Contribuições do treinamento de força para as atividades da vida diária em pessoas acima de 50 anos |
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*Graduada em Licenciatura UNITRI **Orientador. Graduado em Licenciatura plena UFU Mestre Universidade Católica de Brasília (Brasil) |
Fernanda Rodrigues de Souza* Luiz Humberto Rodrigues de Souza** |
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Resumo O treinamento de força (TF) é um método efetivo para o desenvolvimento do componente músculo-esquelético, e quando apropriadamente prescrito e supervisionado, tem efeitos favoráveis sobre a força e resistência muscular, função cardiovascular, metabolismo, fatores de riscos coronarianos e na sensação psicossocial de bem-estar. Diante disso, o presente estudo buscou verificar se a musculação contribui para a melhora na execução das atividades de vida diária de pessoas com idade acima dos 50 anos. Foram selecionados 34 voluntários, de ambos os sexos, com idade entre 50 e 75 anos, residentes em Uberlândia e inscritos no Programa de atividades da Academia Performance/SESC. As mensurações foram realizadas no SESC, consistindo de testes que avaliam a capacidade funcional do idoso e uma escala que avalia a auto-percepção do desempenho para realizar as atividades da vida diária (AVD), ambos propostos por Andreotti e Okuma. O programa de treinamento compreendeu 6 meses, com freqüência de duas vezes por semana e uma hora de duração cada sessão. Para verificar as diferenças existentes no desempenho das AVD entre o pré e pós-treinamento utilizou-se o teste t pareado. O nível de significância foi definido como p<0,05. Após o período de treinamento, foi observada uma melhora significativa nos testes caminhar 800 metros, sentar e levantar da cadeira, subir degraus, levantar do solo, habilidades manuais e calçar meias. Diante disso, nota-se que a musculação praticada duas vezes por semana foi capaz de proporcionar aquisições nas atividades de vida diária dos voluntários estudados. Unitermos: Envelhecimento. Treinamento de força. Atividades da vida diária. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 126 - Noviembre de 2008 |
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Introdução
O aumento da expectativa de vida verificada nas últimas décadas só poderá ser entendido como avanço social se for acompanhado de manutenção das condições de autonomia e independência, inclusive nas idades mais avançadas. Nunca houve, na história da humanidade, tanta chance de envelhecer. Na verdade, neste último século, principalmente na segunda metade, nenhuma faixa etária cresceu tanto como a dos idosos. Além do mais, constatou-se no mesmo período um crescimento ainda maior dos muitos idosos (JACOB FILHO et al. 2006).
Esta incomparável transformação verificada no século passado decorreu de fatores como a melhoria do saneamento básico e das condições de saúde pública que contribuíram para a redução da mortalidade. A chegada de medicamentos e o tratamento mais eficaz das doenças infecto-contagiosas e crônico-degenerativas também contribuíram para o aumento representativo da expectativa de vida. Em razão disso, o homem moderno passou a acreditar que suas complicações de saúde e estética poderiam ser resolvidas somente pela medicina, negligenciando os problemas advindos da inatividade física (FILHO, 2000).
Para Moreira (2001), deve-se estabelecer uma relação direta entre o envelhecimento e a inatividade física, em razão dos fatores degenerativos inerentes a este processo e ao estilo de vida. Partindo disso, existem evidências mostrando que uma boa maneira de promover saúde ao idoso é a prática regular de atividade física. O sedentarismo pode ser capaz de produzir graves limitações, portanto, seu tratamento com atividades físicas programadas pode ser uma estratégia na busca da funcionalidade. A atividade física é considerada um importante agente na promoção de saúde, não apenas nos efeitos diretamente relacionados à aptidão física, mas também nos componentes psíquicos e sociais (JACOB FILHO et al. 2006).
Diversos gerontologistas (MATSUDO, 2000; OLIVEIRA, 2005) sugerem que um ingrediente fundamental para o envelhecimento saudável é a atividade física regular. O risco de muitas doenças e problemas de saúde comuns da velhice (doenças cardiovasculares, câncer, hipertensão arterial, depressão, osteoporose, fraturas ósseas e diabete) diminui com a atividade física. Especificamente, o treinamento de força tem sido uma modalidade recomendada, já que diminui e evita as perdas de massa muscular, além de prevenir e minimizar as doenças degenerativas (NIEMAN, 1999).
