Percepção dos discentes do último período do curso de educação física quanto à sua formação para atuar com pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino | |||
*Graduada em Educação Física pela Faculdade Ubaense Ozanan Coellho (FAGOC) **Doutoranda em Ciências do Desporto pela Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) Mestre em Ciências da Nutrição (UFV), Professora do curso de Educação Física da FAGOC ***Mestre em Atividade Física e Saúde (UCB) Professora do curso de Educação Física da FAGOC ****Especialista em Psicopedagogia (UCB) Professora do curso de Educação Física da FAGOC |
Elisângela Jerônimo* Paula Guedes Cocate** Lúcia Aparecida da Cruz*** Leililene Antunes Soares**** Maria Eunice de Paiva Freitas* (Brasil) |
|
|
Resumo A educação inclusiva no Brasil já é um fato, ou seja, toda escola do ensino regular é obrigada a aceitar um aluno independente da sua problemática. O objetivo deste trabalho foi averiguar como está sendo a formação do profissional de educação física (EF) para atender pessoas com necessidades especiais (NEE) nas escolas. A amostra do presente estudo foi composta por 58 estudantes que cursavam o último período de EF de uma faculdade particular. A investigação realizada foi de caráter descritivo, transversal e quantitativo, optando-se pela utilização do questionário como instrumento de medida. Verificou-se que 84,5% dos estudantes acham importante que o curso de graduação os prepare para atuarem com pessoas com NEE na rede regular de ensino de forma inclusiva, porém 75,9% responderam que o seu curso de graduação não proporciona um aprendizado adequado para atuação com tal grupo nas escolas e 65,5% dos estudantes consideram que estão pouco preparados para atuar nesta área. No que diz respeito sobre como deveria ser feito o processo de construção do conhecimento para preparar os professores de EF para atuar com crianças com NEE nas escolas, 56,9% acham que tais conhecimentos deveriam estar presentes nas diversas disciplinas do currículo, além de ter uma disciplina específica obrigatória que aborda o tema. Conclui-se que maioria dos alunos não sentem-se preparados para trabalhar com pessoas com NEE no ensino regular, tal fato pode ser devido ao número insuficiente de disciplinas presentes na grade curricular do curso que contemplam o assunto. Unitermos: Formação do professor. Educação especial. Educação Física escolar.
Abstract The inclusive education in Brazil is already a fact, in other words, every school of the regular teaching is forced to accept an independent student of his problem. The objective of this work was to discover how the physical education professional's formation is being to assist people with special needs in the schools. The sample of the present study was composed by 58 students that studied the last period of physical education of a private university. The accomplished investigation was of character descriptive, traverse and quantitative, being opted for the use of the questionnaire as measure instrument. It was verified that 84,5% of the students find important that the degree course prepares them for they act with people with special educational needs in the regular net of teaching in an inclusive way, however 75,9% answered that his degree course doesn't provide an appropriate learning for performance with such a group in the schools and 65,5% of the students consider that are little prepared to act in this area. In what says respect it should be made the process of construction of the knowledge to prepare the teachers of physical education to act with children with special needs in the schools on how, 56,9% think such knowledge should be present in the several disciplines of the curriculum, besides having an obligatory specific discipline that approaches the theme. It is ended that the students' majority is not prepared to work with people with special needs in the teaching regular, such fact can be due to the insufficient number of present disciplines in the grating curricular of the course that contemplate the subject. Keywords: Teacher's formation. Special education. School Physical Education. |
|||
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 126 - Noviembre de 2008 |
1 / 1
1. Introdução
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino, estabelece que várias mudanças ocorram tanto na ambiente familiar como no social e educacional. No Brasil foi promulgada uma lei 9.393/96 que obriga a escola a atender toda criança independente de sua problemática (KRUG, 2002).
Neste sentido se faz necessário que o professor esteja preparado para incluir os alunos com necessidades especiais que estão sendo introduzidos na rede regular de ensino. Entretanto, a graduação em educação física adaptada surgiu nos cursos apenas na Resolução 3/87, por isso muitos professores de educação física já formados não receberam em sua formação acadêmica conteúdos referentes à educação física adaptada ou a inclusão (CIDADE e FREITAS, 2007).
No entanto, é fato que a educação física escolar proporciona a esses alunos com necessidades educacionais especiais, um bom desenvolvimento motor, elevação da auto estima, interação social o que faz que o curso educação física tenha em seu currículo disciplinas obrigatórias referentes às pessoas com necessidades educacionais especiais.
Por conseguinte, vários estudos realizados em relação à formação do professor de educação física apontam que muitos profissionais ainda não estão sabendo como proceder com esse aluno, alegando falta de apoio dos pais dos alunos, falta de apoio do governo, e de uma proposta pedagógica, falta de estrutura adequada, baixo salários e principalmente a falta de preparação, para atuar com esse aluno e o desconhecimento desse processo de inclusão.
1.2. Objetivo
Verificar as disciplinas que abordam, em algum aspecto sobre crianças com NEE (necessidades educacionais especiais) e inclusão dos mesmos no ensino regular.
1.2.1. Objetivos específicos
Verificar se os alunos de educação física estão preparados para atuar no mercado de trabalho com portadores de necessidades educacionais especiais.
