Programas de estimulação em idosos institucionalizados: efeitos da prática de atividades cognitivas e atividades físicas Stimulation programs in institutionalized elder people: effects of cognitive and physical activities |
|||
*Psicóloga, Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis (Brasil) |
Lorine Tavares* Emílio Takase Amanda Arruda Chaves Beatriz Schmidt Brunella Castiglioni Guidoni |
|
|
Resumo O presente artigo apresenta os resultados de um estudo cujo objetivo era verificar os efeitos de dois programas de estimulação em idosos institucionalizados. Para tanto, cinco idosos participaram de vinte e duas sessões de um programa de atividades cognitivas, e cinco idosos participaram de treze sessões de um programa de atividades físicas. Instrumentos específicos foram aplicados antes e logo após as intervenções para medir a capacidade cognitiva geral e os sintomas depressivos dos participantes. Constatou-se que não houve diferença estatisticamente significativa antes e depois entre os grupos nas variáveis estudadas. Entretanto, as diferenças entre as médias individuais obtidas pelos participantes nos testes sugerem que o programa de atividades cognitivas produziu maiores efeitos positivos na capacidade cognitiva de seus participantes, e que o programa de atividades físicas foi mais eficaz em reduzir a intensidade dos sintomas depressivos de seus participantes. Sugere-se a necessidade de mais pesquisas na área. Unitermos: Programas. Estimulação. Idosos institucionalizados. Atividades cognitivas. Atividades físicas.
Abstract The present paper has provided study results that aimed at verifying the effects of two stimulation programs in institutionalized elder people. For such, five elderly people have participated in twenty two sessions of a program of cognitive activities and five elder people have participated in thirteen sessions of a physical activities program. Specific instruments have been applied before and right after the interventions to verifying the participants’ general cognitive capacity and their depressive symptoms. It could be verify that there were no statistically significative differences before and after among the groups in the studied variables. Though, the difference between the individual averages obtained by the participants could show positive effects, sugesting that the program of cognitive activities produced effects in the cognitive capacity of the participants, and that the program of physical activities was more efficient in reducing the intensity of depressive symptoms on its participants. New researches is suggested. Keywords: Programs. Stimulation. Institutionalized elderly. Cognitive activities. Physical activities. |
|||
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 129 - Febrero de 2009 |
1 / 1
Despertada pela revolução demográfica, a sociedade científica vem direcionando muitas pesquisas e valorizando as intervenções realizadas com a população idosa, interessando-se por medidas de prevenção e promoção à saúde do idoso. Todavia, apesar do aumento da expectativa de vida e do avanço e interesse da ciência, ainda há uma disparidade entre longevidade e qualidade de vida. Doenças crônico-degenerativas e suas seqüelas, hospitalização e dependência para realizar as atividades na vida diária, além de diminuírem a qualidade de vida do idoso, aumentam a chance para a sua institucionalização. Nos países em desenvolvimento as instituições de longa permanência para idosos (ILPI) têm aumentado. Morar só, suporte social precário e baixa renda associada à viuvez, aposentadoria, menor oportunidade de empregos formais e estáveis e aumento dos gastos com a própria saúde são fatores de risco para a institucionalização cada vez mais freqüentes no Brasil (Chaimowicz & Greco, 1999).
A realidade dos idosos institucionalizados mostra que nem toda a parcela da população idosa consegue se beneficiar das recomendações da ciência relativas a como alcançar um envelhecimento saudável. Apesar da existência de leis e medidas práticas direcionadas ao idoso, como a Política Nacional do Idoso de 1994, a Política Nacional de Saúde do Idoso aprovada em 1999 e o Estatuto do Idoso de 2003, a implementação de políticas públicas em relação ao idoso institucionalizado ainda encontra-se distante. Apesar das recomendações explícitas também na Política Nacional do Idoso, a realidade das instituições asilares brasileiras ainda apresenta estruturas deficitárias no que diz respeito aos cuidados com os idosos (Born & Boechat, 2006). Inclusive pode-se perceber que grande parte das ILPI carece de condições propícias ao bem-estar de seus idosos que dêem conta de preservar e estimular os idosos a se manterem cognitivamente e fisicamente saudáveis.
Coutinho, Gontiès, Araújo e Sá (2003) ressaltam que as pessoas idosas são mais suscetíveis à depressão quando perdem sua auto-estima e começam a se considerar inúteis. Além disso, o convívio com a solidão, a perda de sentido de vida e a desistência são desafios constantes para o idoso. Assim, não havendo um esforço das instituições em estimular seus idosos, aumentam-se os sentimentos de não utilidade, que contribuem para a incidência de sintomas depressivos. Do ponto de vista epidemiológico, estima-se que cerca de 15% dos idosos apresentam alguns sintomas da depressão, sendo 2% do tipo grave. Nas populações hospitalizadas ou institucionalizadas a freqüência é ainda mais elevada, atingindo de 5% a 13% dos pacientes hospitalizados e de 12% a 16% dos residentes em asilos (Das Gupta, 2001).
Porcu e colaboradores (2002) também verificaram na realidade brasileira que os idosos institucionalizados apresentam maiores escores depressivos quando comparados com idosos não institucionalizados. Alguns estudos, como o de Wang, Snyder e Kaas (2001), destacam que há grande prevalência de depressão e ansiedade entre os idosos, e que estes apresentam um número significativo de comorbidades associadas, sendo que uma das principais é o prejuízo cognitivo. Por sua vez, McLullich e colaboradores (2005) descobriram que altos níveis de cortisol, geralmente encontrado em depressivos e considerado o hormônio do estresse, estão associados com pior desempenho cognitivo de idosos. Por esta razão, acredita-se que declínios cognitivos possam ser acelerados pela ocorrência de depressão (Shephard, 2003). Muitos idosos com declínio cognitivo sofrem de humor depressivo, que afeta negativamente as atividades da rotina diária e a qualidade de vida, agravando ainda mais o prejuízo cognitivo (Okumiya et al., 2005).