Com o avanço tecnológico, observou-se uma redução na necessidade de altos níveis para a realização de força durante a atividade de vida diária (AVD), mas se reconhece que a força é uma valência física importante para saúde. O sistema neuromuscular atinge seu ápice de força em torno dos 20 a 30 de idade ocorrendo uma manutenção da força máxima, mas por volta dos 60 anos, observa-se um declínio significativo da força e massa muscular (SANTARÉM, 2006).
O treinamento de força (TF) é um método efetivo para o desenvolvimento do componente músculo-esquelético, além de influenciar na velocidade, equilíbrio, coordenação motora e flexibilidade. Um TF quando apropriadamente prescrito e supervisionado, tem efeitos favoráveis sobre a força e resistência muscular, função cardiovascular, metabolismo, fatores de riscos coronarianos e na sensação psicossocial de bem-estar (NIEMAN, 1999).
Diante disso, Raso, Matsudo, Matsudo (2001) sugerem que o treinamento de força pode resultar em diversos benefícios para os idosos, como o aumento da massa muscular, hipertrofia das fibras musculares e aumento da densidade mineral óssea. De forma similar, Campos (2001) diz que o fortalecimento muscular resulta em melhoria da força, resistência, densidade óssea e flexibilidade. Existem estudos apontando os benefícios do treinamento resistido para pessoas acima de 70 anos de idade, sugerindo que podem obter ganhos de força e massa muscular com melhoria da saúde e da capacidade funcional, tornando-se assim, mais entusiasmados e independentes (CAMPOS, 2001). Diante disso, o presente estudo buscou verificar se o treinamento de força contribui para a melhora na execução das atividades de vida diária de pessoas com idade acima de 50 anos.
Metodologia
Amostra
Foram selecionados 34 voluntários, fisicamente independentes (SPIRDUSO, 1995), de ambos os sexos, com idade entre 50 e 75 anos, residentes em Uberlândia e inscritos no Programa de atividades da Academia Performance/SESC. Nenhum sujeito apresentou significativos problemas de saúde e/ou incapacidade que pudessem ser agravados com o programa de treinamento. Foram adotados neste delineamento os seguintes critérios de exclusão:
Indivíduos que não estiverem inscritos na academia Performance;
Indivíduos fisicamente dependentes que necessitassem de assistência de outra pessoa;
Indivíduos que não apresentassem atestado médico permitindo a realização desta atividade;
Os participantes foram pesados com roupas leves, pés descalços em uma balança da marca Filizzola, com resolução de 100 g.
Procedimentos para a coleta de dados
As mensurações foram realizadas no SESC (Serviço Social do Comércio), consistindo de testes que avaliam a capacidade funcional do idoso e uma escala que avalia a auto-percepção do desempenho para realizar as atividades da vida diária (AVD), ambos propostos por Andreotti e Okuma (MATSUDO, 2000).
A. Bateria de Teste de Atividade da Vida Diária (AVD)
1. Caminhar/ Correr 800 metros
O avaliado deveria caminhar ou correr uma distância de 800 metros no menor tempo possível. O percurso deve ser construído oval ou retangular, sendo suas margens delimitadas por cones. O início e final do percurso deve ser demarcados com linhas no chão. O avaliado deve se colocar em pé, atrás da linha que demarca o início do percurso e, ao sinal “Atenção! Já!”, iniciar a caminhada e/ou corrida até completar a distância determinada. O cronômetro deve ser acionado ao sinal de “Atenção! Já!” e, interrompido quando o avaliado ultrapassar com ambos os pés a distância determinada. O desempenho foi medido em tempo (minutos e segundos necessários para a realização do percurso).
