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Uma análise do perfil do estilo de vida de alunos da 

série do ensino fundamental do município de Tubarão, SC

 

*Professor do Curso de Educação Física

Coordenador do Programa de Qualidade de Vida na UNISUL

**Acadêmicas do Curso de Educação Física

Estagiárias do Programa de Qualidade de Vida na UNISUL

(Brasil)

Richard Ferreira Sene*

Ana Paula Nandi**

Leslie Freitas**

richard.sene@unisul.br

 

 

 

Resumo

          Esta é uma pesquisa realizada com escolares da 8º série, sendo 10 indivíduos do sexo masculino e 10 do sexo feminino, com idade entre 14 e 16 anos, do município de Tubarão, SC. O principal objetivo deste estudo foi analisar o perfil do estilo de vida desses adolescentes. Foi utilizado o questionário do “Pentáculo do Bem Estar” proposto por Nahas, Barros & Francalacci (2000), analisando os componentes do estilo de vida diário e individual nos fatores de nutrição, atividade física, comportamento preventivo, controle de estresse e relacionamento. Após a aplicação do questionário verificou-se que apenas no fator relacionamento foi alcançado um resultado positivo dos participantes, sendo que os demais itens foram considerados negativos segundo resultados e índices do próprio Pentáculo do Bem Estar. Na comparação entre o sexo masculino e feminino, obtiveram-se resultados negativos em todos os componentes do sexo feminino e do sexo masculino foi alcançado um resultado positivo, no componente relacionamento. Concluindo-se que os meninos deste estudo procuram mais formas de relacionar-se.

          Unitermos: Qualidade de vida. Adolescentes. Escolares.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 126 - Noviembre de 2008

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Introdução

    Uma vida saudável começa na infância, com uma boa alimentação, atividades físicas regulares, cuidados médicos adequados e um ambiente familiar estimulante, que dê suporte e conforto. Nesta fase molda-se o futuro adulto, cuidando tanto de aspectos morfológicos e funcionais quanto no seu aspecto de caráter e princípios.

    Na adolescência os cuidados relacionados à saúde também aumentam preocupando-se com as doenças infecto contagiosas e das chamadas causas externas (acidentes e mortes violentas, muito presente nesta etapa). Nesta fase é importante o apoio constante dos pais, um círculo de amizades que favoreça comportamentos saudáveis e a ação positiva dos professores, na qual, representam elementos fundamentais para decisões inteligentes quanto ao uso ou não de drogas.

    Nesta fase a Educação Física escolar tem um papel educativo relevante e pode representar uma oportunidade ímpar para vivências positivas e enriquecedoras centradas na promoção de um estilo de vida ativo. A prática de esportes pode representar uma alternativa culturalmente significante e saudável, buscando o jovem experimentar seus limites e enfrentar desafios.

     A falta de exercícios físicos regulares associados com a exposição a altos níveis de estresse, adoção de dietas inadequadas e de posturas corporais estáticas na maior parte do tempo, muitas vezes incorretas, levam o corpo dos estudantes a se tornar uma fonte de tensões, e os músculos mais enrijecidos ficam vulneráveis às lesões, assim como as demais estruturas, criando dessa forma uma reação em cadeia indesejada, ou seja, um transtorno de saúde (NATHAN, 2000).

    E, contudo, a tecnologia tem facilitado muito nosso dia-a-dia, porém o tempo que nos sobra não está sendo utilizado adequadamente por nossos alunos. O mundo tem evoluído bastante e com ele a criação dos jogos eletrônicos, cultivando um estilo de vida mais sedentário. Conseqüentemente acarretando em alterações em nossos jovens, como uma alimentação inadequada, afetando no crescimento que está diretamente relacionado com o nível de atividade física, ficando abaixo do recomendado com este tipo de comportamento. Triglicerídeos, colesterol, pressão arterial e estresse, são índices que se tem mostrado alarmantes, relacionados ao estado de saúde. Prejudicando o desenvolvimento físico, social e intelectual dos adolescentes, se distanciando cada vez mais de um crescimento ideal e saudável.

    O jovem de hoje deve se preocupar mais com sua saúde, alimentação, praticar mais exercícios físicos, se manter mais ativo, enfim, preocupar-se mais com sua qualidade de vida. Mas não é o que acontece na prática, pelos fatores citados acima, porém, obviamente ainda existem casos de exceções.