Deste modo, deve existir um esforço da ciência em pesquisar e intervir com a parcela institucionalizada da população idosa, visto que há uma grande demanda de ILPI para as próximas décadas. Esta demanda, atrelada à realidade vivenciada nessas instituições, exige o esforço da ciência em descobrir formas de melhorar a qualidade de vida dos idosos que ali vivem, encontrando maneiras de manter o idoso mais independente e, fisicamente e cognitivamente saudável por mais tempo. Programas para a promoção da qualidade de vida são necessários para que, apesar das condições em que vivem, os idosos institucionalizados usufruam de um envelhecimento saudável.
À luz dos estudos das neurociências e também dentro da Psicologia Cognitiva, novas formas de significado e novas maneiras de estudar e intervir junto à população idosa vêm surgindo. Estudos (Silver, Jilinskaia & Perls, 2001; Erickson & Barnes, 2003) têm mostrado que o envelhecimento não necessariamente vem acompanhado de declínio e prejuízo cognitivo, assim como novos aprendizados podem ocorrer até o fim da vida. Atualmente, inclusive, despontam-se muitas pesquisas a respeito da estimulação como forma de promover a saúde cognitiva, como é o caso, por exemplo, dos estudos sobre a relação entre a prática de atividades físicas e cognitivas e a diminuição da incidência de prejuízo cognitivo entre os idosos. Descobriu-se, por exemplo, que maior estimulação, como treinamento cognitivo e engajamento ativo em atividades intelectuais estão associados com o menor risco de declínio cognitivo (Hultsch, Hertzog, Small & Dixon, 1999; Schaie, 2005) e também para desenvolver a doença de Alzheimer (Wilson et al., 2002). Esses resultados são consistentes com estudos de estimulação cognitiva, que mostram que exercícios semanais, tais como tarefas de resolver problemas e jogos de memória, aumentam o bem-estar psicológico daqueles que os praticam.
E não são apenas as atividades cognitivas que parecem produzir alterações no processo de envelhecimento cognitivo. Atividades físicas podem também ajudar idosos a permanecerem cognitivamente saudáveis. Várias evidências sugerem que pessoas que se exercitam regularmente possuem menos chance de experienciarem declínio cognitivo do que pessoas que não se engajam em programas de exercício ou que não se exercitam regularmente (Butler, Forette & Greengross, 2004).
Apesar de o cérebro, por razões que ainda não estão muito claras, mudar com a idade, um grande volume de estudos (Gold et al., 1995; Scarmeas, Levy, Tang, Manly & Stern, 2001; Wilson et al., 2002; Scarmeas et al., 2003) sugere que o engajamento social, a estimulação intelectual e a atividade física, possuem um papel chave na manutenção da saúde cognitiva e na prevenção do declínio cognitivo. Devido ao número de pessoas idosas que está aumentando e ao fato de que estas estão vivendo cada vez mais, torna-se indispensável desenvolver e implementar estratégias à essa população. Há a necessidade de intervenções e pesquisas que visem identificar a eficácia de programas de estimulação na população idosa institucionalizada, que cada vez mais cresce no Brasil, visando tornar seu emprego válido e necessário junto a essa população. Segundo Néri (1993), descobrir as condições necessárias para uma boa qualidade de vida na velhice reveste-se de grande importância científica e social, pois ao tentar resolver a aparente contradição que existe entre velhice e bem-estar, a pesquisa contribui para a compreensão do envelhecimento, como também para a geração de alternativas válidas de intervenção visando ao bem-estar de pessoas idosas.
Assim, verificando-se a prevalência de depressão entre os idosos e a sua relação com o declínio cognitivo, destaca-se a necessidade da criação e avaliação de intervenções que aumentem a qualidade de vida e diminuam a incidência de prejuízo cognitivo, principalmente entre idosos institucionalizados, dada sua maior prevalência de sintomas depressivos e sua evidente menor qualidade de vida. As evidências da estimulação em idosos, o atual panorama da realidade populacional brasileira e a demanda crescente de instituições fazem emergir uma preocupação em incentivar hábitos de estimulação cognitiva e física em idosos institucionalizados, com o intuito de proporcionar maior qualidade de vida a essa população. A partir das considerações feitas, o interesse do presente artigo é apresentar os resultados de um estudo cujo objetivo foi verificar os efeitos de dois programas distintos de estimulação - prática de atividades cognitivas e atividades físicas - em idosos institucionalizados. Pretendeu-se atingir especificamente os seguintes objetivos: a) verificar a capacidade cognitiva geral e a depressão de idosos institucionalizados; b) desenvolver e implementar um programa de atividades cognitivas e um programa de atividades físicas para idosos institucionalizados; e c) comparar a capacidade cognitiva geral e a depressão entre os idosos institucionalizados que participaram do programa de atividades cognitivas com os que participaram do programa de atividades físicas, antes e depois das intervenções.
Método
Os programas de estimulação foram observados separadamente em dois grupos específicos que foram equiparados antes e depois:
a) GAC: Grupo de Atividades Cognitivas e
b) GAF: Grupo de Atividades Físicas. Antes das intervenções foram avaliadas a capacidade cognitiva geral e a depressão dos idosos através de instrumentos específicos, e após o período das intervenções foram verificados os efeitos dos programas através de uma nova avaliação.
Local
A pesquisa foi realizada em duas ILPI que se caracterizavam por serem semelhantes em suas filosofias, padrões cognitivos de seus idosos (sem grandes prejuízos cognitivos) e em suas atividades realizadas (não forneciam programas sistematizados de atividades aos seus idosos).
