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O posicionamento dos instrutores de musculação 

frente aos suplementos alimentares

 

*Licenciado em Educação Física

**Acadêmico do curso de Educação Física

Universidade Luterana do Brasil – ULBRA

(Brasil)

Juciano Gasparotto*

Amilton Rogério Morais Jr**

amiltonmoraisjr@yahoo.com.br

 

 

 

Resumo

          O presente estudo tem por objetivo se verificar o posicionamento dos Instrutores de Musculação de academias dos municípios de Carazinho – RS, Passo Fundo – RS e Não-Me-Toque – RS. A pesquisa caracteriza-se por ser do tipo quantitativa onde foi realizado entrevista e aplicado um questionário semi- estruturado composto por oito (08) questões, com trinta (30) instrutores de musculação das academias das cidades supra-citadas no período de outubro a novembro de 2007.

          Unitermos: Instrutores. Musculação. Suplementos alimentares.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 126 - Noviembre de 2008

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Suplementos alimentares

    Conforme Tahara, Schwartz e Silva (2003), as academias tornaram-se uma opção para a população que adere ao exercício físico, com o intuito de obter melhorias em seu bem-estar geral.

    Segundo Wilmore e Costill (2001), na busca permanente pelo desempenho, os atletas, freqüentemente, desejam testar qualquer alternativa que possa melhorar seu desempenho. Para alguns, uma dieta especial pode ser um fator decisivo. Outros podem depender da redução do estresse para alterar seu estado psicológico e outros, ainda, acreditam na utilização de determinadas drogas ou hormônios.

    O Ministério da Saúde, através da Portaria de nº. 33, institui como suplementos apenas vitaminas ou minerais isolados ou combinados entre si, desde que não ultrapassem 100% da ingestão diária recomendada.

    Para Biesek, Alves e Guerra (2005), os suplementos vitamínicos ou minerais são definidos como alimentos que servem para complementar a dieta diária de um indivíduo saudável, em casos em que a sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando a dieta demanda suplementação.

    Segundo Mcardle, Katch e Katch (1991), estudos demonstram que muitos suplementos são utilizados tanto por atletas quanto pela população em geral, sendo que a prevalência do uso por atletas não é muito maior do que a de indivíduos não atletas. A suplementação pode superar a ingestão diária recomendada de diversos nutrientes e substâncias, muitas vezes com alguns efeitos desejáveis e outros colaterais.

    De acordo com Fett (2000), podem ser encontrados diversos tipos de suplementos, destinados a diversas finalidades, disponibilizados a qualquer indivíduo para a compra, sem um maior controle. Pode-se classificar os suplementos em alguns grupos principais, que são os suplementos vitamínicos e minerais, energizantes, reidratantes, protéicos, hipercalóricos, metabolizadores de gordura, produtos à base de fibras e aminoácidos de cadeia ramificada.

    Dentre as várias categorias acima citadas, encaixam-se diferentes tipos de suplementos que, segundo Bacurau (2000), os mais comentados dentro das academias, são albumina, aminoácido de cadeia ramificada, proteína do soro, lisina-carnitina, hormônios do crescimento, glutamina, carboidratos, ácido linoleico conjugado, creatina taurina, cromo, Bhidroxi-Bmetilbutirato e multivitamínicos.

    Para Uchida et al (2003), a busca desenfreada para um bom desenvolvimento corporal, vem acompanhada por um desconhecimento de quais são os verdadeiros papéis dos nutrientes no organismo humano. Segundo o autor, não existe alimentos ou combinações de alimentos que aumentem a massa ou a definição muscular, entretanto, as revistas especializadas não passam um número sem oferecer alguma forma milagrosa, sem base científica, de queimar gordura e aumentar o tamanho dos músculos.

    De acordo com Hirschbruch e Carvalho (2002), o ambiente das academias favorece a disseminação de padrões estéticos corporais estereotipados, como corpos magros, com baixa quantidade de gordura, elevado volume e tônus muscular, desta forma, o indivíduo torna-se predisposto a modificar seus hábitos alimentares, expondo-se a uma alimentação equivocada, que pode vir a oferecer riscos e danos à sua saúde.

