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Estilo de vida de um estudante da rede pública de ensino 

no município do Rio de Janeiro. Um estudo de caso

 

*Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis, SC

**Escola Nacional de Ciências Estatísticas - Rio de Janeiro – RJ

Centro Federal de Educação Tecnológica em Química, RJ – UnED, Paracambi

(Brasil)

Vladimir Schuindt da Silva*

vladimirschuindt@hotmail.com

Israel Souza**

isra.sza@gmail.com

 

 

 

Resumo

          Objetivo: Analisar o estilo de vida de um estudante da rede pública do ensino médio do município do Rio de Janeiro baseado em um estudo de caso. Métodos: O caso foi composto por um estudante da rede pública do ensino médio do município do Rio de Janeiro com idade de 18 anos. As variáveis analisadas no estudo foram: massa corporal, estatura, índice de massa corporal. Para avaliar o estilo de vida e o nível de atividade física, foram utilizados dois questionários auto-administrados, "Pentáculo do Bem-Estar” e o IPAQ, respectivamente. Resultados: Os resultados demonstraram que o IMC e o IPAQ se apresentaram fora dos padrões recomendados para a saúde. Quanto ao estilo de vida individual, foi observado um estilo de vida classificado como "Regular" para a saúde. Uma classificação "Regular” para o estilo de vida, independente de uma análise dos domínios em separado, implica na necessidade de mudanças nos domínios referentes à nutrição, atividade física e relacionamento social especificamente neste caso. Conclusão: Os achados encontrados no presente estudo reforçam a idéia de que, as pessoas estão aderindo a hábitos cada vez mais sedentários, associado à inadequação nutricional, demonstrando dessa forma, um estilo de vida inadequado para a saúde.

          Unitermos: Estilo de vida. Atividade física. Saúde.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 129 - Febrero de 2009

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Introdução

    As transformações ocorridas nas últimas décadas, rotuladas genericamente de globalização, modificaram o relacionamento do ser humano com seu ambiente. O impulso das novas tecnologia de comunicação e informação (TIC's) proporcionaram o vislumbre de uma nova era onde o tempo livre e a busca incessante por informação e conhecimento seriam predominantes.

    No Brasil, muitas dessas modificações podem ser notadas. Segundo o IBGE1, o país passou de rural a urbano, a tecnologia alcançou muitos dos domicílios, a população vive mais, e a fecundidade caiu abaixo dos níveis de reposição. Tais características, sobre a alcunha de transição demográfica, já eram marcantes em países desenvolvidos2.

    Esses fatores tem contribuído para a alteração do estilo de vida de indivíduos e comunidades, quer para o benefício ou malefício deles/delas.

    O estilo de vida é caracterizado por padrões de comportamento identificáveis que podem ter um efeito profundo na saúde dos seres humanos, além de estar relacionado com diversos aspectos que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas3.

    A atividade física e os hábitos alimentares são dois elementos do estilo de vida que desempenham um papel significativo na promoção da saúde e na prevenção de doenças4. Além disso, outros elementos do estilo de vida são também importantes para a saúde e o bem-estar, tais como: evitar o uso de cigarros, possuir um bom relacionamento com a família e amigos, evitar o consumo de álcool, praticar sexo seguro, controlar o estresse, além da necessidade de se ter uma visão otimista e positiva da vida5.

    A atividade física e saúde vêm se constituindo em uma das mais importantes áreas de estudo e pesquisa. Isso se evidencia pela enorme quantidade de ensaios experimentais que vem sendo publicados, cujos principais interesses se resumem em verificar os efeitos benéficos da atividade física sob variáveis fisiológicas, metabólicas, morfológicas e psicológicas6.

    Apesar das evidências positivas da saúde com relação ao estilo de vida e à atividade física, observa-se que as pessoas não seguem um estilo de vida adequado. Assim, os índices de inatividade física são elevados e as doenças crônicas degenerativas constituem ainda a principal causa de morte7.

    No Brasil, dados recentes publicados pelo Ministério da Saúde, demonstraram que a inatividade física entre adultos varia de 21,6% a 35,1% nas capitais8. Atrelados a esse contexto, se verifica, que com o processo da industrialização tem ocorrido uma tendência no número de pessoas que se tornam sedentárias, sendo a atividade física do lazer substituída por hábitos predominantemente sedentários (jogar videogame, ouvir música ou simplesmente navegar na internet)9,10.