Participantes
O universo estudado foi constituído por dez idosos institucionalizados residentes em duas ILPI (cinco idosos da Instituição A fizeram parte do GAC e cinco idosos da Instituição B fizeram parte do GAF). Os participantes foram intencionalmente escolhidos de acordo com os seguintes critérios de inclusão:
ter a idade mínima de 60 anos;
ter capacidade para locomover-se (mesmo que apenas membros superiores) e para realizar atividades físicas de leve intensidade (para os grupos que realizaram atividade física);
ter condição geral de saúde preservada; e
possuir disponibilidade para freqüentar as sessões durante a semana.
Instrumentos
Formulário de Caracterização Geral: utilizado para caracterizar os participantes quanto ao sexo, idade e tempo de asilamento.
Mini-Exame do Estado Mental – MEEM: Para a avaliação da capacidade cognitiva geral antes e após as intervenções foi utilizado o MEEM, instrumento usado para a avaliação da função cognitiva e rastreamento de quadros demenciais, sendo um dos testes mais empregados e mais estudados em todo o mundo (Lourenço & Veras, 2006). A utilidade do MEEM é confirmada por estudos brasileiros (Almeida, 1998), sendo que foi traduzido e validado para o uso na pesquisa e na clínica em indivíduos idosos obtendo um índice de confiabilidade de 0,85 (Bertolucci, Brucki, Campacci & Juliano, 1994; Laks et al., 2003). O instrumento é composto por 11 questões que testam cinco aspectos do funcionamento cognitivo: orientação (espacial e temporal), processamento, atenção, cálculo, memória e linguagem.
Escala de Depressão em Geriatria – GDS-15: Para a verificação do nível de depressão dos idosos antes e após as intervenções foi utilizada a GDS-15 desenvolvida por Yesavage, Brink, Rose, Adey e Leirer (1983). A versão brasileira com 15 questões foi a utilizada neste estudo por apresentar um índice de confiabilidade de 0,81 (Almeida & Almeida, 1999), similar ao da versão com 30 itens e superior ao encontrado nas versões com 1, 4, 10 e 20 questões.
Procedimentos
Todas as etapas do estudo foram aprovadas pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade de origem dos autores. A inclusão dos participantes na pesquisa foi realizada somente mediante a autorização das instituições e à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos participantes.
Todos os idosos da Instituição A foram convidados a participar do programa de atividades cognitivas e os idosos da Instituição B foram convidados a participar do programa de atividades físicas. Todos os interessados puderam participar dos respectivos programas de estimulação. De dezessete idosos que mostraram interesse na pesquisa e iniciaram o programa de estimulação proposto, apenas dez se adequaram aos critérios de inclusão supracitados.
Os instrumentos foram aplicados no período de uma semana para evitar o cansaço por parte dos participantes, e todos foram aplicados individualmente, em forma de entrevista. A aplicação dos instrumentos de avaliação no pós-teste foi realizada nas mesmas condições que a aplicação no pré-teste.
Os programas de estimulação
GAC: Foi composto por cinco idosos que participaram de 22 sessões de atividades cognitivas. O programa de atividades cognitivas foi realizado em grupo com freqüência de duas vezes por semana e duração de cerca de 1 hora. O programa de atividades cognitivas consistiu de atividades lúdicas, dinâmicas e práticas de tarefas direcionadas à estimulação de determinados processos cognitivos, principalmente da memória e atenção. A estimulação da memória de trabalho foi realizada algumas vezes através da prática de jogos de memória, e também através de dinâmicas baseadas no programa criado por Zauszniewski e colaboradores (2004), que enfatiza a reflexão focada como um tipo de reminiscência usando imagens visuais de categorias de temáticas específicas. A estimulação da atenção e da memória de trabalho também foi realizada através da utilização ocasional da grade de números para exercícios de concentração (Greenlees, Thelwell & Holder, 2006). Conforme a necessidade e aderência do grupo à proposta do programa, novas abordagens foram utilizadas a cada novo encontro visando estimular a participação dos idosos.
GAF: Foi composto por cinco idosos que participaram de 13 sessões de atividades físicas. O programa de atividades físicas foi realizado com freqüência de duas vezes por semana e duração de cerca de 40 a 60 minutos. Cada sessão foi estruturada didaticamente em três partes: Parte inicial (10 minutos): aquecimento e alongamento de grandes grupos musculares; Parte principal (20 minutos): movimentos básicos e ritmados de membros; Parte final (10 minutos): relaxamento e volta à calma, com exercícios respiratórios e de alongamento. Os exercícios foram moderados, sem controle de intensidade, onde cada participante foi estimulado a realizar o exercício de maneira confortável.
Organização e análise dos dados
Estatística não-paramétrica foi utilizada para comparar os dois grupos de estimulação. A prova U de Mann-Whitney foi utilizada para determinar as diferenças entre as médias da GDS-15 e do MEEM, e entre os grupos de AC e AF, tanto nos pré-testes quanto nos pós-testes. Por sua vez, para a comparação e verificação de diferenças significativas em cada grupo entre os pré-testes e pós-testes, utilizou-se o Teste Wilcoxon. Os resultados foram tratados quantitativamente entre os grupos, com medidas repetidas e em cada grupo entre o pré-teste e o pós-teste. Além disso, os resultados também foram analisados individualmente visando explorar qualitativamente os efeitos dos dois programas de estimulação.
