Educação Física Escolar: elementos que devem ser lembrados na elaboração e planejamento das aulas |
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Escola Superior de Educação Física (ESEF-UFRGS) Laboratório de Pesquisa em Exercício (LAPEX-UFRGS) Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR) (Brasil) |
Fernando César Camargo Braga | Rafael Abeche Generosi Giuliano Tavares Marramarco | Débora Teixeira Machado Abner Rodrigues | Daniel Carlos Garlipp |
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Resumo Este artigo descreve alguns componentes do desenvolvimento motor que devem fazer parte do planejamento das aulas de educação física. Componentes como as habilidades motoras fundamentais e especificas e as capacidades físicas relacionadas à saúde e o desempenho, que embora façam parte do conteúdo programático das faculdades de Educação Física eles tem sido esquecidos na hora da elaboração do planejamento das aulas. Muitos podem ser os motivos para tal esquecimento e alguns deles serão relacionados neste artigo. Os componentes, habilidades motoras fundamentais e especializadas e a aptidão física relacionada a saúde e ao desempenho, objetos deste estudo, são descritos e conceituados com o fim de auxiliar o professor em suas atividades diárias no interior da escola. A finalidade do texto é dar mais informações, conscientização e estímulo ao professor de Educação Física com a intenção de que o mesmo faça das habilidades motoras fundamentais e da aptidão física partes integrantes do planejamento e prática nas aulas de Educação Física Escolar. Unitermos: Educação Física Escolar. Habilidades motoras. Aptidão física. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 128 - Enero de 2009 |
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Introdução
O desenvolvimento motor é importante para a educação física. Aspectos incorporados ao desenvolvimento motor como aptidão física voltada para saúde e desempenho motor e habilidades motoras fundamentais e especializadas deveriam ser relevantes para aulas de Educação Física. Pesquisadores com Malina (1991), Gallahue & Ozmun (2001) descrevem em suas publicações a importância destes componentes na elaboração das aulas de Educação Física.
A atividade física com regularidade é um ótimo dispositivo para obtenção de saúde (NAHAS, 2001). Estudos têm demonstrado que existe uma relação inversa entre níveis de atividade física e a incidência de diversas doenças como a hipertensão, a obesidade, diabetes, doença arterial coronariana e a depressão (MARQUES e GAYA,1999; GUEDES e GUEDES, 1993; NAHAS, 2001). Infelizmente a sociedade moderna apresenta um grande número de pessoas que vivem no sedentarismo, ou seja, um reduzido número de pessoas que praticam atividade física, exercício físico, esportes, danças, lutas com regularidade. Esse é um fato alarmante, pois leva a crer que se medidas não forem tomadas o legado deixado pela população atual será a de uma sociedade formada por pessoas que podem sofrer com diversas doenças como a obesidade e as cardiovasculares, por exemplo.
Para que esse cenário atual se modifique é necessário que as pessoas sejam conscientizadas de como é importantes a prática de exercícios (NAHAS, 1992), esportes, danças, entre outras modalidades; e o processo educativo deve iniciar em tenra idade. Isso significa que a criança deve ser estimulada para a prática de exercícios físicos o mais cedo possível, ainda nas faixas etárias iniciais de vida.
À escola cabe o objetivo de ser o instrumento motivador para a prática regular de exercício físico. Existem outras instituições como clubes desportivos, projetos sociais, programas especializados na inclusão social da criança e adolescente através do esporte, as associações de bairro. No entanto, por ser a instituição que mais agrega crianças e jovens no seu interior e por ter como objeto principal à educação de indivíduos intelectualmente e moralmente aptos (saudáveis) para obtenção de uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna, é a ela, a escola, que pertence à responsabilidade de desenvolver nas crianças e jovens o interesse pela atividade física regular (MARQUES; GAYA, 1999).