2. Sentar e levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa
Os voluntários deveriam posicionar a cadeira no solo e dez centímetros a sua frente demarcar um “X” com fita adesiva. A partir de tal demarcação, colocar dois cones diagonalmente a cadeira: a uma distância de quatro metros para trás e três metros para os lados direito e esquerdo da mesma. O indivíduo inicia o teste sentado na cadeira com os pés fora do chão. Ao sinal de “Atenção! Já!”, o sujeito levanta-se, move-se para a direita, circula o cone, retorna para a cadeira, senta-se e retira ambos os pés do chão. Sem hesitar, levanta-se novamente, move-se para a esquerda, circula o cone e senta-se novamente, tirando ambos os pés do chão. Imediatamente, realiza um novo circuito (exatamente igual ao primeiro). Assim, o percurso consiste em contornar o cone duas vezes, alternadamente para a direita, para a esquerda, para a direita e para a esquerda. Nos momentos em que o avaliado se levantar da cadeira, poderá se utilizar de seus apoios. Iniciar o cronômetro no momento em que o indivíduo colocar os pés no chão e pará-lo quando se sentar pela quarta vez (sem o apoio dos pés). O avaliado deve ser instruído a realizar o percurso o mais rápido possível.
3. Subir degraus
Partindo da posição em pé, o avaliado deve tentar subir a altura de 70 cm. O teste deve ser iniciado com uma altura mínima de 10 cm, que será progressivamente elevada de 5 em 5cm. Colocando-se de frente para o degrau, o avaliado deve subi-lo e descê-lo, impulsionando-se com a perna de preferência, apoiando ambos os pés sobre o degrau quando subir. O avaliado não pode saltar para descer do degrau. É considerado como resultado a última altura que o sujeito conseguiu subir e descer eficazmente.
4. Subir escadas
Partindo da posição em pé, ao pé da escada e, ao sinal de “Atenção! Já!”, o avaliado deve subir o mais rápido possível uma escada com 15 degraus, podendo utilizar ou não o corrimão. O cronômetro deve ser acionado no momento em que o idoso colocar o pé no primeiro degrau e parado quando um dos pés alcançar o décimo quinto degrau. O avaliador deve se posicionar no topo da escada.
5. Levantar-se do solo
Posicionar o colchonete no chão e 40 cm a sua frente demarcar uma linha de 60 cm de comprimento. Estando no colchonete, em decúbito dorsal, com braços ao longo do corpo e pernas estendidas, o avaliado deverá, no menor tempo possível, levantar-se, de forma a assumir a posição em pé, com os membros inferiores unidos e os braços estendidos ao longo do corpo, e posicionar-se na linha demarcada. O cronômetro deve ser acionado ao sinal “Atenção! Já!”, e parado quando o sujeito transpuser a linha que demarca os 40 cm.
6. Habilidades manuais
O painel deve ser pendurado em uma parede de superfície plana, altura de 1,5 m do solo (considerar a altura a partir da borda inferior do painel). Em pé, com os membros superiores ao longo do corpo, e posicionando-se ao centro painel, ao sinal “Atenção! Já!”, o indivíduo deve realizar as seguintes tarefas: encaixar a chave na fechadura, encaixar o plug na tomada, desencaixar a lâmpada no soquete e discar o número 9 do telefone. Os objetos a serem encaixados no painel devem ficar na base do instrumento (localizada perpendicularmente a parede). O cronômetro deve ser parado quando o indivíduo terminar de discar o numero 9 do telefone. O avaliado deve realizar esta tarefa no menor tempo possível.
7. Calçar meias
Sentado em uma cadeira o avaliado deverá, no menor tempo possível, calçar uma meia. Com os joelhos flexionados, pés apoiados no chão, braços ao longo do corpo e a meia colocada sobre uma das coxas, no sinal “Atenção! Já!”, o avaliado deverá colocar a meias o mais rápido possível, o pé de preferência. O cronômetro deve ser acionado ao sinal “Atenção! Já!”, e parado quando o indivíduo assumir a posição inicial, só que nesse momento os braços repousando sobre as coxas.
B. Escala de auto-percepção do desempenho em atividades da vida diária
Esta escala é constituída de 40 itens, que descrevem várias atividades realizadas na vida diária. As atividades básicas da vida diária estão descritas nos itens 1 a 15 e as atividades instrumentais da vida diária, dos itens 16 a 40. O avaliado deve responder em um local bem iluminado e silencioso (que proporcione facilidade de concentração). Caso haja necessidade, o avaliador pode auxiliar no seu preenchimento. Para avaliar o grau de dificuldade de realização de cada atividade da vida diária descrita, o avaliado deverá se utilizar da seguinte classificação: (A) não consigo realizar esta atividade; (B) realizo esta atividade só com a ajuda de outra pessoa; (C) realizo esta atividade sozinho, mas com muita dificuldade; (D) realizo esta atividade sozinho com um pouco de dificuldade; (E) realizo esta atividade sozinho e com facilidade.