Resultados
Etapa I. Caracterização dos participantes
Participaram do estudo dez idosos institucionalizados. Desses, sete são mulheres e três são homens, cujas idades variaram de 65 a 89 anos de idade (média=75 anos; desvio padrão=7,4 anos; mediana=73,5 anos). O tempo de asilamento dos participantes variou de 8 meses a 19 anos, sendo que a média foi de 6 anos e 2 meses (md=3,7 anos; DP=6,9 anos). Os participantes fizeram parte de dois grupos distintos de estimulação: grupo de atividades cognitivas – AC (n=5) e grupo de atividade física - AF (n=5). Quanto ao sexo, o grupo de atividades cognitivas foi composto por três mulheres e dois homens, e já o grupo de atividades físicas, por quatro mulheres e um homem. A média de idade entre os participantes do grupo de atividades cognitivas foi de 72 anos (md=74; DP=6,12) sendo que as idades variaram de 65 a 78 anos, e no grupo de atividades físicas a média foi de 78 anos (md=73; DP=7,97), variando de uma idade mínima de 72 anos, com máxima de 89 anos. Ambos os grupos se assemelham tanto na mediana de idade quanto no predomínio do sexo feminino. Destaca-se que a prova U de Mann-Whitney foi utilizada para comparar as médias de idade entre os grupos e constatou-se que os grupos se mostraram homogêneos para a variável idade (p> 0,05).
Em relação ao tempo de asilamento, os participantes do grupo de atividades cognitivas vivem na instituição em média há dez anos e dois meses (DP= 7,85 anos; md= 10 anos) e os participantes do grupo de atividades físicas, por sua vez, em média de há dois anos e dois meses (DP= 1,58 anos; md= 1,6 anos). O tempo de asilamento entre os participantes do grupo de atividades cognitivas, variando de um a dezenove anos, é superior em relação ao tempo de asilamento entre os participantes do grupo de atividades físicas, que variou de oito meses a quatro anos e quatro meses. Apesar da diferença do tempo de asilamento, através da prova U de Mann-Whitney verificou-se que não há diferença estatisticamente significativa (p> 0,05) para essa variável entre os grupos.
Etapa II. Comparação dos resultados antes e depois
Na tabela 1 pode-se observar a estatística descritiva das variáveis estudadas no pré-teste e pós-teste de cada grupo. Através do teste Mann-Whitney constatou-se que não houve diferença estatisticamente significativa (p> 0,05) entre os grupos nas variáveis (escores da GDS-15 e escores do MEEM) obtidas tanto no pré-teste, como pós-teste. Portanto, foi possível comparar os escores da GDS-15 e MEEM antes e depois, pois os grupos se mostraram homogêneos para as variáveis escolhidas.
Tabela 1. Descrição das médias, medianas, desvios-padrões, mínimos e máximos obtidos pelos grupos no pré e pós-teste
Variáveis / Escores obtidos nos instrumentos |
Avaliações |
Média |
Mediana |
Desvio Padrão |
Mínimo |
Máximo |
|||||
AC |
AF |
AC |
AF |
AC |
AF |
AC |
AF |
AC |
AF |
||
GDS - 15 |
PRÉ |
4,40 |
6,00 |
4,00 |
7,00 |
3,36 |
2,92 |
1 |
2 |
10 |
9 |
PÓS |
4,00 |
5,00 |
4,00 |
3,00 |
2,74 |
3,24 |
1 |
2 |
8 |
9 |
|
MEEM |
PRÉ |
18,80 |
19,00 |
19,00 |
18,00 |
2,28 |
4,85 |
15 |
14 |
21 |
27 |
PÓS |
20,00 |
19,00 |
20,00 |
19,00 |
3,32 |
3,67 |
17 |
15 |
25 |
24 |
Nota: N=10. AC: grupo de atividades cognitivas. AF: grupo de atividades físicas.
GDS-15: Escala de depressão em geriatria. MEEM: Mini-Exame do Estado Mental.
Não houve diferenças estatisticamente significativas entre o pré e pós-teste quanto aos escores da GDS-15 e MEEM, tanto no grupo que realizou atividades cognitivas, como no grupo que praticou atividades físicas (tabela 2). Assim, verifica-se que as intervenções não promoveram diferenças estatisticamente significativas nos resultados relativos aos sintomas depressivos e nem à capacidade cognitiva geral de seus participantes.
Tabela 2. Comparação entre o pré-teste e o pós-teste dos grupos de AC e AF
Média dos Escores |
Pré-teste |
Pós-teste |
p |
GDS-15 (AC) |
4,40 |
4,00 |
,854 |
GDS-15 (AF) MEEM (AC) MEEM (AF) |
6,00 18,80 19,00 |
5,00 20,00 19,00 |
,180 ,416 1,000 |
Nota: Diferença estatística significativa onde p<0,05 (Teste Wilcoxon).
Através da tabela 3, verificam-se os resultados de todos os participantes na medida de rastreamento de demência (MEEM) obtidos nas avaliações antes e após as intervenções. Constata-se que, dentre os dez participantes, cinco tiveram ganhos em seus escores após as intervenções, outros quatro participantes tiveram declínio em seus escores e apenas um participante manteve sua pontuação antes e após as intervenções. A variação mais expressiva, se observadas as médias dos participantes dentro de seus grupos, ocorreu no grupo de AC, que na avaliação inicial apresentou uma média de 18,80 (DP= 2,28), tendo obtido após a intervenção uma média igual a 20 (DP= 3,32). Já no grupo de AF não houve alteração na média após as treze sessões, que permaneceu 19 antes (DP= 4,85) e depois (DP= 3,67).
