O compromisso do profissional de Educação Física Escolar | |||
*Dr. Educação Física **Licenciado em Educação Física (Brasil) |
José Antonio Vianna* Felipe Martins Pinto** | Raphael de Aguillar André** Sidenei Augusto Rodrigues Ferreira** |
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Resumo A Educação Física tende a ser desvalorizada pela sociedade devido a professores que não cumprem com seus deveres pedagógicos, apesar de muitos professores agirem de forma correta aplicando aulas com objetivo de contribuir na formação dos alunos. A partir de experiências próprias em estágios e vivências escolares, decidimos investigar as representações sociais de professores de educação física escolar de escolas públicas e particulares, sobre as implicações do compromisso dos profissionais de Educação Física na aula e na formação dos alunos. Nosso trabalho procurou identificar os fatores que geram a falta de compromisso do professor, quais as metodologias empregadas podem estar relacionadas à falta de compromisso e averiguar também as atitudes que melhorariam as aulas de Educação Física Escolar. Foram entrevistados 10 professores de educação física com idade entre 25 e 49 anos de ambos os sexos que trabalhavam em escolas públicas e privadas do bairro de Jacarepaguá – município do Rio de Janeiro - e em bairros próximos. Os sujeitos responderam a um questionário semi-estruturado com duas questões fechadas e 11 perguntas abertas. Os dados foram analisados seguindo uma estatística descritiva, que possibilitou a sua interpretação e a triangulação qualitativa dos resultados (ALVES-MAZZOTTI, 1992). Os resultados obtidos sugerem que a melhoria das aulas de Educação Física Escolar deve começar pelos professores através de aulas que consigam despertar a motivação da maioria dos alunos, com conteúdos diferentes e diversificados. Por outro lado, também devemos destacar que a escola exerce um papel importante na qualidade das aulas ao dar um maior ou menor suporte à prática docente com conseqüência nas condições de trabalho. Unitermos: Compromisso profissional. Educação Física Escolar. Qualidade das aulas. Valorização profissional.
Abstract Physical Education tends to be devalued by society due to teachers who do not meet with their duties, although many teachers act correctly applying lessons to contribute to the training of students. From experience in stages and experiences school, we decided to investigate on the social representations of Teachers of physical education School of Public and private schools, on the implications of the undertaking of physical education classes and training of students. Our work identify the factors that generate the lack of commitment of teacher, The methodologies employed, which may be related to the lack of commitment and also the attitudes that would improve the School physical education classes. Interviewed 10 physical education teachers aged between 25 and 49 years of both sexes who worked in public schools and private in Jacarepaguá. The subject replied to a questionnaire structured with two semi-processed closed issues and 11 open questions. The data were analysed by following a descriptive statistics, that enabled the interpretation and the triangulation qualitative results (ALVES-MAZZOTTI, 1992). The results suggest that the improvement of physical education classes must begin by teachers through lessons that can arouse the motivation of most students, with different and diverse content. On the other hand, we must also point out that the school plays an important role in the quality of classes give a greater or lesser support teaching practice with a result of working conditions. Keywords: Professional commitment. Physical Education school. Quality classes. Recovery professional.
Artigo baseado no Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Universidade Estácio de Sá em dez / 2008 |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 130 - Marzo de 2009 |
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Introdução
Ao longo da vivência escolar, o aluno é orientado por muitos professores de diferentes disciplinas, sendo que alguns marcam sua vida nesse tempo, às vezes positivamente e às vezes de forma negativa.
Na disciplina de Educação Física essa tendência também fica evidente. É uma área em que além da teoria e da prática serem muito importantes, o compromisso do professor é essencial para a formação do aluno.
Supõe-se que o professor que tem uma atuação profissional baseada na literatura, que se preocupa com a formação de novos cidadãos, promovendo saúde, descobrindo atletas, entre outras atuações, consegue marcar positivamente a vida dos alunos.
Propomos entender que o profissional de Educação Física comprometido com a formação dos alunos deve estar sempre buscando atualização, para que tenha a competência necessária para realizar aulas com qualidade, visando a melhor formação do aluno e a assimilação de conhecimentos (CAMPAGNA; SCHWARTZ 2007). Nesta perspectiva, compromisso não é apenas chegar na hora correta, não faltar, é muito mais do que isso.
