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Características do futebol e do futsal: implicações 

para o treinamento de adolescentes e adultos jovens

 

Laboratório de Treinamento e Esporte para Crianças e Adolescentes (LATECA)

Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, São Paulo

(Brasil)

Prof. Dr. Alessandro Nicolai Ré

alehnre@usp.br

 

 

 

Resumo

          A prática do futebol e do futsal abrange diferentes faixas etárias e pode ser utilizada como uma importante ferramenta de lazer, entretenimento e promoção da saúde, sem que com isso seja diminuída a importância de um treinamento visando à evolução do desempenho individual. Assim, este texto aborda a interação dos componentes táticos, técnicos e físicos presentes nos jogos e discute a especificidade de cada um deles no futebol e no futsal, considerando a faixa etária de adolescentes e adultos jovens, não necessariamente atletas. Primeiramente, são considerados os aspectos táticos, técnicos e físicos de modo generalizado ao futebol e ao futsal; em seguida são destacadas as relações entre esses fatores e, na última parte, esses aspectos são vistos de modo integrado e específico à modalidade.

          Unitermos: Futebol. Futsal. Treinamento esportivo. Capacidade física. Tática. Técnica.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 127 - Diciembre de 2008

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Considerações iniciais

    O futebol e o futsal são modalidades coletivas que se caracterizam pela necessidade de execução de ações motoras em um contexto (jogo) de elevada instabilidade e imprevisibilidade, ou seja, são modalidades que exigem a execução de habilidades motoras abertas. As ações técnicas (fundamentos) devem ocorrer em função das requisições momentâneas do jogo. Sendo assim, isoladamente, os diferentes fundamentos não são capazes de predizer a capacidade de desempenho (Ré, 2007), pois existe uma interação entre as ações motoras (com e sem bola) coletivas e individuais e o sistema de jogo.

    Comumente, o desempenho nas modalidades coletivas é subdivido em componentes táticos, técnicos, físicos e psicológicos. Ainda que, didaticamente, essa subdivisão tenha sentido e facilite o entendimento, na prática, esses fatores ocorrem de modo conjunto, por exemplo, uma condução de bola em velocidade exige a cooperação simultânea de todos os fatores, sendo difícil, senão impossível, diferenciar o grau de participação de cada um deles.

    Dentro desse contexto, o presente texto aborda a interação dos componentes táticos, técnicos e físicos presentes nos jogos e discute a especificidade de cada um deles no futebol e no futsal, considerando a faixa etária de adolescentes e adultos jovens, não necessariamente atletas. Primeiramente, são considerados os aspectos táticos, técnicos e físicos de modo generalizado ao futebol e ao futsal; em seguida são destacadas as relações entre esses fatores e, na última parte, esses aspectos são vistos de modo integrado e específico à modalidade.

Tática no futebol e no futsal: aspectos gerais

    Nas modalidades esportivas coletivas, o jogo pode ser considerado um sistema composto por elementos em interação, ou ainda, uma unidade complexa constituída por subunidades que cooperam e preservam sua configuração de estrutura (Chow, 2006; Côrrea & Tani, 2006; Prangea, 2006). Assim, quando é pensado o sistema tático de jogo, devem ser levadas em consideração as possibilidades de interação entre os membros da equipe.

    A tática compõe-se de ações individuais e coletivas (do adversário e da própria equipe). A tática individual manifesta-se na escolha e aplicação dos elementos técnicos (fundamentos) e físicos. A escolha da tática depende do nível técnico dos jogadores, das capacidades físicas, da tática do adversário, do nível de preparação dos jogadores, assim como dos fatores exteriores (objetivos pedagógicos, metas a serem atingidas, etc.). A tática coletiva exprime-se, em grande medida, através do sistema de jogo adotado.