    De Acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003, todas as regiões do Brasil apresentaram percentuais acima de 30% de indivíduos com sobrepeso, quer seja homem ou mulher, chegando ao percentual de 45% na Região Sul, classificação esta obtida com a utilização do índice de Massa Corporal (IMC)11. A Figura 1 ilustra tal situação.

Figura 1. Percentual de indivíduos com sobrepeso nas regiões brasileiras

Fonte: Elaborado a partir de IBGE, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003.

Rio de Janeiro, Brasil, 2004.

    Verifica-se ainda que o percentual de obesos varia de 6,7% (homens no Nordeste) a 15,1% (mulheres no Sul)11. A tabela 1 detalha esta informação.

Tabela 1. Distribuição percentual do IMC por sexo e região do País

Região

Sexo

% Baixo Peso

% Normal

% Sobrepeso

%Total

% Pré-Obesidade

% Obeso

Norte

Homem

2.4

61.7

35.9

28.2

7.7

 

Mulher

5.2

59.8

35

24.4

10.6

Nordeste

Homem

3.5

63.6

32.9

26.2

6.7

 

Mulher

6.2

55

38.8

27.1

11.7

Sudeste

Homem

2.8

52.8

44.4

34.4

10

 

Mulher

5

54.3

40.7

26.9

13.8

Sul

Homem

2

51.8

46.2

36.1

10.1

 

Mulher

3.7

52.9

43.4

28.3

15.1

Centro-Oeste

Homem

2.4

54.2

43.4

34.8

8.6

 

Mulher

6.2

56.7

37.1

26.5

10.6

Fonte: Elaborado a partir de IBGE, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 (2004)

    Os níveis crescentes de agraves à saúde, acometidos em indivíduos jovens, desencadeados pela manutenção de hábitos de vida inadequados, refletem nas mais diversas esferas sociais, inclusive nos ambientes escolares, onde os indivíduos são submetidos à uma carga extenuante de estudos predominantemente na posição sentado, com pouca ou quase nenhuma possibilidade de movimentação.

    Nesta situação, especificamente no Ensino Médio, os poucos momentos de liberdade de movimentos encontram-se nos intervalos das aulas, para as refeições, denominadas de lanche que em geral são de péssima qualidade como já descrito por diversos autores, caracterizam-se por omissão de refeições, freqüente consumo de alimentos ricos em lipídios e carboidratos simples, consumo excessivo de refrigerantes, ingestão de alimentos muito energéticos e insuficiência de determinados nutrientes12. Durante o período escolar um outro momento propício para atividades seria a aula de Educação Física13, no entanto a mesma ocorre, na maioria das instituições, apenas em dois tempos de aula de 50 minutos geminados num único dia.

    Assim, o presente estudo buscou analisar o estilo de vida e o nível de atividade física de um estudante de 18 anos de idade, pertencente a rede pública do ensino médio do município do Rio de Janeiro.

    Tal escolha se deve ao fato do indivíduo analisado encontrar-se na adolescência (10 a 19 anos), na fase final que compreende o término da fase de crescimento e de desenvolvimento morfológico (15 a 19 anos), concretizando a transição para a vida adulta14,15.

Métodos

    Os dados foram coletados em julho de 2008. O presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa descritiva na forma de estudo de caso, pois fornece informações detalhadas sobre um indivíduo16.

    O caso foi composto por um estudante da rede pública do ensino médio do município do Rio de Janeiro, do sexo masculino, com idade de 18 anos. Antes da coleta dos dados, foi explicado para o estudante sobre os objetivos, procedimentos, confidencialidade e metodologia do estudo. Na seqüência o sujeito assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a sua participação na pesquisa.

    A massa corporal foi determinada por meio de uma balança antropométrica digital, da marca Filizola, graduada de 0 a 150 kg, com precisão de 0,1 kg, e a estatura por meio de um estadiômetro portátil fixado à parede, da marca Sanny, graduado de 0 a 200 cm, com escala de precisão de 0,1 cm17. A partir dessas informações foi obtido o índice de massa corporal (IMC) calculado por meio do quociente

IMC = Massa / Estatura2

    sendo a massa corporal expressa em quilogramas (kg) e a estatura em metros (m);

    Para a determinação do estilo de vida individual e nível de atividade física foram utilizados dois questionários auto-administrados: Pentáculo do bem-estar18 e o IPAQ (Questionário Internacional de Atividade Física) versão curta19 , respectivamente.