Não é raro ouvirmos relatos de professores que ao ministrarem as atividades chegam a se ausentarem do espaço de aula, deixando os alunos sem a presença do orientador, mediador ou facilitador da aprendizagem. Assim, o professor deixa de cumprir a função essencial de ser o agente estimulador da aprendizagem seja ela motora, cognitiva ou social. Estes profissionais descompromissados exercem influência negativa sobre os alunos, o que pode comprometer a construção de hábitos e atitudes autônomas que levem a adoção de uma vida ativa e saudável.
Por outro lado, durante o curso escolar os alunos são orientados por bons professores de Educação Física que tem seus nomes marcados na memória ao longo do tempo.
Analisar as atitudes e comportamentos que os professores julgam como compromisso com a qualidade da aula e com a formação dos alunos parece ser relevante para melhoria do processo de ensino-aprendizagem na educação física escolar.
Por tanto, nos propusemos aqui investigar a relação entre os procedimentos e atitudes dos professores de educação física escolar e o compromisso destes com o exercício da profissão e a formação dos alunos, procurando conhecer as racionalidades dos atores a fim de favorecer a construção de acordos que contribuam na melhoria do processo de ensino aprendizagem (Lovisolo, 1995).
Objetivos
Identificar os fatores que geram a falta de compromisso;
Verificar quais os procedimentos adotados pelo professor que estão relacionados à ausência de compromisso;
Identificar as atitudes e comportamentos que podem estar relacionados à melhoria das aulas de educação física escolar;
Identificar quais os comportamentos e atitudes que o professor julga como compromisso.
Justificativa
Através desse estudo pretendemos identificar resultados que possam acrescentar de que maneira podemos contribuir para a melhoria das aulas de Educação Física Escolar, atingindo a maior participação dos alunos nas aulas e consequentemente na sua formação integral.
Identificar os fatores que contribuem para a desmotivação dos professores de Educação Física Escolar, pode possibilitar a adoção de medidas preventivas e estimulantes dos profissionais, resultando em professores mais comprometidos com sua atividade profissional.
Utilizar estes resultados como base de contribuição para futuros trabalhos, com o mesmo objetivo deste.
Embasamento teórico
Informações retiradas da literatura revelam que limitações materiais, baixos salários e a desvalorização da atuação do professor de educação física na escola têm contribuído para diminuir o compromisso deste profissional (COLETIVO de AUTORES, 1992).
Em investigação realizada com um diretor, 20 professores e 26 alunos selecionados aleatoriamente, sendo 30% dos alunos de cada série de 5a á 8a, Marques e Krug (2008) procuraram caracterizar as expectativas, a importância e os objetivos da Educação Física por parte da comunidade escolar de uma Escola Estadual de um município do Rio Grande do Sul.
O estudo caracterizou-se por ser uma pesquisa do tipo descritiva em que procuraram saber atitudes, pontos de vista e preferências que os sujeitos tinham a respeito das aulas de educação física escolar.
Marques e Krug (2008), constataram que a promoção da saúde e a socialização são os principais objetivos da Educação Física Escolar do ponto de vista do diretor, dos professores, dos alunos e dos pais.
Em relação às expectativas das aulas, os pais estavam de pleno acordo com a maneira que as mesmas eram realizadas. A maioria dos alunos e dos professores também estavam satisfeitos, só que cerca de 33% dos professores acreditavam que as aulas poderiam ser melhores se tivessem um material adequado, e que não fossem ministrados apenas jogos, entre outros.
Para os pais, a qualidade das aulas de Educação Física era muito boa, para os alunos as aulas eram ótimas e para os professores era considerada boa.
Através desse estudo os mesmos autores notaram que os principais objetivos da Educação Física foram: a promoção da saúde e a socialização e que a disciplina foi considerada de grande importância pela comunidade escolar. A maioria dos respondentes considerou que as aulas de Educação Física eram desenvolvidas como deveria ser.
Segundo os autores, professores consideraram “BOAS” as aulas de educação física escolar, mas acharam que essas aulas ainda tinham alguns aspectos a serem melhorados como: nas atividades práticas - ter o uso de materiais adequados; que não fossem utilizados só jogos, mas que as aulas fossem mais diversificadas; que desenvolvessem todas as potencialidades dos alunos.
Por outro lado, constatou-se que para os alunos a prática do esporte é fundamental nas aulas de Educação Física e que os mesmos não mudariam em nada as aulas. Lovisolo (1995) e Vianna (2003) também identificaram índice de satisfação com as aulas de educação física escolar manifestado pelos alunos acima da média, o que nos leva a refletir sobre as informações repetidas de insatisfação em investigações que não consideram as opiniões dos alunos.