    Por "sistema de jogo" entende-se, geralmente, determinada distribuição dos jogadores na área de jogo e a suas respectivas funções. De modo geral, existem os sistemas (táticos) que priorizam o ataque ou a defesa. Na qualidade de sistemas de defesa, quase em todos os jogos aplicam-se a cobertura do espaço (a defesa por zona), a cobertura dos jogadores (a "marcação" individual) ou ainda a cobertura mista (por zona e individual). Os sistemas de ataque podem ser, de modo genérico, categorizados em ataque posicionado e contra-ataque.

    No ataque posicionado, a equipe atacante encontra a defesa em igualdade numérica e corretamente distribuída, o que exige uma movimentação rápida da equipe atacante, com penetrações no espaço vazio, corta-luzes e outras estratégias ofensivas para romper o equilíbrio da defesa adversária. Já no contra-ataque, a equipe atacante realiza uma ação em velocidade e obtém vantagem numérica sobre a defesa. Logicamente, os sistemas de ataque e defesa não podem ser entendidos de forma determinista e segregada, pois existe uma forte interação entre o posicionamento da defesa e do ataque. Mais adiante, serão abordados os esquemas táticos de cada uma das modalidades.

Técnica (fundamentos) no futebol e no futsal: aspectos gerais.

    Devido à proximidade das regras do futebol e do futsal, as ações técnicas (fundamentos) são bastante semelhantes. Assim, apesar de algumas diferenças quanto à especificidade de sua aplicação em situação real de jogo, os fundamentos do futebol e do futsal são o passe, o drible, o chute, o cabeceio, o desarme e o domínio/controle de bola com diferentes partes do corpo. Evidentemente, existem inúmeras variações desses fundamentos, assim como a ação conjunta, por exemplo, controlar a bola durante um drible ou dominar e chutar.

    Uma característica importante dos fundamentos técnicos é a relativa precisão com que os mesmos devem ser executados e a conseqüente dependência de uma adequada capacidade de organização e controle do movimento. Considerando que o sistema nervoso central (SNC) está diretamente relacionado com a capacidade de organização e controle do movimento (coordenação motora), é possível afirmar que, durante a adolescência o treinamento e aperfeiçoamento da técnica deve ocupar um lugar de destaque nas aulas.

    Todavia, conforme já destacado, a execução de determinada ação está diretamente ligada à necessidade do jogo, logo, é difícil prever seu resultado sem considerar tal necessidade, fato que exige um forte envolvimento cognitivo durante a execução dos fundamentos. Ademais, a tomada de decisão em situação real de jogo não acontece de modo desvencilhado das ‘affordances’ (possibilidades de ação) do executante, ou seja, não basta identificar qual a “melhor” solução, mas sim a solução mais adequada para as características do executante (Araújo et al., 2006). Por exemplo, caso o executante não saiba realizar um drible, essa não seria melhor decisão, mesmo que no contexto do jogo fosse a opção mais adequada. Portanto, o processo de tomada de decisão deve ser visto como uma manifestação da interação entre os aspectos individuais e as condições situacionais do jogo.

    Essa característica do futebol e do futsal dificulta um maior entendimento dos fatores relacionados ao desempenho nos jogos, pois é possível que o(a) jogador(a) compense uma eventual deficiência técnica com uma grande eficiência no processamento cognitivo de tomada de decisão. Ao mesmo tempo, a interação de diversas variáveis dificulta um prognóstico do desempenho a partir de medidas isoladas de capacidade técnica (Ré, 2007; Reilly & Gilbourne, 2003).

Capacidades físicas no futebol e no futsal: aspectos gerais

    Ambas as modalidades caracterizam-se pela execução de esforços de caráter intermitente, ou seja, há uma intercalação entre esforços de elevada intensidade e períodos de recuperação. Evidentemente, estes períodos de esforço e recuperação dependem muito das características do jogo e dos jogadores. Especificamente para adolescentes e adultos jovens, é desejável que sua condição física seja adequada para a utilização do futebol e do futsal como ferramenta de lazer e entretenimento. É razoável admitir que a motivação para jogar tenda a ser maior em indivíduos com uma condição física adequada.

