escolas, eles conhecem crianças de outras escolas. Também é um espaço onde eles podem aprender (G.Z.T, 2008). É um projeto social que [...], independente da situação econômica ou da estrutura familiar, ele tem o objetivo de acrescentar alguma coisa àquela pessoa (I.S.E., 2008). De estar resgatando os valores que são esquecidos pelos pais, família, [...] espaço onde crianças de 05 anos até a terceira idade são atendidas (F.M.M., 2008). Apesar, de ser um lazer, a gente tem a importância de saber que a gente tá ensinando alguma coisa (D.G.N, 2008). É um espaço de aprendizagens, espaço de brincadeiras (B.S.J, 2008).

    Estas perspectivas levam a refletir que o PELC, como espaço de educação não escolar, com o objetivo de oferecer oficinas para todos, promove diferentes espaços de aprendizagens, nos quais ensinantes e aprendentes buscam uma relação de sociabilidade e convivência, resgatando valores humanos, assim valorizando as pessoas como sujeito, respeitando sua individualidade e dando-lhes coragem para enfrentar os desafios do mundo, por meio de diferentes atividades.

    Desta forma, formação e aprendizagem ganham novos sentidos. O sentido de estar aí, por prazer, do fazer em conjunto, de aprender, pela relação com todos, não só com os educadores.

A dimensão do pedagógico: a criatividade como ponto alto

    Quanto ao aspecto pedagógico num programa social, alguns educadores do PELC ainda vêem o pedagógico como apoio à escola, outros o destacam em relação às reuniões, à qualificação, e ainda, outros consideram o pedagógico como sendo somente a prática que afeta o pedagogo, que orienta e realiza as reuniões. Será esta a dimensão do pedagógico no PELC?

    Antes de iniciar diretamente as reflexões sobre as questões acima mencionadas, vale destacar que Agente Social de Esporte e Lazer é uma nomenclatura utilizada no âmbito nacional para nomear as pessoas que realizam alguma oficina no PELC. No município de Ivoti, os educadores do PELC se nomeiam “professores” e são nomeados desta forma.

    Existe um dilema entre educador e professor. Alves, em sua reflexão (1991, p.15), nos remete a isto:

    o educador , pelo menos o ideal que minha imaginação constrói, habita um mundo em que a interioridade faz uma diferença, em que as pessoas se definem por suas visões, paixões, esperanças e horizontes utópicos. O professor, ao contrário, é funcionário de um mundo dominado pelo Estado e pelas empresas. É uma entidade gerenciada, administrada segundo a sua excelência funcional, excelência esta que é sempre julgada a partir dos interesses dos sistemas.

    Mais adiante, continua:

    talvez que um professor seja um funcionário das instituições [...] Um educador, ao contrário, é um fundador de mundos, mediador de esperanças, pastor de projetos. Não sei como preparar o educador. Talvez isso não seja nem necessário, nem possível [...] É necessário acordá-lo (1991, p.29).

    Por que nomeamos estes sujeitos de “educadores”, se eles se auto-nomeiam de professores? Esse profissional “educador” tem uma identidade? À parte, uma certa romantização presente no conceito de Rubem Alves, os educadores entrevistados expuseram diferentes questões sobre as suas atribuições como Agentes Sociais de Esporte e Lazer, como por exemplo:

    I.S.E (2008), diz:

    Eu acho que o Agente de Esporte e Lazer tem que desempenhar um papel muito criativo, porque, sendo um projeto social, muitas vezes a verba, o recurso financeiro não é suficiente, e o material acaba sendo escasso também. Então tu precisas usar da tua criatividade para conseguir fazer aqueles materiais que tu necessitas, tu tens que ser dinâmico, porque nem sempre tu consegues fazer a atividade que tu planejou, tu tens que adaptar ela de alguma maneira de acordo com o que tu tens disponível. Mas, não é pela falta deste material que tu não vais desenvolver esta atividade. Porque adaptando tu consegue realizar ela.

    Na fala de E.C.J (2008),

    [...] Tem que ser uma pessoa que tenha muita paciência, tem que ter conhecimento da oficina que oferece, ou do esporte, da Ed. Física, da área, tem que ter bastante disponibilidade de tempo, às vezes trabalha em finais de semana, saber jogar seus horários, tem que ser uma pessoa bastante acessível.

    As falas citadas mencionam a importância da questão da criatividade, disponibilidade, além dos valores, da sociabilidade e da convivência já referidas anteriormente. No entanto, a criatividade é resultado de trabalho e o espaço da formação pedagógica é fundamental e não pode-se reduzir a um local de ordenamento de tarefas, discussão de problemas, etc.

    Ainda no âmbito da criatividade, podemos ressaltar que, segundo Tibeau (2002, p.01),

    A ação criativa é uma situação onde se produz o novo, a expressão de uma idéia, de algo concreto ou de uma forma de comportamento que seja nova para quem o fez. Quando o indivíduo descobre algum fato que já foi revelado por outros, ainda assim representa uma realização criadora.

    Neste sentido, se pensa ser fundamental trabalhar com criatividade a criatividade. Inicialmente até poderá causar estranheza por parte dos colegas e/ou alunos, mas, além de sair da rotina, esta é uma prática que “quando se oferece ao aluno oportunidade para ser criativo está se oferecendo também uma abertura para a expressão de sentimentos, emoções e atitudes”(TIBEAU, 2002, p.01).

