Correlação da dificuldade de aprendizagem na personalidade de escolares Correlation students learning disability of personality profile |
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*Discente do Mestrado em Ciências do Movimento Humano, CEFID/UDESC **Mestre em Ciências do Movimento Humano, Docente do CEFID/UDESC ***Doutor em Sexualidade Humana Docente do Mestrado em Ciências do Movimento Humano, CEFID/UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC Centro de Ciências da Saúde e dos Desportos – CEFID Mestrado em Ciências do Movimento Humano Laboratório de Sexualidade Humana LAGESC. |
Rozana Aparecida Silveira* Samantha Sabbag** Fernando Luiz Cardoso*** (Brasil) |
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Resumo Este estudo objetivou traçar dificuldade de aprendizagem das do ensino fundamental de uma escola da rede municipal de São José/SC. Entre os 159 participantes da pesquisa, alunos da 4ª série do ensino médio, 52 foram indicados por seus professores por possuírem alguma dificuldade de aprendizagem (33 meninos e 19 meninas com idade entre 9 e 15 anos). Esses alunos foram avaliados pela escala de Traços de Personalidade para Crianças (SISTO, 2004). Para análise de dados adotou-se estatística descritiva e estatística inferencial (teste T de student e correlação de Spearman). Apesar de não haver diferença significativa entre os sexos, percebeu-se que os meninos foram mais indicados que as meninas em relação à dificuldade de aprendizagem. Quanto à personalidade os meninos obtiveram médias mais altas nas variáveis relacionadas a atitudes agressivas. Não houve correlação significativa entre o perfil de personalidade e os níveis de dificuldades de aprendizagem. O resultado mais evidente da pesquisa foi à diferença entre os sexos, tanto entre os traços de personalidade, como entre a dificuldade de aprendizagem. Esse resultado já era esperado, já que existem muitos estudos que comprovam essas diferenças, porém estudos que nunca se esgotam, principalmente pelo fato do desenvolvimento da criança ser tão complexo e mutável.
Unitermos: Personalidade.
Escolares. Dificuldade de aprendizagem. Abstract Keywords: Personality. Students. Learning disability. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 130 - Marzo de 2009 |
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Introdução
É indiscutível o fato de que nem todos os indivíduos realizam tarefas, resolvem problemas, criam produtos ou são flexíveis a situações desafiadoras, igualmente bem ou igualmente rápidas, ou desenvolvem essas competências com igual rapidez. A escola deve enfatizar mais as aptidões básicas aos alunos, senão estarão negando a oportunidade de desenvolver diversos talentos. A essas oportunidades que estão sendo negadas, ocorrem as constantes transformações que não têm se preocupado com a desigualdade, com a exclusão social e com a estigmação da criança carente em relação à educação, saúde, segurança, renda familiar e inserção no mercado de trabalho Bee (2003); Krebs (2007).
A infância tem sido compreendida como um período em que as mudanças de ordem física, cognitiva, afetiva e social manifestam-se com grande intensidade. As vivências experienciadas pela criança nesse período, principalmente aquelas relacionadas ao ato de brincar, alicerçam as características físicas, os traços de personalidade e temperamento, a potencialidade para aptidões e certas condutas sociais e afetivas, características essas que irão repercutir durante todo o ciclo de vida (BELTRAME, 2000).
O que geralmente falta a essas crianças é estrutura familiar, freqüentemente acometidas pelo baixo grau de escolaridade, a inserção nos setores secundários e terciários do mercado de trabalho. A não inserção desses moradores no mercado de trabalho atrelada às culturas sociais gera a violência e que ocorre na sua prática social cotidiana. Quanto aos educadores (moradores) incorporam o discurso de marginalizado e se acomodam ao quadro social existente, ocorre a grande relevância que são as variáveis baixa auto-estima e ausência de dignidade. Isso tudo atrelado, relaciona a variável estigma de marginalidade de adolescentes, que por sua vez, pode levar a exclusão social. Locais de moradia são estigmatizados e marcam as pessoas limitando seu acesso a outros espaços e a melhores condições de vida. Essa estigmação, associada à natureza do trabalho e à renda, aglutinam-se e geram desigualdade étnica, de costumes e de hábitos que fragmentam os espaços separando-os (OLIVEIRA , 1999).