A literatura que aborda os programas direcionados à promoção de saúde através da Educação Física escolar relata que os componentes relacionados à aptidão física e saúde deveriam também ser explorados nos planejamentos das aulas de Educação Física (GUEDES; GUEDES, 1993; MARQUES; GAYA, 1999). Porém há o fato de a formação profissional de muitos professores da área ser “regada” de pouco conhecimento. Dentre os motivos responsáveis por esta inferência relata-se a precariedade dos cursos de Educação Física que não apresentam conteúdos bem fundamentados que discutam de forma consistente sobre o assunto aptidão física e saúde, momentos teóricos e práticos, direcionados à promoção de saúde. As universidades brasileiras continuam a formar professores que apresentam pouco conhecimento fundamentalmente dos conceitos e referencias teóricos que concernem os programas de saúde e desenvolvimento motor. Para que haja mudanças neste quadro se faz necessária a maior participação de programas de Educação Física escolar no contexto dos currículos das faculdades de Educação Física (GUEDES e GUEDES, 1993), além de mudanças estruturais e muitas vezes, política.
Por esses motivos existem os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais). Com a finalidade de orientar os professores em sua prática, visto que as escolas carecem de aulas de boa qualidade, com projetos e métodos que incluam os alunos. Então nos anos 90 o governo cria o Plano Decenal de Educação para Todos, “cujo objetivo principal é recuperar a qualidade do ensino, num processo de aprimoramento contínuo” para posteriormente os PCN de Ensino Fundamental e Médio. O mesmo PCN para o Ensino Médio diz que “se a Educação Física pretende prestar serviços à educação social dos alunos e contribuir para uma vida produtiva, criativa e bem sucedida, e a Educação Física encontra, na orientação pela educação da saúde, um meio de concretização das suas pretensões”.
Existe na Educação Física três tipos de profissionais: o pesquisador, o pedagogo e o professor. Portanto não é de se esperar que o professor domine assuntos que são inerentes ao pesquisador e o pedagogo. O pesquisador através das pesquisas em disciplinas mães como: fisiologia, sociologia, mecânica, psicologia, etc, faz descobertas que podem ter origem em sua curiosidade ou de problemas levantados pelo professor. O pedagogo deveria fazer o elo entre o pesquisador e o professor, deveria conhecer a realidade do professor em seu dia a dia e levar ao mesmo o conhecimento adquirido através da pesquisa para que as aulas fossem mais proveitosas; e, o professor por sua vez, buscaria no pedagogo auxílio para diminuir as dificuldades encontradas durante as suas atividades em aula, proporcionando ao educando um ensino de melhor qualidade. Portanto o problema está em o pedagogo não ser o elo entre o professor e pesquisador. O resultado disto é muito conhecimento acumulado pelo professor que não encontra utilidade prática, nem consegue fazer a relação do que aprendeu com o que tem de ensinar. (GAYA, 1999).
Outro fato que pode contribuir para a prática não positiva do professor de Ed. Física é a de que os currículos para formação de professores nem sempre são oriundos de instituições que possuem um programa que tenha a sua origem na reflexão científica, mas, que infelizmente estão condicionados “ao mercado de trabalho, aos grupos de pressão acadêmica e aos condicionantes políticos e econômicos” (JORDAN e MADRONA, 1999).
O professor de Educação Física (EFi) na escola tem dúvidas, tem dificuldades, trabalha com falta de material, falta de espaço físico para dar suas aulas, encontra pouca literatura voltada para EFi escolar, recebe pressão da comunidade escolar que não conhece e tão pouco sabe quais devem ser os objetivos da EFi escolar e mesmo assim avaliam as suas aulas procurando direcioná-las de acordo com seus interesses ou conhecimento (JORDAN e MANDRONA, 1999).
A seguir são descritos os componentes, que embora não sejam os únicos, deve ser priorizada nas aulas de Educação Física. Estes componentes são os que compreendem a aptidão física relacionada à saúde, a performance motora e as habilidades motoras fundamentais e especializadas. As habilidades motoras fundamentais e as especializadas e a aptidão física (voltada para saúde e o desempenho motor - capacidades físicas) são objetos deste estudo pela estreita relação que há entre estes componentes do desenvolvimento motor.