Verificar se os professores abordam em suas disciplinas conteúdo suficiente a pratica pedagógica com crianças com NEE (necessidades educacionais especiais) no ensino regular, observando também se a Faculdade incentiva os alunos no que diz respeito a realização de pesquisas relacionadas coma educação inclusiva.
2. Metodologia
A amostra da presente pesquisa foi composta por 58 alunos que cursaram o último período do curso de licenciatura em Educação Física da Faculdade Ubaense Ozanan Coelho no ano de 2007.
A investigação realizada foi de caráter descritivo, transversal e quantitativo. O instrumento de medida utilizado foi um questionário estruturado, baseado no instrumento adotado na pesquisa de Tavares e Krug (2003).
Além, dos questionamentos realizados, foi feita uma pesquisa documental, por meio da análise do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Educação Física, com enfoque nos itens: objetivos propostos, competências do profissional, grade curricular e ementa das disciplinas.
3. Resultados
Os resultados obtidos após a aplicação dos questionários nos graduandos do sexto e sétimo período de Educação Física da Faculdade Ubaense Ozanan Coelho estão apresentados da Figura 1 à Figura 10.
Em relação à opinião dos alunos quanto à importância do curso de graduação em Educação Física em prepará-los para atuar com pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino de forma inclusiva, verificou-se que a maioria dos alunos considera importante e uma pequena parcela não a considera importante (Figura 1).
Figura 1. Importância do curso de Educação Física em prepará-los para atuar com
pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino de forma inclusiva.
Já quanto à preparação que a faculdade oferece em atuar com pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino de forma inclusiva, observou-se que grande parte dos alunos acha que não estão devidamente preparados para tal (Figura 2).
Figura 2. Preparação adequada para atuação frente às pessoas com necessidades
especiais na rede regular de ensino de forma inclusiva fornecida pela faculdade.
Ao analisarmos como o aluno acha que deveria ser feita a construção dos conhecimentos que preparando-os para atuar com as pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino, verificou-se que mais que a metade dos alunos (56,9%) acreditam que além deste conhecimento ser oferecido em uma disciplina especifica e obrigatória, este deveria ser ministrado dentro de várias disciplinas do currículo, entretanto poucos alunos (6,9%) consideram que a disciplina destinada ao conteúdo deva ser de caráter optativo e os demais acham que o conteúdo deva ser oferecido apenas em uma disciplina obrigatória ou apenas associada com o conteúdo de outras disciplinas da grade curricular (Figura 3).
Figura 3. Forma de construção do conhecimento que os prepara para atuar com
pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino de forma inclusiva.
Em se tratando, como o aluno classifica o seu interesse em aprender a atuar com as pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino, observou-se que 48,3% dos alunos consideram ter muito interesse e 34,5% ter suficiente interesse em aprender a atuar com esse grupo, sendo que o restante dos alunos ou tem pouco interesse ou nenhum interesse (Figura 4).
Figura 4. Interesse em aprender a atuar com pessoas com necessidades
especiais na rede regular de ensino de forma inclusiva.
Já ao perguntarmos se o aluno se considera preparado para atuar hoje com as pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE) na rede regular de ensino, verificou-se que 65,5% dos alunos sentem-se pouco preparados para atuar hoje com esse público e 27,6% consideram-se despreparados. Observou-se que apenas 6,9% dos alunos sentem-se preparados para atuar com NEE no ensino regular (Figura 5).
Figura 5. Preparação para atuar com pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino de forma inclusiva.
Em relação à busca de ampliação dos conhecimentos no que se refere à atuação frente às pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino. Verificou-se que 60,3% dos alunos não buscou ampliar seus conhecimentos e o restante buscou tal ampliação (Figura 6).
Figura 6. Busca de ampliação dos conhecimentos para atuação frente às pessoas
com necessidades especiais na rede regular de ensino de forma inclusiva.
No que se refere em como o aluno vê o processo de inclusão das pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino nas aulas de educação física, 56,9% desses alunos consideram esse um processo positivo, 3,4% consideram que a inclusão é apenas possível em outras disciplinas além da Educação Física e os demais alunos acham que a inclusão é dependente da condição da pessoa com necessidade especial (Figura 7).
Figura 7. Visão dos graduandos quanto ao processo de inclusão de pessoas com necessidades
especiais nas aulas de educação física da rede regular de ensino de forma inclusiva.
Já ao perguntarmos aos alunos se eles acreditam que o processo de inclusão em escola regular promulgada em lei perdurará, observou-se que 74,1% dos alunos acreditam no sucesso deste processo e os demais alunos não acreditam na manutenção da inclusão (Figura 8).
Figura 8. Permanência do processo de inclusão (promulgada em lei) em escola regular.
No que se refere ao incentivo da faculdade em relação à realização de pesquisas relacionadas às pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino, observou-se que 70,7% dos alunos responderam não ter esse incentivo enquanto apenas 29,3% consideram que a faculdade incentiva pesquisa na área.
Figura 9. Incentivo ou desenvolvimento de pesquisa na faculdade relacionada ao processo de
inclusão de pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino de forma inclusiva.
