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Atividades e exercícios físicos para gestantes

 

*Acadêmica do curso de Educação Física da

Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), campus Carazinho

**Docente do curso de Educação Física da

Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), campus Carazinho

Mestre em Educação (UPF), Educadora Física e Especialista em

Atividade Física e Qualidade de Vida (UPF)

Jacqueline Graebin Reinehr*

Patricia Carlesso Marcelino Siqueira**

patriciasiqueira@wavetec.com.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          O presente caracteriza-se por ser um estudo bibliográfico no qual se pretende verificar os benefícios da atividade física e do exercício físico para as gestantes. A gestação consiste no estado que se encontra uma mulher e, corresponde ao desenvolvimento do embrião desde a fecundação até o parto, envolvendo diversas manifestações e modificações no organismo materno. A atividade física pode ser um fator importante na elaboração de uma imagem corporal favorável, facilitando a adequação às alterações que ocorrem nesse período, sendo a prática desta considerada extremamente benéfica, salvo em casos em que a gestação seja de risco. Antes do início dos exercícios, a gestante deve passar por consulta de pré-natal para ser avaliada pelo obstetra. Após a realização dos exames ele poderá liberar ou não a prática de exercícios. O exercício físico na gestação, desde que orientado corretamente, pode proporcionar à gestante os seguintes benefícios: menor ganho de peso e adiposidade materna; diminuição do risco de diabetes, parto prematuro, complicações obstétricas; menor duração da fase ativa do parto; melhora na capacidade física e auto-estima; diminuição da sensação de isolamento social, da ansiedade e do stress aumentando a capacidade física da mulher para o parto e a fortalecendo para que a recuperação seja mais rápida quando voltar para casa. É importante destacar que todo exercício deve ser feito de forma personalizada, levando em consideração cada gravidez, sendo sua prática acompanhada por um profissional de Educação Física, o qual possui conhecimento relativo ao funcionamento do corpo da futura mamãe, bem como das atividades que podem ser realizadas pela mesma.

          Unitermos: Gestante. Atividade física. Exercício físico.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 128 - Enero de 2009

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Introdução

    A gravidez constitui-se num período de inúmeras mudanças na vida da mulher, em que a prática de atividades e exercícios físicos poderão auxiliá-la para uma melhor adaptação biopsicossocial, de forma mais tranqüila e com mais qualidade de vida. Neste ensaio pretende-se enfatizar e conhecer essas abordagens, procurando desmistificar alguns tabus relacionados à prática de atividades físicas e exercícios físicos para gestantes.

    A ciência do comportamento humano descobriu novos rumos e com isso verifica a importância do estágio intra-uterino e da necessidade de um maior amparo durante a gestação. Uma gestante bem protegida pelo meio ambiente e ciente do desenrolar normal do parto transmite suas sensações de segurança e tranqüilidade para um novo ser. (NOVAES; VIANNA, 1998, p.79).

    O educador físico, ao trabalhar com esta clientela, deve obter os conhecimentos e cuidados necessários para que possa orientar as atividades dentro dos padrões de qualidade e segurança, sendo necessário que se tenha plenos conhecimentos dos conceitos de gravidez, atividades e exercícios físicos, para então relacionar os temas e conduzir um programa de atividades adaptando-as às necessidades da futura mamãe.

    A única certeza que se tem é a de que nós, profissionais que vamos trabalhar com gestantes, devemos proporcionar a elas uma atividade física agradável e segura, respeitando a individualidade e, principalmente, obedecendo regras básicas de bom senso. Precisa-se ter em mente o processo que acontece durante a gestação e que provoca profundas alterações metabólicas e hormonais, modificando respostas às atividades físicas. (BARROS, 1999 apud CHISTÓFALO; MARTINS; TUMELERO, 2003).

    Neste ensaio pretende-se enfatizar e conhecer essas abordagens , procurando desmistificar alguns tabus relacionados à prática de atividades e exercícios físicos para gestantes.

