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Avaliação do conhecimento dos professores de artes 

marciais de Guanambi-BA sobre avulsão-reimplante e 

a importância do uso de protetor bucal durante as aulas

Martial arts teachers’ knowledge evaluation of Guanambi-BA about accession-reimplant

and the importance of the use of buccal protector during the lessons

 

*Professor de Educação Física. Especialista em Treinamento, Atividade Física e Saúde pela UESB.

Especialista em Psicomotricidade pela UCAM. Pós-graduando em Saúde Pública pela FG.

Professor da Universidade do Estado da Bahia - UNEB.

** Professor de Educação Física. Especialista em Treinamento Desportivo

Avançado pela UGF. Especialista em Fisiologia do Exercício pela UVA.

Pós-graduando em Saúde Pública pela FG. Professor da Universidade do Estado da Bahia - UNEB.

*** Bacharel em Odontologia. Especialista em Endodontia pela UNINCOR.

Mestrando em Odontologia pela UNINCOR.Professor das Faculdades Unidas do Norte de Minas -FUNORTE.

**** Mestre em Odontologia. Professora das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE.

Cláudio Bispo de Almeida*

cbalmeida@uneb.br

Ricardo Franklin de Freitas Mussi**

Daniel Antunes Freitas***

Daniela Araújo Veloso ****

rimussi@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          Tendo em vista o grande número de traumatismos dentários em crianças e adolescentes em idade escolar, e sabendo que a prática esportiva pode aumentar o número de casos de avulsão dentária, este estudo visou avaliar o conhecimento dos professores de artes marciais da cidade de Guanambi-BA sobre avulsão-reimplante e sobre a importância do uso do protetor bucal por seus alunos. A pesquisa foi realizada em janeiro de 2008, constituída de um estudo transversal com caráter quanti-qualitativo, junto aos professores de artes marciais do município de Guanambi-BA, mediante entrevista individual contendo 16 perguntas adaptadas do trabalho de Granville-Garcia et al (2007). As entrevistas foram realizadas com 15 professores, fora do horário das aulas, para que não houvesse alteração da rotina. Antecedendo as entrevistas, houve o preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido pelos participantes da pesquisa. Os protocolos de intervenção e avaliação deste trabalho seguem as orientações da resolução 196/96 do conselho nacional de saúde sobre pesquisa envolvendo seres Humanos. Foi observado que 60%(09) dos entrevistados possuem menos de 10 anos de experiência profissional, nenhum dos professores sabia o que era traumatismo dentário, e somente um deles teve a oportunidade de estudar sobre o assunto em cursos fora da formação convencional. Após explicação sobre o que é avulsão dentária, nenhum respondeu ter presenciado este tipo de situação em suas aulas. Todos consideraram que a procura do tratamento deveria ser imediata, e 53,33%(08) sugerem o serviço odontológico em hospitais como o local adequado para este atendimento. Em relação ao acondicionamento do dente até chegar ao local de atendimento, 66,67%(10) utilizariam guardanapo limpo, enquanto 20%(03) colocariam o dente em um recipiente de vidro ou plástico sem líquido. Todos os professores consideraram importante o uso do protetor bucal durante as aulas, mas 60%(09) disseram que seus alunos nunca usaram esta prevenção, e outros 20%(03) disseram que raramente seus alunos fizeram uso deste equipamento. Os professores de artes marciais da cidade de Guanambi-BA não demonstraram conhecimento dos procedimentos de urgência a serem realizados nos casos de avulsão dentária, entretanto, reconheceram a importância da prevenção pela utilização do protetor bucal em suas aulas, mesmo sendo constatada a pouca utilização deste aparelho por seus alunos.

          Unitermos: Traumatismos alvéolo-dentários. Educação em saúde. Protetor bucal. Artes Marciais.