    Desse modo, destacam-se as capacidades motoras de resistência, força, velocidade, resistência de velocidade e agilidade, exigindo do praticante importantes adaptações neuromusculares e metabólicas (anaeróbia alática, anaeróbia lática e aeróbia). Talvez no aspecto físico, as diferenças entre o futebol e o futsal sejam mais evidentes, no entanto, o conhecimento de aspectos táticos das modalidades permite que o(a) jogador(a) “corra certo”, realizando os esforços realmente necessários ao contexto do jogo e executando as ações técnicas com maior probabilidade de acerto. Mais uma vez, fica evidenciada a necessidade de interação entre diversos fatores.

    Particularmente em relação às capacidades físicas e ao tamanho corporal, especialmente durante a puberdade, devem sempre ser consideradas as possíveis diferenças entre os jovens no ritmo de desenvolvimento biológico, pois as crianças com desenvolvimento físico precoce podem ter certa vantagem em situações onde o tamanho corporal e a capacidade física exercem influência no desempenho (Malina et al., 2000; Pearson, Naughton & Torode, 2006; Ré et al., 2003; Ré et al., 2005). Ré et al. (2003), em estudo transversal realizado com jovens entre 9 e 16 anos de idade, demonstraram que, especialmente na faixa etária entre 13 e 14 anos, as possíveis diferenças no ritmo de maturação biológica mostraram-se determinantes na distinção dos jogadores de diferentes níveis competitivos (federados e não-federados) no futsal.

Futebol e futsal: aspectos específicos

    Apesar da semelhança entre as modalidades, diversos aspectos da tática, técnica e capacidade física são específicos à modalidade. Assim, sem deixar de considerar os aspectos gerais relatados acima, o foco agora será dirigido para aspectos específicos do futsal e do futebol.

Futsal

    O futsal é uma das modalidades esportivas mais praticadas no Brasil, com forte apelo cultural. Popularmente, é tido como uma reprodução do futebol em dimensões reduzidas. Basicamente, as regras de ambas as modalidades são as mesmas, com o futsal apresentando algumas particularidades como um menor tamanho e peso da bola, menor número de jogadores (cinco), número livre de substituições, cobrança de lateral com os pés, ausência do “impedimento”, menor tamanho do gol, menor dimensão do espaço de jogo e piso rígido (quadra).

    Devido à proximidade com o futebol, a transição de jogadores entre essas modalidades é elevada, destacando-se o fato de diversos jogadores com história de sucesso na seleção brasileira de futebol adulta, terem iniciado seus treinamentos no futsal, quando crianças. Porém, pode ser argumentado que durante a infância esses jogadores praticavam ambas as modalidades simultaneamente, e desse modo, é difícil afirmar que houve transferência direta do futsal para o futebol. Infelizmente, não são conhecidas investigações científicas relacionadas à interferência do processo de treinamento no futsal para a formação de jogadores de futebol. De modo informal, se aceita que o elevado número de contatos individuais com a bola, devido ao menor número de jogadores, o espaço reduzido de jogo e a rapidez nas tomadas de decisões, sejam fatores determinantes para o sucesso do Brasil no contexto tanto do futsal como do futebol mundial.

    O futsal é jogado em quadra retangular, plana, horizontal, medindo 40m de comprimento por 20m de largura (dimensão para jogos oficiais). Ocorre um contato físico constante entre os atletas na disputa pelo espaço de jogo, sendo este muitas vezes um fator importante para a vitória de uma equipe (Ré et al., 2003). Os jogadores necessitam possuir uma elevada capacidade de velocidade e agilidade de movimentos, além de excelente domínio espaço-temporal, permitindo assim uma rápida aceleração e mudança de direção, em espaços reduzidos e compartilhados por adversários e companheiros de equipe. A proximidade dos adversários faz com que as ações tenham que ocorrer de forma rápida e muitas vezes inesperada, motivo pelo qual os movimentos automatizados e inflexíveis limitam as possibilidades de desempenho (Ré & Barbanti, 2006).