    Por esses motivos há uma preocupação em analisar o estilo de vida de jovens da rede municipal de ensino da cidade de Tubarão, a fim de verificar o estilo de vida atual desses jovens.

Objetivo geral

    Analisar o perfil do estilo de vida dos alunos de 8º série do ensino fundamental.

Específicos

  • Analisar as ações habituais sobre nutrição.

  • Analisar as ações habituais relacionadas a atividade física relacionada com a Educação Física Escolar.

  • Analisar as ações habituais sobre o comportamento preventivo.

  • Analisar as ações habituais relacionadas ao controle do estresse.

  • Analisar as ações habituais sobre relacionamento social.

  • Comparar os estilos de vida do sexo masculino com os do sexo feminino.

Referencial teórico

Qualidade de vida

    Em uma visão holística, considera-se qualidade de vida como sendo uma condição humana resultante de um conjunto de aspectos individuais e o meio em que o mesmo vive podendo se modificar ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano (NAHAS, 1997 apud Nahas 2003).

    Segundo Santos (2005), os elementos que debilitam a qualidade de vida devem ser combatidos através da aceitação de um estilo de vida ativo e saudável baseado na alimentação balanceada, prática constante de exercícios físicos, abandono do consumo de drogas lícitas (cigarro, álcool) e ilícitas (maconha, cocaína), pratica de sexo seguro, ser adepto do lazer ativo, não ultrapassar os limites do nosso corpo, manter bom relacionamento interpessoal, respeitar os horários de sono, praticar técnicas de meditação e relaxamento.

    Existem fatores positivos e negativos em nosso estilo de vida, que comprovadamente afetam nossa saúde e bem estar a curto ou longo prazo, a qualidade de vida das pessoas está diretamente associada a esses fatores, que são: nutrição, estresse, atividade física, relacionamento e comportamento preventivo (NAHAS, 1999 apud Nahas, 2003 p.21).

Fator nutrição

    “Por nutrição entende-se a ciência que estuda o ato de nutrir-se através do conjunto de processos que vão desde a ingestão do alimento até a sua assimilação pelas células, incluindo os fenômenos sociais, econômicos, culturais e psicológicos que podem influenciar na alimentação” (MITCHELL, 1988).

    O fator nutrição está relacionado com o poder aquisitivo das pessoas, na utilização de certas comodidades adquirindo alimentos industrializados, tendo um consumo de alimentos com alto teor calórico

    De maneira mais simplificada, você é o que você come. Os alimentos de origem vegetal ou animal fornecem ao ser humano, nutrientes necessários que nosso organismo necessita, bem como as substâncias que constroem e mantém as células que permitem o crescimento e fornecem energia para os processos metabólicos vitais e as atividades do dia-a-dia. As funções físicas, mentais e o bem-estar social, também dependem da boa nutrição (GOUVEIA, 1990).

Fator controle de estresse

    Ferreira (2001), relata que stress é o conjunto de reações que o organismo tem à agressões de diversas origens , capazes de perturbar o equilíbrio interno .

    Convivemos constantemente com situações de estresse. Doses (intensas ou prolongadas) que podem trazer sérios problemas psicológicos e físicos. Quando as situações de estresse estão fora de controle pode interferir em nossas atividades diárias, resultando em perda de produtividade e afetando nossos relacionamentos (NAHAS, 2003).

    Segundo autores, o sistema imunológico que é responsável pelas ações de defesa do organismo contra infecções, é o mais afetado nas situações de estresse. Hipertensão arterial, infartos agudos, derrames cerebrais, câncer, úlceras, depressão, distúrbios nervosos, artrite, são doenças associadas ao stress.

Fator atividade física na aula de Educação física

    A educação física escolar como parte do currículo educacional é sem dúvida nenhuma, um importante instrumento para que a escola concretize seus objetivos, em particular aqueles relacionados à educação para saúde. Incluindo os aspectos físicos, psicológicos, sociais e afetivos. Portanto é necessário estabelecer prioridades para cada faixa etária ou série, de acordo com as características e necessidades de cada grupo. Esses conhecimentos poderão contribuir para que as pessoas consigam se desenvolver harmonicamente podendo ter mais argumentos para enfrentar os desafios de nossa sociedade.