Aspectos a serem considerados no planejamento das aulas de Educação Física
Habilidades motoras fundamentais
As habilidades motoras fundamentais são as capacidade de o indivíduo explorar os potenciais motores de seu corpo movimentando-se através do espaço (locomoção), domínio da musculatura que o habilita a suportar a força da gravidade (estabilidade) e a capacidade de manipular com eficiência os objetos (manipulação). A criança deverá desenvolver estas habilidades no período dos 2 (dois) aos 6 (seis) anos de idade. Segundo Gallahue e Ozmun (2001) o domínio das habilidades motoras fundamentais é básico para o desenvolvimento motor de crianças.
As habilidades motoras podem ser caracterizadas de três formas: de estabilidade, locomotoras, manipulativas.
As habilidades motoras de estabilidade são “padrões motores que favorecem a obtenção e a manutenção de equilíbrio do individuo”. As atividades mais consideradas são: movimentos axiais, rotação corporal, desvio, equilíbrio em um só pé, caminhada direcionada e apoios invertidos.
As habilidades motoras de locomoção compreendem “os padrões motores que permitem a exploração através do espaço”. Estas atividades são: caminhada, corrida, salto de uma altura, salto vertical, salto horizontal, saltito, galope e deslizamento, pulo e salto misto.
As habilidades motoras de manipulação são os padrões motores que permitem contato motor rudimentar e refinado com objetos. As atividades são rolamento de bola, arremesso supramanual, ato de apanhar, chute, ato de aparar, ato de rebater, drible e voleio.
A fase motora fundamental de desenvolvimento segue uma seqüência que pode ser subdividida em estágios. Os estágios podem ser classificados em inicial, elementar e maduro, isto é, as habilidades motoras fundamentais manipulativas, estabilizadoras e locomotoras podem ser classificadas dentro de estágios ou seguem um desenvolvimento seqüencial, isto significa que as habilidades da criança não surgem de repente, mas respeitam a um seguimento. A criança normal segue a esta seqüência e recebe influência tanto da maturação, quanto da experiência. Portanto é muito importante que o professor possibilite as crianças o maior número de experiências possíveis para que a mesma desenvolva tarefas motoras de maneira eficaz. Estas experiências devem ser compostas pelas atividades descritas acima (GALLAHUE; OZMUN, 2001).
É importante que o professor reconheça em que estágio se encontra o padrão de desenvolvimento motor da criança, para tal é necessário que o professor avalie o aluno. Diversos autores (como: BEE, 1984; CORBIN, 1980; FLINCHUN, 1981; MEINEL, 1984; ZAICHLOWSKY, 1980; apud BÖHME) escreveram métodos de fácil execução que podem ser utilizados pelo professor. Böhme, 1988, segundo ela, apoiada nos autores acima citados, propõe a descrição e problemas de alguns padrões de movimento como: andar, correr, salto horizontal, arremessar, receber. A esses, serão também relacionados outros como: chutar, volear, aparar e driblar (descritos conforme GALLAHUE, 2001) pela importância que apresentam para a prática de esportes culturalmente identificados em nossa sociedade.
Andar: ato de se transportar de um local para outro sempre com um pé no solo. A criança no estágio maduro apresenta:
Balanço alternado dos braços;
Limitação da área de apoio para equilíbrio;
Andar alongado e relaxado;
Calcanhar e dedos com contato bem definidos ao pisar o solo.
Problemas mais freqüentes:
Caminhar na ponta dos pés sobre os dedos;
Andar com os dedos voltados para dentro;
Andar com os dedos voltados para fora;
Coordenação imperfeita e arrítmica de pernas e braços;
Postura e alinhamentos corporais deficientes;
Elevação vertical excessiva;
Área de apoio para equilíbrio muito larga.
Para a superação dos problemas acima citados é sugerido o fortalecimento das musculaturas envolvidas, exercícios de coordenação e equilíbrio dinâmico.
Corrida: modo excessivo de andar. Caracteriza-se por haver momentos em que os dois pés perdem o contato com o solo (fase aérea da corrida).
Estágio maduro:
A dimensão da passada é maior possível;
As passadas são rápidas;
Fase aérea definida;
Perna de impulsão estendida;
Braços balançam em oposição às pernas;
Antebraços flexionados.