    Para Anderson et al (1988), os suplementos alimentares têm enganado milhões de indivíduos com suas propostas de ganho de massa muscular e emagrecimento rápido, com propagandas mostrando fisiculturistas e pessoas magras, principalmente na juventude. Muitos sujeitos ingerem suplementos com uma multiplicidade de produtos irracionais, visando alcançar rapidamente seus objetivos. Estes sujeitos estão dispostos a gastar muito mais nestes produtos do que em nutrientes benéficos proporcionados por uma dieta balanceada. É mais proveitoso tirar os nutrientes necessários para o organismo de uma alimentação correta do que tomar suplementos para repor as substâncias que, em uma refeição balanceada, se conseguiria alcançar os níveis desejados de nutrientes para um bom desempenho. É importante obter os suprimentos adequados de cada alimento, sendo que além do indivíduo estar se alimentando corretamente, sem causar riscos para sua saúde, ele deve agradar seu paladar.

Metodologia

    O presente estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa de campo de natureza quantitativa, buscando esclarecer o problema a partir da realização de entrevistas e aplicação de questionários.

População

    Instrutores de musculação de academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS.

Amostra

    Trinta (30) instrutores de musculação de academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS.

Local de realização

    Este estudo foi realizado em academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS.

Período de investigação

    A investigação ocorreu durante o mês de outubro de 2007 a novembro de 2007, período em que foram coletados os dados através de pesquisa de campo.

Instrumentos de coleta de dados

    Para saber o posicionamento dos indivíduos que são instrutores em salas de musculação com relação à utilização de suplementos alimentares pelos praticantes dessa atividade, foi elaborado um questionário semi-estruturado (Apêndice B), composto por oito (8) questões divididas em duas partes.

    Os materiais utilizados para a pesquisa de campo foram: folhas de ofício (A4), caneta, prancheta.

Plano de coleta de dados

    Inicialmente, foi realizado levantamento bibliográfico e seleção de material relativo à temática, posteriormente, a leitura, e então se concretizou a pesquisa de campo, que se deu a partir do contato com as academias, solicitando consentimento para a aplicação de um questionário semi-estruturado (Apêndice B), contendo oito (8) questões divididas em duas partes. A entrevista foi realizada pelo pesquisador, após os entrevistados assinarem um termo de consentimento informado (Apêndice A).

Análise estatística

    Os dados coletados foram processados e submetidos à análise, utilizando-se a estatística básica descritiva que tem por função a ordenação e a descrição dos dados coletados

Análise e discussão de resultados

    Este item tem como objetivo apresentar os resultados e proceder à interpretação e análise dos mesmos. Ainda, para um melhor entendimento das análises, os resultados serão transcritos, além de transformados em gráfico.

    Do gráfico 1 até o gráfico 10 serão analisados e discutidos dados pessoais e profissionais dos instrutores de musculação entrevistados de academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS, informações referentes a idade, sexo, formação e qualificação profissional e tempo de atuação como instrutor de musculação.

Gráfico 1. Sexo dos instrutores de musculação

Fonte: Primária

    Percebe-se que os instrutores de musculação de academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS são do sexo masculino em sua maioria, pois: 63% (19 entrevistados) são do sexo masculino e apenas 37% (11 entrevistados) são do sexo feminino. (Gráfico 1).

Gráfico 2. Idade dos instrutores de musculação

Fonte: Primária

    Pode-se observar, com a aplicação do questionário semi-estruturado, que grande parte dos instrutores de academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS são jovens, sendo 27% (7 entrevistados) entre 18 e 22 anos; 54% (16 entrevistados) com idade entre 23 e 27 anos; 10% (3 entrevistados) de 28 a 32 anos; 7% (2 entrevistados) de 33 a 37 anos; 3% (1 entrevistado) de 38 a 42 anos; 3% (1 entrevistado) com idade entre 48 e 52 anos. (Gráfico 2).

Gráfico 3. Formação/qualificação dos instrutores de musculação

Fonte: Primária

    Dos indivíduos entrevistados, percebe-se que a maioria dos instrutores de musculação de academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS não completou o Ensino Superior, estando em fase de graduação, onde 10% (3 entrevistados) estão cursando do I ao IV Semestre; 47% (14 entrevistados) cursam do V ao VIII Semestre; 40% (12 entrevistados) possuem o Ensino Superior completo; e apenas 3% (1 entrevistado) possuem Pós-Graduação. No entanto, todos os instrutores entrevistados possuem minimamente o Nível inicial de Graduação em Educação Física. (Gráfico 3).