 

Abstract

          In view of the great number of dental traumas in children and adolescents in pertaining to school age, and knowing that the sport practice can increase the number of dental accessions cases, this study aimed at evaluating the knowledge of the martial arts teachers in Guanambi city in Bahia state, about accession-reimplant and the importance of the use of the buccal protector for its pupils. The research was took place in January 2008, constituted of a transversal study with quanti-qualitative character, with the martial arts teachers of Guanambi-BA city, by means of individual interview contends 16 suitable questions of the work of Granville-Garcia et al (2007). The interviews took place with 15 teachers, out of the lessons schedule, so that it did not have routine alteration. Preceding the interviews, it had the fulfilling of the term of free assentment and clarified by the participants of the research. The protocols of intervention and evaluation of this work follow the instructions of the resolution 196/96 of the national advice of health about research involving human beings. It was observed that 60% (09) of the interviewed ones possess less than 10 years of professional experience, none teacher knew what was a dental trauma, and one of them only had the chance to study about the subject in courses out of the conventional education. After explanation about what is dental accession, none answered to have witnessed this kind of situation in its lessons. All had considered that the search of the treatment should be immediate, and 53.33% (08) suggest the dentist treatment in hospitals as the adjusted place for this consultation. In relation to the preservation of the tooth until arriving at the consultation place, 66.67% (10) would use clean napkin, while 20% (03) would put the tooth in a glass or plastic container without liquid. All the teachers had considered important the use of the buccal protector during the lessons, but 60% (09) had said that its pupils had never used this prevention, and others 20% (03) had said that its pupils rarely had made use of this equipment. The martial arts teachers of Guanambi-BA had not demonstrated knowledge of the urgency procedures to be carried through in the cases of dental accession, however, had recognized the importance of the prevention through using buccal protector in its lessons, although being evidenced the little use of this apparatus for its pupils.

          Keywords: Dental-Alveolus traumas. Education in health. Buccal protector. Martial arts.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 125 - Octubre de 2008

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Introdução

    De acordo com Vasconcelos et al (2001), a avulsão dental é a completa separação de um dente do seu alvéolo (cavidade óssea onde ele está inserido) em que ocorre rompimento das fibras do ligamento periodontal, permanecendo uma parte delas aderida ao cemento do dente e a outra parte, ao osso alveolar.

    Este tipo de trauma possui uma maior incidência em crianças na idade escolar e do sexo masculino, alguns autores (ANDREASEN E ANDREASEN, 1990; MARCENES, ZABOT E TRAEBERT, 2001) afirmam que pelo menos metade das crianças tem a possibilidade de sofrer traumatismos alvéolo-dentários na idade escolar. O trauma dental é importante em crianças e adolescentes, porque os dentes permanentes são formados nessa fase (VASCONCELOS et al, 2001).

    Com o aumento do número de praticantes de esportes de contato e aumento da competitividade, a tendência é de crescimento substancial nas estatísticas envolvendo acidentes traumáticos no esporte. Traebert et al (2003) afirmam que o alto índice de violência, de acidentes automobilísticos e a grande participação de crianças e adolescentes em esportes violentos têm contribuído para a transformação do traumatismo dentário em problema crescente de saúde pública.

    Deve ser considerado, também, o alto impacto na qualidade de vida das crianças em termos de desconforto físico e psicológico, além do alto potencial de interferência negativa nas relações sociais (CORTES et al, 2002).

    Segundo Granville-Garcia et al (2007), o reimplante tem sido destacado como o tratamento de eleição para este tipo de trauma. Para Vasconcelos et al (2001), o reimplante dental é o ato de recolocar no alvéolo o dente avulsionado, acidental ou intencionalmente. Temos que considerar que, para haver sucesso no reimplante, dependemos da manutenção da vitalidade do ligamento periodontal, permitindo, assim, a recuperação das funções dentais.

    Para um bom prognóstico, deve-se ter agilidade, buscando dar o atendimento necessário no menor tempo possível, recomenda-se em torno de até trinta minutos. De acordo com Andreasen e Andreasen (1991), as condições e o tempo de conservação do dente avulsionado são de grande importância para o êxito da cicatrização, com relação fundamental na manutenção da vitalidade da membrana periodontal (BLOMLÖF et al.,1983).

    Caso haja um pouco de demora no atendimento, sugere-se que o acondicionamento do dente avulsionado seja em uma solução salina, leite ou na boca sob a língua, desta forma o meio úmido auxilia na preservação das estruturas do ligamento periodontal mantendo a sua vitalidade.

