Pedagogia do esporte e iniciação ao futevôlei: uma proposta didática a partir da expansão das superfícies de prática do jogo |
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*Faculdade de Educação Física –UNIPINHAL **Faculdade de Educação Física – UNICAMP (Brasil) |
Prof. Gustavo Henrique Vieira de Souza* Prof. Ms. Larissa Rafaela Galatti** |
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Resumo Este artigo tem por objetivo trabalhar a iniciação do Futevôlei – modalidade esportiva criada em 1965, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro – não apenas em quadras de areia, mas também adaptá-lo a quadras de grama e cimento, a fim de expandir os espaços para a prática, com conseqüente possibilidade de aumento no número de praticantes do futevôlei. A partir da democratização dos espaços de prática e considerando o princípio de que se joga para aprender, apresentamos, também, um proposta para o ensino, vivência e aprendizagem da modalidade, procurando priorizar o trabalho com jogos adaptados, situações de jogo e o jogo formal de Futevôlei. Buscamos, assim, não apenas divulgar e ensinar o Futevôlei, mas, com ênfase no princípio metodológico global-funcional, propor situações problema e fazer com que os praticantes desenvolvam soluções para resolvê-los durante o jogo, a partir daí surge a técnica, a tática e as habilidades propriamente ditas. O ensino não tem apenas como foco o jogo, mas também mostrar ao aluno o porque fazer, como fazer e pra que fazer, e também todo o contexto que se dá ao redor do esporte propriamente dito, como integração, socialização, cooperação, enfim, fazer com que o que for aprendido com a iniciação ao Futevôlei se torne útil para o dia a dia do aluno, como experiência vivida. Unitermos: Pedagogia do Esporte. Iniciação esportiva. Futevôlei. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 127 - Diciembre de 2008 |
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Introdução
O Futevôlei é uma modalidade esportiva caracterizada pelo jogo com os pés, peito e pernas, sem o uso das mãos, em uma quadra de voleibol de areia. Caracteriza-se por ser um esporte coletivo, de extrema habilidade e concentração dos seus praticantes. É jogado por duas equipes formadas por dois ou quarto jogadores. O jogo é disputado em uma quadra de areia, medindo 18x9 metros, dividida por uma rede suspensa. Os jogadores têm por objetivo enviar a bola por cima da rede usando toques que podem ser efetuados com os pés, coxas, peito, cabeça e ombros.
Segundo o site “www.futevolei.com.br”, o futevôlei foi criado pelo ex-jogador Octávio de Moraes, em 1965 na praia de Copacabana, Rio de Janeiro, como uma forma de burlar a proibição da policia de se jogar futebol e "linha de passe" – prática esportiva onde os praticantes trocam passes entre eles - na praia; Octávio resolve jogar em uma quadra de vôlei com rede e campo delimitado, o que era permitido.
Muito jogado em cidades praianas, este esporte pode trazer muitos benefícios aos seus praticantes, como noção de espaço, melhoria de habilidades como passe, toque, cabeceio e um ótimo condicionamento físico. Como também muitas melhorias relacionadas ao aspecto humano e social, pois por se tratar de um esporte coletivo, pode contribuir também para integrar grupos.
O Futevôlei é uma modalidade conhecida em todo o Brasil, mas poderia ser mais difundido por todo país, inclusive em cidades que não possuem praia, e com isso locais para sua prática. Para iniciar este processo de difusão da modalidade, um primeiro passo seria a elaboração de uma proposta para expandir o conhecimento do jogo, suas regras, táticas e técnicas do jogo não apenas para cidades praianas ou com quadras de areia. Mais do que isso, são necessárias propostas de adaptação do jogo em quadras de cimento, grama, e outros pisos, para que o esporte seja mais difundido e conhecido em diversos locais.
Sendo assim, este artigo pretende abordar a modalidade Futevôlei, como um jogo esportivo coletivo que é, e com o foco na iniciação. Para isso, foram estudados métodos didáticos utilizados em outros esportes para elaborar uma proposta para o Futevôlei. Além disso, esse artigo tem como principal foco a idéia de que o iniciante joga para aprender (Paes, 2002), ou seja, a partir de jogos e situações-problema é que o iniciante vai desenvolver suas técnicas e habilidades no Futevôlei.
Possíveis espaços adaptáveis para a prática do Futevôlei
Embora a regra oficial aponte que o Futevôlei deva ser praticado em uma quadra de areia, essa proposta tem por objetivo mostrar que além dessa, existem outras superfícies que permitem a prática da modalidade, ainda que com pequenas adaptações, tanto ao nível de jogo, como de materiais usados pelos praticantes. Os locais adaptáveis sugeridos para a iniciação ao Futevôlei são:
Futevôlei na grama
Futevôlei na quadra de cimento
É certo que a prática do Futevôlei em outras superfícies altera a dinâmica do jogo, o que foi verificado também através de uma Pesquisa-Ação, desenvolvida na cidade paulista de Mogi Mirim, no interior do estado e não localizada no litoral (Souza, 2007). Assim, na citada pesquisa, o jogo foi praticado nas diferentes superfícies, sendo que, quanto à dinâmica do jogo em relação às diferentes superfícies em que este pode ser praticado, foram encontradas algumas diferenças, relacionadas a seguir:
Futevôlei na areia – O Futevôlei tradicional, ou seja, na areia, é praticado descalço, e a habilidade de se torna primordial para que o jogo possa se desenvolver, pois a instabilidade do piso exige que cada jogador tenha uma habilidade aprimorada. Outro aspecto importante é a noção de espaço que cada jogador precisa ter, pois os deslocamentos são mais lentos em virtude da areia. Membros inferiores são muito exigidos, portanto um bom condicionamento físico e força muscular são fatores essenciais do jogo.
Futevôlei na Grama – O Futevôlei adaptado para a grama é jogado em uma quadra reduzida marcada por fitas e também sua rede é mais baixa. Os praticantes jogam descalços ou com chuteiras de futebol society. O jogo se desenvolve em uma velocidade bem maior que na areia devido ao piso ser mais rápido.. Os descolamentos também são mais fáceis e o jogo se torna mais dinâmico, acontecendo mais rallies. O tempo de bola também é diferente em relação à areia. O condicionamento físico é muito importante, pois o jogo é muito rápido e com isso os toques, defesas e ataques são constantes, exigindo muito de cada praticante.
Futevôlei na quadra de cimento –neste piso, os praticantes usam tênis e o jogo, assim como na grama, é mais rápido que na quadra de areia. As características da grama e do cimento são basicamente as mesmas, o ponto negativo que a quadra de cimento tem é que se exige muito das articulações, pois os calçados são de diversos modelos e com isso o impacto nas articulações pode prejudicar. Por outro lado a quadra de cimento se torna uma opção satisfatória e facilitadora para a iniciação no esporte, visto que é esta a superfície da maioria das escolas.
Como citado, a quadra oficial de Futevôlei tem 19 x 8 metros e para essa iniciação é sugerido uma adaptação no tamanho da quadra. Feita esta consideração, o quadro a seguir resume as possibilidades de quadra para processos de iniciação ao Futevôlei:
Piso |
Calçado |
Quadra |
Bola |
Velocidade |
Areia |
Descalço |
14 x 7 metros |
Futevôlei |
Média |
Grama |
Descalço ou calçado |
14 x 7 metros |
Futevôlei |
Rápida |
Cimento |
Calçado |
14 x 7 metros |
Futevôlei |
Rápida |
Quadro 1. Possibilidades de espaço físico para a iniciação em futevôlei, a partir
da adaptação da quadra em suas dimensões e superfície (Souza, 2007, p. 8).
Cabe destacar, ainda, que na ausência de bolas específicas para a prática do futevôlei podem ser utilizadas bolas de futebol, voleibol ou bolas de borracha que possibilitem a prática. Destaca-se, ainda, que a altura da rede deve ser variada, se adequando às possibilidades do grupo que pratica.
Além da possibilidade do Futevôlei ser adaptado para diferentes superfícies, pode-se ser apontado um outro facilitador para a expansão do acesso à modalidade: O chamado “Kit de Voleibol”, que é composto por uma linha de marcação de quadra e uma rede desmontável. É um equipamento de fácil montagem, pois os mastros da rede são hastes de material leve e desmontável, podendo ser transportado com facilidade, pois após desmontado cabe em uma caixa. Pode ser montado em qualquer, sendo bem mais acessível que materiais esportivos considerados oficiais.
O motivo pelo qual essa proposta trabalha com esse Kit é o fato de seu uso ser diretamente transferível para o Futevôlei e pela possibilidade que dá de montar a quadra em tamanhos variados e de colocar a rede em qualquer altura, o que é importante para a proposta didática de iniciação ao Futevôlei que será feita mais a frente desse artigo.
O objetivo dessa pesquisa, além de observar e praticar o jogo propriamente dito para abordar suas diferenças, é mostrar que é possível se jogar o Futevôlei, com as devidas adaptações, em qualquer superfície de quadra e, com isso, trazer o jogo para o cotidiano de escolas em suas aulas de Educação Física, praças públicas e eventualmente escolinhas que venham a surgir tanto em clubes, como fora deles.
Apresentado diferentes superfícies possíveis para a prática do Futevôlei, agregada ao uso do “Kit de Voleibol”, entende-se que a modalidade pode ser explorada também nas aulas de Educação Física escolar, visto que em sua grande maioria as escolas possuem uma quadra poliesportiva, ou senão, um local plano de grama ou cimento, onde pode ser praticado o jogo, sendo necessário apenas um Kit-Volei e uma bola, podendo ser de voleibol, futebol ou borracha. Já nas praças públicas, estas apresentam em sua grande maioria gramados planos onde pode se praticar o Futevôlei e algumas outras também possuem quadras de cimento. Tornado assim o jogo mais popular, idéia essa sugerida no artigo.
Iniciação no Futevôlei: uma proposta em busca da compreensão do jogo
Considerando que foram abordadas diferentes superfícies que possibilitam a iniciação no Futevôlei, assim como recursos materiais que facilitam a montagem de quadras em qualquer ambiente, nesse capítulo segue uma proposta de aula onde serão abordados temas teóricos e práticos do jogo.
Vale ressaltar que essa proposta é indicada a todos que desejam conhecer e praticar o Futevôlei, independentemente de idade e sexo. A iniciação pode ser para crianças ou uma iniciação tardia.
A ênfase dessa proposta está na ação de jogar para aprender e não aprender para jogar (Paes, 2002; Souza, 2005). Um dos objetivos principais dessa proposta é que o praticante compreenda o jogo, e que a partir do momento que sabe como o jogo é jogado e algumas regras básicas, já deve-se considerar que o praticante pode ter sucesso mais à frente.
O jogar para aprender baseia-se na idéia de que quanto mais o aluno pratica o futevôlei em sua globalidade, mais problemas surgirão e com isso o repertório de sugestões para se resolver determinados problemas de jogo será cada vez maior, tornando-o praticante mais seguro e confiante dentro de um jogo, como demonstra Scaglia (2003, p.127), “os jogadores, ao passo que adquirem maior competência sobre o jogo, conseguem construir suas condutas motoras (emergências) a partir das respostas dadas pelo adversário, perfazendo-se assim o contra-ataque.”
Segundo Paes (2002. p. 91) são indicados quatro problemas relativos à pedagogia do esporte na iniciação, são eles ; A prática esportivizada; A prática repetitiva de gestos técnicos em diferentes níveis de ensino; Fragmentação de conteúdos; A Especialização precoce.
Problemas esses que serão evitados nessa proposta a partir do momento que todos jogarão pra aprender. Essa proposta não tem como objetivo a repetição de gestos, a reprodução de um gesto até que ele seja feito com a técnica desejada, mesmo porque cada ser humano tem habilidades distintas, e com isso o jogo se torna cada vez mais atraente, pois cada jogador pode resolver uma jogada de forma diferente.