    Em 21 de fevereiro de 2000, o Conselho Federal de Educação Física – CONFEF, através da Resolução n° 024/2000, delibera que o estágio extra-curricular deve envolver o acadêmico de Educação Física, a partir do V semestre do curso de graduação, sendo que a partir deste período, existem maiores possibilidades de interação com os conceitos básicos que permitam a intervenção pré-profissional orientada. Mais tarde, foi revogada pela Resolução CONFEF n° 068/2003, considerando a ótica do Ministério do Trabalho e Emprego no sentido de que todo estágio é curricular, não existindo assim, estágio extra-curricular. Entretanto, percebe-se que dos profissionais entrevistados, 10% dos instrutores de musculação de academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS encontram-se inseridos no mercado de trabalho cursando do I ao IV semestre, o que pode ser considerado preocupante, pois, pode estar sendo utilizado como mão-de-obra barata, e ainda, demonstra o descompromisso com a profissão, e principalmente com o serviço prestado à população, uma vez que o conhecimento adquirido neste período é insuficiente para a prática profissional.

Gráfico 4. Tempo de atuação como instrutor (a) de musculação

Fonte: Primária

    Dos indivíduos que atuam como instrutores de musculação em academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS que foram entrevistados, 20% (6 entrevistados) atuam na área de musculação há menos de seis meses; 7% (2 entrevistados) atuam na área de seis meses a um ano; 20% (6 entrevistados) atuam na área de um a dois anos; 36% (11 entrevistados) atuam na área de três a quatro anos; e 17% (5 entrevistados) atuam como instrutor de musculação há mais de cinco anos. (Gráfico 4).

Gráfico 5. Uso de suplementos alimentares por instrutores de musculação

Fonte: Primária

    Dos instrutores de musculação das academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS entrevistados, 57% (17 entrevistados) nunca fizeram uso de suplementos alimentares; de modo que apenas 43% (13 entrevistados) já utilizaram. (Gráfico 5).

    De acordo com Hirschbruch e Carvalho (2002), a procura e o uso de suplementos alimentares tem aumentado em demasia, entretanto não se tem bases científicas sobre os reais resultados dos suplementos alimentares.

Gráfico 6. Posicionamento dos instrutores de musculação em relação à

utilização de suplementos alimentares por praticantes de musculação

Fonte: Primária

    De todos os instrutores de musculação entrevistados das academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS, 40% (12 entrevistados) têm a opinião contrária ao uso de suplementos alimentares; 50% (15 entrevistados) são a favor da utilização; e 10% (3 entrevistados) são indiferentes.

    Percebe-se que, embora 50% dos instrutores de musculação sugerem um posicionamento favorável ao uso de suplementos alimentares, apenas 43% destes se submeteram ao uso de suplementos.

    Percebe-se ainda, que a formação/qualificação dos instrutores não interfere no posicionamento dos mesmos em relação ao uso de suplementos alimentares por praticantes de musculação, onde não é possível observar padrões de opinião dos mesmos conforme a formação/qualificação.

Gráfico 7. Posicionamento dos instrutores de musculação cursando do I ao IV semestre

em relação à utilização de suplementos alimentares por praticantes de musculação

Fonte: Primária

    Dos instrutores que se encontram em fase de graduação, cursando entre o I e o IV Semestre, 40% (2 entrevistados) conservam opinião contrária ao uso de suplementos alimentares, enquanto 60% (3 entrevistados) são favoráveis. (Gráfico 7).

Gráfico 8. Posicionamento dos instrutores de musculação cursando do V ao VIII semestre

em relação à utilização de suplementos alimentares por praticantes de musculação

Fonte: Primária

    Dos instrutores que cursam do V ao VIII Semestre, 50% (7 entrevistados) é contra e 50% (7 entrevistados) se posiciona a favor do uso de suplementos alimentares. (Gráfico 8).

Gráfico 9. Posicionamento dos instrutores de musculação com ensino superior completo

em relação à utilização de suplementos alimentares por praticantes de musculação

Fonte: Primária

    Dos profissionais com Ensino Superior completo que atuam na área da musculação, 30% (3 entrevistados) defendem a opinião contrária ao uso de suplementos alimentares; 40% (4 entrevistados) são a favor; e 30% (3 entrevistados) são indiferentes. (Gráfico 9).