    Dentro dessa linha de raciocínio, as habilidades de contato com a bola assumem um papel discriminante no desempenho, juntamente com mecanismos perceptivos e decisórios que permitem o sucesso das ações individuais e coletivas. Assim, durante o processo de formação esportiva, deve-se privilegiar a interação dos diversos fatores que compõem o desempenho; o treinamento de uma determinada característica de forma isolada provavelmente não apresentará resultados positivos (Ré & Barbanti, 2006).

    Idealmente, o jogo de futsal é rápido e as ações ocorrem em espaços reduzidos. Assim, o desenvolvimento de uma boa técnica integrada a uma rápida capacidade de tomada de decisão, é fundamental para a otimização do desempenho e, se esses fatores não forem adquiridos de forma consistente durante a infância e a adolescência, podem comprometer aquisições futuras e a continuidade do envolvimento com a modalidade (Martindale et al., 2005; Ré & Barbanti, 2006; Williams & Hodges, 2005). Segundo Reilly et al. (2000a), a ênfase do treinamento com crianças e adolescentes, deveria ser dada em habilidades técnicas e/ou táticas, com o desenvolvimento das capacidades físicas sendo realizado durante os jogos e/ou jogos adaptados.

    Em relação aos sistemas táticos, é difícil falar em um sistema fixo, pois a troca deposições é constante, fato que exige uma elevada taxa de movimentação (Ré et al., 2003). De modo geral, podem ser destacados os sistemas defensivos: 1-2-1; 2-2(quadrado); 3-1 (triângulo na defesa e flutuação pivô); 4-0 (linha defensiva – pouco utilizado, pois deixa muito espaço para o adversário, dificulta a roubada de bola e o contra-ataque). Com a possibilidade de utilização do goleiro, muitas vezes quando o time detém a posse de bola, ocorre variação desses sistemas, com o goleiro ocupando a última posição na linha defensiva. Quando isso ocorre, normalmente o sistema utilizado é o 1 (goleiro)-2-2.

    Considerando as exigências motoras, durante uma partida de futsal, os esforços intensos realizados por curto período de tempo e a alternância com períodos de baixa intensidade (Alvarez et al., 2008; Medina et al., 2002) indicam que a demanda metabólica seja suprida pelos três sistemas energéticos (aeróbio, anaeróbio lático e anaeróbio alático). Os diferentes tipos de deslocamento, com grandes acelerações, desacelerações, mudanças de direção, chutes, passes, fintas, desarmes, saltos, etc. proporcionam uma significativa adaptação neuro-muscular, favorecendo a potência e a agilidade. Devido ao pequeno espaço de jogo, essas capacidades podem ser consideradas decisivas para o resultado de uma partida.

    Em estudo com atletas adultos de futsal espanhóis (Molinuevo & Ortega, 1989), foi observado um elevado valor nas variáveis de força de membros inferiores, força abdominal e agilidade, seguido por também elevados valores de VO2máx (60,7ml.kg-1.min-1). Palma (1995) encontrou valores de freqüência cardíaca de 187±5 bpm, com 25% da distância percorrida em velocidade supra limiar. Araújo et al. (1995) analisaram o perfil de aptidão física – VO2máx., força de preensão manual, salto vertical e horizontal, força abdominal, e agilidade (shuttle-run) – de 22 atletas de futsal adultos, de acordo com a posição tática de jogo, não encontrando diferenças estatisticamente significantes entre as posições, o que demonstra uma homogeneidade entre os praticantes dessa modalidade em relação aos níveis de aptidão física. As posições ocupadas pelos jogadores são apenas representações teóricas, pois o rodízio constante obriga a passagem em todas as funções táticas, e conseqüentemente, impõe exigências físicas semelhantes.