    A educação para um estilo de vida ativa, representa uma das tarefas educacionais fundamentais que a educação física tende a realizar. Temos em nossas mãos um instrumento poderoso de trabalho: uma disciplina que nos permite tão claramente trabalhar e intervir nos ais diferentes aspectos dos indivíduos desde o social até o motor passando pelo afetivo, psicológico, cognitivo dentre outros. Além disso, suas práticas nos permitem trabalhar com estes aspectos relacionados a uma esfera maior: podemos visualizar nossa sociedade nas práticas motoras, nos jogos, nas competições (TEIXEIRA, PEREIRA, ETCHEPARE, 2005).

Fator comportamento preventivo

    “Comportamento preventivo é definido como: ações individuais ou coletivas, executadas voluntariamente pelo indivíduo em estado assintomático em relação a uma doença específica com o objetivo de minimizar o potencial de ameaça percebido em relação à mesma” (PENDER, 1975).

    Mudanças no estilo de vida não são fáceis de realizar e dependem da nossa vontade, do apoio de familiares e amigos e das informações e oportunidades que não são oferecidas (NAHAS, 2003).

    Para Nahas (2003) existem evidências de que o estilo de vida individual, que é um conjunto de crenças, valores e atitudes que se reflete em nossos hábitos cotidianos, ou seja, em nosso padrão de comportamento, apresenta um elevado impacto sobre a saúde, em geral, determinando para a grande maioria das pessoas, o quão doentes ou saudáveis, serão a médio e longo prazo. Em síntese, é em face do estilo de vida individual com seus comportamentos relacionados à saúde que surgirão os reflexos positivos ou negativos em nossa qualidade de vida atual e na velhice. Porém, diante dos mais diferentes graus de desequilíbrios e contrastes socioeconômicos em que se vive nos dias de hoje, pode-se admitir que ainda estejamos longe de um estilo de vida ideal.

Relacionamento social

    O corpo é o equipamento de suporte de todas as ações e processos, e o seu meio de expressão e comunicação. O interesse dispensado ao ato motor no processo de desenvolvimento social humano, não se limita à observação das respostas comportamentais observáveis no relacionamento interpessoal, estas respostas comportamentais são resultante de um desenvolvimento global do indivíduo em interação com seus semelhantes (SCHNEIDER, 1981 apud ROEDER, M A 2003).

    O relacionamento e comportamento social são um conjunto de ações, atitudes e pensamentos que o indivíduo apresenta em relação à comunidade, aos indivíduos com que ele interage e a ele próprio. A qualidade de interação é resultante da conjunção de dados inatos com os processos de socialização. As dificuldades de relacionamento social pessoal, muitas vezes estão ligadas a problemas que o indivíduo tem com familiares, na sua própria educação em casa.

    A medida que você vai utilizando o conhecimento de si mesmo e dos outros, você aprende a maneira de se comunicar, de se relacionar, com o meio em que vive, saber ouvir, saber dialogar, saber informar, com isso o relacionamento com os outros vai melhorar e assim você pode se compreender melhor e poder melhorar nos aspectos necessários (MINUCUCCI, 1989 p.33).

Metodologia

Tipo de pesquisa

    A pesquisa será aplicada quanto à abordagem do problema, será do tipo quali – quantitativa. Do ponto de vista dos objetivos será descritiva e quanto aos procedimentos do tipo levantamento. Foi realizada uma pesquisa de campo com o objetivo de coletar dados e informações que contribuam na análise e interpretações dos resultados, tendo em vista o objetivo formulado (HEERDT, LEONEL, 2004).

Amostra

    O questionário foi aplicado com 20 adolescentes, sendo 10 do sexo masculino e 10 do sexo feminino, com faixa etária de 14 a 16 anos, freqüentadores da 8º série, do período matutino, da Escola Básica João Hilário de Mello da rede Municipal da cidade de Tubarão. A escolha da amostra foi aleatória, participando do estudo somente aqueles que trouxeram o termo de consentimento assinado pelos pais.

Procedimentos

  • Autorização na direção da escola, conforme (anexo 1);

  • Contato com o professor de educação física;

  • Contato com os alunos;

  • Autorização dos mesmos e/ou responsáveis, conforme (anexo 2);

  • Após autorização inicio da aplicação do questionário;

Material e instrumento

    Como instrumento de coleta de dados utilizou-se o questionário Perfil de Estilo de Vida Individual (Nahas, Barros & Francalacci apud Nahas, 2003) conhecido como “Pentáculo do Bem Estar: base conceitual para a avaliação do estilo de vida de indivíduos ou grupos”.

Tratamento estatístico

    Os dados foram tabulados através de uma planilha de Excel. Conforme as respostas dos alunos, zero (0) para as questões que não fazem parte do seu estilo de vida, um (1) às vezes corresponde ao seu comportamento, dois (2) quase sempre verdadeiro em seu comportamento, três (3) faz parte do seu estilo de vida. Esses índices acompanham os resultados proposto pelo próprio instrumento. E, ainda foram somados os três valores e divididos entre as três afirmativas, para confecção da média de um resultado geral. Sendo que foi estipulado que médias acima de dois (2), considera-se positiva e abaixo desse valor a média foi considerada negativa.

Fórmula = Afirmativa 1 + Afirmativa 2 + Afirmativa 3 = Total ÷ 3 = resultado do fator.

Resultados

Figura 1. Pentáculo do Bem Estar preenchido conforme respostas dos alunos da 8º série.

Fonte: Acadêmica do Curso de Educação Física Ana Paula Nandi

    Em relação à nutrição podemos perceber que se alcançou um resultado negativo (1,45), média dos três itens relacionados ao mesmo. Sendo que, a maioria destes adolescentes não tem uma refeição de qualidade, e também por muitos não fazerem em média as seis (6) refeições diárias recomendada, conforme Nahas (2003). E outro ponto a ser observado, é o consumo de lanches gordurosos que tem sido constante na vida desses jovens, conforme relato dos próprios jovens em conversa informal com o autor.

    Quanto à atividade física também foi visto um resultado negativo com uma média de (1,75) dos três itens. Uma das razões é a grande evasão das aulas de educação física, onde os alunos não possuem a conscientização necessária para praticar tal atividade física e sendo que seria nesta ocasião que os alunos teriam a oportunidade de fazer uma atividade, sendo ela uma modalidade esportiva ou até mesmo alguma atividade relacionada à aptidão física e saúde.

    Em outro item, o comportamento preventivo, também se viu um dado negativo e preocupante, pois foi a média mais baixa de todos os itens citados (1,33). Pois a maioria deles nem mesmo sabem sua pressão arterial, ou até mesmo o tipo sangüíneo, com, a exceção de um aluno que teve leucemia, e por isso, está sempre atento com sua saúde.

    Um resultado positivo foi no componente de relacionamento com a média (2). Podemos observar em conversa com os alunos, que alguns sempre se encontram fora do horário de aula. Conforme Caballo, (1987 apud Roeder, 2003), o jovem tem que expor suas idéias, manter um bom relacionamento com seus colegas de sala, não só na escola, mas fora dela também.

    E, por fim, no componente em relação ao estresse temos uma média também negativa (1,6). Isso se deve ao fato, segundo os entrevistados da grande maioria trabalharem fora, sendo assim, possuem preocupações, podendo ocasionar algum tipo de problema como insônia, dores de cabeça, conforme Nahas (1999, apud Nahas, 2003).

Feminino

Figura 2. Pentáculo do Bem Estar preenchido conforme respostas das alunas do sexo feminino.

Fonte: Acadêmica do Curso de Educação Física Ana Paula Nandi

    Em relação à nutrição obtivemos uma média negativa (1), podendo observar que primeiro item relacionado à nutrição, elas não tem o hábito de variar sua alimentação com diferentes tipos de frutas ou hortaliças.

    A média em relação à atividade física também foi negativa (1,5). A maioria destas meninas nem mesmo fazem aula de educação física e poucas delas vão caminhando ou pedalando para a escola. Bem como, não praticam nenhum exercício físico fora do horário de aula. Em um primeiro momento esses jovens até aceitam fazer uma atividade física, mas logo desistem principalmente as meninas Isso pode até acontecer, pois falta um pouco mais de conscientização ou até mesmo esclarecimento sobre os benefícios que o exercício pode trazer a saúde e bem estar (NAHAS, 2003).

    No componente de comportamento preventivo também foi alcançado uma média negativa, (1). Esse é um dado preocupante é que a grande maioria destas meninas não conhecem e verificam sua pressão arterial ou controlam seu nível de colesterol.

    Em relação ao componente relacionamento também pode se observar uma média negativa, (1,5). A maioria delas já possui um relacionamento afetivo e raramente se encontram fora do horário de aula.

    No componente estresse, a média também foi negativa, (1,2). Podemos observar que muitas das meninas trabalham fora, segundo relato das mesmas, justificando muitas delas não conseguirem equilibrar seu trabalho com o lazer.