O Futevôlei, por ser jogo esportivo coletivo e de contatos rápidos com a bola, se torna cada vez mais dinâmico e com problemas a serem resolvidos a toda hora, que exigem respostas individuais, mas também coletivas, pois a partir do momento que o jogo é disputado em duplas ou quartetos, torna-se altamente dependente um do outro. Com isso o aluno não se restringe a alguns movimentos isolados, mas a uma variação de movimentos que vão surgindo em função das exigências do próprio jogo, possibilitando ao aluno se tornar habilidoso com uma consciência tática cada vez mais apurada, pois vai sabendo melhor a hora de atacar, de defender e de jogar mais coletivamente. Dentro disso, aprende princípios operacionais táticos que o torna apto para jogar também outros esportes coletivos.
Estruturando aulas de iniciação em Futevôlei
Considerando que o Futevôlei é uma modalidade ainda pouco trabalhada na educação formal e não forma, nos preocupamos em apresentar uma possibilidade de aula para a modalidade.. Isso se faz necessário porque são poucos os trabalhos acadêmicos que tratam dessa modalidade e são ainda mais raras publicações que abordem a iniciação Futevôlei. Cabe ressaltar que não se trata de uma receita ou modelo a ser seguido, mas um exemplo a fim de explicitar que de fato é possível estruturar um processo de ensino do Futevôlei. Vale também ressaltar que essa idéia não vai contra as outras formas de se ensinar uma modalidade através de gestos repetitivos, mas apresenta uma alternativa a estas ou procedimentos globais a serem somados aos analíticos.
Essa proposta de iniciação do Futevôlei tem em vista os pisos de grama e cimento pelo fato das escolas de ensino fundamental, praças públicas e clubes terem em sua maioria campos de grama e quadras de cimento, se baseando no uso dos seguintes materiais:
Vídeos de jogos
Materiais teóricos sobre o jogo e suas regras (jornais, revistas)
Um Kit de Voleibol, contento uma linha de marcação de quadra e uma rede desmontável.
Bolas de Voleibol
Bolas de Futevôlei.
Bolas de Iniciação esportiva
Para se começar o trabalho de iniciação é recomendado que se use bolas de vôlei, pois são mais macias e evitam um contato tão pesado com a cabeça dos praticantes, tornando o jogo mais fácil e agradável. Outro material que se encontra muito em escolas, são as bolas de borracha, que também podem ser utilizadas para essa fase de aprendizagem.
Para que ocorra um bom entendimento tanto teórico como prático do Futevôlei, propõe-se que uma aula de iniciação nessa modalidade deva ser dividida em três partes:
Aula – Parte 1: teórica e mais curta
Aula – Parte 2: prática e mais longa
Aula – Parte 3: teórica e mais curta
Levando-se em conta que a proposta desse trabalho é jogar para aprender, é importante ressaltar que a seqüência didática a seguir tem como seu principal objetivo o jogo e suas variantes, ou seja, o Futevôlei a ser iniciado será a partir de jogos adaptados tanto em sua forma de jogar como em suas regras.
Seguindo essa linha, em cada exercício proposto, o objetivo é que os alunos se deparem com problemas de ordem técnica e tática, e a partir de suas habilidades construídas e vivenciadas, os mesmo saibam usar os fundamentos básicos dos Jogos Coletivos para resolverem esses problemas. Outra preocupação dessa proposta é que o aluno entenda a lógica do jogo, o porquê está fazendo, como está fazendo e pra que está fazendo, e que esse conhecimento adquirido seja extrapolado para outras áreas de sua vida, tanto esportiva, como social.
Um fator fundamental para o sucesso de qualquer iniciação é que o professor, esteja sempre com total controle de suas ações e de sua turma, pois a partir da evolução – ou não – ele monta estratégias para sua aula de acordo com o andamento.