Conceituando a gestação

    Abrantes; Miranda (2003) abordam que ,desde que existem homens e mulheres sobre a Terra, são geradas crianças e o parto existe. Também conhecida como gravidez, a gestação consiste no estado em que se encontra uma mulher, correspondendo ao desenvolvimento do embrião, desde a fecundação até o parto, envolvendo diversas manifestações e modificações no organismo materno. Dentre essas se pode citar alterações de humor, aumento da freqüência cardíaca e do consumo de oxigênio, aumento do peso corporal, aumento uterino e da secreção hormonal e modificações posturais da coluna, entre outras.

    “A gestação é a seqüência de eventos que normalmente inclui fertilização, implantação e crescimento embrionário e fetal, que termina no nascimento, cerca de 38 semanas mais tarde”. (TORTORA, 2004, p. 552.)

    A gravidez altera as funções e a estrutura do organismo materno. Segundo Novaes; Vianna (1998), modificações significativas ocorrem no aparelho locomotor e, em conseqüência, aparecem os problemas circulatórios, posturais e musculoligamentares. Há o crescimento do útero e, com isso ocorre a transformação progressiva da forma, da posição e da função dos órgãos da cavidade abdomicopélvica.

    Bee (1997) divide as semanas gestacionais em subperíodos: estágio germinal, o qual compreende a concepção, ou seja, a união do óvulo e espermatozóide, até implantação do embrião no útero; estágio embrionário, que tem início quando a implantação está concluída, continuando até que as estruturas de apoio estejam totalmente formadas e os principais sistemas de órgãos estejam em formação;o estágio fetal tem duração de sete meses e envolve um processo de aprimoramento de todos os sistemas de órgãos primitivos já existentes..

    Conforme Bobak; Lowdermilk; Perry (2002), a gestação divide-se em três segmentos de três meses cada. É desejável que a mulher inicie o cuidado pré-natal nas primeiras doze semanas, o primeiro trimestre. Isso permite o aconselhamento gestacional precoce, especialmente para a mulher que não teve cuidado pré-concepção.

    A orientação e o aconselhamento para as mulheres no primeiro trimestre abrangem a discussão e os conceitos de autocuidado nas áreas de nutrição, exercício, relações sexuais, emprego, viagem, repouso, hábitos sociais (fumo, álcool, drogas), aconselhamento genético, prevenção do risco ambiental ao feto, mudanças físicas, manejo das queixas mais comuns, cursos pré-natais, outros recursos que se fizerem necessários. (FAHEY; SINCLAIR, 1996 apud BOBAK; LOWDERMILK; PERRY, 2002, p. 59).

Conceituando atividade física

    A gravidez produz inúmeras modificações no organismo feminino, fazendo com as gestantes sintam-se pouco atraentes, pesadas, com movimentos descoordenados.

    A atividade física pode ser um fator importante na elaboração de uma imagem corporal favorável, facilitando a adequação às alterações que ocorrem nesse período, sendo a prática desta considerada extremamente benéfica, salvo em casos em que a gestação seja de risco.

    Atividade física é qualquer movimento corporal que podemos realizar, em função de contração muscular e com gasto energético acima do basal. Assim, quando a mulher estiver caminhando em direção ao mercado ou dançando com seu marido ela está fazendo atividade física. É considerada a melhor relação entre movimento humano e saúde. (MATSUDO; MATSUDO, 2004).

    Antes do início dos exercícios, a gestante deve passar por consulta de pré-natal para ser avaliada pelo obstetra. Após a realização dos exames ele poderá liberar ou não a prática de exercícios, que deverá ser realizada com a orientação de um profissional de Educação Física.

    Montti (2005) define a atividade física como sendo um conjunto de ações que um indivíduo ou grupo de pessoas pratica envolvendo gasto de energia e alterações do organismo, por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas, além de atividades mental e social, de modo que a pessoa terá como resultados os benefícios à saúde.

    Pode, também, a atividade física ser definida como todo movimento corporal voluntário humano, sendo caracterizada por atividades cotidianas e exercícios físicos, os quais são planejados, estruturados e realizados repetitivamente. Eles trazem benefícios aos praticantes e têm seus riscos minimizados através de orientação e controle adequados, aumentando a longevidade, melhorando a disposição e a saúde de um modo geral.