    Em relação às intensidades de esforço estimadas por meio da freqüência cardíaca (FC), Medina et al. (2002) realizaram estudo com 33 jogadores de futsal, sendo 14 profissionais e 19 não profissionais; foram medidas as freqüências cardíacas máximas, através de testes em esteira ergométrica e o comportamento da mesma em situação real de jogo. A FC média de jogo foi de 165±10bpm, sem diferenças significantes entre os níveis competitivos. Vale ressaltar que a dispersão dos valores em relação à média de cada atleta por jogo foi elevada, apresentando uma amplitude de 141 a 181 bpm. Somando-se o tempo de jogo em que os atletas estiveram com FCs entre 150-190 bpm, foi obtida uma média de 86,1% para os profissionais e 75,1% para os não profissionais. Com base nos valores relativamente elevados de FC e tempo em que os atletas permaneceram com esses valores, os autores concluíram que o futsal tem um elevado componente anaeróbio, requisitando entre 85-90% da FC máxima medida em laboratório, chegando, em algumas situações, a ultrapassar os valores máximos de laboratório. Ainda segundo esses autores, o componente aeróbio teria uma participação importante durante as pausas de jogo, contribuindo na recuperação dos esforços e permitindo ao jogador manter-se em níveis elevados de desempenho anaeróbio por um maior intervalo de tempo.

    MacLaren et al. (1988), em estudo realizado com jogadores de futsal de Liverpool (“4-a-side soccer”) encontraram uma concentração de lactato após o jogo variando entre 3,1 a 7,3mM, com média de 5,50mM e uma intensidade relativa de 82% do VO2máx.. Essa intensidade relativamente alta de exercício é coerente com a hipótese de alta requisição de metabolismo anaeróbio durante os jogos. Nesse estudo, a comparação entre jogadores de diferentes níveis competitivos em diferentes jogos, não detectou diferenças significantes em relação à freqüência cardíaca e consumo de oxigênio, levando os autores a concluir que diferenças qualitativas no padrão de esforço devem ser feitas por meio de análise dos movimentos.

    Moreno (2001), através de estatística de jogo no futsal espanhol adulto, reportou que os jogadores de linha percorrem, em média, 6 km durante uma partida, sendo que 11% dessa distância foi realizada caminhando lentamente (0 a 1 m/s), 46% trotando (1 a 3 m/s), 26% correndo (3 a 5 m/s), 15% correndo velozmente (5 a 7 m/s) e 2% em velocidades superiores a 7 m/s. Considerando essa mesma faixa de velocidades, a distância total percorrida com condução de bola foi de 15m em velocidades superiores a 7 m/s, 57m entre 5 e 7 m/s, 152m entre 3 e 5 m/s, 147m entre 1 e 3 m/s e 26m abaixo de 1 m/s. Calculando as diferenças, dos 6 km percorridos durante o jogo, 400m são percorridos com a bola e 5600m sem a posse de bola. Devido ao pequeno espaço de jogo, existe a necessidade de movimentação constante dos atletas sem a posse de bola para que sejam “criados” espaços.

    Com base no exposto, pode ser afirmado que o adolescente e o adulto jovem têm condições de jogar futsal com alta intensidade de esforço, elevada requisição técnica e de modo taticamente correto. É evidente que uma grande parcela dos jovens não possui essas condições (físicas, técnicas e táticas), no entanto, essa pode ser uma das preocupações das aulas nessa faixa etária, sem que seja diminuída a importância de aspectos psicológicos e sociais.

Futebol

    O futebol é a modalidade esportiva mais praticada no mundo. Apesar de possuir muitas características em comum com o futsal, apresenta aspectos físicos, táticos e técnicos que são específicos. Evidentemente, existe uma elevada taxa de transferência de desempenho entre modalidades, em função das diversas características em comum (Abernethy et al., 2005).

    Sistemas táticos no futebol. No futebol, os principais sistemas são o 4-4-2 (ênfase defensiva); 5-3-2(defensivo); 4-3-3 (ofensivo); 4-5-1 (defensivo) e variações do sistema no decorrer da partida. Por isso, é difícil falar sem considerar a análise subjetiva e as características específicas dos jogadores que compõem determinado sistema. Basicamente os sistemas defensivos são: marcação individual, por zona e misto.