    Quanto ao pedagógico propriamente dito, cito a fala de H.B.A (2008),

    É importante, com certeza, eu trabalhei em escolas também, e aqui eu vejo assim que é importante, ter, né, tipo, chamar, porque tem alunos com problemas, né, com dificuldade, no caso, né, não é problema, é mais uma dificuldade que o aluno apresenta. E às vezes a gente não tem esse domínio todo assim, né. Claro, eu fiz Ed. Física, a gente tem uma aula, algumas matérias sobre isso, como cuidar nessa área pedagógica, e tendo alguém da área, acho que é importante , né, deixa a gente mais tranqüilo, também como profissionais, porque a gente sabe que pode contar com alguém da área, né, sei lá, perguntar, tirar suas dúvidas, acho que é muito importante, em qualquer espaço, acho que é bom ter alguém desta área contribuindo.

    Nesta citação, percebe-se que, para alguns educadores, o “pedagógico” se refere somente à pessoa do pedagogo. Ou, segundo A.S.E (2008), “a gente tem reuniões a cada 15 (quinze) dias, a gente busca trabalhar de acordo com os alunos de NEE, a gente tem uma noção de como trabalhar com esses alunos”. Então, percebe-se aqui que o pedagógico resume-se as reuniões. Será que as questões levantadas podem ser consideradas como pedagógico num projeto social?

    Portanto, vale pensar sobre o sentido da palavra Pedagogia, assim definida como “teoria e ciência da educação e do ensino; conjunto de doutrinas, princípios e métodos de educação que tendem a um objetivo prático; o estudo dos ideais de educação segundo uma determinada concepção de vida e dos meios (processos e técnicas) mais eficientes para efetivar estes ideais; profissão ou prática de ensinar...”.

    O educador D.G.N (2008) relata:

    Eu acho que é uma dimensão bem importante, porque com o pedagógico dentro do PELC a gente consegue discutir esta relação de ensinar para as crianças, porque, apesar de ser um lazer, a gente tem a importância de saber que a gente tá ensinando alguma coisa. E essas reuniões que a gente faz é bem importante pra gente discutir, como é melhor ensinar pra elas, o que elas conseguem aprender com isso.

    Nestas palavras, vê-se um olhar diferenciado do pedagógico. Este, não como resumido em reuniões e na pessoa do pedagogo, mas no sentido de refletir, discutir sobre o ensino e a aprendizagem, além de outras questões importantes do dia-a-dia. Esta dimensão pedagógica oportuniza uma prática diferenciada que permite pensar a importância da educação no campo social.

    Embora a questão da formação dos educadores não seja a questão central desta reflexão ela é indicativa da ação que se realiza com as populações. No caso do PELC de Ivoti, trata-se de ações coordenadas realizadas por educadores físicos, artistas, pedagogos, entre outros profissionais, que são realizadas com as pessoas e não para as pessoas. Talvez isto se apresente como um ponto de culminância no impacto que o Programa gera na cidade.

Algumas considerações finais

    O presente artigo buscou descrever e analisar o PELC em uma cidade de pequeno porte que se situa numa região metropolitana. Desde a implantação o PELC sofreu algumas mudanças e todas parecem ter sido no sentido de qualificá-lo, a ponto de ser possível afirmar que o Programa, hoje, não pode ser visto e sequer tratado com uma ação isolada de governos. Pela proporção que tomou, pelo avanço metodológico e conceitual que conquistou – destaca-se seu caráter universal em oposição à prática compensatória; a descentralização, a participação e o controle popular – o PELC é hoje um Programa da comunidade local de Ivoti.

    Uma população que, entre outras formas de sociabilidade, participa de Associações de Moradores e assim, coletivamente, encaminha suas prioridades junto ao poder público têm nos educadores fortes aliados para que o conceito de cidadania sobreponha-se à sua dimensão restrita, do direito ao voto. Ao mesmo tempo, as ações desenvolvidas no Programa produzem um impacto sobre a formação de sujeitos que, com o passar do tempo, foram habitando as praças públicas, as ruas e as escolas nos finais de semana, ressignificando estes lugares. Da mesma forma, os moradores foram propondo ações ao Programa, cujos gestores e educadores demonstraram sensibilidade para acolher as demandas da população local.

    O esporte, o lazer, a arte foram se constituindo em instrumentos e práticas pedagógicas diferenciadas onde aprendizagens, sociabilidades, convivência, partilha e cooperação, tomam o lugar da socialização instrumental, da competição e das diferenças. Estas, por óbvio, permanecem existindo, mas quando os moradores da cidade partilham experiências comuns elas perdem seus duros contornos para dar lugar ao espírito de pertencimento.

    De forma geral, é possível afirmar que o Programa, nos moldes como está concebido e gestado, serve como referência às políticas públicas governamentais e de Terceiro Setor. A sua estrutura e funcionamento quebra a ossatura das práticas assistencialistas de ações de alívio a pobreza que, ao priorizar a atenção sobre poucos, por vezes, serve para discriminar e separar ainda mais seres de convivência.

Notas

  1. Enxaimel, é uma técnica de construção que consiste em paredes montadas com hastes de madeira encaixadas entre si em posições horizontais, verticais ou inclinadas, cujos espaços são preenchidos geralmente por pedras ou tijolos. Ainda que normalmente se faça uma ligação natural entre o Enxaimel e a Alemanha a verdade é que o estilo não possui uma origem propriamente determinada (Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Enxaimel Acesso em: 07/10/2008).

  2. Os dados de base desta sessão são oriundos da pesquisa qualitativa realizada para a obtenção do título de Pedagoga, da autora. No caso dos educadores entrevistados optou-se por não identificá-los. Para tanto, os nomes foram substituídos por letras que não conferem identidade aos informantes. O ano de 2008 que segue às letras refere o período de coleta de dados.

  3. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Qualidade_de_vida#Conceito Acesso em: 26/10/2008.

  4. Disponível em: http://www.mundoeducacao.com.br/sociologia/sociabilidade-socializacao.htm Acesso em: 30/10/2008.

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