Para efetuar a classificação da capacidade funcional dos idosos, deve-se somar os pontos conseguidos dos itens 1 a 40, sendo que o item (A) corresponde a zero, o item (B) corresponde a um, o item (C) corresponde a dois, o item (D) corresponde a três e o item (E) corresponde a quatro. Dessa forma, o avaliando poderá ter uma pontuação que varia de 0 a 160.
Após ter realizado a soma de pontos referentes a cada item, é possível classificar, nível de capacidade funcional, conforme descrito abaixo:
Pontuação |
Capacidade funcional |
0-31 |
Muito ruim |
32-64 |
Ruim |
65-97 |
Média |
98-130 |
Boa |
131-160 |
Muito boa |
Procedimento das aulas de musculação
O programa compreendeu 6 meses de treinamento, com freqüência de duas vezes por semana e uma hora de duração cada sessão. Os voluntários faziam um breve alongamento (10 minutos) seguido de um aquecimento (10 minutos) na esteira ou bicicleta. Para o treinamento dos grupos musculares foram realizados os seguintes exercícios (3 séries de 10 repetições): peitoral (supino inclinado e crucifixo), dorsal (dorsal máquina e remada), bíceps (rosca direta e rosca alternada), tríceps (tríceps polia alta no crossover e tríceps testa), ombro (desenvolvimento e elevação lateral), membros inferiores (cadeira extensora, mesa flexora, leg press 180º, cadeira adutora, cadeira abdutora e panturrilha) e abdominal.
A carga foi utilizada de acordo com a individualidade de cada aluno, de maneira confortável e aumentando progressivamente.
Tratamento Estatístico
A estatística descritiva (média e desvio padrão) foi utilizada para a caracterização da amostra. Para verificar as diferenças existentes no desempenho das AVD entre o pré e pós-treinamento utilizou-se o teste t pareado. O nível de significância foi definido como p<0,05. O pacote estatístico utilizado foi o SPSS 10.0 for Windows.
Resultados
A seguir, encontram-se quatro tabelas que contêm os principais resultados das variáveis estudadas. A tabela 1 apresenta a freqüência da variável sexo.
Tabela 1. Freqüência da variável sexo
Variável |
Freqüência absoluta |
Freqüência relativa (%) |
Sexo |
|
|
Masculino |
07 |
20,6 |
Feminino |
27 |
79,4 |
n= 34
A tabela 2 apresenta as médias e os desvios padrão da idade e massa corporal dos voluntários estudados.
Tabela 2. Caracterização da amostra
Variáveis |
Média e Desvio Padrão |
Idade (anos) |
65,82 ± 6,71 |
Massa corporal (Kg) |
68,22 ± 9,81 |
n=34
A tabela 3 apresenta os valores em média e desvio padrão dos testes das AVD.
Tabela 3. Médias e desvios padrão dos valores obtidos nos testes das AVD durante o pré e pós-testes
Testes AVD |
Pré-teste |
Pós-teste |
p |
Caminhar 800 m (min) |
9,48 ± 1,77 |
8,33 ± 1,78 a |
0,001 |
Sentar e levantar (seg) |
0,35 ± 0,6 |
0,29 ± 0,4 |
0,001 |
Subir degraus (cm) |
19,85 ± 4,17 |
21,03 ± 4,04 |
0,02 |
Subir escadas (seg) |
0,7 ± 0,2 |
0,6 ± 0,2 |
0,12 |
Levantar do solo (seg) |
0,5 ± 0,3 |
0,3 ± 0,2 b |
0,001 |
Habilidade manual (seg) |
0,17 ± 0,3 |
0,15 ± 0,4 |
0,002 |
Calçar meias (seg) |
0,5 ± 0,3 |
0,4 ± 0,3 c |
0,01 |
a n=31; b, c n=33
A tabela 4 apresenta a freqüência da auto-percepção do desempenho nas AVD dos voluntários estudados.