Pelo fato de ter abordado três visões diferentes (pais, alunos e professores/diretor) o estudo de Marques e Krug (2008) permitiu a percepção do contraste de algumas opiniões.
Abordou-se também sobre a qualidade das aulas, cujo tema é de interesse desta investigação. Os resultados obtidos permitiram aos autores concluírem que na opinião dos sujeitos do estudo, as aulas e os conteúdos da educação física escolar eram bons, e de forma subentendida passaram a mensagem de que as aulas não devem ser mudadas pelo fato de os alunos estarem gostando.
Outro ponto a ser observado na opinião dos professores foi que 33% achavam que as aulas devem ser mudadas, apesar de não ser a maioria, considerando um número expressivo, esses professores alegaram que as aulas poderiam ser melhores se utilizados materiais mais adequados, o que levaria a maior motivação e participação dos alunos.
Ao que tudo indica, o professor é o maior responsável pelo interesse ou desinteresse dos alunos nas aulas. As atividades escolhidas pelo professor podem motivar uns e causar desconcentração em outros. Assim, o professor precisa ter habilidade de saber quando é hora de mudar, atendendo à necessidade de cada aluno ali presente.
Estudo feito no Colégio Estadual Ana Nery, na Bahia (GONÇALVES, 2007), revela que 90% da desmotivação dos alunos se dão pela falta de mudança de atividades em quadra, que são sempre as mesmas, com isso o aluno perde o interesse de fazer a aula. Os dados deste estudo indicam que apenas 10% não se importam de que a aula seja transmitida de forma repetitiva.
Estas informações revelam que os alunos têm interesse em aprender novas atividades, mas o próprio professor limita este aprendizado. Atitudes como estas podem estar ligadas a falta de interesse de professores em planejar e oportunizar aos alunos diversificação e aprofundamento de conhecimentos, o que pode ser visto como falta de compromisso com a formação dos alunos e como uma atitude antiética com a sua própria profissão, o que gera critica de profissionais de educação de outras áreas de conhecimento.
A ética não tem apenas um sentido concreto, parte principalmente de um pensamento que temos que ter sobre normas estabelecidas pelos órgãos responsáveis e assim tentarmos com que sejam formados cidadãos com valores morais e éticos que sejam capazes de serem bem aceitos na sociedade (TOJAL, 2004).
A ética do profissional de Educação Física passa a idéia de que para que o professor exerça seu papel, ele deve estar sempre atualizado, assim adquirindo a competência necessária para realizar aulas com qualidade, visando a melhor formação do aluno com a passagem de conhecimentos atualizados.
Além da obrigação do professor ter de se manter atualizado nas atividades práticas, ele também deve estar observando permanentemente o desenvolvimento integral dos alunos em suas aulas.
Paim e Manfino, (2008) realizou um estudo em escolas da Rede Municipal e Estadual no RS, com sete professores com idades entre 25-47 anos e experiência profissional entre dois e 27 anos, com o objetivo de verificar o conhecimento dos professores sobre as atividades físicas e qual sua importância para o aluno. Por meio de um questionário respondido pelos professores, verificou-se que eles têm conhecimento correto sobre o que é a atividade física.
No que diz respeito à importância da atividade física relacionada à saúde no contexto escolar, os professores que participaram da investigação foram unânimes ao responder que era importante a prática da mesma no âmbito escolar, desenvolvendo no aluno o gosto pela prática física, visando uma melhor qualidade de vida.
Gueriero (2004) verificou o que acontece na maioria das vezes nas aulas com conteúdos extremamente esportivos: os professores não se preocupam em diversificar as aulas, fazendo com que rapidamente muitos alunos se desinteressem em praticar as atividades.
Diversos estudos (COLETIVO DE AUTORES, 1992; ALVES, 2008; GONÇALVES, 2007; GUERIERO, 2004) afirmam que através das aulas de Educação Física, é possível promover saúde e qualidade de vida. No entanto, se os professores não se mobilizam em melhorar a qualidade das aulas, dificilmente estes objetivos serão alcançados.
Ao que tudo indica, poucos são aqueles que procuram se atualizar e planejar para alcançar metas que contribuam para a formação de cidadãos com pensamentos éticos e morais, fazendo também com que ao término da vivência escolar os alunos adotem uma vida ativa através de alguma atividade física que promova uma melhor qualidade de vida e não o sedentarismo.
Métodologia
Esse estudo se propõe a descrever a relação entre pessoas, eventos e desempenhos humanos, podendo ser caracterizado como descritivo (THOMAS e NELSON, 2002).
