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Características do estilo de vida e percepção da capacidade
motora de coronariopatas na aderência ao exercício físico

 

*Mestre em Ciências do Movimento Humano e professor do Centro Educacional do Oeste, CEO

**Professor Doutor Coordenador do Laboratório de Psicologia do Esporte e do Exercício Físico (LAPE) e

professor do Programa de Mestrado em Ciências do Movimento Humano do CEFID / UDESC

***Acadêmica do Curso de Enfermagem

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC

Mário César Nascimento*

Alexandro Andrade**

Cinara Saggioratto***

marionascimento@udesc.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi analisar as características do estilo de vida e a percepção da capacidade motora de coronariopatas, acometidos de infarto agudo do miocárdio (IAM), aderentes (n=4) e desistentes (n=2) de um programa estruturado de exercício físico após uma participação efetiva (seis meses). Caracteriza-se como uma pesquisa descritiva diagnóstica com abordagem qualitativa utilizando entrevista semi-estruturada. Para a análise das informações, utilizou-se a análise de conteúdo através da técnica de espelho. A partir disto, fazem-se algumas considerações: Os grupos estudados "aderentes" e "desistentes" apresentam algumas diferenças importantes em relação à percepção da capacidade motora para o trabalho, e motivação para o exercício físico, onde os "aderentes" aparentemente possuem uma percepção mais positiva quanto a esses aspectos comparados com os desistentes. O grupo dos "aderentes" indica estar mais exposto a situações que desencadeiam o estresse. Indicando também, que a atividade física regular auxilia no controle desses aspectos negativos. Ainda, para esse grupo a crença nos benefícios dos exercícios físicos para a saúde e a percepção positiva da saúde atual leva à prática regular. A confiança para a prática do exercício físico entre os “desistentes” é baixa em virtude da sensação de inutilidade e da expectativa de resultado da capacidade motora e funcional baixa. A percepção dos "desistentes" indica ser mais dramática em relação aos aderentes nas restrições médicas. Os "desistentes" apresentam dificuldades/problemas de saúde significativamente maiores em relação aos "aderentes". Para os dois grupos (os "aderentes" e os "desistentes") a aposentadoria, o casamento e as mudanças no emprego são estágios de grandes mudanças no desenvolvimento humano, sendo grandes desafios de assimilação nesta população.

          Unitermos: Exercício físico. Aderência. Coronariopatas. Psicologia do exercício físico.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 124 - Setiembre de 2008

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1.     Introdução

    A prática regular de exercícios físicos tem sido apontada como uma atitude positiva à saúde, uma maneira de melhorar o bem-estar a curto e a longo prazo.

    Dos indivíduos engajados em programas de prevenção primária, há uma taxa de abandono de 50% em 12 meses (ACSM, 1994). Nos programas de prevenção secundária, a desistência fica entre 40 e 50% nos primeiros seis a 12 meses (OLDRIDGE, 1990; Centre for Reviews and Dissemination – NHS, 1998). Outros autores relatam uma desistência de 30 a 60% ao final de seis meses nesse tipo de programa e, que, apenas 40% completam 48 meses de exercícios físicos (OLIVEIRA e SALVETTI, 1996; BUSK in OLIVEIRA e SALVETTI, 1996; Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC, 2000). