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Influência das atividades da vida diária sobre a 

qualidade de vida de pacientes em hemodiálise

 

*Fisioterapeuta e Licenciada em Educação Física (UNICRUZ - RS)

Especialista em Saúde Coletiva (UNICRUZ - RS)

Aluna do Curso de Mestrado em Educação Física, na área de

Atividade Física, Saúde e Nutrição (UFPEL– RS)

**Licenciado em Educação Física (UNICRUZ – RS)

Aluno do Curso de Especialização em

Ciências do Movimento Humano (UNICRUZ)

Aluno do Curso de Especialização em Educação Física Escolar (UFSM - RS)

***Mestre em Ciências do Movimento Humano (UFSM - RS)

Docente da UNICRUZ – RS

****Doutor em Nefrologia (UFRGS). Docente da UNICRUZ - RS

Moane Marchesan*

Rodrigo de Rosso Krug**

Marília de Rosso Krug***

Paulo Ricardo Moreira****

hnkrug@bol.com.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma síndrome metabólica que provoca sérias alterações no organismo dos pacientes, principalmente daqueles que se encontram na fase terminal, ou seja, a fase em que se torna necessário a inserção de uma terapia renal substitutiva para manter o equilíbrio do meio interno. Uma das conseqüências dessa patologia é a diminuição na percepção da qualidade de vida dos pacientes, devido a diversas complicações no estado de saúde. Tendo em vista essas afirmações, neste estudo buscou-se verificar se as atividades da vida diária (AVD’s) têm influência sobre a qualidade de vida de pacientes submetidos hemodiálise (HD). Para isto, foram investigados 33 pacientes, sendo 24 do gênero masculino e 9 do feminino, todos submetidos ao tratamento de HD na Clínica Renal do Hospital Santa Lúcia, da cidade de Cruz Alta – RS. Os dados foram coletados em forma de entrevista, utilizando-se três instrumentos: a Escala de Lawton, o Índice de Barthel, e o SF-36, para avaliar respectivamente, as atividades básicas de vida diária (ABVD’s), as atividades instrumentais de vida diária (AIVD’s) e a percepção de qualidade de vida. Para o tratamento estatístico utilizou-se o programa SPSS versão 11.0, e os dados foram analisados e descritos em função de sua média, desvio padrão, freqüência e porcentagem. O teste “t” de Student foi utilizado para comparar a qualidade de vida entre os homens e as mulheres. Para verificar possíveis associações entre as AVD’s e a percepção de qualidade de vida utilizou-se a correlação linear de Pearson, aceitando como nível de significância p≤0,05. Após a análise dos dados foi possível constatar que há comprometimento em várias dimensões da qualidade de vida, sendo que os mais afetados são a capacidade funcional, as atividades físicas, a vitalidade e a dor, não havendo diferença significativa entre os gêneros. Constatou-se que a idade se relacionou negativamente com a capacidade funcional, com os aspectos físicos, com a dor física, com a vitalidade e com a saúde mental. As ABVD’s tiveram relações com a capacidade funcional, com a limitação e com a vitalidade. Já as AIVD’s se relacionaram com o estado geral de saúde, com a capacidade funcional, com a limitação, com a vitalidade e com os aspectos emocionais. Com base nestes resultados conclui-se que as AVD’s apresentam relações significativas com a percepção de qualidade de vida, ficando claro a importância em estimular os pacientes em HD a seguirem suas tarefas diárias, com intuito de auxiliar a reabilitação física e psicossocial.

          Unitermos: Qualidade de vida. Hemodiálise. Atividades de vida diária. Reabilitação. Insuficiência renal crônica.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 126 - Noviembre de 2008

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Introdução

    As doenças crônicas têm recebido grande atenção dos profissionais de saúde nas últimas décadas pelo fato do importante papel desempenhado na morbimortalidade da população mundial. Entre essas doenças está a insuficiência renal crônica (IRC), considerada uma condição sem alternativas de melhoras rápidas, de evolução progressiva, que causa grandes problemas médicos, sociais e econômicos (BASTOS et al, 2004).

    A IRC é considerada como um problema de saúde pública, porque causa elevadas taxas de morbimortalidade e, além disso, tem impacto negativo sobre a qualidade de vida relacionada à saúde, que é a percepção da pessoa de sua saúde por meio de uma avaliação subjetiva de seus sintomas, satisfação e adesão ao tratamento (MARTINS; CESARINO, 2005).

    Atualmente, o tratamento para pessoas com IRC está cada vez mais aprimorado. Quando os medicamentos e a dieta hipoprotética já não são suficientes, torna-se necessário, segundo Medeiros, Pinent e Meyer (2002), o emprego da hemodiálise (HD) como método de substituição da função renal ou o transplante do rim.

    Apesar do processo de HD prolongar a vida dos pacientes com IRC, a cronicidade dessa patologia é tão complexa e extensa que estimula a comunidade científica a investigar temas, como percepção de qualidade de vida em pessoas envolvidas nesse processo (MARTINS; FRANÇA; KIMURA, 1996).

    Tendo em vista a necessidade de compreender melhor o cotidiano dos pacientes que estão em HD, uma vez que essa terapia proporciona ao doente uma rotina restrita, com limitações nas AVD’s, favorecendo o sedentarismo e a deficiência funcional 8(LAW, 2002), objetivou-se com este estudo avaliar a percepção de qualidade de vida de pacientes submetidos à HD e verificar se há relação entre a mesma e as AVD’s.

Metodologia

    O presente estudo foi realizado na Clínica Renal do Hospital Santa Lúcia, da cidade de Cruz Alta – RS, no período de maio a setembro de 2007.

    Foram avaliados 33 pacientes com IRC, submetidos à HD na referida clínica. Para a seleção dos participantes foram utilizados como critérios de inclusão ter idade igual ou superior a 18 anos, estar em tratamento hemodialítico a no mínimo três meses, não ter deficiência cognitiva e concordar participar do estudo.

    Este estudo foi realizado conforme a resolução específica do Conselho Nacional de Saúde (196/96), e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ) protocolado com o número 001/2007. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e foram orientados quanto à garantia de sigilo de seus dados e ao direito de desistência.

    A coleta dos dados foi realizada durante a HD, individualmente, na forma de entrevista. Para avaliar a qualidade de vida utilizou-se o questionário genérico SF-36 na versão curta, que foi validado e traduzido para a língua portuguesa por Ciconelli (1999) e que é composto por 36 itens, subdivididos em 8 dimensões (capacidade funcional, aspecto físico, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspecto social, aspecto emocional e saúde mental), onde cada dimensão gera um escore que pode variar de 0 a 100, do pior para o melhor estado de saúde.

    As atividades da vida diária foram avaliadas através de dois instrumentos: o Índice de Barthel (MAHONEY; BARTHEL, 1965), que avalia as atividades básicas em 10 itens (alimenta-se, movimentar-se da cadeira para a cama, higiene pessoal, usar o banheiro, tomar banho, caminhar, subir e descer escadas, vestir-se, controle vesical e controle fecal), numa pontuação que varia de 0 a 100 (classificação: de 0-60 dependência, de 61-90 dependência moderada e de 91-100 independência); e a Escala de Lawton (LAWTON; BRODY, 1969) que avalia as atividades instrumentais através de 21 itens, subdivididos em 7 partes (telefone, viagens, compras, preparo de refeições, trabalho doméstico, medicações e dinheiro).

    Para a análise dos dados foi utilizado o programa estatístico SPSS, versão 11.0. Os dados foram descritos através de média, desvio padrão, freqüência e porcentagem. O teste “t” de Student foi utilizado para comparar a qualidade de vida do grupo do gênero masculino com o feminino e, para verificar as relações entre as atividades da vida diária e a qualidade de vida, foi utilizada a correlação linear de Pearson, aceitando para ambos p≤0,05 como nível de significância.

Resultados e discussão

    Para atingir os objetivos deste trabalho, foi necessário, em um primeiro momento, conhecer as características dos pacientes para, após, relacioná-las com a qualidade de vida dos mesmos.

    Essas características foram analisadas considerando os seguintes indicadores: gênero, idade, tempo de HD e funcionalidade (ABVD E AIVD).

    A amostra deste estudo constitui-se por 33 pacientes, sendo a maior parte do gênero masculino (n=24). Na figura abaixo, estão expressos os resultados relacionados ao gênero dos participantes.

Figura 1. Caracterização da amostra: gênero.

    Os resultados obtidos neste estudo concordam com os autores Medeiros; Pinent e Meyer (2002), Castro et al. (2003) e Krug et al. (2008), onde, em seus estudos, a maior parte da amostra foi composta por pacientes do gênero masculino.

    De acordo com Leite (2000) e Nahas (2003) isso se deve ao fato de que o homem, geralmente, está mais exposto aos fatores de riscos das doenças crônicas não transmissíveis, tais como: fumo, álcool, hipertensão, má alimentação, dentre outros.

    Além disso, o Ministério da Saúde (2003) demonstrou em seu documento que a maior prevalência de pacientes com IRC está na população do gênero masculino.

    A próxima variável a ser discutida é a idade dos participantes. As idades variaram entre 27 e 72 anos (50,2±21 anos), valores estes expostos abaixo (Tab 1).

Tabela 1. Caracterização da amostra: idade

 

Freqüência

%

De 21 a 40 anos

6

18,2

De 41 a 60 anos

21

63,6

De 61 a 80 anos

6

18,2

Total

33

100,0

    Analisando os dados da tabela acima (Tab 1), pode-se perceber que todos já atingiram a fase adulta, resultados esses que vão ao encontro dos dados sugeridos por Romão Júnior (2004), onde é pequena a parcela de pacientes com IRC submetidos à HD com idade inferior a 18 anos.

    Estes achados também concordam com o último Censo de Diálise, realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, onde o número de pacientes em HD com idade menor que 18 anos alcançou uma pequena porcentagem (1,5%). Já a prevalência de pacientes em HD com idade maior ou igual a 65 anos é de 25,5%. No mesmo artigo (SESSO et al. 2007), assim como no presente estudo, a maior concentração de pacientes com IRC terminal está na faixa etária de 40 a 60 anos de idade.

    Estes dados podem estar relacionados ao fato de que as doenças e agravos não transmissíveis normalmente são mais prevalentes quando as pessoas atingem idade igual ou superior a 35 anos (POLLOCK; WILMORE, 1993).

    Outra variável analisada neste estudo foi a funcionalidade dos pacientes. Este estudo utilizou o Índice de Barthel e a Escala de Lawton, pois estes instrumentos analisam atividades diferentes, avaliando as tarefas básicas e as tarefas mais complexas, respectivamente.

    Assim como nas atividades mais simples (ABVD’s), os pacientes estudados também são, na maioria, independentes nas atividades mais complexas (AIVD’s).

    Na figura a seguir estão dispostos os resultados relacionados à funcionalidade dos pacientes.

    Para avaliar a qualidade de vida, foi utilizado o SF-36, que analisa oito domínios representantes de valores humanos básicos relevantes na avaliação da qualidade de vida. Essa qualidade de vida ainda é um conceito novo na área da saúde, bem como na nefrologia, necessitando assim uma boa atenção em estudos com o paciente com IRC (CASTRO et al. 2003).

    Analisando os dados que seguem (Tab 2) é possível perceber que não houve diferença significativa na percepção de qualidade de vida entre os pacientes do gênero masculino e feminino.

Tabela 2. Percepção da Qualidade de Vida:comparação entre homens e mulheres

Qualidade de Vida

Homens

Mulheres

P

  

X ± S

X ± S

Estado Geral de Saúde

47,77 ± 16,63

43,70 ± 115,67

0,17

Capacidade Funcional

38,33 ± 25,23

47,00 ± 34,75

0,65

Atividade Física

36,00 ± 34,79

41,40 ± 38,04

0,68

Dor

40,14 ± 10,65

48,00 ± 8,94

0,22

Vitalidade

25,83 ± 25,18

44,00 ± 33,05

0,32

Aspectos Sociais

47,50 ± 39,59

42,00 ± 53,10

0,85

Aspectos Emocionais

49,17 ± 45,21

40,00 ± 54,77

0,76

Saúde Mental

47,67 ± 24,14

44,00 ± 23,15

0,45

**Estatisticamente significativo para p<0,01

*Estatisticamente significativo para p<0,05

    Este estudo mostra que há comprometimento em várias dimensões da qualidade de vida, sendo que os mais afetados são a capacidade funcional, as atividades físicas, a vitalidade e a dor. Esses resultados são semelhantes aos resultados de Meyer et al. (1994), onde pacientes holandeses atingiram os menores valores na capacidade funcional e na vitalidade.

    Os mesmos resultados vão ao encontro do estudo realizado por Castro et al. (2003), objetivando analisar a qualidade de vida de em pacientes com IRC com diferentes tempos de HD, estudando 184 pacientes, de ambos os sexos. No relatado estudo, os escores mais baixos aconteceram nos aspectos físicos e na vitalidade.

    De acordo com Santos (2006), o aspecto que mais influencia o decréscimo da qualidade de vida do doente renal crônico é a limitação física, dado esse constatado em pesquisa realizada com 107 pacientes, da Unidade de Diálise e Transplante Renal da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, no Ceará.

    Esses achados também concordam com o predomínio da literatura nacional, sugerindo um baixo valor nos aspectos físicos para os pacientes com IRC submetidos à HD (PEREIRA et al. 2003).

    A próxima tabela (Tab 5) expressa valores da correlação entre a idade e a qualidade de vida e da correlação entre o tempo de HD e a qualidade de vida.

Tabela 5. Correlação entre a idade e o tempo de HD, ambos em meses, 

com a qualidade de vida dos pacientes com IRC: valores do “r”

Mês

Qualidade de vida

EGS

CF

AF

DF

VIT

AS

AE

SM

Idade

-0,119

-0,501**

-0,514**

-0,352*

-0,324*

-0,024

-0,187

-0,389*

T. H.

-0,132

0,132

0,157

0,189

-0,066

-0,045

-0,399*

0,072

** Estatisticamente significativos para p<0,01

* Estatisticamente significativos para p<0,05

    Os resultados encontrados na variável idade demonstram que a mesma apresentou, significativamente, correlação negativa com a capacidade funcional (p<0,02), com os aspectos físicos (p<0,002), com a dor física (p<0,04), com a vitalidade (p<0,03) e com a saúde mental (p<0,02).

    Esses dados descritos comprovam que, com o passar da idade, a saúde mental, assim como a capacidade funcional diminuem (NAHAS, 2003), causando outras alterações no organismo.

    Neste estudo, obtiveram-se resultados semelhantes aos de Castro et al. (2003), quando avaliaram a qualidade de vida em pacientes com IRC em oito unidades de diálise da grande São Paulo. Os citados pesquisadores encontraram correlação negativa nas mesmas variáveis deste estudo, porém com valores inferiores.

    Também houve os mesmos achados nas pesquisas de Moreno et al. (1996) e Merkus et al. (1997), sendo a última realizada com 226 pacientes em tratamento hemodialítico.

    Com relação ao tempo de HD, este trabalho apresentou correlação negativa com os aspectos emocionais (p≤0,01), indicando que, quanto maior o tempo de HD, mais baixos são os valores desse componente. Esses fatores influenciam não apenas a demanda ocupacional como a morbidade, sendo fatores importantes de prejuízos sociais (MARTINS; CESARINO, 2005).

    Ainda são escassas as pesquisas sobre o tempo de HD, influenciando a qualidade de vida em pacientes com IRC, mas, de acordo com Machado (2001), quanto mais tempo de HD, mais resignação à doença é percebida.