Foram entrevistados 10 professores com idades entre 25 e 49 anos (M = 46,3), sendo sete do sexo masculino e três do sexo feminino. Dos professores abordados cinco ministravam aula em escolas públicas, sendo que dois também ministram suas aulas em escolas particulares; três eram professores apenas de escolas particulares e dois professores ministram aula em ambos os sistemas de ensino em escolas do bairro de Jacarepaguá – município do Rio de Janeiro - e em bairros próximos.
A experiência profissional dos entrevistados atendia aos interesses desta investigação, correspondendo à média de 11,3 anos de formação em educação física (Mo= 11-15 anos). Cinco sujeitos atuavam no ensino fundamental e no ensino médio, enquanto a outra metade trabalhava somente no ensino fundamental.
Os sujeitos que participaram do estudo responderam a um questionário semi-estruturado com cinco questões fechadas e 14 perguntas abertas. Nestas foram observadas as representações do professor quanto aos objetivos da educação física enquanto componente curricular, o professor de educação e a sua prática e quanto ao compromisso do profissional de Educação Física Escolar em relação às aulas e a formação dos alunos.
Os dados foram analisados seguindo uma estatística descritiva, que possibilitou a sua interpretação e a triangulação qualitativa dos resultados (ALVES-MAZZOTTI e GEWANDSZNAJDER, 1999).
Apresentação e discussão dos resultados
Os objetivos da educação física escolar
Ao serem questionados quanto aos objetivos do professor nas aulas de educação física escolar, os entrevistados apresentaram uma diversidade de informações sem que uma apresente grande importância sobre as demais. A melhoria na qualidade de vida e a formação para uma vida ativa encontrados em Marques e Krug (2008), também foram identificados aqui entre outros valores como disciplina, motivação, cidadania, integração social, formação esportiva, formação integral desenvolvimento do senso crítico e afetividade foram apontados com menor ênfase.
Segundo o sujeito 1, o objetivo principal do professor é,
“Incentivar o aluno a praticar atividade física, promovendo atividades que contribuam na formação do cidadão e uma melhor integração de todos”.
Os sujeitos apontaram a participação dos alunos e o apoio escolar como os fatores principais para alcançar os objetivos, sendo lembrados também a adoção da metodologia dos jogos cooperativos, uma maior divulgação pela mídia, a reflexão sobre a prática e um maior compromisso do professor.
O sujeito dois afirma que,
“Na minha opinião seria a motivação do aluno, ou seja, o fato de a turma está empenhada, disposta a fazer a aula contribui em demasia para alcançar o objetivo” (sic).
Entre os aspectos que podem dificultar no alcance das metas propostas encontramos em primeiro plano a falta de condições para as aulas, o imaginário da desvalorização da educação física no meio social, também presentes em Coletivo de Autores (1992), a gestão empresarial da escola privada - o que pode ser entendido como o descolamento das preocupações pedagógicas e a participação precária dos alunos.
“A idéia presente no imaginário social que relaciona a Educação Física Escolar a momentos de recreação ou prática esportiva, sem a contextualização de outros aspectos” (sujeito 2).
O professor de educação física e a sua prática
Os professores entendem que o que contribui para ministrar aulas mais motivantes seria a melhoria das condições de ensino, a qualificação do profissional, a contextualização das aulas e o compromisso do professor, o que de certa forma, reforça as idéias de Gueriero (2004).
“Local adequado, material disponível e principalmente boa comunicação com a direção e a coordenação da escola a fim de organizar projetos na área esportiva” (sujeito 8).
A atualização profissional representa para a maioria dos entrevistados, possibilidades de aperfeiçoamento e melhoria na qualidade do ensino, favorecendo a interdisciplinaridade e aumentando as chances de inserção e crescimento profissional.
“Esta é uma obrigação não só do professor de Educação Física, mas de todos os envolvidos na Educação. Todos os professores de todas as matérias precisam, o tempo todo, estar buscando atualizações e novas propostas. Ações isoladas são pouco eficazes, se todos buscarem isso os projetos e ações interdisciplinares seriam muito facilitados” (sujeito 2).
A maioria dos respondentes acredita que os professores de educação física não são motivados para a prática docente. E indicam como os principais motivos para a desmotivação a desvalorização da educação física na escola, revelada pela falta de apoio e a desvalorização social do profissional de educação física, em que a baixa remuneração é ponto comum.
Ter melhores condições de ensino, ser valorizado e reconhecido na escola e socialmente são pontos apontados pelos entrevistados como fatores para maior motivação profissional.