A relação entre gestação e atividade física

    Nieman (1999) descreve que, em geral, a manutenção da atividade física regular durante a gestação auxilia a manter a mãe treinada e saudável, não causando danos ao feto em desenvolvimento e podendo facilitar o parto e destaca que:

  • as mulheres que já praticavam atividade física e nunca sofreram aborto espontâneo podem continuar as atividades após adaptação para seu novo estado. Já as sedentárias devem iniciar os exercícios após a décima segunda semana de gestação;

  • os exercícios podem ser continuados até o parto, embora seja necessário reduzir a intensidade aos poucos;

  • após o parto normal, as atividades podem ser retomadas depois de 40 dias. No caso de cesárea, o médico avalia cada caso:

    Uma questão importante para a mulher interessada em continuar um programa de exercício após a concepção é quanto tempo deve esperar para iniciá-lo. Devido ao grande estresse fisiológico e psicológico do parto e às mudanças hormonais que a ele se seguem, geralmente recomenda-se que os exercícios intensos não sejam realizados antes de uma a duas semanas após o parto. Existem grandes diferenças individuais, e as regras mais lógicas a serem seguidas são o desejo da mãe em exercitar-se a sua percepção das respostas fisiológicas quando da retomada dos exercícios (SKINER, 1991 apud CHISTÓFALO; MARTINS; TUMELERO, 2003).

  • a grávida possui limitações, as quais devem ser respeitadas durante as atividades;

  • a prescrição de exercícios deverá ser feita de forma individualizada, de acordo com a idade, forma física e estado de saúde da mulher, objetivando o bem-estar da gestante, bem com sua segurança e a do feto;

  • algumas gestantes são aptas a tolerar exercícios mais intensos, enquanto outras devem se restringir somente a caminhadas;

  • a gestante não tem possibilidades de alcançar a mesma condição de uma mulher não grávida.

    Exercícios moderados não parecem pôr em perigo o feto de mulheres saudáveis; uma mulher grávida pode continuar a correr, andar de bicicleta, nadar, jogar tênis, e assim por diante. Os exercícios regulares previnem a constipação e melhoram a respiração, circulação, tono muscular e elasticidade da pele, todos os quais contribuem para uma gravidez mais confortável e parto mais fácil e seguro. (OLDS; PAPALIA, 2000, p. 79).

    Bobak; Lowdermilk; Perry (2002) descrevem que muitas mulheres sedentárias, durante o tempo de lazer, podem obter benefícios com o aumento gradual de sua atividade física. Elas podem ser estimuladas a exercitarem-se junto com seus filhos ou em grupos, envolvendo-se em atividades de Educação Física, jogos e esportes de grupo.

    Segundo Silva (2007), é importante destacar que, após o parto, as alterações fisiológicas persistem de quatro a seis meses; a diminuição do peso durante a amamentação é segura e não prejudica o peso do bebê; a perda da produção de leite está associada à ingestão inadequada de líquidos e nutrientes; a amamentação deve ser feita antes da prática de exercícios; o retorno às atividades físicas, após a gestação auxilia, no combate à depressão pós-parto.

O exercício físico e a gestação

    O exercício físico além de propiciar benefícios físicos pode ser também mais um momento de muito prazer em que a mulher percebe as transformações trazidas pela gravidez, vivencia as mínimas sensações de seu corpo e do seu bebê e assim se prepara para a maternidade. (NASCIMENTO, 2007)

    Segundo Zílio (2005), na área da motricidade humana, exercício é toda atividade motora que tem um objetivo determinado e busca uma adaptação morfofuncional no organismo do indivíduo. Pode-se afirmar que é uma ação associada ao treinamento (em seu sentido genérico) e tem como uma de suas principais características a repetição.

    Um movimento isolado também é uma ação motora, mas não preenche os requisitos de um exercício, pois uma única execução não produz nenhum efeito significativo.

    Exercício é um tipo de atividade física mais estruturada, que envolve intensidade, freqüência, duração, tendo como objetivo melhora da aptidão física e, por conseguinte da saúde. Assim, quando a mulher caminhar, for ao mercado ou a qualquer outro lugar, com um determinado número de passadas/min, para percorrer a referida distância em um determinado intervalo de tempo ela estará fazendo um exercício. (MATSUDO; MATSUDO, 2004).