Problemas mais freqüentes:
Oscilação de braços inibidos ou exagerados;
Os braços ultrapassam a linha média do corpo;
Posição imprópria do pé;
Inclinação exagerada do tronco à frente;
Torção de tronco;
Ação sem ritmo;
Base total do pé no solo.
Os problemas encontrados devem ser corrigidos através dos elementos componentes da aptidão física relacionadas à saúde e desempenho necessários para o movimento da corrida, como por exemplo: coordenação dos membros superiores e inferiores, flexibilidade, velocidade, agilidade de membros inferiores; resistência geral e tempo de reação.
Salto horizontal: movimento explosivo de pernas que se caracteriza por saltar o mais distante possível, retirando o apoio dos pés simultaneamente do solo.
Estágio maduro:
Os braços estendem-se para trás na fase preparatória;
Tronco flexionado na fase preparatória;
Durante o salto os braços oscilam para frente e para cima, auxiliando na impulsão;
Extensão dos ângulos do quadril, joelho e tornozelo, durante o salto;
Ênfase dada na distância horizontal;
O peso do corpo é levado para frente e joelhos flexionam na aterrissagem.
Problemas mais freqüentes:
Uso impróprio dos braços;
Torção do corpo;
Inabilidade para impulsionar os pés simultaneamente;
Fase preparatória deficiente
Movimento restrito de pernas e braços;
Falha na extensão do quadril, joelhos e tornozelos no salto;
Falha no equilíbrio do corpo na aterrissagem.
Retificação e aperfeiçoamento do salto devem ser simultâneos ao desenvolvimento de fatores de aptidão relacionados com o movimento. Portanto devem ser trabalhadas coordenações de tronco, membros superiores e inferiores, flexibilidade, força explosiva e reação de membros inferiores.
Arremessar: corresponde a habilidade de a criança jogar ou lançar algo com a mão.
Estágio maduro:
O abraço de arremesso é levado para trás na preparação;
Perna e braços opostos são colocados à frente do corpo na preparação;
Cotovelo do braço de arremesso é elevado e estendido horizontalmente para frente, no arremesso;
O tronco inicia a rotação do lado do braço de arremesso para o lado oposto;
O braço de arremesso gira e termina o movimento estendido para baixo e para frente;
O ombro de arremesso desliza para frente;
Tornozelos, pernas, coluna e ombros fazem rotação durante o arremesso;
O peso do corpo na fase de preparação esta sobre a perna de trás e depois do arremesso na perna da frente.
A eficiência do movimento dependerá da correção do movimento, conjuntamente com o desenvolvimento dos fatores de aptidão física necessários, como: coordenação óculo/manual, equilíbrio, força e potência de membros inferiores.
Receber: compreende o uso das mãos de aparar objetos arremessados.
Estágio maduro:
Não impedir a recepção da bola;
Olhos acompanham o trajeto da bola até as mãos;
Braços ao longo do corpo e antebraços flexionados a frente do corpo;
Os braços absorvem o impacto da bola;
Os polegares estão opostos um ao outro;
Mãos seguram a bola simultaneamente;
Os dedos seguram mais efetivamente.
Problemas mais freqüentes;
Não controlar o objeto;
Não conseguir apanhar o objeto;
Manter os dedos estendidos e direcionados ao objeto;
Não conseguir posicionar as mãos a altura da trajetória da bola;
Inabilidade para variar o padrão de recebimento para objetos de diferentes pesos e tamanhos;
Aproximar as mãos mais cedo ou mais tarde ao receber o objeto.
Chutar: ato de fornecer força a um objeto dando a mesma uma trajetória.
Estágio maduro:
Braços oscilam em oposição um ao outro;
Tronco se inclina durante acompanhamento;
Movimento da perna que chuta se inicia no quadril;
Perna de apoio se inclina e flexiona durante o contato;
Aumento da extensão da oscilação da perna;
Pé de sustentação fica sobre os dedos ou deixa a superfície totalmente.