    O questionário do pentáculo destaca as características do estilo de vida relacionadas ao bem-estar de acordo com cinco componentes: nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamentos e controle do estresse. Cada item contém três afirmações, numeradas de 1 a 3, nas quais o indivíduo manifestará sobre cada afirmação considerando a escala de 0 a 3 pontos, em que 0 significa “não faz parte” do cotidiano, 1 significa “às vezes faz parte”, 2 significa “quase sempre” e 3 significa “sempre faz parte” do cotidiano do indivíduo.

Figura 2. O Pentáculo do Bem-Estar

Fonte: Nahas, Barros & Francalacci, 2000

    O preenchimento do pentáculo deverá ser realizado sempre do centro para as bordas. Assim, se a resposta do indivíduo for 0 nenhuma parte do pentáculo será preenchida. Respondendo 1 deve-se preencher a parte mais interna. Sendo a resposta 2 preenche-se a parte interna e a do meio, e se a resposta for 3 preenche-se a parte interna, a do meio e a externa.

    Para efeitos de classificação é anotada a média calculada pela divisão da quantidade de pontos obtidos pelo número de questões do pentáculo (15), assim temos:

  • De 0 a 0.99: Índice Negativo de Bem-Estar

  • De 1 a 1.99: Índice regular de Bem-Estar

  • De 2 a 3: Índice positivo de Bem-Estar

    O IPAQ é um instrumento com coeficientes de validade e reprodutibilidade similares a de outros instrumentos, com a vantagem de sua forma curta ser prática, rápida e possibilitar levantamentos de grandes grupos populacionais. A partir dos resultados obtidos no IPAQ podemos classificar os indivíduos em 5 categorias: Sedentário, Insuficientemente Ativo A, Insuficientemente Ativo B, Ativo, Muito Ativo.

Sedentário

    Não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.

Insuficientemente ativo

  1. realiza atividade física por pelo menos 10 minutos por semana, porém insuficiente para ser classificado como ativo. Pode ser dividido em dois grupos: Atinge pelo menos um dos critérios da recomendação. Freqüência: 5 dias/ semana ou Duração: 150 minutos/ semana.

  2. Não atingiu nenhum dos critérios da recomendação.

Ativo

    Cumpriu as recomendações:

  1. vigorosa: > 3 dias/ semana e > 20 minutos por sessão;

  2. moderada ou caminhada: > 5 dias/ semana e > 30 minutos por sessão;

  3. qualquer atividade somada: > 5 dias/ semana e > 150 minutos/ semana (caminhada + moderada + vigorosa).

Muito Ativo

    Cumpriu as recomendações e:

  1. vigorosa: > 5 dias/ semana e > 30 minutos por sessão;

  2. vigorosa: > 3 dias/ semana e > 20 minutos por sessão + moderada e/ ou caminhada: > 5 dias/ semana e > 30 minutos por sessão.

Resultados

    O sujeito da pesquisa é um indivíduo jovem, 18 anos de idade, solteiro, sem filhos, mora com os pais. Atualmente cursa o terceiro ano do ensino médio na unidade do CEFET/ RJ de Maria da Graça, e somente é estudante, não exerce qualquer tipo de atividade laboral remunerada ou não, estuda 5 horas/ dia em média, na escola, entre as aulas do curso técnico, oferecido pela própria instituição, e entre as aulas referentes ao ensino médio de caráter geral.

    No que se refere ao Índice de Massa Corporal, o sujeito foi classificado como sobrepeso (IMC= 28,00 Kg/ m2), num quadro de pré-obesidade de acordo com a Organização Mundial de Saúde 15, 20, 21.

Tabela 2. Classificação dos pontos de corte para o IMC

Classificação

IMC (kg/m2)

Principais pontos de corte

Pontos de corte

adicionais

Baixo Peso

<18.50

<18.50

Desnutrição Crônica

<16.00

<16.00

Desnutrição

16.00 - 16.99

16.00 - 16.99

Baixo Peso

17.00 - 18.49

17.00 - 18.49

Peso normal

18.50 - 24.99

18.50 - 22.99

23.00 - 24.99

Sobrepeso

≥25.00

≥25.00

Pré-obesidade

25.00 - 29.99

25.00 - 27.49

27.50 - 29.99

Obesidade

≥30.00

≥30.00

Obesidade Grau I

30.00 - 34-99

30.00 - 32.49

32.50 - 34.99

Obesidade Grau II

35.00 - 39.99

35.00 - 37.49

37.50 - 39.99

Obesidade Grau III

≥40.00

≥40.00

Fonte: adaptado de WHO, 1995, WHO, 2000 e WHO 2004.