Tabela 4. Freqüência da auto-percepção do desempenho nas AVD
Variável |
Freqüência absoluta |
Freqüência relativa (%) |
Auto-percepção |
|
|
Muito ruim |
0 |
0 |
Ruim |
0 |
0 |
Média |
0 |
0 |
Boa |
07 |
20,6 |
Muito boa |
27 |
79,4 |
Total |
34 |
100 |
Discussão
O presente estudo encontrou que a musculação praticada duas vezes por semana durante uma hora por sessão foi suficiente para promover uma melhora nas atividades da vida diária (AVD) dos idosos estudados.
O estudo de Costa, Arantes, Souza (2004) analisou os benefícios do treinamento de força durante dois meses, três vezes por semana sobre as AVD em oito idosos. Os testes caminhar/correr 800 metros, subir escadas, sentar-se e levantar-se da cadeira, levantar-se do solo, calçar meias apresentaram diferenças significativas entre o pré e pós-testes. Estes autores não aplicaram os testes subir degraus e habilidades manuais, e ainda pôde-se notar que o indicador subir escadas, ao contrário do presente estudo, apresentou diferença após o treinamento. Da mesma forma, o estudo de Oliveira, Morais, Silva (2004) também verificou se um programa de exercícios resistidos (27 sessões, três vezes por semana, com exercícios que enfatizaram os grandes grupamentos musculares) promove melhora das AVD em 10 idosas sedentárias. Notaram que apenas o indicador subir escadas apresentou melhora significativa.
O estudo de Passos et al. (2005) verificou os efeitos de um programa de hidroginástica sobre as AVD em 18 mulheres idosas. Foi observada diferença significativa para os indicadores sentar-se e levantar-se da cadeira, subir degraus, levantar-se do solo, subir escadas e calçar meias. Sendo assim, observa-se que a freqüência, duração, intensidade e modalidade de atividade física podem ser fortemente determinantes no desempenho das atividades da vida diária.
De acordo com alguns autores (MATSUDO, MATSUDO, 1992; CHAIMOWICZ, 1997; GOBBI,1997; McARDLE, KATCH, KATCH, 1998) os efeitos e benefícios que a atividade física regular orientada proporciona ao idoso também causam impacto significativo em todos os sistemas do organismo, podendo ser notados pela redução da gordura corporal, pressão arterial, resistência vascular, freqüência cardíaca de repouso, aumento da massa muscular, da força e da densidade óssea além de reduzir o estresse, a ansiedade e depressão. Da mesma forma, Oliveira (2005) relata que o exercício apresenta uma poderosa influência sobre a flexibilidade, podendo provocar tanto o aumento quanto a sua redução.
Segundo Baum (2000), pessoas com idades avançadas são mais vulneráveis aos efeitos adversos do exercício no solo em comparação as pessoas mais jovens. Provavelmente, muitos dos riscos associados ao exercício, tais como desgaste e ruptura nas articulações, quedas ou colisões provocam seqüelas graves na população mais idosa.
Neste sentido, vale ressaltar que um estilo de vida sedentário, conforme dito por McArdle, Katch, Katch (1998), pode acarretar perdas na capacidade funcional, que são por vezes tão significativas quanto os efeitos do próprio envelhecimento. Destacam ainda que, a atividade física regular tanto de baixa quanto de alta intensidade, permite as pessoas mais idosas a preservação da função cardiovascular bem acima dos indivíduos de igual idade, porém sedentários, ficando clara a posição positiva do autor frente a adoção de um estilo de vida ativo e saudável, como ponto a ser atingido por qualquer indivíduo.
Conclusão
Após o período de treinamento, observou-se que as atividades de vida diária foram significativamente influenciadas pela pratica de musculação. Embora o teste de subir escadas não tenha apresentado diferença significativa, pôde-se notar que os demais testes aplicados apresentaram resultados satisfatórios. Diante disso, nota-se que a musculação praticada duas vezes por semana foi capaz de proporcionar aquisições nas AVD dos idosos estudados.
Referências bibliográficas
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revista
digital · Año 13 · N° 126 | Buenos Aires,
Noviembre de 2008 |