    Para Zílio (2005), pode-se ter um exercício considerado sob um aspecto intencional e um exercício funcional. O exercício intencional é quando a ação motora é feita em função de um objetivo predeterminado, visando a uma utilidade futura e baseado num planejamento. O exercício funcional está contido em toda a atividade humana, de forma inconsciente, não intencional.

    De acordo com Matsudo; Matsudo (2004), a escolha de um programa de exercícios dependerá das preferências da mulher e dos recursos disponíveis. Mas, para a mulher grávida,existe uma série de atividades físicas convenientes e benéficas, as quais podem ser classificadas em:

  • atividades de baixo risco: esse tipo de atividade pode ser recomendada para a mulher grávida, previamente sedentária,que deseja iniciar algum tipo de atividade física durante a gravidez, sendo as atividades mais indicadas o caminhar, a natação, a hidroginástica, pedalar na bicicleta ergométrica, a corrida (para as mulheres já habituadas), a ioga e o tai chi chuan;

  • atividades de médio risco: neste grupo estão incluídas as atividades como a ginástica aeróbica, a musculação, os esportes de raquete, esquiar ou patinar. Um programa de ginástica aeróbica de baixo impacto pode ser realizado com as devidas precauções evitando exercícios de muita extensão e atividades em posição dorsal. Nos esportes de raquete a intensidade deve diminuir a medida que o tempo de gestação aumenta. O esquiar ou patinar não deve é recomendado para iniciantes;

  • Atividades desfavoráveis: são consideradas desfavoráveis por apresentarem grande possibilidades de trauma. Esportes como voleibol, basquetebol, esqui aquático, hipismo, mergulho e ginástica de alto impacto devem ser evitados durante toda gestação.

    Bobak; Lowdermilk; Perry (2002) afirmam que o exercício contribui para a boa saúde, reduzindo os riscos de uma série de condições influenciadas pela obesidade e pelo estilo de vida sedentário. Ele é eficaz na prevenção de doenças cardiovasculares, no controle de condições crônicas, como a hipertensão, a atrite, a diabetes, os distúrbios respiratórios e a osteoporose; contribui para a reduzir o estresse e manter o peso.

    As mulheres relatam que o engajamento aos exercícios regulares melhora a imagem corporal e a auto-estima e age como um favorecedor do humor. O exercício aeróbico produz envolvimento cardiovascular porque quantidades maiores de oxigênio são fornecidas aos músculos em funcionamento. (...) Como as mulheres preocupam-se tanto com a saúde cardiovascular quanto óssea, os exercícios aeróbicos como as caminhadas, as corridas, os esportes com raquete e a dança são os preferidos. (BOBAK; LOWDERMILK; PERRY, 2002, p. 67).

    De acordo com Gorgatti e Costa (2005), recomenda-se que a gestante realize exercícios leves, regularmente de três a cinco vezes por semana, evitando movimentos de balanço, fazendo sempre exercícios sobre uma superfície macia que não ofereça impacto ou choque aos pés e articulações. Deve-se realizar um aquecimento de pelo menos dez minutos antes de iniciar as atividades.

    A gestante também precisa cuidar na realização de exercícios onde o quadril e pernas fiquem acima do nível do peito, evitando com isso que o fluxo do sangue seja conduzido muito bruscamente para a cabeça. Controlar a freqüência cardíaca durante o tempo todo, a qual deve estar entre 50 e 70% da freqüência cardíaca máxima. Ao levantar do chão, fazê-lo suavemente para evitar a hipotensão (queda brusca da tensão arterial). Mulheres sedentárias devem começar mais lentamente do que as mulheres acostumadas a se exercitarem.

    Durante a gestação, um regime de exercícios constantes pode ser continuado, mas deve-se diminuir a intensidade e a duração. As mulheres sedentárias devem obter liberação médica para iniciar os exercícios durante a gestação e começar pelas atividades de baixa intensidade e baixo impacto. (BOBAK; LOWDERMILK; PERRY, 2002, p. 73).