Segundo Galatti (2006, p.60) há alguns fatores que devem ser levados em conta na organização da seqüência didática para um processo de iniciação esportiva ou, ainda, para cada aula ou sessão, buscando apresentar o jogo em sua integralidade e na expectativa de que os alunos, ao iniciarem qualquer atividade, estejam sabendo o que fazer, como fazer e onde fazer, e para que o professor varie as atividades dentro da perspectiva global de ensino. O fatores são:
Regras;
Espaço;
Número de participantes;
Tipo e número de bolas ou outros objetos;
Tipo, número e posicionamento dos alvos;
Partes do corpo com as quais é permitido o contato com a bola ou outros objetos;
A partir disso, o professor tem como criar jogos que se assemelhem ao esporte focado – no caso o Futevôlei – mudando regras, e jogos que se tornem possíveis para a compreensão dos princípios operacionais relacionados ao Futevôlei. Cabe ao professor avançar as etapas ou, se for necessário, repeti-las quantas vezes achar necessário para garantir o bom desenvolvimento e entendimento do jogo por parte dos alunos.
Primeira Parte da aula: procedimentos possíveis
Nessa primeira parte totalmente teórica e mais curta, a idéia é que o professor faça com que o aluno compreenda o jogo, e para isso devem-se acrescentar estratégias de ensino teóricas, como informações sobre a história do jogo, vídeos de partidas, explicação das regras, abordagens técnicas, para que o aluno possa entender como funciona, antes de colocar na prática. Aliado a isso é relevante que se mostre o quanto é importante o trabalho coletivo no jogo de Futevôlei, e com isso o professor aborda um item indispensável nos jogos coletivos, a cooperação.
Segunda parte: procedimentos possíveis
Nessa segunda parte, totalmente prática, o professor vai desenvolver as habilidades dos jogadores através de uma seqüência didática, mas antes é sugerido, é sugerido que se faça alguns jogos ou brincadeiras adaptadas onde o iniciante terá um contato maior com o grupo e também estará aquecendo e desenvolvendo técnicas do Futevôlei.
Tendo em vista que esta é a principal parte da aula, estruturamos uma seqüência de 15 atividades, sendo considerado um grau de complexidade e aproximação da configuração do jogo de Futevôlei crescente:
Um contra um, e com uma quadra em tamanho reduzido, delimitado pela fita, passa-se uma corda no chão dividindo a quadra e os praticantes começam a ter um contato com a bola, com as formas de se tocar na bola, de se receber, e passar a bola para quadra adversária, nesse jogo, a bola pode quicar uma vez a cada toque, e os toques são livres.
Em duplas, e com uma quadra em tamanho reduzido, delimitado pela fita, passa-se uma corda no chão dividindo a quadra e os praticantes começam a ter um contato com a bola. Nesse jogo, a bola pode quicar uma vez a cada toque, e os toques são livres.
Em duplas, com a quadra em tamanho reduzido, delimitado pela fita, monta-se a rede do Kit de Vôlei na altura de uma rede de tênis, e os praticantes são obrigados agora a transpor um obstáculo, no caso a rede. A bola ainda pode quicar uma vez após cada toque, e os toques continuam sendo livres.
Para trabalhar a recepção, pode-se determinar que a cada vez que a bola é atacada pela dupla adversária, essa não pode ser tocada ao chão antes de ser recebida, os toques continuam livres.
Para se trabalhar mais o passe, determina-se que a bola pode quicar apenas uma vez e os toques continuam livres.
Ainda trabalhando o passe, determina-se que um dos passes deve ser de cabeça, variando assim a forma de se passar a bola, os toques continuam livres, com a bola quicando apenas uma vez.
Para trabalhar o ataque com a cabeça, pode determina-se que a bola só pode ser passada para outra quadra com a cabeça, exigindo assim um grau de dificuldade maior, pois um praticante terá que levantar a bola para que o outro ataque com a cabeça, a bola continua quicando uma vez e os toques livres.