A desigualdade é um fenômeno sócio-econômico, a exclusão é, sobretudo um fenômeno cultural e social, um fenômeno de civilização. É um processo histórico através do qual uma cultura, por via de um discurso de verdade, cria o interdito e rejeita (FOUCALT, 1995). Atualmente, a escola tem sido apontada como um importante espaço para minimizar problemas sobre educação e limites que deveriam ter sido iniciados em casa, com sua família, assim adquiriu uma dimensão de problema social. Desse modo, preocupa-se com o índice de dificuldade de aprendizagem dos educandos.
Na infância, a competência assume dimensões na realização do sucesso escolar, na aceitação das regras, comportamento social e aceitação pelos pares. Krebs (2007) baseia-se fundamentalmente na aceitação dos pares na infância que conduz a solidez na adolescência das relações de amizade. Esta situação é visualizada também na aprendizagem escolar, que, na adolescência e posterior fase adulta, baseia-se mais nos níveis de escolaridade do que no nível de desempenho escolar na infância.
Na relação entre a aprendizagem por conflito sócio-cognitivo e traços de personalidade em crianças de 5 a 7 anos, foi indicado que os traços de personalidade chamados psicotismo e a sociabilidade foram extremamente significativos podendo explicar o desempenho da criança quanto à aprendizagem, analisam (PACHECO e SISTO, 2003). Outro estudioso também comparou crianças com dificuldades de aprendizagem na escrita e chegou a conclusão que o psicotismo e a extroversão não discriminaram os grupos, mas a sociabilidade e o neuroticismo discriminaram as crianças com dificuldade de aprendizagem acentuada, aumentando nelas, as pontuações em neuroticismo e baixa sociabilidade (PACHECO, 2003). Quando aumenta a pontuação do neuroticismo, aumenta também a intensidade da dificuldade de aprendizagem em alunos da 2ª série do ensino fundamental. E quando aumentou o nível de dificuldade de aprendizagem, diminuiu a intensidade de extroversão (BAZI, 2003).
A necessidade de instrumentos adequados para avaliar a personalidade das crianças e adolescentes pode ajudá-los também a interpretar diferentes aspectos de adaptação escolar do aluno. As discrepâncias entre as aptidões e o rendimento escolar, as adequações do aluno diante das demandas da escolarização e os tipos de relação que os alunos estabelecem entre si e na formação dos grupos de brinquedos, são motivos de revisão e avaliação. Pesquisadores identificaram que em 15 anos o determinante status social e os interesses das crianças mudaram de foco. As atitudes de crianças em relação aos esportes enquanto determinantes do status social, e ainda a preferência de atividades dessas crianças, em comparação com outros estudos, antes, preocupados com o desempenho escolar, hoje, as meninas preocupam-se mais com a aparência, e os meninos dão maior relevância ao desempenho nos esportes (CHASE e DAMMER, 1992).
Alguns pesquisadores destacam o bom comportamento das meninas e garantem a elas, o melhor sucesso escolar do que o apresentado pelos meninos, que com mais freqüência são considerados indisciplinados. Relata-se que os meninos com dificuldade de aprendizagem são praticamente os mesmos que apresentam problemas de comportamento (FRAGA, 2000). As meninas possuem mais probabilidade de manter dificuldades com a atenção, enquanto que os meninos têm mais dificuldade com a aprendizagem, com problemas escolares e maior risco com relação ao comportamento e às agressões (CARDOSO, 2007)
O conflito social nas escolas atribuídas para cada sexo diferencia de etnia para etnia, de sociedade para sociedade e na maioria das vezes é considerado “problemático” pelos educadores, preferencialmente em classes menos favorecidas.
Com a experiência no ambiente escolar e a percepção da dificuldade em se trabalhar com alunos muito agressivos e com falta de respeito entre si mesmos, surgiu à curiosidade sobre como os traços de personalidade estão interferindo na aprendizagem de meninos e meninas.
Objetivo geral
Traçar o perfil de personalidade de escolares da 4ª série do ensino fundamental de crianças com dificuldade de aprendizagem.