    Ao considerarmos a estimativa da distribuição dos percentis do IMC para jovens moradores do Rio de Janeiro, verificamos que se encontra no grupo percentil superior a 95% 11. Tal fato mostra a situação crítica em termos de sáude quando comparado aos indivíduos da mesma faixa etária.

Tabela 3. Estimativas dos percentis do IMC de adolescentes de 16 a 18 anos de idade

Idade

5%

10%

25%

50%

75%

90%

95%

16 anos

18.15

18.74

19.51

20.37

21.39

22.40

23.58

17 anos

19.21

19.62

19.84

20.72

21.77

22.69

23.61

18 anos

19.56

19.81

20.25

21.01

22.27

23.48

24.95

Fonte: IBGE, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003. (2004)

    Com relação as características do estilo de vida relacionadas ao bem-estar de acordo com cinco componentes (nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamentos e controle do estresse), ao se observar a figura 1 é possível visualizar melhor o quadro comportamental do perfil do estilo de vida individual do sujeito.

Figura 3. Representação do perfil do estilo de vida do avaliado

Fonte: dados da pesquisa

    Com relação ao estilo de vida o indivíduo foi classificado com um índice regular de Bem-estar (média de 1,20), mas com visível comportamento deletério a sua saúde.

    No IPAQ as atividades são divididas em caminhadas, apenas consideradas se pelo menos ocorrerem durante dez minutos contínuos; moderadas são as que precisam de algum esforço físico e que fazem as pessoas respirar um pouco mais forte que o normal, como quando carregam pesos leves, limpam vidros, varrem, limpam o chão, pedalam, nadam a velocidade regular, jogam bola, vôlei, basquete, tênis; vigorosas são as caminhadas que precisam de grande esforço físico e que fazem respirar muito mais forte que o normal, como trabalho de construção pesada, carregar grandes pesos, trabalhar com enxadas, subir escadas, carpir, lavar o quintal, esfregar o chão, correr, fazer aeróbicos, nadar rápido, pedalar rápido ou fazer jogging. Dessa forma o resultado obtido pelo indivíduo foi a classificação de Insuficientemente Ativo A.

Discussão e considerações finais

    De acordo com os valores encontrados para o IMC, o sujeito encontra-se acima dos padrões recomendados para a saúde, sendo que a Organização Mundial da Saúde3 classifica como sobrepeso, as pessoas adultas que apresentam valores de IMC entre 25,0 e 29,9kg/ m2.

    É evidenciado na literatura que o IMC elevado está diretamente associado aos distúrbios cardiovasculares e metabólicos. Nas últimas décadas, inúmeros estudos têm utilizado o IMC para verificar a prevalência de sobrepeso e obesidade em diferentes populações e faixas etárias.

    O perfil do estilo de vida individual do sujeito do estudo, através da análise de todas as dimensões, com exceção da dimensão comportamento preventivo, sugere uma situação deletéria ao estado geral e comportamental do mesmo. Nesse sentido uma adoção diferenciada à hábitos mais saudáveis, adotando rotinas de atividade física regular, mesmo de intensidade moderada, pode ser benéfico para sua saúde e bem-estar, bem como à pessoas inativas fisicamente (sedentárias) ou irregularmente ativas, tal como o caso investigado.

    Uma dieta adequada favorece ao indivíduo um pleno funcionamento do seu organismo, refletindo dessa maneira de forma positiva nos mais diversos atos do dia-a-dia, dessa forma, interessante seria incluir cinco porções ou mais de frutas e hortaliças na sua alimentação diária e/ ou realizar quatro a cinco refeições variadas durante o dia.

    Níveis cada vez mais elevados de stress parecem estar presentes de forma exacerbada nas sociedades em geral, medidas simples de serem adotadas como reservar minutos de nossos dias para relaxarmos poderia minorar os efeitos negativos à vida da grande maioria das pessoas, incluindo neste ínterim o caso investigado. Num período de dois anos, seis em cada dez americanos alegaram terem passado por pelo menos um período de stress, enquanto que, aproximadamente, um em cada cinco apresentou grande stress quase diariamente, relatando sentimentos negativos como sensação de solidão, nervosismo, aborrecimento e tédio 22.