    Sane & Ylipaavalniemi (1988) apud Ferrari et al (2000) colocam que os traumas ocasionados na prática esportiva representam uma parcela importante, de 14 a 39%, entre as etiologias do traumatismo dentário, e Ferrari et al (2000) completam afirmando que com o aumento no número de praticantes de esportes de contato e aumento da  competitividade aponta tendência de crescimento substancial nas estatísticas envolvendo acidentes traumáticos no esporte.

    Uma possível solução para a redução desses índices seria a utilização de protetores bucais, que segundo Heintz (1968) e Fitzner (1979) apud Ferrari et al (2000), oferecem proteção às estruturas dentais e periodontais durante a prática de esportes de contato reduzindo em número e gravidade os danos a essas estruturas causados por quedas ou pancadas na região bucal.

    Considerando a importância da temática, esta pesquisa visa avaliar o conhecimento dos professores de artes marciais do município de Guanambi-BA sobre avulsão-reimplante e sobre a utilização de protetores bucais, buscando, assim uma maneira de contribuir na realização de procedimentos de urgência e na prevenção de acidentes.

Descrição metodológica

    A pesquisa foi realizada em janeiro de 2008, constituída de um estudo transversal com caráter quantitativo, junto aos professores de artes marciais do município de Guanambi-BA, mediante entrevista individual contendo 16 perguntas adaptadas de trabalho de Granville-Garcia et al (2007). Visando verificar o conhecimento destes profissionais sobre os procedimentos a serem realizados em relação à avulsão dentária, e sobre a importância da prevenção de traumatismos através da utilização de protetores bucais durante as aulas.

    As entrevistas foram realizadas fora do horário das aulas, para que não fosse alterada a rotina das aulas. O formulário constava de 16 perguntas objetivas (simples e de múltipla escolha) e subjetivas, posteriormente ao preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido pelos participantes da pesquisa. Sendo de suma importância ressaltar que os protocolos de intervenção e avaliação deste trabalho seguem as orientações da resolução 196/96 do conselho nacional de saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos.

Descrição dos resultados

    A pesquisa abrangeu todos os professores de artes marciais de contato (Karatê e Tae Kwon Do), totalizando o número de 15, eram 20%(03) do sexo feminino e 80%(12), do masculino. Quando analisados os dados referentes à formação dos professores de artes marciais, 66,67%(10) possuem o ensino médio completo, e apenas 13,33%(02) são graduados em Educação Física, enquanto 20%(03) responderam outros, referindo-se ao ensino fundamental.

    A maioria dos entrevistados 60%(06), apresentava menos de 10 anos de experiência profissional, e 20%(03) estão entre 11 e 15 anos de experiência, além de 20%(03) com mais de 26 anos de ensino, nos dando uma média de 2,9 anos de ensino.

    Todos os professores relacionaram traumatismo dentário a fratura dental, e somente 13,33%(02) tiveram a oportunidade de estudar sobre o assunto durante a sua formação, tendo obtido essas informações fora do currículo escolar (palestras e/ou cursos). Foi explicado aos entrevistados, o que era avulsão dentária e apenas 6,67%(01) dos participantes respondeu ter presenciado este tipo de traumatismo em suas aulas, enquanto 93,33%(14) não tiveram esta experiência.

    Quando foram questionados sobre qual o procedimento a ser realizado nestes casos, a maior parte 53,33%(08) dos participantes, afirmaram que fariam procedimentos não listados, destes a maior parte 66,67%(10) encaminhariam a pessoa com traumatismo ao cirurgião-dentista. Outro procedimento muito citado pelos professores foi pedir ao aluno que permanecesse cuidadosamente com o dente dentro da boca e o levaria imediatamente ao dentista ou serviço odontológico mais próximo, correspondendo a 20%(03) das respostas.

    Em uma situação hipotética colocada para o entrevistado: “caso decidisse reimplantar o elemento dentário e este houvesse caído em local contaminado, o que você faria?”, 33,33%(05) responderam outros, sendo que destes 04 não recolocariam o dente no lugar (alvéolo-dentário). Os que jogariam o dente em lixo apropriado evitando contaminações ou infecções somaram 26,67%(04), e outras respostas totalizaram 40%(06).