Em contrapartida ao perguntarmos aos alunos o que as pesquisas nesta área promoveria para o processo de inclusão, 82,8% responderam que as pesquisas são importantes para obter conhecimentos para o aprimoramento deste processo e o restante dos alunos acham que a pesquisa promoveria apenas conhecimento teórico sem aplicação prática. Portanto, nenhum graduando considera que a pesquisa não traz nenhum benefício quanto à aquisição de conhecimento sobre inclusão de NEE.
Figura 10. Contribuição de pesquisas para a promoção do processo de inclusão.
Após a aplicação dos questionários, foi realizada uma análise do projeto pedagógico do curso de licenciatura em Educação Física.
Ao analisarmos os objetivos do curso de licenciatura em Educação Física observou-se que este é referente à possibilidade da formação integrada de conhecimentos do profissional de Educação Física que permitam uma atuação na educação básica, através de ética reflexiva, criticam inovadoras, e democráticas, estimulando ao aperfeiçoamento contínuo e alto realização do estudante como pessoa e como profissional. Além disso, foi abordado dentre os objetivos que o curso de licenciatura deve integrar as atividades de ensino, pesquisa e extensão comunitária, criando as condições necessárias para o aluno, durante o processo de formação profissional, possa desenvolver com plenitude todo o seu potencial como ser humano, contribuindo efetivamente para a evolução na sociedade na qual esta inserida.
Dentre as disciplinas oferecidas no curso de educação física verificou-se no Projeto Político Pedagógico (PPP) que apenas a disciplina Atividade Motora Adaptada com carga horária de 72h contempla na sua ementa assuntos referentes à pessoa com necessidades educacionais especais, sendo esta oferecida no 5° período do curso. A referida disciplina enquadra-se no eixo curricular denominado dimensão técnica funcional aplicada à cultura corporal, que é caracterizada por conhecimentos teóricos metodológicos e a intervenção profissional no âmbito das diferentes manifestações e expressões da cultura corporal.
O PPP também menciona que no curso de formação do professor de Educação Física deve ser oferecidos o domínio dos conhecimentos clássicos e essenciais relacionados à cultura geral e a formação especifica que são objetos das atividades humanas e profissionais adequado-os as necessidades de emancipação sócio-cultural dos seres humanos e ao desenvolvimento democrático da sociedade. Neste projeto também é abordado os seguintes itens referentes à expectativa das competências que o professor de Educação Física deveria possuir:
Compreensão do papel social de escola e da educação física, comprometida com os “valores inspirados da sociedade democrática, estimulando a construção da subjetividade do aluno na perspectiva de educação para a cidadania no âmbito das ações escolares”;
Domínio dos conteúdos a serem socializados, de seus significados em diferentes contextos, de sua articulação interdisciplinar / transdisciplinar e do trato com a diversidade;
Domínio do conhecimento pedagógico, na perspectiva da compreensão (aprendizagem significativa), para sua operacionalização no ensino tratando dos conteúdos conceituais, conteúdos procedimentais e conteúdos atitudinais;
Conhecimentos de processos de investigação que possibilitem o aperfeiçoamento da prática pedagógica; e
Gerenciamento do próprio desenvolvimento profissional.
4. Discussão
Na primeira questão feita aos alunos, abordamos sobre a importância do curso de Educação Física em prepará-los para atuar com pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE) no ensino regular. Como esperado, a maioria dos alunos (84,5%) acredita que a faculdade deve os preparar para atuar na área referida.
No estudo de Tavares e Krug (2003), participaram 34 alunos do sétimo período de Educação Física da Universidade Federal de Santa Maria-RS. Neste foi realizado o mesmo questionamento adotado no presente estudo. A partir das análises dos resultados, observou-se como no presente estudo, que a maioria dos alunos (100%) considera importante que o curso de Educação Física ofereça preparação para a atuação com NEE.
Entretanto, verificou-se que tanto no atual estudo, quanto na pesquisa de Tavares e Krug (2003) grande parte dos alunos considera que o seu curso de graduação não proporciona um aprendizado adequado para atuar com NEE. Mazzotta (2005) destaca que a formação adequada dos profissionais para atuar frente às pessoas com necessidades educacionais especiais só será possível através de uma eficiente formação acadêmica. Segundo Hartmann e Marquezan (1999 apud TAVARES e KRUG, 2003), o profissional de Educação Física não tendo qualificação adequada, perde um campo de trabalho e a criança com necessidades educacionais especiais é privada de ter aulas com um professor devidamente qualificado como todos os demais alunos da escola. A partir dessas considerações, verifica-se que tanto em faculdade particular, como em universidade pública, o curso de Educação Física não está preparando os discentes de forma eficiente para trabalhar com portadores de NEE, fator este preocupante diante da lei de inclusão vigente desde 1996.