Com a rede ainda baixa, os toques são reduzidos para no máximo três, ainda com um quique, fazendo com isso que o praticante pense mais rápido e ache um modo de passar a bola para quadra adversária.
Para trabalhar mais a coletividade, usando o exemplo acima, ainda com um quique, determina-se que é obrigatório dar os três toques na bola antes de passar para a quadra adversária.
Ainda com a rede baixa, o número de toques é liberado, mas tira-se o quique no chão, deixando o jogo mais próximo do real.
Usando o mesmo exemplo acima, sobe-se a rede.
Agora com a rede em meia altura, o quique no chão volta a ser liberado, assim como o número de toques na bola.
Elimina-se o quique no chão, ainda com toques liberados.
Sobe-se a rede de modo que os alunos tenham que saltar para cabecear e volta a valer o quique no chão, com toques liberados.
Tira-se o quique no chão, e é determinado que se toque apenas três vezes na bola, deixando o jogo próximo do real.
Terceira Parte: procedimentos possíveis
A terceira e última parte da aula é sugerido que o professor faça um mini debate entre os alunos, para que também tenha um maior controle de seus atos. Nessa parte da aula o professor reúne os alunos em um local da quadra e questiona as duplas ou o grupo sobre a aula que acabou, sobre os problemas e as soluções encontradas para resolvê-los, sobre técnicas do jogo, tira dúvidas, enfim realiza um bate-papo com alunos, afim de que ele professor tenha um retorno de como foi sua aula.
Considerações finais
Ensinar a partir do jogo, sem exercícios de repetição, pode tornar a aula um pouco mais difícil e por vezes desmotivar o aluno pelo simples fato de estar sendo difícil ou não. Mas a partir do momento que esse mesmo aluno se depara com problemas diversos e os consegue ultrapassá-los a sua forma, isso torna muito mais prazeroso e produtivo não só ao aluno, mas também ao professor que o está orientando.
Essa proposta visa objetivamente a prática do esporte – jogar para aprender, sempre com a coordenação de um profissional – mas não apenas isso, visa também a coletividade, a cooperação, mostrar que o esporte tem um imenso poder de integrar as pessoas.
Objetivamos mostrar que o Futevôlei não é apenas para quem mora em cidades praianas ou para quem tem acesso a um clube que tenha uma quadra de areia, mas sim que o esporte pode ser adaptado e praticado tanto em grama como em cimento. A criatividade do professor aliado à vontade dos alunos de aprender deixa qualquer aula mais fácil.
Elaborar métodos e meios práticos e acessíveis, afim de que aumente o repertório motor, cognitivo e social do aluno é dever do professor, solucionar os problemas de acordo com que eles vão aparecendo é, certamente, um avanço do aluno.
Referências bibliográficas
A História do Futevôlei. Disponível em http://www.futevolei.com.br/Historia.html
GALATTI, Larissa R. Pedagogia do Esporte: o livro didático como um mediador no processo de ensino e aprendizagem de jogos esportivos coletivos. 2006. 139f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Campinas, 2006.
PAES, R.R. A pedagogia do esporte e os jogos coletivos. In: ROSE JR. Esporte e atividade física na infância e adolescência. São Paulo: Artmed, 2002. p. 89-98.
SCAGLIA, A. J. O futebol e os jogos/brincadeiras de bola com os pés. 2003. Tese (doutorado). – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas, 2003.
SOUZA, Adriano J. É jogando que se aprende: O caso do Voleibol. In: PICCOLO, Vilma Leni N. (Org.) Pedagogia dos Esportes. Campinas, SP: Papirus, 2005. p.79-112.
SOUZA, G.H.V. Pedagogia do Esporte e Iniciação ao Futevôlei: uma proposta a partir da expansão das superfícies de prática do jogo. 2007. 24f. Monografia (Graduação em Educação Física) – Faculdade de Educação Física. Unipinhal, Espírito Santo do Pinhal, 2007.
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digital · Año 13 · N° 127 | Buenos Aires,
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