    Na marcação individual, cada jogador adversário recebe marcação individual; esse sistema é altamente desgastante e, muitas vezes, exige deslocamentos desnecessários, comprometendo a formação tática da equipe que realiza a marcação. Por isso, é pouco utilizado. No sistema por zona, a equipe adversária recebe a marcação nas regiões do campo que oferecem maior perigo à defesa. Assim, o adversário que ocupa determinada zona recebe a marcação do jogador responsável por essa zona do campo; esse tipo de marcação é importante, mas muitas vezes permite ao adversário ficar sem marcação no momento em que se desloca entre diferentes zonas. Para minimizar esse problema, a marcação mais utilizada é a mista, onde o adversário recebe marcação individual dentro de zonas críticas para a defesa, por exemplo, a grande área, e recebe marcação por zona em áreas mais distantes do gol, como o meio de campo. Sem dúvida, o empenho coletivo é determinante para o sucesso da marcação e a conseqüente transição da fase defensiva para a ofensiva.

    Considerando as exigências motoras durante o jogo, em estudos realizados com jogadores de níveis competitivos distintos, Santos (1999) não encontrou diferenças significantes no VO2máx, limiar anaeróbio, salto horizontal, massa corporal, estatura e porcentagem de gordura corporal, em equipes de adultos portugueses que disputavam campeonatos locais de futebol em quatro divisões de categorias (1a. a 4a. divisões). Franks et al. (1999), realizaram um estudo com 66 jogadores de futebol ingleses de nível internacional, categoria sub-16, e acompanharam seu desenvolvimento, identificando aqueles que assinaram contratos profissionais. Na comparação entre os grupos, não foi possível discriminar os jogadores com base em características antropométricas (estatura, peso corporal e dobras cutâneas), VO2máx. e velocidade de corrida (15m, 40m). Bangsbo (1994), em estudo com jogadores dinamarqueses de elite, não verificou diferenças no VO2máx. de atletas de diferentes níveis competitivos.

    Em estudo realizado com jogadores da seleção brasileira de futebol adulto (Gomes et al., 1995), campeã mundial em 1994, não foram localizadas diferenças estatisticamente significantes entre as diferentes posições de jogo (goleiros, defensores, meio campistas e atacantes) nos valores de VO2máx., limiar anaeróbio, pico de potência anaeróbia (Wingate, dados reportados a cada 2 segundos) e massa isenta de gordura. Sem dúvida, existem diferenças individuais no desempenho de jogo, porém essas diferenças não foram detectadas nas variáveis fisiológicas e morfológicas mensuradas, fortalecendo a hipótese de que as habilidades motoras específicas e o posicionamento tático são determinantes para o desempenho em situação real de jogo.

    Em contrapartida, Reilly et al. (2000b) realizaram diversos testes com adolescentes ingleses de 16 anos de idade, e alguns dos fatores de maior diferenciação entre os grupos eram uma melhor agilidade e velocidade de corrida em favor do grupo de elite. Raven et al. (1976) reportaram que o teste de agilidade distinguiu os jogadores de futebol profissional da população normal melhor do que qualquer outro teste de força, potência e flexibilidade. Garganta et al. (1993) realizaram estudos com 23 jogadores de futebol da equipe nacional portuguesa, com idade média de 16 anos. Os testes de aptidão física realizados foram a corrida com mudança de direção e saltos verticais. Os jogadores de elite foram melhores em todos os testes, quando comparados com jogadores regionais.

    Panfil et al. (1997) também identificaram melhor desempenho em adolescentes de 16 anos, considerados de elite nos testes de corridas e saltos. Em estudos com jogadores de futebol profissionais e amadores, Faina et al.(1988) realizaram testes que estimavam o VO2máx., força explosiva e força isométrica de membros inferiores. Somente os testes de força explosiva (saltos) diferenciaram significantemente os grupos, com melhor desempenho dos profissionais. Gissis et al. (2006), comparando 54 jogadores de futebol adolescentes (M = 16 anos de idade), divididos em três níveis competitivos, encontraram diferenças estatisticamente significante, a favor dos jogadores considerados de elite em testes de força máxima isométrica de extensão do joelho, salto vertical, rotações máximas por minuto em bicicleta estacionária (sem sobrecarga) e velocidade nos 10m de corrida retilínea, concluindo que jogadores de elite podem ser distinguidos de outros de níveis inferiores por meio de testes de força e velocidade. Essa conclusão é altamente questionável, pois, apesar de potencialmente importantes, as medidas utilizadas no estudo não são específicas para o desempenho na modalidade.