Objetivos específicos
Identificar os alunos com dificuldade de aprendizagem da 4ª série do ensino fundamental.
Verificar a diferença entre os sexos do perfil de personalidade de escolares com dificuldade de aprendizagem da 4ª série do ensino fundamental.
Correlacionar os resultados do teste de personalidade com os níveis de dificuldade de aprendizagem desses alunos.
Metodologia
Segundo Rudio (2000), esta pesquisa é do tipo descritiva. É a pesquisa que procura conhecer e interpretar a realidade, descobrindo e observando os fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los. Os participantes da pesquisa foram selecionados de maneira não probabilística, pois a intenção não foi realizar um estudo epidemiológico. Para a coleta dos dados, solicitou-se aos professores da escola, que apontassem alunos com dificuldade de aprendizagem.
É uma escola da rede municipal de São José/SC, apresenta características próprias e condições de funcionamento particularmente adequado onde atende aproximadamente 1000 alunos do ensino fundamental, em três períodos de funcionamento (matutino, vespertino e noturno). Todas as classes contam com uma média de 30 alunos e mesclam crianças provenientes de setores populares e de classe média baixa e média, abrangendo um grupo bastante heterogêneo em termos sócio-econômicos, étnico-raciais e culturais.
Participaram deste estudo 155 alunos devidamente matriculados na 4ª série. Os professores se dispuseram a pontuar com uma nota em escala ordinal de 3 pontos (1= alunos com média insuficiente para serem aprovados por média 2= alunos considerados com baixo desempenho durante as aulas através da percepção didática; 3= alunos que apresentam facilidade na realização de exercícios durante as aulas Para tornar possível esta recomendação, os professores receberam orientação sobre o tema e seus indicativos e sugeriram 52 alunos (19 meninas e 33 meninos), nos quais foi aplicada a escala de traços de personalidades para crianças (SISTO, 1999). Esses alunos possuem idade entre 9 e 15 anos e freqüentam a 4ª série na escola. A aplicação foi coletiva, sendo que as crianças e adolescentes tinham o instrumento que foi lido item-item pelo aplicador, dando um pequeno intervalo entre os itens para que cada um respondesse no próprio instrumento. O instrumento consta de 35 questões, para as quais a criança ou adolescente deve responder sim, talvez ou não.
A escala de Traços de Personalidade para Crianças - ETPC (SISTO, 1999) foi validada pelo autor através da validade de construto, coeficiente de consistência interna de alfa de Cronbach e o método de duas metades de Spearman-Brow. Por meio do coeficiente alfa de Crombach, estimou-se a consistência interna de um grupo de variáveis (itens) de 0,81. Esse índice varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1, maior a confiabilidade do instrumento, sendo muito boa = superior a 0,9; boa = entre 0,8 e 0,9; razoável = 0,7 e 0,8; fraca = 0,6 a 0,7; inadmissível = inferior a 0,6 (Pestana e Gagueiro, 2005).
Resultados
Indicação dos alunos com dificuldade de aprendizagem
Dentre os 159 alunos que participaram da pesquisa, 52 foram indicados por seus professores por possuírem dificuldades de aprendizagem, destes 33 meninos e 19 meninas. Resultado especificado na Tabela 1.
Tabela 1. Indicação das crianças com dificuldade de aprendizagem
Sexo |
Idade |
|||
Média |
Mínima |
Máxima |
||
Masculino |
33 (63,5%) |
10,73 (sd 1,35) |
9 |
15 |
Feminino |
19 (36,5%) |
10,21 (sd 0,91) |
9 |
12 |
Os professores indicaram de acordo com três níveis de dificuldade: 1 para alunos muito fracos, 2 para os alunos fracos e 3 para os medianos. A classificação dos alunos está expressa no gráfico 1. Pode-se perceber neste gráfico que a maior freqüência foi dos alunos considerados fracos, seguidos pelos muito fracos e os menos indicados foram os medianos.
Gráfico 1. Indicação dos alunos de acordo com a dificuldade de aprendizagem
Apesar de não haver diferença significativa entre os sexos, percebe-se que os meninos foram mais indicados que as meninas nos três níveis, pode-se verificar estes resultados na tabela 2.
