Efeitos do treinamento resistido personalizado no aumento da densidade mineral óssea em mulher idosa. Um estudo de caso |
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*Graduado em Educação Física pela Universidade Luterana do Brasil **Graduado em Educação Física pela Universidade de Taubaté Especialista em Fisiologia do Exercício pela Universidade de São Paulo. (Brasil) |
Julian Nicolau Suckau Mendez* Amilton Rogério Morais Junior* Fabio Santana Alvarenga** |
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Resumo A presente pesquisa foi realizada sob a forma de estudo de caso com um indivíduo idoso, sedentário, do sexo feminino, de 64 anos e objetiva verificar a contribuição de um programa personalizado de treinamento resistido para a melhora da DMO (densidade mineral óssea) em mulheres que apresentam uma diminuição da mesma. Unitermos: Treinamento personalizado. Exercícios resistidos. Densidade mineral óssea.
Abstract The present research was realized under a case study condition with a female, sedentary, 64 years old person to verify the contribution of a strength training program on improvement of bone mineral density. Keywords: Personal training. Strength training. Resistance training. Bone mineral density. BMD. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 130 - Marzo de 2009 |
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Introdução
A perda de massa óssea é um problema que acomete uma grande parte da população mundial, sendo que, nessa parcela a maior incidência é em mulheres, principalmente em idade pós-menopausa afetando a sua qualidade de vida. Segundo McARDLE et al (2003), esta patologia atinge mais as mulheres em idade avançada, pois nesta fase se dá a menopausa e acentua-se a redução da secreção de estradiol.
De acordo com BROWNER et al ( 2000), estima-se que 1,2 milhões de fraturas anualmente sejam decorrentes desta patologia, incluindo 538.000 fraturas vertebrais, 227.000 do quadril e 172.000 do antebraço distal. Um terço de todas as mulheres com mais de 65 anos de idade tem fraturas vertebrais. Entre as pessoas que vivem até a idade de 90 anos, 32% das mulheres e 17% dos homens terão sofrido de uma fratura de quadril. Doze a 20% dos pacientes com fratura de quadril morrem dentro de 1 ano como resultado; 50% necessitam de enfermagem a longo prazo, e apenas 30% chegam a reobter o seu estado de deambulação pré-fratura.
CAMPOS (2001, p. 12), enfatiza que esta patologia atinge principalmente indivíduo do sexo feminino, pois existe uma grande influência no estado hormonal devido a Menarca tardia, historia menstrual e anovulação. Levando assim a perdas consideráveis de massa óssea, principalmente no período pós- menopausa.
O presente estudo caracteriza-se por ser sob a forma de estudo de caso de natureza qualitativa, com 01 individuo do sexo feminino, com idade de 64 anos, que participou de 36 sessões de treinamento resistido personalizado realizando exame de densidometria óssea antes de começar as sessões e após o termino da trigésima sexta sessão.
Amostra
Um individuo idoso, do sexo feminino, sedentário, com idade de 64 anos.
Plano de coleta de dados
Inicialmente, foi realizado levantamento bibliográfico e seleção de material relativo à temática, posteriormente, a leitura, e então se deu o primeiro contato com a amostra, solicitando assinatura em um termo de consentimento livre e esclarecido conforme a resolução do Conselho Nacional de Saúde do Brasil nº 196/96 e exame de densitometria óssea para mensurar a DMO antes de começar a aplicação do programa de treinamento resistido personalizado e após o termino do mesmo.
Referencial teorico
O osso é um tecido altamente dinâmico, contendo aproximadamente 50% de água,sendo composto por colágeno e minerais que podem renovar-se. Conforme BOCKMAN (1997), esta estrutura é constituída por material orgânico extra-celular composto de aproximadamente 90% de colágeno. Esta proteína consiste de 3 cadeias polipeptídicas de 1000 aminoácidos cada, os quais são sintetizados pelos osteoblastos e estendem-se ao longo das linhas de força de tensão, O componente inorgânico da matriz óssea é composto fundamentalmente de fosfato e cálcio depositados para rearranjar- se em uma estrutura cristalina, formando os cristais de hidroxiapatita.
DHARMARAJAN e MANALAC (2000) relatam que, existem dois tipos de ossos: o cortical, o qual é composto por lamelas primárias, secundárias e sistemas Haversianos, e o trabecular. Seu compartimento central consiste de barras paralelas verticais e transversais denominadas trabéculas, as quais são preenchidas pela medula óssea e tecido adiposos, são encontrados principalmente nas vértebras, colo do fêmur e interior de ossos longos.
Segundo TORVINEN (2003), a densidade mineral óssea (DMO) é composta de materiais orgânicos e inorgânicos que, em conjunto, remodelam o sistema ósseo constantemente, por isso, este tipo de estrutura é altamente dinâmico e reflete um equilíbrio entre a formação e a reabsorção que ocorre ao longo da vida.