    Todos consideraram que a procura do tratamento deveria ser imediata, sendo o serviço odontológico de urgência em hospital a primeira escolha para 53,33%(08) dos entrevistados e o cirurgião-dentista em 33,33%(05) dos casos. O profissional médico foi citado por 6,67%(01) e o serviço médico de urgência em hospital por mais 6,67%(01).

    Tratando do acondicionamento do dente até a chegada ao local de atendimento profissional, 66,67%(10) dos entrevistados relataram que utilizariam guardanapo limpo para envolver o dente até o atendimento do acidentado, 20%(03) colocariam o dente em um recipiente de vidro ou plástico sem líquido.

    Considerando o aspecto preventivo do uso de protetor bucal durante as aulas de artes marciais, em momentos de luta, todos os participantes da pesquisa consideraram importante o uso do protetor bucal, e todos disseram já ter pedido aos alunos para adquirirem o seu próprio protetor bucal.

    Já em relação ao uso do protetor bucal, 60%(09) disseram que seus alunos nunca usam esta prevenção, 20%(03) raramente utilizam o protetor bucal, os que às vezes utilizam tal protetor corresponde a apenas 13,33%(02), e 6,67%(01) relatou que quase sempre os alunos utilizam o protetor bucal.

Discussão

    Os traumas esportivos correspondem ao terceiro atendimento de traumas na face e chegam a ser um problema de saúde pública (SEQUEIRA, 2005) e cerca de cinco milhões de dentes são perdidos por ano em atividades esportivas. Segundo Galeia (1984) apud Campos et al (2006), o sexo masculino é acometido três vezes mais que o feminino e a faixa etária mais freqüentemente envolvida é a que compreende de 07 a 11 anos.

    O trabalho com crianças e adolescentes em idade escolar e em esportes tem demonstrado, de acordo com a literatura consultada, que existe um risco considerável de casos de avulsão dentária, exigindo que o profissional da área esportiva tenha conhecimento sobre o que fazer em situações de urgência, para favorecer o reimplante dental (VASCONCELOS et al, 2001). Apesar disso, nenhum dos entrevistados sabiam o que era avulsão, e depois de informados sobre o assunto apenas 13,33%(02) disseram já ter tido a oportunidade de estudar sobre o assunto abordado.

    Comparados a estudo similar realizado com professores de Educação Física em Pernambuco (GRANVILLE-GARCIA et al, 2007), é possível perceber a falta de informação entre os profissionais entrevistados. Em relação a formação 66,67%(10) possuem o ensino médio, e somente 13,33%(02) são estudantes do curso de Educação Física, enquanto os demais apresentam nível inferior ao ensino médio.

    O fato acima demonstra uma realidade distante da prevista no ano 1998, quando foi criado, por força da lei n°9696/98, o Conselho Federal de Educação Física, estabelecendo um prazo de 04 anos para a regularização da profissão e capacitação dos provisionados, considerando que 60%(09) do universo estudado possuem menos de 10 anos de experiência profissional, confrontando com o pressuposto legalmente.

    Apesar disso, não houve influências nas respostas do grau de formação profissional ou experiência profissional, o que pode indicar um déficit, também, na formação universitária dos entrevistados cursistas de Educação Física.

    O reimplante tem sido proposto como uma tentativa para reintegrar o elemento avulsionado a sua posição anatômica normal (VASCONCELOS et al, 2001); Neste caso, para que haja sucesso no tratamento é importante reduzir ao máximo o tempo entre a ocorrência do acidente e o atendimento.

    Andreasen et al (1995) consideram que esse tempo deve ser de no máximo duas horas. Já Cowan (1992), considera os primeiros trinta minutos pós-traumatismo para um bom prognóstico. Períodos extra-alveolares superiores há duas horas, quase sempre determinam intensas reabsorções e conseqüentes prognósticos duvidosos (SOARES; SOARES, 1988; BOYD; KINIRONS; GREGG, 2000 APUD GRANVILLE-GARCIA, 2007). De qualquer maneira, todos os entrevistados consideraram atendimento imediato como ideal, mostrando uma preocupação com a pessoa, buscando amenizar seu sofrimento, além de contribuir para o melhor tratamento e recuperação.