Tabela 3. Escores individuais obtidos no MEEM e na GDS-15 antes e após as intervenções
Participante |
Grupo |
MEEM Antes |
MEEM Depois |
MEEM D – A |
GDS-15 Antes |
GDS-15 Depois |
GDS-15 D – A |
1 (Jade) |
AC |
21 |
25 |
+4 |
1 |
1 |
↔ |
2 (Rubi) |
AC |
19 |
21 |
+2 |
3 |
5 |
+2 |
3 (Citrino) |
AC |
20 |
17 |
-3 |
4 |
2 |
-2 |
4 (Safira) |
AC |
15 |
20 |
+5 |
10 |
4 |
-6 |
5 (Esmeralda) |
AC |
19 |
17 |
-2 |
4 |
8 |
+4 |
6 (Turmalina) |
AF |
27 |
24 |
-3 |
2 |
2 |
↔ |
7 (Ametista) |
AF |
18 |
21 |
+3 |
4 |
3 |
-1 |
8 (Pérola) |
AF |
14 |
15 |
+1 |
7 |
3 |
-4 |
9 (Berilo) |
AF |
17 |
16 |
-1 |
8 |
8 |
↔ |
10 (Ágata) |
AF |
19 |
19 |
↔ |
9 |
9 |
↔ |
Nota: N=10. Nomes fictícios. Grupo: AC (Atividade Cognitiva), AF (Atividade Física). MEEM: Mini-Exame do Estado Mental.
GDS-15: Escala de Depressão em Geriatria. Antes: avaliação inicial. Depois: avaliação final, após as respectivas intervenções.
D – A: Escore final menos escore inicial. ↔: escore não alterado.
A tabela 3 também demonstra os escores de todos os participantes na medida de depressão (GDS-15) obtidos nas avaliações antes e após as intervenções. Observa-se que houve a diminuição da pontuação em quatro participantes, a manutenção do escore em quatro deles e o aumento em dois participantes. Nesta medida, a diminuição do escore indica a diminuição dos sintomas depressivos, e aqui, portanto, percebe-se que as intervenções mantiveram ou melhoraram os sintomas depressivos em oito participantes. Ao considerar os participantes em seus respectivos grupos, o grupo de AC diminuiu sua média de 4,40 (DP= 3,36) para 4,00 (DP= 2,74). Já o grupo de AF teve a variação mais expressiva, pois iniciou com média de 6,00 pontos (DP= 2,92), tendo após a intervenção apresentado média de 5,00 (DP= 3,24).
Discussão
Diferenças estatisticamente significativas que indiquem que os programas de estimulação tenham produzido efeitos significativos nas variáveis não foram encontradas. Ainda assim, diferenças nos resultados após os programas de estimulação foram encontradas em cada grupo e entre os participantes, quando estes foram analisados individualmente. De maneira geral, percebeu-se após as intervenções uma tendência à melhora da capacidade cognitiva geral e diminuição de sintomas depressivos dos participantes.
Constata-se que em relação à capacidade cognitiva geral, a maioria (n=6) dos participantes apresentou aumento ou manteve seu escore após as intervenções. Quando observadas as médias dos grupos, verificou-se uma variação na média do MEEM apenas para o grupo de AC na avaliação final (houve um acréscimo de 1,2 pontos), variação esta expressiva se comparável ao grupo de AF, que manteve a mesma média (19,00) em ambas as avaliações. O fato de o programa de atividades cognitivas ter produzido maiores efeitos positivos na capacidade cognitiva de seus participantes, pode estar relacionado ao seu tempo de duração, maior que o tempo do programa de atividades físicas, e mesmo pode estar relacionado à natureza do programa que visava estimular os processos cognitivos propriamente ditos.
Os escores no MEEM mostram que os participantes 1, 2, 6 e 9, segundo dados obtidos num estudo de normatização na população de 18 até mais de 85 anos de idade (Crum, Anthony, Basset & Folstein, 1993), estariam dentro do esperado para sua faixa etária e escolaridade. Interessante que as participantes 4 e 7 na avaliação inicial demonstraram comprometimento cognitivo, mas na avaliação final apresentaram escores esperados para suas faixas etárias e escolaridade. Entretanto, as participantes 5, 8 e 10, em ambas as avaliações demonstraram estar um pouco abaixo do esperado para sua faixa etária e escolaridade, indicando comprometimento cognitivo. Por sua vez, é necessário atentar para o participante 3, que na pré-avaliação estava com uma pontuação esperada no MEEM, mas na avaliação final obteve uma queda em sua pontuação que já deflagra um declínio na sua capacidade cognitiva.
Assim, percebe-se a importância que os programas de estimulação tiveram na saúde cognitiva dos idosos institucionalizados, melhorando ou realizando a manutenção da capacidade cognitiva da maioria dos participantes e até mesmo atenuando o comprometimento cognitivo (deflagrado pelo MEEM) em duas participantes. Cabe destacar que mesmo naqueles em que se constata comprometimento e declínio cognitivo, programas de estimulação são necessários e urgentes com vistas a manter as funções existentes e permitir que elas compensem as funções comprometidas. Nesses casos, contudo, medidas de curto prazo devem ser tomadas, e essas mantidas por um período mais extenso do que o proposto e realizado com os participantes do presente estudo. Assim, presumi-se que se os programas de estimulação tivessem sido realizados com uma duração de tempo maior, mais diferenças seriam observadas nos escores do MEEM dos participantes, visto que como já confirmado, atividades físicas e exercícios de estimulação cognitiva estão relacionados positivamente à saúde cognitiva de idosos (Scarmeas et al., 2001; Wilson et al., 2002; Shephard, 2003; Butler et al., 2004; Ferrucci et al., 2004).