Tabela 2. Diferença de indicação dos alunos com dificuldade de aprendizagem entre os sexos
Classificação |
Sexos |
|
Masculino |
Feminino |
|
Muito fraco (n =20) |
11 |
9 |
Fraco (n = 23) |
16 |
7 |
Mediano (n = 9) |
6 |
3 |
Diferença entre os sexos do perfil de personalidade de escolares
As variáveis que apresentaram diferença significativa entre os sexos foram:
Você gosta de fazer piadas que incomodam os outros;
Em sala de aula, você se mete em mais confusões que seus colegas;
Você gosta de espirrar água nos outros;
Você já roubou num jogo?
Você gostaria de ser ator (atriz) em uma peça de teatro organizada na escola;
Você tem várias formas de se vestir.
Destas variáveis, as únicas em que as meninas obtiveram médias maiores que os meninos foram na de: você gostaria de ser ator (atriz) em uma peça de teatro organizada na escola e você tem várias formas de se vestir. Nas demais variáveis os meninos obtiverem médias mais altas. Estes resultados podem ser mais bem observados na tabela 3.
Tabela 3. Diferenças estatisticamente significativa da personalidade entre os sexos
Variáveis |
Meninos |
Meninas |
T |
p |
||
Média |
Sd |
Média |
Sd |
|||
Você gosta de fazer piadas que incomodam os outros |
1,87 |
0,8 |
2,53 |
0,8 |
2,322 |
0,025 |
Você gostaria de ser ator (atriz) em uma peça de teatro organizada na escola |
1,77 |
0,8 |
1,16 |
0,5 |
2,877 |
0,006 |
Em sala de aula, você se mete em mais confusões que seus colegas. |
1,9 |
0,8 |
2,43 |
0,8 |
2,136 |
0,038 |
Você tem várias formas de se vestir |
1,61 |
0,8 |
1,1 |
0,4 |
2,485 |
0,016 |
Você gosta de espirrar água nos outros |
2,0 |
0,9 |
2,57 |
0,7 |
2,346 |
0,023 |
Você já roubou num jogo |
1,68 |
0,8 |
2,43 |
0,8 |
3,052 |
0,004 |
Correlação entre o perfil de personalidade e os níveis de dificuldade de aprendizagem
Não foram encontradas correlações significativas entre essas duas variáveis, porém não se pode afirmar que não existem relações entre elas, pois a amostra ainda é pequena para chegarmos a tais resultados.
Discussão
Indicação das crianças com dificuldade de aprendizagem
Os níveis de indicação de crianças consideradas por seus professores com dificuldade de aprendizagem foram bem altos comparados com a literatura, pois segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV) (1995), a prevalência de escolares com dificuldades de aprendizado situa-se entre 5% e 10%. Esse resultado provavelmente tenha ocorrido por não usarmos nenhum critério mais rigoroso, apenas solicitamos aos professores que apontassem, segundo as notas, ou desempenho escolar de seus alunos os que eles acreditassem possuir dificuldades. Desta forma, os professores acabam indicando também alunos que apenas os incomodam em sala de aula, mas não possuem realmente dificuldade de aprendizagem.
Fica evidente nestes resultados, que os meninos são indicados com uma freqüência maior que as meninas, apesar desta diferença não ser estatisticamente significativa o que vai ao encontro da literatura, pois de acordo com Umphred (2004), as incapacidades de aprendizado ocorrem de duas a cinco vezes mais freqüentemente em meninos do que em meninas.
Diferença entre os sexos do perfil de personalidade de escolares
Através desta análise pode-se perceber que das características de personalidade que obtiveram diferença significativa entre sexos, as mais voltadas para comportamentos agressivos, foram as que os meninos se sobressaíram, o que é de se esperar, já que este tipo de comportamento é mais freqüente nos meninos. Fato estudado por Gilbert (1982), o qual relata que os meninos aprenderam como desempenhar uma versão bem-sucedida de masculinidade dentro e fora da sala de aula. E os problemas crescentes de indisciplinas, agressividade, pequenos furtos e formações de gangues, são registradas em grande parte com relação aos meninos e a partir da 5ª série do ensino fundamental que inicia este processo. Por outro lado, observações confirmam a presença de meninas conversando, trocando bilhetinhos e saindo de sala com mais freqüência, mas elas são bem mais discretas e de pequena duração temporal que as desordens dos meninos, segundo (BERNARDES, 1985).