    De acordo com a Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte os benefícios da atividade física regular incluem um estado reduzido de ansiedade, níveis diminuídos de depressão leve a moderada, redução na neurose, auxilio no tratamento da depressão severa, redução no índice de stress e a promoção dos efeitos emocionais benéficos para todas as idades e de ambos os sexos 23.

    Um nível satisfatório de relacionamento social como manter níveis de equilíbrio adequado entre sua vida profissional e pessoal/ familiar, pode ser alcançado por um indivíduo, através de uma condição física adquirida pela prática regular de atividade física, melhorando assim o seu auto-conceito e a auto-eficácia, fazendo com que o indivíduo esteja mais apto e disposto a se relacionar com as pessoas 24, 25.

    O sedentarismo é reconhecido como um dos principais fatores de risco modificáveis para o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas não-transmissíveis nas sociedades ocidentais26. Apesar disso, um grande contingente populacional não apresenta os padrões mínimos de atividades físicas recomendadas para a manutenção do estado de saúde 27.

    Com base nos resultados apresentados, conclui-se que, o estilo de vida do estudante da rede pública do ensino médio do município do Rio de Janeiro foi classificado como regular. O nível de atividade física não atende as recomendações da mesma forma para o IMC. Sendo que mudanças nos hábitos referentes aos aspectos da nutrição, atividade física, relacionamento, controle do stress, controle do peso corporal são necessários.

Referências

  1. IBGE. PNAD 2007: Síntese de Indicadores. Rio de Janeiro, 2008.

  2. Alves JED. A Polêmica Malthus versus Condorcet reavaliada à luz da transição demográfica. Textos para discussão. n 4, Rio de Janeiro : Escola Nacional de Ciências Estatísticas, 2002.

  3. World Health Organization. Health promotion glossary. Geneva, 1998.

  4. Blair SN, Horton E, Leon AS. Physical activity, nutrition and chronic disease. Med Sci Sports Exerc 1996;28(3):335-49.

  5. Canadian Society for Exercise Physiology. The Canadian Physical Activity, Fitness and Lifestyle Appraisal: CSEP's guide to health active living. 2ª edição. Ottawa: CSEF, 1998.

  6. Colditz GA, Mariane A. O custo da obesidade e do sedentarismo nos Estados Unidos. In: Bouchard C. Atividade física e obesidade. São Paulo: Manole, 2003.

  7. Pinto VLM, Meirelles LR, Farinatti PTV. Influência de programas não-formais de exercícios (doméstico e comunitário) sobre a aptidão física, pressão arterial e variáveis bioquímicas em pacientes hipertensos. Rev Bras Med Esporte. 2003;9(5):267-74.

  8. Ministério da Saúde: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. 2007. p.92.

  9. Glaner MF. Nível de atividade física e aptidão física relacionada à saúde em rapazes rurais e urbanos. Rev Paul Educ Fis 2002;16(1):76-85.

  10. Pate RR, Ross JG. Factors associated with health-related fitness. Journal of Physical Education, Recreation & Dance 1999;58(1):25-29.

  11. IBGE, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003. Rio de Janeiro, Brasil, 2004.

  12. Bismarck-Nasr EM, Frutuoso MFP, Gambardella AMD. Importância nutricional dos lanches na dieta de adolescentes urbanos de classe média. Pediatria (São Paulo) 2006;28(1):26-32.

  13. Souza I, Santos JMNJ, Couto CW, Souza I. Representação Social da Educação Física - A Perspectiva dos Alunos do Ensino Médio. In: VII Encontro Fluminense de Educação Física Escolar - Dificuldades e possibilidades da Educação Física Escolar no atual momento histórico. Niterói, 2003. p. 252-255.

  14. Organizacion Mundial de la Salud. La salud de los jóvenes: um reto y una esperanza. Genebra 1995.

  15. WHO. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Report of a WHO Expert Committee. WHO Technical Report Series 854. Geneva: World Health Organization, 1995.

  16. Thomas JR, Nelson JK. Métodos de pesquisa em atividade física. 3ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2002.

  17. Alvarez BR, Pavan AL. Alturas e comprimentos. In: Petroski EL. Antropometria: Técnicas e padronizações. 4ª edição. Blumenau: Nova Letra; 2007. p.31- 44.