    Sabendo da grande importância da HD como método terapêutico nos últimos anos, é fundamental que se investigue mais essa variável, bem como a sua relação com a qualidade de vida, para contribuir com a saúde dessa população submetida à mesma.

    Na tabela 6 estão descritos os dados que identificam a funcionalidade da amostra e a sua relação com os oito domínios do SF-36.

Tabela 6. Correlação entre as atividades de vida diária (AVD’s)

e a qualidade de vida dos pacientes com IRC: valores do “r”

AVD’s

Qualidade de vida

EGS

CF

LIM

DF

VIT

AS

AE

SM

ABVD

0,309

0,483**

0,337*

-0,291

0,488**

0,055

0,264

0,061

AIVD

0,403**

0,495**

0,447**

-0,053

0,504**

0,046

0,386*

0,086

** Estatisticamente significativos para p<0,01

* Estatisticamente significativos para p<0,05

    Pode-se observar, na tabela acima (Tab 6), que nas atividades mais simples relacionadas com a funcionalidade dos pacientes, ou seja, as atividades básicas, ocorreram relações significativas com a capacidade funcional (p<0,04), com a limitação (p<0,05) e com a vitalidade (p<0,04).

    As atividades instrumentais da vida diária se relacionaram com o estado geral de saúde (p<0,02), com capacidade funcional (p<0,03), com a limitação (p<0,009), com a vitalidade (p<0,03) e com os aspectos emocionais (p<0,04).

    Apesar de poucos os subsídios que relacionam a qualidade de vida com as atividades da vida diária em pacientes com IRC, há muitas referências que relatam que quanto maior as AVD’s, maior a qualidade de vida. Matsudo et al. (2001) explicam que a qualidade de vida está diretamente vinculada a autonomia e independência, fatores esses que são ótimos indicadores de saúde para a população com restrições.

    Poucos são os artigos que estudam as atividades da vida diária em pessoas submetidas à HD. Autores como Rudinicki (2007) sugerem que este assunto necessita de uma maior atenção na área da saúde, pois a manutenção das tarefas diárias para pacientes com doenças crônicas é de extrema importância, tanto para a saúde mental, quanto corporal.

    Após a análise destes dados, cabe aos profissionais que trabalham com pacientes que realizam HD dar uma atenção maior as AVD’s, contribuindo com a saúde geral destes indivíduos.

Considerações finais

    Com este estudo, foi possível identificar que todos os pacientes eram adultos, sendo que maior parte da amostra foi composta por homens.

    Tanto nas atividades básicas como nas instrumentais da vida diária, foi pequena a parcela de pacientes com IRC classificados como dependentes.

    Ainda constatou-se com este estudo um prejuízo da percepção de qualidade de vida das pessoas submetidas a HD, onde as áreas mais afetadas, ou seja, os menores escores, são nos domínios da capacidade funcional, das atividades físicas, da vitalidade e da dor.

    Nas relações entre a qualidade de vida e as demais variáveis, observaram-se os seguintes resultados:

  1. A idade se relacionou inversamente com a capacidade funcional, com os aspectos físicos, com a dor física, com a vitalidade e com a saúde mental.

  2. O tempo de HD apresentou relação negativa com os aspectos emocionais.

  3. As ABVD’s tiveram relações com a capacidade funcional, com a limitação e com a vitalidade.

  4. As AIVD’s se relacionaram com o estado geral de saúde, com a capacidade funcional, com a limitação, com a vitalidade e com os aspectos emocionais.

    Com base nos dados acima percebe-se que os pacientes que estão em HD necessitam de uma série de cuidados que podem causar repercussões não só nos aspectos físicos, como também nos aspectos psicológicos.

    Sendo assim, o presente estudo revela a importância de manter ou melhorar as atividades da vida diária dos pacientes com IRC, pois estas influenciam a qualidade de vida. Além disso, vale a pena ressaltar que a qualidade de vida é uma importante meta terapêutica para a reabilitação dessa população.

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