Os benefícios

    A partir das pesquisas de Ramos (2002), verifica-se que o exercício físico na gestação, desde que orientado corretamente, pode proporcionar à gestante os seguintes benefícios:

  • menor ganho de peso e adiposidade materna;

  • diminuição do risco de diabetes;

  • menor risco de parto prematuro;

  • diminuição de complicações obstétricas;

  • menor duração da fase ativa do parto;

  • menor hospitalização (diminuição na incidência de cesárea);

  • melhora na capacidade física;

  • diminuição da sensação de isolamento social;
    melhora da auto-estima;

  • diminuição da ansiedade e do estresse, aumentando a capacidade física da mulher para o parto e a fortalecendo para que a recuperação seja mais rápida quando voltar para casa;

  • melhora a sensação de bem-estar

  • diminuição do risco de depressão;

  • inexistência do risco de sofrer inchaços nas pernas;

  • melhora na resistência muscular e cardiorrespiratória;

  • aumento da capacidade física da mulher para o parto ,fortalecendo-a para que a recuperação seja mais rápida , ao voltar para casa.

Contra – indicações

    Antes de iniciar qualquer atividade física, a mulher deve ser examinada por um médico obstetra, para saber quais os exercícios que deve evitar e quais são as atividades contra-indicadas para o seu caso. Conforme Ramos (2002), as patologias que podem determinar a prática ou não da atividade física podem ser:

  • absolutas (alterações nas quais é terminantemente proibida a prática de atividade física): doença miocárdia, insuficiência cardíaca, doença reumática, tromboflebite, embolia pulmonar, risco de prematuridade, hemorragia interna, hipertensão, nenhum atendimento pré-natal;

  • relativas (depende do grau patológico): anemia, doença cardíaca conhecida, doença da tireóide, diabetes melito, obesidade excessiva, sedentarismo.

    Diante de qualquer indício de sofrimento fetal, a prática de atividades físicas deve ser interrompida imediatamente, bem como a procura de um médico deve ser realizada com urgência.

    Conforme Gorgatti e Costa (2005), alguns sinais que indicam a paralisação das sessões são: dor de qualquer tipo, contrações uterinas, hemorragia vaginal, dificuldades respiratórias, vômitos, edema generalizado, perda de líquido amniótico, desmaios, tonturas, palpitações, taquicardia, distúrbios visuais, diminuição da atividade fetal.

Atividades mais indicadas

    De acordo com Costa; Gorgatti (2005), as atividades e exercícios mais indicados para as gestantes são:

  • Alongamento: Ajuda a manter a musculatura relaxada e o controle da respiração;

  • Andar de bicicleta: não há restrições, salvo pela preocupação com quedas. A bicicleta ergométrica também é recomendável;

  • Caminhada: costuma ser o mais indicado, já que é muito boa para a preparação ao parto, melhora a capacidade cardiorrespiratória e favorece o encaixe do bebê na bacia da mãe. O ideal é caminhar três vezes por semana, cerca de 30 minutos.

    “Caminhar, como parte da rotina diária, se as atividades mais vigorosas não puderem ser realizadas, é recomendado para a maioria as mulheres”. (BOBAK; LOWDERMILK; PERRY, 2002, p. 67).

  • Ginástica: A gestante pode fazer ginástica durante o decorrer da gestação. Deve-se apenas evitar o exercício nas primeiras dez ou doze semanas;

  • Hidroginástica: é a mais indicada para as gestantes, pois favorece o relaxamento corporal, reduze as dores nas pernas e o inchaço dos pés e mãos. Deve-se ter cuidado com a temperatura da água, a qual deve estar entre 28º e 30º C.

