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Excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes

 

Graduanda em Educação Física

Universidade Federal do Paraná

(Brasil)

Priscilla Bertoldo Santos

pri_bts@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          A prevalência da obesidade tem aumentado em todas as faixas etárias.A Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição feita pelo Instituto Brasileiro de geografia e estatística-2002/2003 mostrou que a freqüência de adolescentes que apresentaram excesso de peso foi de 16,7%, sendo 17,9% entre os meninos e 15,4% entre as meninas. O objetivo deste estudo foi identificar a incidência de excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes banhistas de Barra do Sul-SC.Foram avaliados 65 indivíduos de ambos os sexos, sendo 54 meninas e 11 meninos, a faixa etária compreendia de 6 a 17 anos.Foram mensurados peso, estatura, circunferência de cintura e dobras cutâneas para a predição de gordura corporal.Para a classificação de excesso de peso e obesidade tomou-se como referência os valores propostos pelo Center for Disease Control e Prevention (CDC). Os resultados encontrados para o IMC foram: entre as meninas, 6 (11,1%) apresentaram excesso de peso, 6 (11,1%) obesidade e 42 (77,7%) foram consideradas com valores normais.Entre os meninos, 1(9%) apresentou excesso de peso, 4 (36,3%) obesidade e 6 (54,5%) valores normais.Quando analisados pelo perfil de gordura corporal, meninas: 3 (5,5%) apresentou sobrepeso e 1 (1,9%) obesidade.Para o grupo de meninos verificou-se 1 (9,1%) em situação de sobrepeso e 2 (18,2%) obesidade. Observa-se que as condições inadequadas de peso corporal associado ao sobrepeso e a obesidade se mostraram mais presentes entre os indivíduos do sexo masculino, independente quando analisados tendo como referência o IMC ou a gordura corporal .Conclui-se que na população estudada, as condições de sobrepeso e obesidade são mais freqüentes entre os meninos do que entre as meninas.

          Unitermos: Excesso de peso. Obesidade. Crianças. Adolescentes

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 125 - Octubre de 2008

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Introdução

    No Brasil,dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO) mostram que aproximadamente 40% da população apresentam excesso de peso. A Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-2002/2003 mostrou que a freqüência de adolescentes que apresentaram excesso de peso foi de 16,7%, sendo 17,9% entre os meninos e 15,4% entre as meninas. A obesidade na infância e adolescência tem como importância a possibilidade de sua continuidade na vida adulta, além de que a obesidade, principalmente na adolescência e vida adulta obtém relação com fatores de risco, como a hipertensão, dislipidemias e o aumento a resistência insulínica, ou seja, com a manutenção do quadro de obesidade até a vida adulta o individuo terá uma situação de aumento de risco de mortalidade. É importante ressaltar que a obesidade esta ligada a fatores familiares, já foi realizado um estudo com coordenação de Mauro Fisberg,em que foram obtidos resultados de que, na amostra utilizada, 91% dos casos de crianças obesas apresentavam antecedentes de obesidade familiar, ou seja o problema pode estar sendo repassado dos pais para os filhos;Mais importante ainda, já que esses fatores são os quais temos maiores condições de intervir, são os hábitos atuais das crianças e adolescentes, que são, na grande maioria das vezes, excesso de televisão, uso de videogames e computadores, além do menor gasto energético, pela diminuição da atividade física, associado com o consumo exagerado de alimentos com altos valores calóricos.Fatores os quais estão diretamente ligados a prevalência de excesso de peso e obesidade.

Sobrepeso e obesidade

     O sobrepeso é o aumento excessivo do peso corporal, decorrente de alterações em apenas um de seus componentes (gordura, músculo, água e osso) ou em seu conjunto, enquanto a obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal em todo o corpo ou em regiões específicas (GUEDES, 1998).     O indivíduo é considerado obeso quando a quantidade de gordura relativa à massa corporal se iguala ou excede a 30% em mulheres e a 25% em homens. A obesidade grave é caracterizada por um conteúdo de gordura corporal que exceda 40% em mulheres e 35% em homens.

    A obesidade é considerada um problema de proporção mundial pela Organização Mundial de saúde, porque atinge um numero elevado de pessoas e predispõe o organismo a varias doenças e morte prematura (NAHAS, 1999).Como já vimos à obesidade é um dos problemas de saúde que mais tem apresentando aumento em seus números, todo um sistema de vida inadequado favorece este tipo de acontecimento, são estes: sedentarismo, hábitos familiares inadequados, alimentação insatisfatória, velocidade de refeição, os lanches desequilibrados e consumo de doces e guloseimas. No Brasil, por exemplo, a obesidade infantil e posteriormente na adolescência cresceu nada menos do que 240% nos últimos 20 anos. Segundo TERRES (2006) apud FERREIRA et al (2007) a obesidade na adolescência vem aumentando nos últimos anos, atingindo índices de 10,6% nas meninas e 4,8% nos meninos, sendo que na região Sul do País os índices de prevalência chegam a 13,9%. A detecção de alterações na composição corporal durante a infância é importante, por permitir uma intervenção precoce e prevenir as complicações da obesidade. As modificações nos padrões alimentar e de atividade física, em geral, são mais aceitas pelas crianças e os hábitos alimentares são fixados neste período. (DIETZ, 1997).     