No entanto, ao perguntarmos aos alunos como deveria ser construído o conhecimento que os prepara para atuar com pessoas portadoras de NEE na rede regular de ensino; as maiorias dos alunos (56,9%) mencionaram que essa construção seria mais efetiva dentro das diversas disciplinas do curso associado à(s) disciplina(s) especifica(s) e obrigatória(s). Tal resultado é concordante ao observado no estudo de Tavares e Krug (2003). Todavia, ao analisarmos as ementas do curso de licenciatura da FAGOC por meio do Projeto Político Pedagógico (PPP), verificamos que há somente uma disciplina específica e obrigatória na grade curricular, sendo esta ministrada com carga horária total de 72 horas e divida em 36 horas de aulas práticas e 36 horas de aulas teóricas. Observou-se, portanto, ausência de menção ao trabalho com pessoas com NEE nas ementas de qualquer outra disciplina presente na grade curricular.
Para Souza (2002 apud GORGATTI, 2005), não adianta uma disciplina de educação física adaptada. O tema de pessoas com deficiência deveria permear em todas as demais disciplinas, tornando-se um assunto amplamente discutido no ambiente acadêmico.
Fonseca (1995 apud GLAT e NOGUEIRA, 2007) acredita que é preciso preparar todos os professores, com urgência, para se obter sucesso na inclusão, através de um processo de inserção progressiva, assim, eles poderão aceitar e relacionar-se com seus diferentes alunos e, conseqüentemente, com suas diferenças e necessidades individuais. Porém, os professores só poderão adotar este comportamento se forem convenientemente equipados com recursos pedagógicos. Glat e Nogueira (2007) acreditam que em todas as instâncias, particularmente as destinadas à capacitação de recursos humanos, asseguram que os currículos dos cursos de formação e capacitação de professores estejam voltados para prepará-los a atender alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas regulares de ensino. Portanto, a partir dos relatos dos autores acima e diante dos resultados da presente pesquisa, verifica-se a importância de se repensar a grade curricular dos alunos de Educação Física da FAGOC em relação aos conhecimentos oferecidos para trabalhar com alunos com NEE na escola regular de ensino.
Ao questionarmos aos alunos quanto ao interesse em aprender a atuar com as pessoas com NEE na rede regular de ensino de forma inclusiva, dos 58 alunos que responderam essa questão apenas 2 alunos, ou seja, (3,4%) responderam não ter nenhum interesse em atuar com esse grupo de pessoas, 8 alunos (13,8%) responderam ter pouco interesse, 20 alunos (34,5%) responderam ter suficiente interesse e 28 alunos (48,3%) responderam ter muito interesse em atuar com esse grupo de pessoas. Sendo assim, observamos que a grande maioria dos alunos manifesta algum interesse em atuar com NEE de forma inclusiva o que foi constatado também no estudo de Tavares e Krug (2003).
No ano de 1996, com o advento da lei n° 9394/96 a inclusão de pessoas com NEE passou a ser obrigatória na rede regular de ensino (BRANDÃO, 2007). Portanto, todos os futuros professores de Educação Física que trabalharem em escolas regulares estarão sujeitos a depararem com alunos que apresentam NEE. Sendo assim, o interesse em trabalhar com este grupo é o primeiro passo para o progresso do processo de inclusão. Além do mais de acordo com Montoan (2005) o professor não pode recusar a lecionar para turmas inclusivas, mesmo que a escola não ofereça estrutura para tal.
Entretanto, ao perguntarmos aos alunos do curso de educação física se eles consideram-se preparados para atuar hoje com as pessoas com NEE na rede regular de ensino de forma inclusiva, verificamos que 27,6% dos alunos não se sentem preparados para atuar com esse grupo de pessoas, 65,5% dos alunos consideram-se pouco preparados, e apenas 6,9% sentem-se preparados. Sendo assim, observamos que a grande maioria dos alunos não se sente preparados para atuar com as pessoas com NEE na rede regular de ensino de forma inclusiva, tal fato pode ser decorrente da maioria dos alunos considerarem que o curso de graduação não apresenta um aprendizado suficiente para atuação frente às pessoas com NEE, possivelmente isso ocorre devido o oferecimento de apenas uma disciplina em toda grade curricular que contempla especificamente sobre o assunto. Reforçando o resultado encontrado no atual estudo, na pesquisa conduzida por Freitas et al. (2004), ficou claro que professores que já atuam na rede regular de ensino ainda encontram-se despreparados para desenvolver um trabalho com qualidade junto a pessoas com NEE, mesmo tendo em sua formação disciplinas voltadas ao trabalho com pessoas com NEE.
No estudo de Filus e Martins Junior (2004), realizado com 14 professores de Educação Física que atuam com pessoas com NEE em escolas regulares e em escolas especiais em Maringá, constatou-se que embora com experiência na área e com a prática do dia-a-dia, as dificuldades encontradas pelos professores persistem, mudando, porém o seu enfoque. Portanto, foi citada por eles alguma dificuldade que apresentam na rotina de trabalho, tais como a falta de recursos (28,57%), a falta de apoio dos pais dos alunos (7,14%), o baixo salário (7,14%), as poucas aulas com a turma (7,14%) e ainda a falta de literatura sobre o assunto (7,14).