Problemas mais freqüentes:
Inclinação do tronco para trás restrita ou ausente;
Falha ao dar o passo à frente com a perna oposta;
Tendência a perder o equilíbrio;
Inabilidade com qualquer dos pés;
Inabilidade de alterar a velocidade da bola chutada;
Oposição de braços e pernas insuficiente;
Falha ao usar a força do corpo para auxilio a força do chute;
Falha ao tocar a bola ou não conseguir;
Falha em posicionar a uma distância adequada da bola.
Volear: ato de tocar na bola, utilizando um padrão manual acima da cabeça.
Estágio maduro:
Colocar-se sob a bola;
Contato com a ponta dos dedos;
Punhos mantêm-se firmes e braços acompanham;
Conjunção de forças e utilização de braços e pernas;
Capacidade de controlar a direção e trajetória pretendida da bola.
Problemas mais freqüentes:
Dificuldade em manter os olhos na bola;
Dificuldade de acompanhar a trajetória da bola e de adequar os movimentos do corpo;
Dificuldade para manter os dedos e pulsos firmes;
Falha em estender todas as articulações ao tocar a bola;
Dificuldade para tocar a bola com ambas as mãos concomitantemente;
Dar tapas na bola;
Posição inadequada do corpo sob a bola.
Drible: quicar a bola com uma das mãos.
Estágio maduro:
Pés com pequeno afastamento, e o oposto posicionado a frente;
Leve inclinação do tronco à frente;
Controle de bola até a altura da cintura;
Bola empurrada em direção ao solo com acompanhamento de braços, pulsos e dedos;
Acompanhamento visual desnecessário;
Controle direcional do drible.
Problemas mais freqüentes:
Dar tapas na bola;
Aplicar força desnecessária ao tocar na bola;
Falha em visualizar e acompanhar a trajetória da bola;
Dificuldade em quicar com ambas as mãos;
Dificuldade em quicar a bola sem visualizá-la;
Acompanhamento insuficiente da bola;
Dificuldade em movimentar-se com a bola sob controle.
Habilidades motoras relacionadas ao esporte
As habilidades motoras relacionadas ao esporte são etapas de aperfeiçoamento dos movimentos fundamentais (estendem-se dos 7 (sete anos) aos 14 (quatorze anos)), espera-se que as os padrões de movimento da criança encontrem-se na sua maioria no estágio maduro, momento em que as habilidades motoras são refinadas, combinadas e elaboradas. São dividas em três estágios por apresentarem uma seqüência de desenvolvimento:
Estagio geral ou transitório
Estagio de habilidades motoras específicas
Estágio das habilidades motoras especializadas (14 anos em diante) – período em que o jovem já deveria ter vivenciado todos os tipos de habilidades motoras, de modo geral e específicas, apresentando condição de escolher entre diversos tipos de esporte e atividades físicas existentes os que mais lhe motivam a prática esportiva prazerosa.
Aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho
Entende-se por aptidão física (AF) a capacidade de o indivíduo realizar atividades físicas, sem exaurir-se ou mostrar cansaço em atividades diárias, obtendo bom desempenho nas atividades praticadas (NAHAS, 2001).
A Aptidão Física (segundo GUEDES, 2001; GALLAHUE, 2001; NAHAS, 1992) pode ser analisada de duas formas: aptidão física relacionada à performance motora ou desempenho que compreendem as capacidades físicas como: a agilidade, o equilíbrio, a coordenação, a potência e as velocidades de deslocamento e reação e aptidão Física relacionada à saúde que compreendem os componentes como: capacidades funcionais (resistência cardiorrespiratória, a força/resistência muscular e flexibilidade) qualidades morfológicas (massa, estatura e envergadura) e de composição corporal (porcentual de gordura, intensidade da massa corporal magra em relação à massa adiposa). Segundo Corbin, Fox e Whitehead (appud GUEDES, 1993) estes aspectos estão ligados ou proporcionam alguma proteção aos problemas orgânicos (como: obesidade, distúrbios articulares e musculares, doenças cardiovasculares) provocados por um estilo de vida sedentário.