Em relação ao gênero, segundo Carvalho (2000) as múltiplas dimensões da vida escolar da criança se equiparam aos maiores índices de fracasso escolar entre pessoas do sexo masculino marcada pela presença majoritária de mulheres no magistério, principalmente no início da escolaridade o que vai de encontro ao estudo de Silva e seus colaboradores (1999) o qual revela que as meninas são percebidas como responsáveis, organizadas, estudiosas, sossegadas, caprichosas, atentas, porém menos inteligentes enquanto os meninos são considerados agitados, malandros, dispersivos, indisciplinados, entretanto inteligentes.
Existem estudos que mostram a visão do professor em relação a como os aspectos da personalidade interferem na aprendizagem. Destaca-se o de Walkerdine (1995) que relata uma avaliação de professores/as diante de meninos e meninas, cujo comportamento não é tido de uma forma equivalente e avalia que o bom desempenho escolar das meninas é atribuído ao seu esforço, refletindo que não é considerado grande pensador ou criativo por não quebrarem as regras e o desempenho inferior dos meninos é percebido como não realização de um potencial brilhante é devido ao seu comportamento ativo e lúdico. Porém o estudo de Chase e Dammer (1992) mostra que os professores/as freqüentemente preferem ensinar os meninos, pois são considerados como mais interessantes e inteligentes. Alguns professores/as, apesar de elogiarem as meninas pelo seu compromisso e responsabilidade, preferem os meninos, e consideram mais estimulante gastar mais tempo com eles, por considerá-los mais vivos nas discussões e mais originais, com suas próprias opiniões.
Correlação entre o perfil de personalidade com os níveis de dificuldades de aprendizagem
Apesar de não terem sido encontradas diferenças significativas ao comparar o perfil de personalidade com os níveis de dificuldade de aprendizagem, não significa que essa relação não exista, pois o número da amostra é pequeno para afirmarmos isso. Como se pode perceber no estudo de Collins, Maccoby, Steinberg, Hetherington e Bornstein (2000) a existência de relação entre adolescentes que participam de atividades e possuem comportamento anti-social, com a agressividade desses sujeitos e o fracasso escolar.
Em uma pesquisa sobre crianças e adolescentes com desempenho escolar deficiente, percebeu-se que enquanto alguns alunos apresentavam manifestações de interiorização, outros manifestavam sinais de impulsividade e hiperatividade (HINSSHAW, 1992). O que pode ser devido à origem do problema que desencadeia a dificuldade escolar, pois em Transtornos como o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade) podem - se apresentar as duas características, as crianças desatentas, geralmente são mais caladas e interiorizadas, enquanto as hiperativas são mais agitadas e bagunceiras. Porém ambas costumam apresentar atraso escolar (CARDOSO, SABBAG, BELTRAME, 2007).
Conclusão
O resultado mais evidente da pesquisa foi a diferença entre os sexos tanto nos traços de personalidade, como na dificuldade de aprendizagem. Esse resultado já era esperado, já que existem muitos estudos que comprovam essas diferenças, porém estudos que nunca se esgotam, principalmente pelo fato do desenvolvimento da criança ser tão complexo e mutável.
Não se chegou a resultados conclusivos sobre como os traços de personalidade estão influenciando nas dificuldades de aprendizagem, porém este estudo não utilizou análise muito criteriosa sobre a avaliação da dificuldade de aprendizagem. Os resultados apresentaram-se um tanto subjetivo já que foram baseados na visão do professor em relação ao aluno e não através de testes aplicados diretamente com os alunos.
Faz-se necessário um estudo com uma amostra maior e com instrumentos mais criteriosos, para chegarmos a resultados mais conclusivos.
Agradecimento especial: Gustavo Levandovski.
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