Em outro estudo realizado por Falkenbach et al. (2007), nas escolas de ensino regular da cidade de Porto Alegre, foram entrevistados professores de Educação Física e coordenadores pedagógicos das escolas. Os autores verificaram que uma das principais causas para os professores temerem a inclusão, estava na falta de preparação e na falta de apoio do governo do estado, que não oferece orientação psicopedagógica, exames neurológicos e laudos imediatos, o que demonstra um certo abandono dos órgãos competentes. Além do mais foi relatado pelos entrevistados que as escolas eram muito velhas e não apresentavam estrutura adequada para adaptação das crianças especiais.
Enfatizando ainda mais sobre essa premissa, na pesquisa realizada por Gorgatti et al. (2004), onde foram entrevistados 10 professores de Educação Física de 5a a 8a séries do ensino regular da cidade de São Paulo, verificou-se afirmativas quanto à uma preparação profissional precária para trabalhar com portadores de NEE e a falta de estimulação para fazerem cursos de especialização. Essa má formação do profissional pode explicar as dificuldades dos profissionais de classe regulares em receber alunos com condições especiais.
Dentro deste contexto, os autores acreditam que para que haja uma efetiva inclusão é necessário que os professores sentem-se mais preparados para lidar com crianças especiais, recebendo-as assim, com uma atitude mais positiva.
Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução CNE /CP n°1 /2002 (BRASIL, 2002), que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de professores da Educação básica, definem que as instituições de ensino superior devem prever em sua organização curricular formação docente voltada para ao acolhimento e o trato da diversidade, que contemple conhecimentos sobre “as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais”.
Diante do exposto, verifica-se que os profissionais que estão formando no presente momento encontrarão em suas realidades diversas dificuldades, portanto, considera-se de suma importância que estes sejam inicialmente bem preparados na já sua graduação, por meio de diversas disciplinas que contemplem sobre atividades e condutas a serem trabalhadas com pessoas com NEE. Além disso, seria interessante que houvesse a estimulação da participação dos discentes em eventos científicos e em estágios em escolas que apresentam esses alunos com NEE.
Na questão onde perguntamos aos alunos se estes buscaram ampliar os seus conhecimentos no que se refere à atuação frente às NEE na rede regular de ensino de forma inclusiva, 60,3% dos alunos responderam que não, o que também ficou evidenciado no trabalho de Tavares e Krug (2003), onde 64,7% dos alunos também mencionaram não ter ampliado seus conhecimentos sobre o tema.
No estudo de Filus e Martins Junior (2004), num total de 14 professores apenas 14,30% referiram que, embora ainda não se sintam completamente preparados, estão se capacitando por meio de cursos e participando das discussões a respeito da inclusão.
No estudo conduzido por Gorgatti et al. (2004), constatou-se que 90% dos professores que participaram da pesquisa concordam totalmente em fazer cursos para se aperfeiçoar na área da atividade física voltada para pessoas com NEE. Porém, foi relatado que seria preciso que os cursos preparatórios fossem oferecidos ou estimulados pela própria escola, para que os professores sentissem mais motivados a freqüentá-los.
Segundo Molina Neto (1997 apud FILUS e MARTINS JUNIOR, 2004) a insegurança dos profissionais é reflexo de uma formação inicial deficiente que, transmitindo um conjunto de conhecimentos básicos, estimula uma forma de pensar e um modo de trabalhar que necessitam ser supridos pela experiência, pela prática e pela formação permanente. A esses problemas de formação em Educação Física, soma-se a ausência de conteúdos relacionados à educação especial, que se tornou fundamental no momento em que a inclusão é um assunto importante de debate no âmbito escolar.
De acordo com Glat e Nogueira (2007), alguns professores costumam privilegiar certos conteúdos em detrimento de outros. Dessa forma o saber adquirido na graduação pode se apresentar num circuito repetitivo e desvinculado da realidade do aluno o que faz com que o sujeito, continuamente, mantenha a mesma prática alienada. Essa deficiência do professor pode ser devido estes não terem recebido no seu curso de formação suficiente instrumentalização que lhes possibilite estruturar a sua própria prática pedagógica para atender as distintas formas de aprendizagem de seu alunado. Dentro deste contexto, julga-se necessário que aqueles que estão interessados em atuar com pessoas com NEE busquem aprimorar seus conhecimentos e preparar para lidar com as diferenças, com a singularidade e a diversidade de todas as crianças. E se os futuros profissionais continuarem a ter o desinteresse no aprimoramento de seus conhecimentos, como apresentado no presente trabalho, possivelmente não haverá uma efetiva inclusão de alunos com NEE no sistema regular de ensino.
Apesar de grande parte dos estudantes de Educação Física considerar despreparados para atuar com pessoas com NEE, ao analisarmos como é visto o processo de inclusão na rede regular de ensino, especificamente da inserção deste aluno nas aulas de educação física, verificamos que um número expressivo de graduandos (56,9%) acredita ser este um processo positivo, 39,7% acreditam que esta possibilidade vai depender da condição do aluno e apenas 3,4% dos graduandos não acreditam na possibilidade de inserção deste aluno com NEE nas aulas de Educação Física, considerando-a possível apenas em outras disciplinas.
Em concordância com os 56,9% dos graduandos, no estudo de Gorgatti et al. (2004), foi verificado que 100% dos professores entrevistados acreditam que a Educação Física escolar é benéfica para todos os alunos seja ele portador de NEE ou não.