Interessante que a média no MEEM no pré-teste foi um pouco menor para o grupo que realizou atividades cognitivas, que possui, em média, maior tempo de asilamento, e, por sinal, este mesmo grupo foi o que mais se beneficiou da intervenção no MEEM. Especula-se que o maior tempo de asilamento fez com que a baixa estimulação proporcionada pelo ambiente da instituição não possibilitasse que os idosos que ali vivem se mantessem cognitivamente engajados, acarretando num menor desempenho no pré-teste. Porém, depois de estimulados, os idosos tiveram ganhos na sua capacidade cognitiva. Tal fato reforça a necessidade de se oferecer programas de estimulação para idosos institucionalizados, para que os mesmos mantenham sua saúde cognitiva por mais tempo. Como Plati, Covre, Lukasova e Macedo (2006) ressaltam, atividades diárias de estimulação podem ser eficientes em minimizar as perdas cognitivas dos idosos institucionalizados.
A média da GDS-15 diminuiu na avaliação final nos dois grupos, sendo que a diminuição na média do grupo de AC foi de 0,40 e no grupo de AF de 1,00, sugerindo assim maior efetividade da prática de atividade física na diminuição de sintomas depressivos (apesar de não estatisticamente significativa). Como forma de interpretação para tais resultados, Peluso e Andrade (2005) sugerem que a atividade física seria responsável por atuar diretamente nos fatores psicológicos (distração, auto-eficácia e interação social) e nos fatores fisiológicos (aumento da transmissão sináptica das monoaminas e efeito inibitório da endorfina no sistema nervoso central) que resultariam, conseqüentemente, na melhora da ansiedade e do humor após a prática de atividade física.
Verificando os escores individuais, percebe-se que as intervenções mantiveram ou melhoraram os sintomas depressivos em oito participantes do estudo. O ponto de corte >5 para a GDS-15, de acordo com Almeida e Almeida (1999b), produziu índices de sensibilidade de 90,9% e de especificidade de 64,5% para diagnóstico de episódio depressivo maior de acordo com o DSM-IV. De acordo com tal ponto de corte, quatro participantes apresentaram escore indicativo de depressão no pré-teste. Posteriormente às intervenções, apenas dois desses quatro participantes continuaram com escores indicativos de depressão.
Cabe ressaltar que a melhora, em média, dos sintomas depressivos em ambos os grupos pode ser explicada por, além das atividades de estimulação, também por ambas serem realizadas em grupo, o que favorece a interação social. Inclusive Barbour e Blumenthal (2005) comentam que muitos estudos ainda sofrem de limitações metodológicas, pois se observa uma melhora no bem-estar psicológico, melhora da depressão e melhora da qualidade de vida, mas estas possivelmente promovidas pelos efeitos de uma maior interação social. Todavia, apesar das limitações, estudos indicam que intervenções cognitivas ajudam no aumento do bem-estar (Holderbaum, Rinaldi, Brandão & Parente, 2006) e a prática de atividade física está amplamente relacionada à diminuição de sintomas depressivos (Blumenthal et al., 1999; Cheik et al., 2003; Crabbe & Dishman, 2004; Guimarães & Caldas, 2006), tornando-a necessária junto à população idosa institucionalizada, que é, dentre a população idosa, a que mais sofre de sintomas depressivos (Porcu et al., 2002).
Considerações finais
As limitações do estudo, como o tamanho da amostra e tempos diferentes de intervenção, provavelmente contribuíram para a não significância estatística encontrada nos resultados. Cabe citar Salthouse (2006) que comenta que muitos dos resultados de pesquisas relativas à estimulação em idosos são derivados de dados não estatisticamente significativos, o que torna válido o questionamento atual sobre a influência do estímulo ambiental nos processos cognitivos dos idosos e igualmente válido o incentivo frente a novas pesquisas neste campo de investigação. Juntamente com a necessidade de que pesquisas e intervenções sejam feitas com a população idosa, inclusive com a institucionalizada, há a necessidade de que uma nova concepção do idoso seja formada. De modo apropriado, novos estudos das neurociências têm contribuído para uma nova visão sobre o envelhecimento ao pensar e sugerir estratégias que servem de fator protetor para a saúde cognitiva (Silver et al., 2001; Erickson & Barnes, 2003; Argimon & Stein, 2005) mostrando que declínio cognitivo não é uma conseqüência inevitável do processo de envelhecer. Imprescindível, como Silvestre e Neto (2003) ressaltam, é o fato de que os profissionais não devem aceitar apenas a longevidade do ser humano como a principal conquista da humanidade contemporânea, e, portanto, devem lutar para que o idoso tenha garantida uma vida com qualidade, felicidade e ativa participação em seu meio.
É cabível complementar que o apoio aos idosos praticado no Brasil ainda é bastante precário, e este apoio e dedicação não cabem somente aos profissionais que lidam com essa temática. O Estado possui um papel preponderante na promoção, proteção e recuperação da saúde do idoso (Gordilho et al., 2001), e por isso, apesar de priorizar o cuidado familiar e colocar a institucionalização em segundo plano, deve dar conta de buscar formas de promover, proteger e recuperar o idoso que se encontra mais fragilizado e esquecido, que é o idoso institucionalizado. Para Zaitune, Barros, César, Carandina e Goldbaum (2007), as políticas públicas voltadas à promoção de qualidade de vida devem privilegiar, em especial, os segmentos socialmente mais desfavorecidos evitando um crescimento das desigualdades sociais na morbi-mortalidade e assegurando maior eqüidade na adoção de comportamentos favoráveis à saúde.