Gráfico 10. Posicionamento dos instrutores de musculação com pós-graduação em

relação a utilização de suplementos alimentares por praticantes de musculação

Fonte: Primária

    Referente os instrutores que possuem Pós-Graduação, 100% é favorável ao uso de suplementos alimentares, entretanto, salienta-se que apenas um dos entrevistados encontra-se com tal formação/qualificação, não possibilitando ser considerada enquanto padrão de opinião para o presente estudo. (Gráfico 10).

Gráfico 11. Procura dos praticantes de musculação por orientações dos

instrutores de musculação para a utilização de suplementos alimentares

Fonte: Primária

    Percebe-se que com o aumento da utilização de suplementos alimentares, como mencionado nos capítulos anteriores deste estudo, há procura dos praticantes de musculação por orientações quanto à utilização destes recursos, sendo que de todos os instrutores de musculação entrevistados em academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS, 67% (20 entrevistados) referem que tal procura por parte dos freqüentadores de academias é constante; sendo que 33% (10 entrevistados) referem ser esporádica. (Gráfico 11).

    Segundo Hirschbruch e Carvalho (2002), a variação nos tipos de suplementação mais utilizados e o papel de indivíduos não-habilitados na prescrição dos mesmos, indicam que o modismo avança mais rápido do que a ciência, e que ainda não se tem conhecimento suficiente sobre o assunto. O uso indiscriminado de suplementos ocorre pelo anseio de obter resultados rápidos, e o apelo da mídia em relação à estética e à forma física e o ambiente propiciador das academias, encontra nos professores e colegas os principais incentivadores do consumo de suplementos.

Gráfico 12. Indicação de suplementos alimentares para praticantes de musculação por instrutores de musculação

Fonte: Primária

    Embora a indicação de suplementos alimentares não deva ser realizada pelo profissional de Educação Física, sendo esta uma atribuição do profissional de Nutrição ou Médico, como visto anteriormente neste estudo, 30% (9 entrevistados) dos instrutores de musculação das academias dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo – RS referiram já ter indicado suplementos alimentares a praticantes de musculação; sendo que 7% (2 entrevistados) indicam com freqüência; 23% (7 entrevistados) indicam esporadicamente; onde 70% (21 entrevistados) nunca indicaram a utilização de suplementos alimentares. (Gráfico 12).

    Para Hirschbruch e Carvalho (2002), o aluno que procura o instrutor em uma academia almeja objetivos bem específicos e em curto prazo. É justamente esta inconseqüência entre os objetivos que faz o instrutor ser responsável pelo aluno e encaminhar o aluno para uma avaliação com um profissional competente.

    Salienta-se que dos profissionais que afirmam nunca ter indicado suplementos alimentares, a grande maioria mencionou que, geralmente, nas situações em que são procurados pelos praticantes de musculação para orientar sobre a utilização destes recursos, orientam e/ou encaminham o aluno ao profissional de Nutrição. Embora alguns, afirmaram não ter conhecimento de qual categoria profissional tem tal atribuição.

    Ressalte-se que prescrever dietas não é competência do profissional de Educação Física, entretanto, de acordo com Charro (2007), é necessário que o mesmo verifique se os indivíduos que estão sob sua responsabilidade, enquanto praticantes de musculação, não estão sendo influenciados por práticas nutricionais inadequadas e até mesmo perigosas. Ainda conforme o autor, tal prática por parte dos alunos de musculação não é difícil, dada a grande quantidade de informações e produtos aos quais ficam expostos.

    Desta forma, salienta-se a necessidade do profissional de Educação Física se manter atualizado, em constante formação e qualificação, onde a desinformação limita a atuação profissional, além de muitas vezes, conservar conceitos errôneos e ultrapassados, capazes de desenvolver implicações prejudiciais à saúde dos alunos.

Considerações finais

    A busca por resultados imediatos pode levar muitos indivíduos a excessos que comprometem a saúde, principalmente no que se refere ao consumo indiscriminado de suplementos alimentares e medicamentos.

    Para muitos indivíduos, manter o corpo em forma significa estar magro. Outros, preferem o desenvolvimento acentuado dos músculos, conquistado à custa de horas de academia e, em alguns casos, do consumo de determinadas substâncias que prometem eficiência e eficácia no alcance dos resultados esperados.