Ao considerarmos a resposta de 39,7% dos educandos que acreditam que a inclusão nas aulas de Educação Física é dependente da condição do aluno especial, observa-se que Schwrtzman (1997 apud TAVARES e KRUG, 2003), ao falar sobre a inclusão da pessoa com NEE em classe regular ou deixá-lo em classe especial e ou escola especial deve-se primeiro definir o tipo de inclusão que estamos nos referindo e que tipos de deficiência estão sendo levada em conta e, neste sentido, o autor chegou as seguintes considerações:
a escola especial é valida para as deficiências mais severas, pois é difícil a sua inclusão em classes regulares, já que necessitam de atendimento especial, fornecido pela classe especial, ou pela escola especial ou instituição especial e
para a inclusão das outras deficiências em escola regular ou classe regular deve-se:
definir o tipo de individuo que estamos ou queremos integrar e qual o comportamento da deficiência;
incluir os alunos de acordo com suas capacidades em diversas turmas e níveis;
ver caso a caso até mesmo entre as pessoas com NEE da mesma deficiência, pois há diferenças observando as possibilidades e oportunidades de cada um;
a importância do professor especializado para dar apoio especifica as pessoas com NEE; e
a importância do trabalho integrado entre o professor especializado em educação especial e o professor de classe para o apoio a turma com pessoas de NEE para um avanço pedagógico.
A partir deste contexto, realmente vemos a necessidade de selecionar as pessoas com NEE de acordo com suas particularidades para estarem sendo direcionadas para escolas regulares ou escolas especiais, de acordo com o melhor local que ofereça condições para sua integração e desenvolvimento.
Ao questionarmos os alunos se eles acreditam que o processo de inclusão promulgada em lei perdurará, grande parte (74,1%) dos graduandos respondeu sim e 25,9% acreditam que não.
Algumas cidades no Brasil têm sido exemplos da possibilidade de uma efetiva inclusão de crianças com NEE, ajudando assim, a permanência da lei vigente desde 1996. Um exemplo é o município de São Paulo onde foi criado há dois anos Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão (CEFAE), órgão ligado a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, cujo objetivo é acompanhar as escolas no processo de oferecer inclusão com foco na aprendizagem. Neste ano de 2007, 150 professores foram capacitados pelo CEFAE em parceria com a Universidade Federal de São Paulo.
Um outro exemplo desse progresso na área de inclusão é o Núcleo de Inclusão Escolar da pessoa com NEE de Belo Horizonte que envolve as famílias nas atividades escolares. Pais de crianças com baixa visão, cegueira e surdez aprendem braile e libras (língua brasileira de sinais) em cursos oferecidos pela prefeitura (GURGEL, 2007).
Na capital mineira, novas escolas estão sendo construídas devidamente adaptadas aos padrões de acessibilidade e com um instrutor de libras para auxiliar nas atividades com os alunos. Embora salas de apoio sejam uma das prioridades nas secretarias que investem em Educação Inclusiva, atualmente a maioria das escolas municipais de Belo Horizonte está fechando a sua. “Essa decisão foi fruto de uma reestruturação na rede”, pois perceberam que com o atendimento nesses espaços os professores regentes simplesmente delegavam o ensino aos especializados. Pois isso, resolveram investir no atendimento educacional dentro da sala de aula (GURGEL, 2007).
Em relação à dimensão da inclusão na rede regular de ensino, no censo escolar de 2006 e mostrado como está este processo de inclusão no Brasil, pois na educação especial os números de 1998 registraram 337.326 matrículas e em 2006 as matriculas chegaram a 700.624, expressando um crescimento de 107% das mesmas. Além disso, o número de alunos incluídos em classes comuns do ensino regular cresceu 640% passando de 43.923 alunos em 1998, para 325.316 em 2006 (BRASIL, 2007).
No que se refere à formação de professores com atuação na educação especial, em 1998, 3,2% possuíam ensino fundamental; 51% possuíam ensino médio e 45,7% ensino superior. Em 2006, dos 54.625 professores que atuam na educação especial, apenas 0,62% registraram ter cursado somente ensino fundamental, 24% registraram ensino médio e 75,2% ensino superior. Nesse mesmo ano, 77,8% desses professores, declaram ter curso específico na área da educação especial.
Mendes (2006) relata que a pretexto de promover a educação inclusiva, a Secretaria de Educação Especial (SEESP) tem investido no Programa de Educação Inclusiva: Direito a Diversidade, oferecendo pacotes fechados para gestores multiplicadores, que são capacitados em Brasília durante uma semana, recebendo um conjunto de apostilas prontas, e seguindo para servir como pólo de disseminação da política de inclusão em suas regiões. Este programa já atingiu 15 mil educadores de todos os estados e do distrito federal e 144 municípios-pólo que atuam como multiplicadores para outros 2.583 municípios da sua área de abrangência.