    A futura mãe repara que seu corpo vai se modificando aos poucos, seu centro de equilíbrio desloca-se devido ao crescimento da barriga, a respiração modifica-se com a suspensão do diafragma e é preciso mais tempo para relaxar. É impossível, então, que a gestante não sinta um enorme alívio quando entra numa piscina. (DELGADO; DELGADO, 2004, p. 123);

  • Natação: trabalha bastante a musculatura, porém somente algumas modalidades são liberadas durante a gestação. De acordo com Abrantes; Miranda (2003), o inchaço não ocorre quando a natação é praticada com regularidade;

  • Massagem: Abrantes e Miranda (2003) enfatizam que a massagem e suas diversas técnicas proporcionam vantagens tanto à circulação como ao relaxamento muscular. Com a gestante deitada de lado, aplica-se a massagem no pescoço e nas costas. Essa prática propicia grande bem-estar e relaxamento, além de favorecer o aspecto psicológico da mesma.

Considerações finais

    Durante as diversas fases da vida, a atividade física praticada de forma regular e adequada constitui uma das funções ideais para uma boa manutenção da forma física. A gestação não é sinônimo de contra-indicação para essas atividades.

    É importante destacar que todo exercício deve ser feito de forma personalizada, levando em consideração cada gravidez, sendo sua prática consentida pelo obstetra, bem como acompanhada por um profissional de Educação Física; no entanto, a gestante não deve ultrapassar seus limites.

    Novaes; Vianna (1998) enfatizam que a saúde na gravidez, a estética preservada e a participação efetiva durante o momento do parto e melhor restabelecimento no pós-parto são alguns benefícios que o personal trainer, e/ ou atividades realizadas pelos profissionais de Educação Física, podem possibilitar a uma cliente que tenha optado pela prática orientada de exercícios para gestantes.

    A prática de atividades e exercícios físicos proporcionarão à futura mamãe inúmeras vantagens, mantendo sua boa forma, auxiliando na recuperação pós-parto, podendo ser também mais um momento de muito prazer, em que ela percebe as transformações trazidas pela gravidez, podendo interagir melhor com seu corpo e com o seu bebê.

Referências

  • ABRANTES, Fernanda; MIRANDA, Sérgio Amaral. Ginástica para Gestantes. 4 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2003; 

  • BEE, Helen. O Ciclo Vital. Porto Alegre: Artmed, 1997;

  • BOBAK, Irene M; LOWDERMILK, Deitra Leonard; PERRY, Shannon E. O Cuidado em Enfermagem Materna. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2002;

  • CHISTÓFALO, Cristiane; MARTINS, Ariane Jacon; TUMELERO, Sérgio. A Prática de Exercício Físico Durante a Gestação. Publicado em abril de 2003. http://www.efdeportes.com/efd59/gestac.htm;

  • DELGADO, César Augusto; DELGADO, Shirley Nogueira. A Prática da Hidroginástica. 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2004;

  • GORGATTI, Márcia Greguol; COSTA, Roberto Fernandes da. Atividade Física Adaptada: Qualidade de Vida para Pessoas com Necessidades Especiais. São Paulo: Manole, 2005;

  • MATSUDO, Sandra M. M.; MATSUDO, Victor K. R. Atividade Física e Esportiva na Gravidez. Publicado em 11/04/2004. http://br.geocities.com/fisioge2/afgra.PDF;

  • MONTTI, Marcelo. Importância da Atividade Física. Publicado em 28/07/2005. http://boasaude.uol.com.br

  • NASCIMENTO, Iberê. Atividade Física na Gravidez. Publicado em 01/05/2007. http://www.unimedflorianopolis.com.br

  • NIEMAN, David C. Exercício e Saúde: Como se previnir de doenças usando o exercício como seu medicamento. São Paulo: Manole, 1999;

  • NOVAES, J. S; VIANNA, J.M. Personal Training & Condicionamento Físico em Academia. Rio de janeiro: Shape, 1998;

  • OLDS, Sally Wendkos; PAPALIA, Diane E. Desenvolvimento Humano. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000;

  • RAMOS, Alexandre Trindade. Atividade Física: Diabéticos, Gestantes, Terceira Idade, Crianças, Obesos. 3 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002;

  • SILVA, Norberto Pereira da. Gravidez e Exercício. Publicado em 21/09/2007. http://www.cemafe.com.br/

  • TORTORA, Gerard J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2003;

  • ZÍLIO, Alduino. Treinamento Físico – Terminologia. 2 ed. Canoas: ULBRA, 2005.

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