Por fim, apesar da estimulação realizada através de atividades cognitivas e físicas ser apenas um dos meios coadjuvantes para se alcançar maior bem-estar e qualidade de vida aos idosos institucionalizados, ainda assim sua prática deve ser incentivada. Os resultados encontrados na pesquisa confirmam a hipótese de que programas de estimulação, e neste caso, prática de atividades cognitivas e atividades físicas, produzem efeitos positivos (embora não estatisticamente significativos) na capacidade cognitiva geral e na depressão de idosos institucionalizados. Outros estudos internacionais e nacionais que investigam programas de estimulação e igualmente encontram tendências de melhora cognitiva dos participantes, também parecem ter dificuldade para encontrar resultados estatisticamente significativos (Clare & Woods, 2004). Assim, é urgente a necessidade de mais pesquisas na área que comprovem a relação entre estimulação e saúde cognitiva. O aumento da população idosa, a demanda crescente pela institucionalização de idosos e a realidade dessa institucionalização demandam um trabalho sério dos pesquisadores e profissionais da área que se preocupam com a qualidade de vida da população e com o bem-estar daqueles que já fizeram muito e podem continuar a fazer. Garantir um envelhecimento saudável cabe não somente a nós, mas a toda sociedade, que deve estabelecer prioridades. A ciência mostra as diretrizes, mas optar por seguí-las dependerá também de oportunidades.
Referências bibliográficas
Almeida, O.P. (1998). Mini Exame do Estado Mental e o Diagnóstico de Demência no Brasil. Arquivos de Neuropsiquiatria, 56 (3B), 605-612.
Almeida, O.P. & Almeida, S.A. (1999). Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arquivo Neuropsiquiatria, 57 (2-B), 421-426.
Almeida, O.P. & Almeida, S.A. (1999b). Short versions of the Geriatric Depression Scale: A study of their validity for the diagnosis of major depressive episode according to ICD-10 and DSM-IV. Internacional Journal of Geriatric Psychiatry, 14 (10), 858-65.
Argimon, I.I.L. & Stein, L.M. (2005). Habilidades cognitivas em indivíduos muito idosos: um estudo longitudinal. Caderno de Saúde Pública, RJ, 21 (1), 64-72.
Barbour, K.A. & Blumenthal, J.A. (2005). Exercise training and depression in older adults. Neurobiology of Aging, 26 (1), 119-123.
Bertolucci, P.H.F., Brucki, S.M., Campacci, S.R. & Juliano, Y. (1994). O mini-exame do estado mental: impacto da escolaridade. Arquivos de Neuropsiquiatria, 52, 1-7.
Blumenthal, J.A., Babyak, M.A., Moore, K.A., Craighead, W.E., Herman, S., Khatri, P., Waugh, R., Napolitano, M.A., Forman, L.M., Appelbaum, M., Doraiswamy, P.M. & Krishnan, K.R. (1999). Effects of Exercise Training on Older Patients With Major Depression. Archives of International Medicine, 159, 2349-2356.
Born, T. & Boechat, N.S. (2006). A qualidade dos cuidados ao idoso Institucionalizado. In: Freitas, E.; Py, L.; Cançado, F.; Doll, J. & Gorzoni, M. (Orgs.), Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Butler, R.N., Forette, F. & Greengross, B.S. (2004). Maintaining cognitive health in an ageing society. The Journal of The Royal Society for the Promotion of Health (JRSH), 124 (3), 119-121.
Chaimowicz, F. & Greco, D. B. (1999). Dinâmica da institucionalização de idosos em Belo Horizonte, Brasil. Revista de Saúde Pública, 33 (5), 454-60.
Clare, L. & Woods, R.T. (2004). Cognitive rehabilitation and cognitive training for early-stage Alzheimer´s disease and vascular dementia. Neuropsychological Rehabilitation, 14 (4), 385-401.
Coutinho, M.P.L., Gontiès, B., Araújo, L.F. & Sá, R.C.N. (2003). Depressão, um sofrimento sem fronteira: representações sociais entre crianças e idosos. Psico-USF, 8 (2), 183-192.
Cheik, N.C., Reis, I.T., Heredia, R.A.G., Ventura, M.L., Tufik, S., Antunes, H.K.M., & Mello, M.T. (2003). Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. Revista Brasileira de Ciências e Movimento, 11(3), 45-52.
Crabbe, J.B. & Dishman, R.K. (2004). Brain electrocortical activity during and after exercise: A quantitative synthesis. Psychophysiology, 41, 563-574.
Crum, R.M.; Anthony, J.C.; Basset, S.S. & Folstein, M.F. (1993). Population-based norms for the Mini-Mental State Examination by age and educational level. JAMA, 269(18), 2386-91.
Das Gupta, K.M.D. (2001). Tratamento de Depressão em pacientes idosos. JAMA Brasil, 5(1), 69-76.
Erickson, C.A. & Barnes, C.A. (2003). The neurobiology of memory changes in normal aging. Experimental Gerontology, 38, 61–69.
Ferrucci, L., Guralnik, J.M., Studenski, S., Fried, L.P., Cutler, G.B. & Walston, J.D. (2004). Designing randomized, controlled trials aimed at preventing or delaying functional decline and disability in frail, older persons: a consensus report. Journal of American Geriatric, 52, 625-34.
Gold, D.P., Andres, D., Etezadi, J., Arbuckle, T., Schwartzman, A. & Chaikelson, J., (1995). Structural equation model of intellectual change and continuity and predictors of intelligence in older men. Psychology & Aging, 10 (2), 294–303.
Gordilho, A.; Nascimento, J.S.; Silvestre, J., Ramos, L.R.; Freire, M.P.A.; Espindola, N.; Maia, R.; Veras, R. & Karsch, U. (2001). Desafios a serem enfrentados no terceiro milênio pelo setor saúde na atenção integral ao idoso. BAHIA ANÁLISE & DADOS Salvador - BA SEI, 10 (4), 138-153.
Greenlees, I., Thelwell, R. & Holder, T. (2006). Examining the efficacy of the concentration grid exercise as a concentration enhancement exercise. Psychology of Sport and Exercise, 7, 29-39.
Guimarães, J.M.N. & Caldas, C.P. (2006). A influência da atividade física nos quadros depressivos de pessoas idosas: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Epidemiologia, 9(4), 481-492.