No dia 30 de outubro de 2007, foi criada a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, com o objetivo de assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades, orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso com participação e aprendizagem no ensino comum; oferta de atendimento educacional especializado; continuidade de estudos e acesso aos níveis mais elevados de ensino; promoção da acessibilidade universal; formação continuada de professores para atendimento educacional especializado; formação dos profissionais da educação e comunidade escolar; transversalidade da modalidade de ensino especial desde a educação infantil até a educação superior e articulação intersetorial na implantação das políticas publicas (BRASIL, 2007).
Neste documento ainda consta a lei 10436/02 que reconhece a língua brasileira de sinais como meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de libras nos cursos de formação de professore e parte integrante do currículo (BRASIL, 2007).
A partir dessas considerações verifica-se que algumas atitudes para o aprimoramento da educação inclusiva têm sido realizadas por parte de alguns estados e até mesmo pelo governo federal. Assim, a resposta de otimismo quanto à efetividade do processo de inclusão pela maioria dos formandos de Educação Física da FAGOC pode realmente ser concretizada na prática. Mas para que isso ocorra é necessário que tanto as antigas como as novas políticas e leis vigentes sejam realmente efetivadas.
Além dos questionamentos mencionados, perguntamos aos graduandos de educação física quanto ao incentivo de sua faculdade em desenvolver pesquisas relacionadas ao processo de inclusão de crianças com NEE. Como resposta, verificamos que as minorias dos alunos (29,3%) responderam sim e um número considerável (70,7%) dos alunos respondeu não ter nenhum incentivo. No entanto, ao analisarmos o PPP do curso de Educação Física, observamos que um dos objetivos do curso é integrar as atividades de ensino, pesquisas e extensão comunitária, todavia verificamos no presente estudo que há uma escassez de incentivo ao desenvolvimento de pesquisas que aborde sobre aspectos relacionados à pessoas com NEE.
Segundo Mendes (2007), traduzir a educação inclusiva das leis, dos planos e intenções para a realidade requer conhecimento e prática, para tanto, é preciso questionar qual a prática necessária? Qual o conhecimento necessário para a prática? De acordo com o autor, a resposta destes questionamentos é sem dúvida nenhuma um exercício para a pesquisa científica.
Nesta mesma linha de raciocínio, Gorgatti et al. (2004), enfatiza que a importância de pesquisas nesta área torna-se cada vez maior em virtude dos acontecimentos. Para estes autores, é fundamental que estudos sejam dirigidos a fim de que profissionais da área de educação possam ter formas de avaliar o quanto o processo de inclusão está sendo positivo para todos os alunos com necessidades especiais ou não.
Reforçando ainda mais esta idéia, 82,8% dos alunos acreditam que as pesquisas promoveriam conhecimentos importantes para o aprimoramento do processo de inclusão e 17,2% consideram que os conhecimentos adquiridos em pesquisa seriam apenas teóricos sem aplicação prática.
Complementado sobre a importância da pesquisa Mendes (2007), enfatiza que a ciência será essencial para que a sociedade brasileira busque contribuir de maneira intencional e planejada, para a superação de uma Educação Especial equivocada que atua contra os ideais de inclusão social e plena cidadania. Assim, enquanto agência de produção de conhecimentos, o papel da universidade na construção da educação inclusiva é essencial.
Sendo assim, fica claro neste estudo que apesar de estarmos longe de uma educação de qualidade e de estruturação adequada para todos, não há dúvida que o processo de inclusão já é um fato na história da educação brasileira. Portanto, o maior interesse dos professores em se qualificar e a crença que a maioria deles tem na inclusão, já é o primeiro é um passo fundamental. Além do mais, acredita-se que o processo de inclusão não trará benefícios apenas para as pessoas com NEE, mas para toda comunidade de modo geral, pois a efetivação da inclusão nas escolas regulares nacionais significa a quebra de um modelo arcaico de educação que marginaliza todas as crianças que não estão dentro de um padrão de homogeneização de raça, ou seja, de todos os alunos que apresentam um desvio do aluno considerado ideal. Por fim, considera-se evidente que a faculdade sendo formadora de educadores tem a responsabilidade de oferecer uma educação de qualidade, pois o professor é tido como o “pilar” do processo de inclusão.
5. Conclusão
Com o presente estudo, constatamos que a grade curricular do Curso de Graduação em educação física faz menção às pessoas com NEE apenas na ementa da disciplina específica e obrigatória denominada atividade motora adaptada. Portanto, verifica-se com os dados coletados que somente uma disciplina que aborde tal conteúdo não está sendo suficiente para a promoção de uma formação mais sólida sobre o tema.
No decorrer da revisão bibliográfica realizada verificou-se que a situação mencionada é uma realidade de muitas instituições do nosso país, mesmo tendo a lei de implementação de disciplinas que contemplem o conteúdo na grade curricular, vigente desde 1987. A partir destas constatações, acredita-se que a sensação dos formandos de educação física da FAGOC de não estarem totalmente preparados para atuar com pessoas com NEE seja pela pequena carga horária em toda grade curricular destinada para este conteúdo. Portanto, verifica-se a necessidade de diversas disciplinas do currículo contemplarem o conteúdo além de somente uma específica e obrigatória. Outro fator importante para o aprimoramento dos educandos na área seria o maior incentivo por parte da faculdade para a realização de pesquisas científicas.