  18. Nahas MV, Barros, M.V.G., Francalacci, V.L. O pentáculo do bem-estar: base conceitual para avaliação do estilo de vida de indivíduos ou grupos. Rev Bras de Ativ Física e Saúde 2000;5(2):48-59.

  19. Matsudo S, Araujo T, Matsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC et al. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Ativ Fis e Saúde 2001;6(2):05-18.

  20. WHO. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation. WHO Technical Report Series 894. Geneva: World Health Organization, 2000.

  21. WHO expert consultation. Appropriate body-mass index for Asian populations and its implications for policy and intervention strategies. The Lancet, 2004; 157-163.

  22. Nieman DC. Exercício e Saúde. São Paulo: Manole, 1999.

  23. Sharkey BJ. Condicionamento físico e saúde. 4ª edição. Porto Alegre: Artmed, 1998.

  24. Matsudo, S; Envelhecimento e atividade física. Londrina: Midiograf, 2001.

  25. Okuma, SS. O Idoso e a atividade física. 2ª edição. Campinas: Papirus, 2004.

  26. Bauman A, Craig, CL. The place of physical activity in the WHO Global Strategy on Diet and Physical Activity. Int J Behav Nutr Phys Act 2005;24:2-10.

  27. Matsudo, VKR, Matsudo, SMM. Evidências da importância da atividade física nas doenças cardiovasculares e na saúde. Diagnóstico e Tratamento. 2000. v.5. p.10-17.

Anexo 1

Pentáculo do Bem Estar

    As questões apresentadas são numeradas de A a N e todas devem conter uma resposta. As questões devem ser avaliadas de 0 a 3 desta forma:

0 nunca - 1 raramente - 2 quase sempre - 3 sempre

    Marque um “x” para cada resposta e depois “pinte” o pentáculo e observe se o resultado se apresenta de forma harmônica entre as esferas de nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamento social e controle do stress. O teste poderá ser feito por qualquer pessoa, de qualquer idade e sexo.

Nutrição

A.     Sua alimentação diária inclui ao menos 5 porções de frutas e verduras?

0 1 2 3

B.     Você evita ingerir alimentos gordurosos (carnes gordas, frituras) e doces?

0 1 2 3

C.     Você faz 4 a 5 refeições variadas ao dia, incluindo café da manhã completo?

0 1 2 3

Atividade Física

D.     Você realiza ao menos 30 minutos de atividades físicas moderadas ou intensas, de forma contínua ou acumulada, 5 ou mais dias na semana?

0 1 2 3

E.     Ao menos duas vezes por semana você realiza exercícios que envolvam força e alongamento muscular

0 1 2 3

F.     No seu dia-a-dia, você caminha ou pedala como meio de transporte e, preferencialmente, usa as escadas ao invés do elevador?

0 1 2 3

Comportamento Preventivo

G.     Você conhece sua PRESSÃO ARTERIAL, seus níveis de COLESTEROL e procura controlá-los?

0 1 2 3

H.     Você NÃO FUMA e ingere ÁLCOOL com moderação (menos de 2 doses ao dia)?

0 1 2 3

I.     Você sempre usa cinto de segurança e, se dirige, o faz respeitando as normas de trânsito, nunca ingerido álcool, se vai dirigir?

0 1 2 3

Relacionamento Social

J.     Você procura cultivar amigos e está satisfeito com seus relacionamentos?

0 1 2 3

K.     Seu lazer inclui reuniões com amigos, atividades esportivas em grupo ou participação em associações?

0 1 2 3

L.     Você procura ser ativo em sua comunidade, sentindo-se útil no seu ambiente social?

0 1 2 3

Controle do Stress

M.     Você reserva tempo (ao menos 5 minutos) todos os dias para relaxar?

0 1 2 3

N. Você mantém uma discussão sem alterar-se, mesmo quando contrariado?

0 1 2 3

O.     Você procura equilibrar o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao lazer?

0 1 2 3

Anexo 2

Questionário Internacional de Atividade Física

Versão Curta

    Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender que tão ativos nós somos em relação à pessoas de outros países. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por favor responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação !

    Para responder as questões lembre que: atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.

1a     Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?

dias _____ por SEMANA

( ) Nenhum

1b     Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou caminhando por dia?

horas: ______ Minutos: _____

2a.     Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA)

dias _____ por SEMANA

( ) Nenhum

2b.     Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

horas: ______ Minutos: _____

3a     Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração.

dias _____ por SEMANA

( ) Nenhum

3b     Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

horas: ______ Minutos: _____

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