Masculino

Figura 3. Pentáculo do Bem Estar preenchido conforme respostas dos alunos do sexo masculino.

Fonte: Acadêmica do Curso de Educação Física Ana Paula Nandi

    No componente nutrição a média que foi alcançada foi de (1,7). Sendo que em um dos itens deste componente obtivemos uma resposta positiva, como cita Nahas, o indivíduo deve fazer de quatro (4) a cinco (5) refeições diárias, incluindo um café da manhã completo.

    Obtivemos uma média negativa também no componente de atividade física (1,8). Os meninos sempre se encontram fora do horário de aula para praticar alguma atividade em grupo. Sendo que apenas um deles faz atividades físicas regulamente (três vezes por semana), em academia.

    No componente comportamento preventivo foi alcançada uma média negativa, (1,4). Sendo também que como as meninas, poucos sabem sua pressão arterial ou se conscientizam para a importância que isso tem para a sua saúde. Parafraseando Nahas (2003), os jovens deveriam estar mais atentos, pois o estilo de vida saudável e bons hábitos garantirão uma boa saúde na vida adulta e na velhice.

    No componente de relacionamento obtivemos uma média positiva, (2,2). Os meninos sempre se encontram fora do horário de aula, nos finais de semana seja para ir à festas ou para jogar futebol. Segundo Schneider, (1981 apud Roeder, 2003), esse relacionamento interpessoal é uma resultante de um desenvolvimento da interação do indivíduo com o meio onde vive. E nesse contato com a sociedade que o indivíduo apresenta suas ações, pensamentos, e idéias, perante a sociedade.

    Em relação ao estresse foi observada uma outra média negativa, (1,2). Chamando atenção para um item deste componente, é que poucos se controlam em uma discussão e também eles equilibram bem seu tempo de trabalho com o lazer.

Conclusão

    Com o término deste estudo podemos concluir que em relação aos componentes de nutrição, estresse, atividade física e comportamento preventivo, os dados nos mostram que há um alto índice de hábitos inadequados pela amostra estudada. Estes baixos índices nos comportamentos acima citados poderão acarretar diversos problemas de saúde e baixa qualidade de vida tanto na fase adulta quanto na velhice (Nahas, 2003).

    Em relação ao fator atividade física, os resultados mostraram que os meninos são mais ativos do que as meninas. Entretanto, os níveis de atividade física, para ambos os sexos, revelam-se serem baixos. Os resultados evidenciaram ainda, que os meninos estão muito mais envolvidos em atividades físicas organizadas durante o seu tempo livre e fora do ambiente escolar do que as meninas. E, ainda cabe salientar o fato da evasão das aulas de educação física, pois muitos dos pesquisados relataram que pelo fato de trabalharem não conseguem freqüentar as aulas de educação física regularmente, diminuindo assim seus níveis de atividade física. Porém, o autor acredita que os mesmos deveriam aproveitar o momento da aula para aumentar esse índice e não baixar. Sendo que outro fator que também influencia nessa busca de qualidade de vida nas aulas é o pouco tempo de aula, que geralmente é de apenas uma vez na semana, onde o professor encontra várias dificuldades para oferecer todos os benefícios que a aula de educação física pode proporcionar.

    Onde foi obtido o melhor resultado foi no componente relacionamento, sendo que diferente das meninas, os meninos se encontram fora do horário escolar para praticar alguma atividade ou até mesmo para saírem. Segundo a Academia Americana de médicos da família apud Nahas, 2003, essa pratica tende a diminuir o estresse causado pelo dia-a-dia, que normalmente tem se tornado uma constante em nossas vidas. Esse comportamento positivo vem a colaborar com o estilo de vida saudável (Nahas, 1999 apud Nahas, 2003).

    Podemos perceber que hoje em dia, os hábitos e atitudes desses adolescentes estão bem precoce, ou seja, em tempos atrás, adolescentes da mesma idade não trabalhavam ou até mesmo tinham relacionamentos afetivos tão cedo.

    Enfim, na escola, o professor deve fazer um trabalho englobando bons hábitos de atividade física, alimentação, controle de estresse e, ainda, numa visão holística tratar melhor os relacionamentos entre os jovens. Tornando assim, suas atividades mais prazerosas, incentivando a participação dos alunos nas aulas, e ainda, conscientizando-os a buscarem sempre uma melhor qualidade em suas vidas.

Referências

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