    Os resultados contraditórios desses estudos não permitem inferir, tanto no futebol quanto no futsal, que as capacidades fisiológicas (físicas) e características antropométricas sejam aspectos determinantes para o desempenho, especialmente quando o jogo é realizado com o objetivo de lazer dos praticantes. Todavia, um desenvolvimento harmonioso dos praticantes é importante para que o jogo tenha uma melhor qualidade.

    Um aspecto muito destacado nos estudos relacionados ao futebol, é a preocupação com a transferência de diferentes métodos de treino para o jogo. Nesse sentido, Helgerud et al. (2001) investigaram o efeito do treinamento aeróbio no desempenho em jogo de futebol e em testes de habilidades motoras específicas. Dezenove jogadores (18,1±0,8 anos de idade), foram randomicamente divididos em grupo de treino (n = 9) e grupo controle (n = 10). O treinamento aeróbio consistia de uma corrida intervalada, com 4 séries de 4 minutos entre 90-95% da FC máxima, intercalada com 3 minutos de trote lento, duas vezes por semana, durante 8 semanas. No grupo de treino, houve evolução nos valores médios do VO2máx. de 58,1 para 64,3 ml.kg-1.min-1, do limiar anaeróbio de 47,8 para 55,4 ml.kg-1.min-1 e um aumento de 6,7% na economia de corrida.

    Nesse mesmo estudo também foi observado, durante os jogos, um aumento de 20% na distância total percorrida, o número de sprints aumentou em 100%, o número de envolvimentos com a bola aumentou 24% e a intensidade média de FC durante o jogo aumentou de 82,7 para 85,6% da FC máxima. Não foram relatadas diferenças estatisticamente significantes nos testes de salto vertical, força (1 RM no “supino” e no agachamento), velocidade (corrida 40m), chute sem precisão (velocidade máxima de saída da bola) e chute com precisão, no qual foram colocadas 10 bolas a 16m de distância de um gol (alvo), dividido em zonas, com diferentes valores de pontuação. O objetivo era fazer a maior pontuação possível, durante 1 minuto. No grupo controle, não houve alteração estatisticamente significante em nenhum dos parâmetros avaliados. Os autores concluíram que o aumento na resistência aeróbia melhorou o desempenho no jogo através de uma maior distância percorrida, aumento da intensidade dos esforços e do número de sprints e envolvimentos com a bola, não apresentando nenhuma influência negativa nos testes de salto vertical, força, velocidade e chutes de velocidade máxima e de precisão. Apesar da importante relação demonstrada entre o treinamento utilizado e o desempenho em situação real, não foram investigados parâmetros técnicos e táticos em situação de jogo, fato que limita um melhor entendimento das relações entre os parâmetros fisiológicos avaliados e o desempenho no jogo.

    De acordo com Reilly e Gilbourne (2003), a análise do jogo é uma ferramenta promissora para estudos futuros, justamente porque gera conhecimento aplicado, possibilitando um maior entendimento das variáveis identificadas como importantes em determinada modalidade. Além disso, especialmente em não atletas, parece que o estímulo proporcionado pelo próprio jogo e suas variações (regras adaptadas) são suficientes para a evolução dos parâmetros físicos, técnicos e táticos (Impellizzeri et al., 2006; Rampinini et al., 2007). É importante ressaltar que para que isso ocorra, os jogos devem ser praticados com uma elevada intensidade de esforço e com a execução de diversas ações técnicas, preferencialmente, sob pressão temporal.