    Descrever as causas da obesidade, não é tarefa muito simples, pois já está bem estabelecido na literatura que o aumento do peso corporal e também do excesso de adiposidade é um processo bastante complexo onde ocorre interação de vários fatores, tais como, genéticos, ambientais, endócrinos e metabólicos, além de influências socioeconômicas e culturais (MARTINEZ, 2000; RUSCH et al., 2003; BATH AND BAUR, 2005 apud FERREIRA et al, 2007).     Entre todas as alterações do nosso corpo a obesidade é provavelmente á situação mais e difícil entendimento, tanto no meio cientifico como entre os leigos. (FISBERG 1997).Entretanto mais importante do que procurar saber sobre o assunto e entender este problema é agir em relação ao tratamento e prevenção deste.Evidências disponibilizadas na literatura sugerem que, em se tratando de crianças e adolescentes, os principais fatores ambientais que têm contribuído bastante para o aumento do sobrepeso nessa faixa etária, além do excesso na ingestão energética, seria o número de horas em frente à televisão, uso de videogames, computadores e a inatividade física (BARBARA et al., 2002; TREMBLAY e WILLMS, 2003 apud FERREIRA et al,2007).

Metodologia

    A pesquisa foi de caráter descritiva qualitativa.Foram mensurados: peso, estatura, circunferência de cintura e dobras cutâneas para a predição de gordura corporal.Para a classificação de excesso de peso e obesidade tomou-se como referência os valores propostos pelo Center for Disease Control e Prevention (CDC)

Resultados e discussão

Meninas

Numero total de avaliadas: 54

Classificação pelo IMC

Normal

42

77,70%

Sobrepeso

6

11,10%

Obesidade

6

11,10%

Classificação pelo Percentual de gordura

Normal

50

92,59%

Sobrepeso

3

5,50%

Obesidade

1

1,90%

Meninos

Numero total de avaliados: 11

Classificação pelo IMC

Normal

6

54,50%

Sobrepeso

1

9,00%

Obesidade

4

36,30%

Classificação pelo Percentual de gordura

Normal

8

72,72%

Sobrepeso

1

9,09%

Obesidade

2

18,18%

    Analisando os quadros e gráficos pode-se observar que as condições inadequadas de peso corporal associado ao sobrepeso e a obesidade se mostraram mais presentes entre os indivíduos do sexo masculino, levando-se em quanto o valor total de indivíduos da amostra.Percebe-se também que esta situação ocorre independente se quando os indivíduos foram analisados tendo como referência o IMC ou a gordura corporal. É Importante ressaltar que, se somadas, as situações de sobrepeso e obesidade dos meninos o valor encontrado é de 45,3% para classificação pelo IMC, ou seja, quase metade dos meninos avaliados não estão com valores considerados os normais, o que pode ser considerado preocupante em relação a fatores como a saúde destes.

Conclusões

    O aumento do sobrepeso e da obesidade na infância é na adolescência é muito significativo e alarmante, já que, como vimos, este problema causa vários problemas de saúde, problemas sociais e emocionais. O presente estudo obteve como resultado a sobreposição do sobrepeso e obesidade nos meninos em relação as meninas,é claro que o problema se estende para todos, entretanto é importante ressaltar o resultado do estudo para que seja dada a devida atenção ao fato dos meninos estarem cada vez mais se enquadrando com caso de sobrepeso e obesidade, já que há alguns anos este problema era menos observado nos meninos. De acordo com a Organização mundial da Saúde (2004) há uma necessidade urgente de melhorar o treinamento de todos os profissionais de saúde envolvidos no controle de sobre peso e obesidade, cita que prevenir o ganho de peso e a obesidade tente a ser mais eficaz em longo prazo do que tratar suas conseqüências depois de já estar desenvolvidas.Realmente esta clara a necessidade de se tratar, e mais do que isso, de se prevenir este problema, através de programas de introdução de hábitos alimentares saudáveis e pratica de exercícios.

Referencias

  • ANJOS, Luis Antonio. Epidemiologia da obesidade na infância. São Paulo: Atheneu, 2000.

  • DAMIAMI, Durval; DAMAIAMI, Daniel; OLIVEIRA, Renata. Aspectos genéticos da obesidade. São Paulo: Atheneu, 2000.

  • DIETZ WH. Periods of risk in childhood for development of adult obesity - What do we need to learn? J Nutr, v. 127, 1997, pp. 1884-6.

  • FERREIRA, Shirley;TINOCO, Adelson L A; AGUIAR, Juliana M de; LIMA, Marina G. CUSTODIO, Isis Danyelle D. Obesidade infantil: etiologia e conseqüências para a saúde. Revista Digital - Buenos Aires - Ano 11 - N° 106 - Março de 2007. Disponível em www.efdeportes.com

  • FISBERG, Mauro. Primeiras palavras: Uma introdução ao problema do peso excessivo. São Paulo: Atheneu, 2000.

  • FISBERG, M. Atualização em obesidade na infância e adolescência. São Paulo: Atheneu, 2004.

  • GUEDES, D.P. GUEDES, E.R.P. Controle do peso corporal – composição corporal atividade física e nutrição. Londrina: Midiograf, 1998.

  • NAHAS, Markus. Obesidade, controle de peso e atividade física. Londrina: MIDIOGRAF, 1999.

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