Os exercícios resistidos são bastante eficazes para a prevenção e tratamento da osteopenia e osteoporose pois com uma maior eficiência do estimulo piezoeletrico obtem-se um aumento de atividade osteoblastica aumentando assim, a densidade mineral óssea.
De acordo com COLOMA et al (2004), estimulo piezoeletrico é a transformação de energia mecânica em elétrica através de forças de tração e compressão levando a uma estimulação dos osteoblastos.
Resultados e discussões
Realizou-se um estudo de caso , do tipo qualitativo, com um indivíduo idoso do sexo feminino, 64 anos de idade, na pós-menopausa. A participante do estudo, sedentária, não realizava nenhum tipo de exercício físico anteriormente.
REGIÃO AVALIADA |
D M O g/cm2 |
Mesma idade% (z- score ) |
ADULTO JOVEM% (t- score ) |
FÊMUR |
0.730 |
85 |
72 |
Quadro 1. Densitometria óssea realizada pela participante do estudo em 14 de junho de 2008
A avaliação dos resultados foi efetuada com base nos valores normais para a população brasileira. O pico de massa óssea (Adulto jovem) serve de referência pra a determinação do nível de massa óssea de acordo com os critérios da OMS (Organização Mundial de Saúde).
REGIÃO AVALIADA |
D M O g/cm2 |
Mesma idade% (z-score) |
ADULTO JOVEM% (t- score) |
FÊMUR |
0.775 |
85 |
72 |
Quadro 2. Densitometria óssea realizada pela participante do estudo em 30 de outubro de 2008
De acordo com o quadro 02, a amostra apresentou densidade mineral óssea no fêmur de 0.775 g/cm2.
Comparando os 2 quadros nota-se que após a realização das 36 sessoes de treinamento resistido personalizado obteve-se um aumento na densidade mineral óssea o fêmur.
Conforme os resultados obtidos, percebeu-se que houve uma melhora na DMO do fêmur da amostra, o que de acordo com a literatura, deve-se ao fato de, segundo MCARDLE (2003), o exercício resistido desacelera de forma considerável o ritmo da degeneração óssea . Independente de idade ou sexo, o indivíduo que tem um estilo de vida ativo tem uma massa óssea muito maior do que a de seus congêneres sedentários. Os benefícios de um treinamento resistido regular ainda podem ser observados na sétima e oitava década de vida, o exercício regular contrabalança também a perda óssea acelerada que acompanha as mulheres pós-menopausa.
Considerações finais
O processo de envelhecimento e sua conseqüência natural, a velhice, são uma das preocupações da humanidade de acordo com PAPALÉO NETTO (2002), desde o início da civilização.
Com o avançar da idade, observa-se alterações em todos os tecidos e sistemas do organismo, variando de intensidade de acordo com o fenótipo e genótipo do indivíduo, sendo que, um dos exemplos mais comuns é sem dúvida a perda de massa óssea.
Diante das discussões e analises dos resultados, verificou-se a contribuição de um programa de treinamento resistido personalizado para mulheres idosas com perda de massa óssea constatando um aumento na densidade mineral óssea do fêmur. Após a realização do presente estudo e conforme as mais diversas bibliografias consultadas, pode-se verificar a eficácia de um programa personalizado para mulheres com perda de densidade óssea.
Conclui-se portanto, que um programa de treinamento resistido personalizado para mulheres idosas com perda de massa óssea desde que bem orientado por educador físico devidamente capacitado é indispensável na profilaxia e tratamento de patologias tais como: osteopenia e osteoporose levando a uma diminuição do processo degenerativo até uma reversão do mesmo.
Referências bibliográficas
BOCKMAN, Richard Steven. Osteoporosis and Its Management in Older Women. Summer: pp. 121 – 126. 1991.
BROWNER, Júpiter., LEVINE, Trafton. Traumatismos do sistema músculoesquelético. São Paulo: Manole, 2000.
CAMPOS, Mauricio Arruda. Musculação: Diabéticos, Osteoporóticos, Idosos, Crianças e Obesos. 2. ed. Sprint, 2001.
COLOMA Andréa Lorena; SOUZA, Ana Claudia Tolentino Nolasco de; SILVA Ivanilton de Santana; SIMÃO, Roberto. Adaptações ao treinamento de força na terceira idade. Artigo de Revisão
DHARMARAJAN TS, MANALAC MM. An understanding of osteoporosis. Geriatr Med.1-12. 2000.
MCARDLE, WILLIAN D ., KATCH; FRANK., KATCH, VICTOR L., Fisiologia do exercício, energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
PAPALÉO NETTO; MATHEUS, Gerontologia: A velhice e o envelhecimento em visão globalizada. Ateneu, 2002.
TORVINEN, Saila. Effect of Whole Body Vibration on Muscular Performance, Balance, and Bone. Academic Dissertation. Medical School of University of Tampere. Teiskontie 35, Tampere.
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