    Desta forma, na tentativa de alcançar resultados exagerados para o emagrecimento e ganho muscular, atletas ou mesmo indivíduos que tem exercício físico como prática regular, estão, freqüentemente, procurando a utilização de suplementos alimentares, que garantem a oferta de resultados mais rapidamente tanto no desempenho quanto na composição corporal.

    Esta procura por suplementos geralmente é motivada por propagandas e indicações de vendedores, mesmo havendo divergências científicas a respeito dos possíveis resultados.

    Diante das inúmeras evidências científicas existentes, percebe-se que nenhuma sustenta o modismo que prevalece nas academias: a busca desenfreada por soluções poderosas e milagrosas que aumentem a massa magra em um piscar de olhos. Sendo assim, se faz necessário um domínio mais criterioso para o controle da produção e comercialização destes produtos.

    Nota-se que grande parte dos instrutores de musculação entrevistados neste estudo, encontra-se em fase de formação profissional, conservando posicionamento favorável ao uso de suplementos alimentares, entretanto, percebe-se, com a aplicação do questionário, que os mesmos não detêm conhecimento sobre o tema.

    Percebe-se que 50%, o que corresponde a 15 instrutores entrevistados tem o posicionamento a favor da utilização de suplementos alimentares por praticantes de musculação; 40%, totalizando 12 entrevistados se posicionam de forma contrária; e ainda, 10%, representando 3 instrutores entrevistados são indiferentes, não possuindo posicionamento referente ao uso de suplementos alimentares por praticantes de musculação.

    Observa-se ainda, que os praticantes de musculação possuem o hábito de procurar por orientações dos instrutores de musculação para a utilização de suplementos alimentares, sendo que, esta procura por orientações se dá com maior freqüência aos instrutores do sexo masculino.

    Com a realização da pesquisa de campo, percebe-se que embora a maioria dos profissionais instrutores de musculação tenha por hábito orientar ou encaminhar o praticante de musculação ao nutricionista sempre que solicitado para indicações de suplementos alimentares, alguns não têm conhecimento de que prescrever ou indicar suplementos alimentares é atribuição exclusiva do profissional de Nutrição, sendo que indicam ou já indicaram o uso de suplementos alimentares para praticantes de musculação, baseados apenas em seus conhecimentos empíricos.

    Desta forma, analisa-se indispensável o conhecimento do profissional de Educação Física sobre suplementos alimentares, sendo ele, uma referência para os freqüentadores de academia, na conquista de melhores desempenhos e resultados, necessitando, então, ultrapassar as indicações empíricas, adotando e utilizando informações baseadas em conhecimentos advindos de pesquisas e estudos científicos na área.

    Ainda, considera-se como fundamental o estabelecimento de critérios referente aos suplementos alimentares, sendo necessário um maior controle por parte dos Órgãos e Autoridades competentes para a produção e comercialização destes produtos.

    Ressalte-se, ainda, que este estudo buscou saber o posicionamento dos indivíduos que são instrutores em salas de musculação com relação a utilização de suplementos alimentares pelos praticantes dessa atividade, não obstante, há a necessidade de aprofundamento de estudos e pesquisas para o conhecimento real do tema.

Referências bibliográficas

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  • BACURAU, R.F. Nutrição e Suplementação Esportiva. São Paulo: Phorte, 2000.

  • BIESEK, S.; ALVES, L.A.; GUERRA, I. Estratégias de Nutrição e Suplementação no Esporte. Barueri: Manole, 2005.

  • CHARRO, M. A Prática da Musculação sem Medos. São Paulo: Phorte, 2007.

  • FETT, C. Ciência da Suplementação Alimentar. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.

  • HIRSCHBRUCH, M.D.; CARVALHO, J.R. Nutrição Esportiva: uma visão prática. Barueri: Manole, 2002.

  • MCARDLE, D.M.; KATCH, F.I. e KATCH, V.I. Fisiologia do Exercício – Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.

  • TAHARA, A.K.; SCHWARTZ, G. M.; SILVA, K. A. Aderência e manutenção da prática de exercícios em Academias. In: Revista Brasileira Ciência e Movimento, vol. 11, n° 1, 2003.

  • UCHIDA, C.; CHARRO, M. A.; BACURAU, R. F. P.; NAVARRO, F.; JUNIOR, F. L. P. Manual de Musculação: uma abordagem teórico-prática ao treinamento de força. São Paulo: Phorte, 2003.

  • WILMORE, J.H.; COSTILL, D.L. Fisiologia do esporte e do exercício. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001.

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