    Nenhum dos participantes relatou experiência com avulsão dentária em suas aulas, apenas 6,67%(01) relatou ter tido esta experiência, no entanto, fora de sua aula. Quando indagados sobre o que fazer nestes casos, a maioria encaminharia o acidentado ao dentista, mostrando preocupação com a qualidade do atendimento à vítima, com tratamento profissional e especializado.

    Dos entrevistados, 20%(03) preocuparam-se com o elemento avulsionado pedindo que o aluno permaneça, cuidadosamente, com o dente dentro da boca e levando-o imediatamente ao serviço odontológico mais próximo, acerto confirmado em Vasconcelos (2001)ao recomendar a conservação em meios que permitam a cicatrização pulpar e periodontal: solução salina fisiológica, sangue, meios de cultura de tecido, leite e saliva, acrescentado por Granville-Garcia et al (2007) ao afirmar que o meio de acondicionamento está relacionado diretamente com a integridade do ligamento periodontal.

    No entanto, 66,67%(10) dos inquiridos relataram que envolveriam o elemento dentário até o atendimento da criança ou adolescente em guardanapo de papel e outros 20% (03) colocariam o dente em um recipiente de vidro ou plástico sem líquido como forma de acondicionamento do dente avulsionado. Fatos que podem gerar desidratação dos tecidos dentários, conseqüente morte celular do ligamento periodontal e insucesso do reimplante (SOARES; SOARES, 1998; POI ET AL, 1999; GREGG; BOYD,1998; KINIRINONS; GREGG,2000 APUD GRANVILLE-GARCIA, 2007).

    Em relação à situação hipotética de o elemento dentário ter sido encontrado em local contaminado e o entrevistado decidisse reimplantá-lo, 26,67%(04) jogariam o dente em lixo apropriado buscando evitar contaminações ou infecções, neste caso há uma incoerência, pois, 53,33%(08) das respostas sobre os procedimentos em caso de avulsão foi em pedir ao praticante que permanecesse com o dente na boca até o atendimento, aparentando cuidado com o elemento avulsionado, mas descartar o dente derruba esta hipótese e demonstra a fragilidade do conhecimento quanto ao procedimento, impedindo um possível reimplante.

    Todos os professores de artes marciais disseram que a utilização de protetores bucais como prevenção de traumas dentários é importante.

    Sequeira (2005) coloca que este equipamento funciona como almofadas distribuindo as forças durante o golpe, prevenindo, assim, a laceração e equimose dos lábios e bochechas durante o impacto, protegendo as estruturas dentais e periodontais. Reduzindo em número e gravidade os danos estruturais bucais motivados por quedas e pancadas na face.

    Mesmo reconhecendo sua importância durante lutas e aulas, 60%(09) dos entrevistados afirmaram que seus alunos nunca usam o protetor, ainda que todos afirmaram ter pedido que os alunos adquirissem seu próprio protetor bucal, parece haver algum fator aqui não identificado que interfere na aquisição e uso do protetor bucal.

    Sequeira (2005) levanta a importância da conscientização do praticante frente ao uso do protetor bucal durante os treinamentos e competições, e baseando-se na Academia Americana de Odontologia Desportiva, aponta que este aparelho diminui em até 80% o risco de trauma dental.

Conclusões

    Os professores de artes marciais da cidade de Guanambi-BA demonstram pouca consistência referente ao conhecimento dos procedimentos de urgência a serem realizados nos casos de avulsão dentária, entretanto, reconhecem a importância da prevenção pela utilização do protetor bucal em suas aulas, mesmo sendo ainda pouca a utilização deste aparelho pelos seus alunos.

    Ainda é preciso, entre o grupo estudado, avançar na questão da utilização dos equipamentos de segurança, os professores de artes marciais afirmam saber sobre a importância do uso, mas parece faltar trabalho junto aos alunos para conscientização e incentivo de uso.

    Assim, sugere-se uma maior atenção ao assunto abordado dentro de programas de prevenção à saúde bucal esportiva. Desta maneira, espera-se contribuir para a redução de acidentes no esporte e, conseqüentemente, para a diminuição do número de dentes perdidos em função do traumatismo dental.

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