O compromisso do professor de educação física
Sobre os procedimentos que deve ter um professor comprometido, os sujeitos investigados citaram em primeiro lugar a atualização profissional, seguidos de planejamento e qualidade das aulas - encontramos diversificação das atividades, ensinar, controlar, corrigir e acompanhar a evolução dos alunos – e a freqüência entendida como não faltar às aulas.
A exceção de um entre os demais professores, todos os entrevistados acreditam que as metodologias e conteúdos adotados pelos professores têm impacto na formação dos alunos.
Dos professores investigados, seis acreditam que os professores de educação física têm manifestado compromisso com a formação dos alunos. Embora em minoria, os quatro professores que acreditam no contrário, parecem confirmar a observação assistemática de professores que em sua prática apenas “rolam a bola”.
Nas respostas sobre o que determina um professor adotar a postura de “rolar a bola” e “dar a corda” surge de forma marcante a “falta de compromisso do professor” – 41,6%; Falta de interesse dos alunos (25%); falta de apoio (16,6%); cansaço do professor e curiosamente, “conquistar os alunos” - entendemos esta informação no sentido de controlar o comportamento dos alunos.
Os professores acreditam que a postura sem compromisso resulta em falta de respeito e diminuição do prestígio profissional de forma geral, o que contribui na sub-valorização do profissional de educação física.
Conclusões e recomendações
Os dados sugerem a existência da falta de compromisso de alguns professores de educação física. Os professores atribuem à má qualidade das aulas a outros fatores, externos a sua responsabilidade, como a falta de interesse dos alunos, a desvalorização por parte da sociedade e da comunidade escolar, o que pode ser observado na falta de condições de trabalho.
Ao que tudo indica, a melhoria das aulas de Educação Física Escolar deve começar pelos professores através de aulas que consigam despertar a motivação da maioria dos alunos, com conteúdos diferentes e diversificados.
Por outro lado, também devemos destacar que a sociedade e a escola exercem um papel importante na qualidade das aulas ao dar maior ou menor suporte à prática docente com conseqüência nas condições de trabalho.
Novas investigações observando a prática do professor de educação física escolar, bem como as avaliações dos alunos sobre as aulas de educação física e estudos que abordem o tema com um número maior de professores, poderão contribuir para ampliar a compreensão do fenômeno aqui investigado.
REFERÊNCIAS
ALVES, Janaína. O desinteresse pela Educação Física Escolar E a postura do educador Físico. 6º Fórum Internacional de Esportes, p.1-7, jun. 2008.
ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith e GEWANDSZNAJDER, Fernando. O Método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1999.
CAMPAGNA, Jossett. SCHWARTZ, Gisele Maria. Educação e competência: o ensino reflexivo na Educação Física. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 12, nº:109, jun. de 2007. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd109/educacao-e-competencia-o-ensino-reflexivo-na-educacao-fisica.htm, Acesso em: 12 nov. 2008
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. 12 ed. São Paulo: Cortez, 1992.
GONÇALVES, Yatânderson. O valor da recreação no incentivo a prática da Educação Física no Colégio Estadual. Cooperativa do fitness, jul. 2007.
GUERIERO, Djane. Educação física escolar ou esportivização escolar?. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, (2004), nº 78, novembro, 2004. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd78/esportiv.htm, Acesso em: 10 nov. 2008.
LOVISOLO, H. Educação Física: A arte da mediação. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.
MARQUES, Marta N. KRUG, Maria de Rosso. Educação Física Escolar: expectativas, importância e objetivos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n.122, jul. 2008. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd122/educacao-fisica-escolar-expectativas-importancia-e-objetivos.htm, Acesso em: 16 out. 2008.
PAIM, Maria Cristina Chimelo. MANFIO, Juliane Baggiotto. O que pensam os professores de Educação Física sobre a importância da atividade física no contexto escolar. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 13, n. 122, jul. 2008. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd122/o-que-pensam-os-professores-de-educacao-fisica.htm, Acessado em: 10 nov. 2008.
THOMAS, Jerry R. e NELSON, Jack K. Métodos de pesquisa em atividade física; Trad. Ricardo Petersen... [et al]. 3 ed. – Porto Alegre: Artmed, 2002.
TOJAL, João B. Ética Profissional na Educação Física. Rio de Janeiro / Rio de Janeiro: Ed. Shape, 2004.
VIANNA, J. A Educação física, esportes e lazer para as camadas populares: a representação social dos seus atores. In: Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte (13.: 2003: Caxambu). Anais – recurso eletrônico. Campinas: CBCE, 2003.
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