Apesar dos graduandos não se sentirem totalmente preparados, constatamos que a maioria relata ter muito interesse em trabalhar com crianças com NEE, sendo este, um fator de grande importância para a efetivação da inclusão deste grupo no ensino regular, já que os professores têm um papel extremamente importante neste processo.
Além disso, observou-se que os futuros professores que fizeram parte deste trabalho, acreditam que a inserção de crianças com NEE nas aulas de educação física será um processo positivo. Tais dados nos permitem concluir que a efetivação da inclusão de pessoas com NEE em escolas regulares não trará benefícios apenas para este grupo especial, mas também para toda a sociedade, já que para a sua real implantação se faz necessário a superação de um sistema de educação que normalmente exclui qualquer desvio fora do padrão do sistema favorecendo, muita das vezes, aqueles alunos considerados “normais”.
Neste estudo foi verificado também que os graduandos em educação física da FAGOC acreditam que o processo de inclusão perdurará em nossa sociedade, apesar de constatarmos que este caminha lentamente em nosso país. Entretanto, foi observada por meio da revisão bibliográfica realizada, que em algumas regiões do país este processo já é uma realidade, onde instituição e agentes do governo andam de mãos dadas para que todos tenham seu direito garantido não apenas no papel, mas também na realidade.
Por fim, é sabido que a efetivação do processo de inclusão não dependerá somente da formação do professor, contudo ele é a peça fundamental no trato com a diferença, pois cabe a ele formar cidadãos mais conscientes em relação à diversidade. Sendo assim, se faz necessário que as instituições de ensino superior tenham um projeto político pedagógico bem elaborado e bem efetivado no que diz respeito à formação do profissional para atuar com pessoas com NEE.
Referências
BRANDÃO, C. F. LDB passo a passo: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei n° 9394/96), comentada e interpretada, artigo por artigo, 3.ed. São Paulo: Avercamp, 2007.
BRASIL. Resolução CNE/CP.n°1/2002. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores da Educação Básica em Nível Superior, Brasília, DF, 2002.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Documento subsidiário a política de inclusão. Brasília, DF: 2007.
CIDADE,R. E; FREITAS, P. S. Educação física e inclusão:considerações para a pratica pedagógica na escola. Disponível em: http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/sobamaorg/inclusão. Acesso em: 27 mai. 2007.
FALKENBACH, A.P.; BATTISTELI, G.; APELLANIZ, A. A questão da integração e da inclusão nas aulas de Educação Física. EFDeportes.com, Revista digital, Buenos Aires, ano 11, n. 106, 2007. Disponível em: http://www.efdeportes.com. Acesso em: 22 ago. 2007.
FILUS, J. F; JUNIOR, J. M. Inclusão de pessoas com deficiência na escola:a opinião dos professores de educação física. Acta Scientiarum Human and Social Sciences, v.26, n.1, p.103-108, 2004.
FREITAS, R. F. S; ARAUJO, P. F; ALMEIDA, J. J. G. O fazer do professor de educação física no ensino regular e a inclusão. EFDeportes.com, Revista digital, Buenos Aires, ano 10, n. 72, 2004. Disponível em: http: //www.efdeportes.com/. Acesso em: 22 ago. 2007.
GLAT, R; NOGUEIRA, M. L. de L. Políticas Educacionais e a Formação de Professores para a educação inclusiva no Brasil. Revista Comunicações, v.10, n.1, p.134-141, 2003.
GORGATTI, M. G; PENTEADO, S. H. N. W; PINGE, M. D; DE ROSE, JR. D. Atitudes dos Professores de Educação Física do ensino regular com relação a alunos portadores de deficiência. Revista Brasileira Ciência e Movimento, v.12, n.2, p. 63-68, 2004.
GORGATTI, M. G. Educação física escolar e inclusão: uma analise a partir do desenvolvimento e social de adolescentes com deficiência visual e das atitudes dos professores. 2005, 173. Tese (Doutorado em Educação Física) - Escola de Educação Física e Esporte Universidade de São Paulo, São Paulo.
GURGEL, T. Inclusão, só com aprendizagem. Revista Nova Escola, n. 206, p.38-45, 2007.
KRUG, H. N. A inclusão de pessoas portadoras de necessidades educativas especiais na educação física escolar. Revista do centro de educação. Disponível em: http://coralx.ufem.br/revcu/ceesp/2002/01/a3.htm. Acesso em: 17 mai 2007.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão é o privilegio de conviver com as diferenças. Revista Nova escola, n.182, 2005.
MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: Historia e políticas publicas. 5.ed. São Paulo: Cortez. 2005
MENDES, E. G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação, v. 11, n. 22, p. 387-559, 2006.
____________. A educação inclusiva e a universidade brasileira. Revista espaço. Disponível em: http://www.ines.org.br/paginas/revista/espaço18/debates. Acesso em: 11 ago. 2007.
TAVARES, J. E. B; KRUG, H. Formação do profissional em educação física: um olhar para o processo de inclusão inserção social. Revista do centro de educação, n.21, p.1-10, 2003.
Outros artigos em Portugués
revista
digital · Año 13 · N° 126 | Buenos Aires,
Noviembre de 2008 |