Componentes da aptidão física relacionada à saúde (AFS)
É possível tanto à criança quanto ao jovem desenvolver as suas capacidades físicas relativas à saúde (resistência aeróbica, força/resistência e flexibilidade) por meio das aulas de Educação Física, portanto é fundamental que o professor planeje em suas aulas atividades que proporcionem o treinamento dos componentes da aptidão física relacionadas à saúde:
Resistência aeróbica
Força/resistência
Flexibilidade
Composição corporal
É muito importante também que o professor avalie o desempenho do aluno nas variáveis acima citadas, para que o mesmo (o professor) saiba se pelas atividades propostas os alunos estão atingindo um melhor nível de saúde.
A seguir serão relacionados alguns testes que podem ser utilizados nas aulas de Educação Física para avaliar os índices de saúde dos alunos (PROESP-BR, 2007).
Capacidade aeróbia o teste de 9 (nove) minutos, correr/andar por 9 minutos percorrendo a maior distância possível.
Força/resistência abdominal o teste sugerido é o chamado de abdominal modificado, executado a partir da posição de decúbito dorsal, braços cruzados sobre o tórax, joelhos flexionados com ângulo inferior a 90 (noventa) graus, pés apoiados no solo e fixados pelo avaliador, a aluno deverá efetuar o maior número de repetições possíveis em um tempo determinado.
Força/resistência de braços pode se obter através de flexões de braço ou de flexões de braço na barra, o sugerido é o de flexões de braço em suspensão na barra. O aluno fará o maior número de flexões possíveis na barra que deverá estar ajustada de acordo com comprimento de seus braços.
Na flexibilidade o teste proposto é de sentar-e-alcançar (sit and reach), teste de mobilidade articular e tensão dos músculos dorso/lombares e ísquio/tibiais. Utiliza-se para execução do teste o banco de sentar e alcançar tentando atingir a melhor marca possível.
Para mais informações sobre os testes e saber em que nível se encontra a saúde do aluno recomenda-se que os valores encontrados sejam comparados aos índices sugeridos pelo Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR, 2007).
Componentes da aptidão física motora ou relacionada ao desempenho (ApFDM)
Os componentes da aptidão (velocidade, força, agilidade, equilíbrio e coordenação) devem ser lembrados no planejamento das aulas de educação física, pois tornam possível uma prática esportiva de melhor qualidade. Portanto, sempre sugeridos quando se fala em aptidão relacionada à saúde. Conforme Gallahue (2001) distinguem-se da AFS por serem geneticamente dependentes, resistentes a modificações ambientais (experimentais) e relativamente estáveis. É possível chegar a algumas conclusões referentes AFM pela abundância de informações encontradas, como as tendências seculares de certas habilidades motoras.
A relação entre os componentes da saúde e desempenho é evidente. Qualquer tarefa motora seja rudimentar, fundamental ou esportiva solicita em graus variáveis de resistência cardiovascular, força, resistência muscular e flexibilidade. Raramente uma atividade motora não envolverá no seu desenvolvimento a combinação de algum aspecto de força, resistência muscular, flexibilidade, coordenação, equilíbrio, velocidade e agilidade.
Coordenação
Equilíbrio
Agilidade
Velocidade
Potência
A seguir serão relacionados alguns testes que podem ser utilizados nas aulas de Educação Física para avaliar à performance motora (PROESP-BR, 2007).
Salto em distância
Arremesso à distância
Conclusão
Nas aulas de Educação Física dentre os vários objetivos que geralmente são indicados pelo plano global da escola é fundamental que se acrescentem projetos que estimulem o desenvolvimento das habilidades motoras e das capacidades físicas relativas à saúde e ao desempenho motor. O estímulo ao desenvolvimento das habilidades motoras nas crianças principalmente na educação infantil e as série do ensino fundamental, proporciona o domínio das mesmas e êxito nas atividades esportivas escolares e de lazer. Igualmente quando o assunto é aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho motor. Uma pessoa que tem boa saúde e bom nível nas aptidões motoras possivelmente desempenha as atividades motoras com melhor qualidade. Há uma relação muito forte entre estes componentes. É importante ao trabalhar com Educação Física escolar levar em conta estes elementos. É essencial que estes componentes estejam incluídos no planejamento e nas atividades práticas e teóricas das aulas de Educação Física.
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