Organização do treinamento no futebol e no futsal

    De modo geral, o treinamento do futebol e do futsal na adolescência deve ser organizado em função da disponibilidade de tempo, objetivos, estágio de maturação biológica e nível de desempenho dos praticantes. Em geral, o treinamento físico, técnico e tático para o jogo como forma de lazer, pode ser realizado com a utilização dos jogos formais e jogos reduzidos (regras adaptadas). Todavia, na figura 1, são apresentadas diferentes formas de treinamento em função do estágio de maturação biológica e do nível de desempenho individual.

Figura 1. Representação esquemática da organização do treinamento para indivíduos 

em diferentes estágios de maturação biológica e nível de desempenho na modalidade.

    Caso seja viável, é possível utilizar métodos intervalados de corrida, com intensidade de esforço de 10” a 1’ (no caso do futsal) e de 10” a 2’ (futebol). Esse método de treinamento tem sem mostrado adequado tanto para a evolução do VO2máx., como do limiar anaeróbio (Gibala et al., 2006; Gormely et al., 2008), promovendo um adequado estímulo para a solicitação anaeróbia e aeróbia presentes nos jogos. O método contínuo de treinamento não é indicado para o futebol e o futsal, uma vez que nos jogos os esforços são de caráter intermitente.

    Quando utilizado os jogos adaptados como meio de treinamento da capacidade física, a mesma condição descrita no treinamento intervalado deve estar presente, ajustando-se as regras para que ocorram deslocamentos constantes e em elevada intensidade. Por exemplo, para que um gol seja validado, todos os jogadores da equipe atacante devem estar à frente da linha da área. Caso algum defensor esteja atrás dessa linha no momento em que todos os atacantes estiverem à frente, seu time perde 1 ponto. Essa regra exige deslocamentos constantes de ambas as equipes para os diferentes lados da área de jogo. Manipulando o tamanho dessas áreas, é possível exigir esforços com diferentes tempos de duração. A maior vantagem desse tipo de treino é que a evolução dos parâmetros fisiológicos ocorre em conjunto com as solicitações técnicas e cognitivas.

    Considerando o treinamento técnico, primeiramente, deve ser reconhecido que sua execução é condição básica para que o jogo tenha condições de ocorrer. Em outras palavras, se os fundamentos não forem dominados, é difícil pensar em um jogo de futebol ou futsal. Sendo assim, caso o praticante não domine os diferentes fundamentos, o treinamento deve ocorrer em situação de pouca ou nenhuma influência externa (ambiente estável) e que permita a repetição constante desse fundamento. Normalmente, esse método de treino tem recebido a denominação de treinamento analítico ou tecnicista. Foge do escopo deste texto as discussões conceituais acerca dessas denominações, mas vale ressaltar que esse tipo de treino não é necessariamente ruim nas fases iniciais de aquisição da técnica. Todavia, deve ser utilizado somente em condições onde a aquisição dos fundamentos seja inviável por meio dos jogos e jogos reduzidos (Williams & Hodges, 2005).

    Caso o praticante já domine os fundamentos (o que é desejável na adolescência), eles podem e devem ser aperfeiçoados nos jogos e jogos adaptados. Portanto, seu treinamento deve ocorrer em situações de elevada interferência contextual (prática aleatória) e elevada variabilidade (prática variada) (Reid, 2007; Williams & Hodges, 2005); esse tipo de prática é conhecida como prática global. Como o próprio nome indica, ela é muito próxima da realidade (global) da modalidade, por isso, muitas vezes é também adequada para o treinamento tático e físico.

    Para finalizar, é importante ressaltar que o texto teve seu foco voltado aos aspectos físicos, técnicos e táticos relacionados ao desempenho no futebol e no futsal. O conhecimento das características individuais de crescimento e desenvolvimento e do nível de familiaridade com a modalidade permite uma melhor organização dos treinos/aulas, favorecendo o envolvimento e a evolução do desempenho. Evidentemente, também devem ser enfatizados os aspectos psicológicos, culturais e sociais presentes em qualquer atividade humana.

Referências

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revista digital · Año 13 · N° 127 | Buenos Aires, Diciembre de 2008  
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