Holderbaum, C.S., Rinaldi, J., Brandão, L. & Parente, M.A.M.P. (2006) A intervenção cognitiva para pacientes portadores de demência do tipo Alzheimer. In: Parente, M.A.M.P...[et al.] (Orgs.), Cognição e Envelhecimento (pp.259-273). Porto Alegre: Artmed.
Hultsch, D.F., Hertzog, C., Small, B. J. & Dixon, R.A. (1999). Use it or lose it: Engaged lifestyle as a buffer of cognitive decline in aging? Psychology and Aging, 14, 245-263.
Laks, J., Batista, E.M.R., Guilherme, E.R.L., Contino, F.M.E., Figueira, I. & Engelhardt, E. (2003). O mini exame do estado mental em idosos de uma comunidade: dados parciais de Santo Antonio de Pádua, Rio de Janeiro. Arquivos de Neuropsiquiatria, 61(3), 782-785.
Lourenço, R.A. & Veras, R.P. (2006) Mini-Exame do Estado Mental: características psicométricas em idosos ambulatoriais. Revista de Saúde Pública, 40 (4), 1-8.
McLullich, A.M.J., Deary, I.J., Starr, J.M., Ferguson, K.J., Wardlaw, J.M. & Seckl, J.R. (2005). Plasma cortisol levels, brain volumes and cognition in healthy elderly men. Psychoneuroendocrinology, 30, 505-515.
Néri, A. L. (1993). Qualidade de vida e idade madura. Campinas: Papirus.
Okumiya, K., Morita,Y., Nishinaga, M., Osaki, Y., Doi, Y., Ishine, M., Wada, T., Ozawa, T. & Matsubayashi, K. (2005). Effects of group work programs on community-dwelling elderly people with age-associated cognitive decline and/or mild depressive moods: A Kahoku Longitudinal Aging Study. Geriatrics and Gerontology International, 5, 267–275.
Peluso, M.A.M. & Andrade, L.H.S.G. (2005). Physical activity and mental health: the association between exercise and mood. Clinics, 60, 61-70.
Plati, M.C.F., Covre, P., Lukasova, K. & Macedo, E.C. (2006). Sintomas depressivos e desempenho cognitivo nos idosos: relações entre institucionalização e realização de atividades. Revista Brasileira de Psiquiatria, 28 (2), 118-21.
Porcu, M., Scantamburlo, V.M, Albrecht, N.R., Silva, S.P., Vallim, F.L., Araújo, C.R., Deltreggia, C. & Faiola, R.V. (2002). Estudo comparativo sobre a prevalência de sintomas depressivos em idosos hospitalizados, institucionalizados e residentes na comunidade. Acta Scientiarum, Maringá, 24(3), 713-717.
Salthouse, T.A. (2006). Mental Exercise and Mental Aging: Evaluating the Validity of the “Use It or Lose It” Hypothesis. Perspectives on Psychological Science, 1(1), 68-87.
Scarmeas, N., Levy, G., Tang, M., Manly, J. & Stern, Y. (2001). Influence of leisure activity on the incidence of Alzheimer’s disease. Neurology, 57 (12), 2236–2242.
Scarmeas, N., Zarahn, E., Anderson, K.E., Habeck, C., Hilton, J., Flynn, J., Marder, K., Bell, K., Sackeim, H., Van Heertum, R., Moeller, J.R. & Stern, Y. (2003). Association of life activities with cerebral blood flow in Alzheimer’s disease: implications for the cognitive reserve hypothesis. Archives of Neurology, 60 (3), 359-365.
Schaie, K.W. (2005). Developmental influences on adult intelligence: The Seattle Longitudinal Study. Oxford, UK: Oxford University Press.
Shephard, R.J. (2003). Envelhecimento, Atividade Física e Saúde. Tradução: Maria Aparecida da Silva Pereira. São Paulo: Phorte.
Silver, M.H., Jilinskaia, E. & Perls, T.T. (2001). Cognitive functional status of age-confirmed centenarians in a population-based study. Journal of Gerontology B Psychological Sciences Soc Sci, 56, 134-40.
Silvestre, J.A. & Neto, M.M.C. (2003). Abordagem do idoso em programas de saúde da família. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19 (3), 839-847.
Wang, J.J, Snyder, M. & Kaas, M. (2001). Stress, loneliness, and depression in Taiwanese rural community-dwelling elders. International Journal of Nursing Studies, 38, 339-347.
Wilson, R.S., Mendes de Leon, C.F., Barnes, L.L., Schneider, J.A., Bienias, J.L., Evans, D.A. & Bennett, D.A. (2002). Participation in cognitively stimulating activities and risk of incident Alzheimer disease. Journal of the American Medical Association, 287(6), 742-748.
Yesavage, J.A; Brink, T.L; Rose, O.L.V.H., Adey, M. & Leirer, V.O. (1983). Developmental and validation of a geriatric depression screening scale: a preliminary report. Journal of Psychiatric Research, 17(1), 37-49.
Zaitune M.P.A.; Barros, M.B.A.; César, C.L.G.; Carandina, L. & Goldbaum, M. (2007). Fatores associados ao sedentarismo no lazer em idosos, Campinas, São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 23(6), 1329-1338.
Zauszniewski, J. A., Eggenschwiler, K., Preechawong, S., Chung, C., Airey, T.F., Wilke, P.A., Morris, D.L. & Roberts, B.L. (2004). Focused Reflection Reminiscence Group for Elders: Implementation and Evaluation. The Journal of Applied Gerontology, 23(4), 429-442.
Outros artigos em Portugués
revista
digital · Año 13 · N° 129 | Buenos Aires,
Febrero de 2009 |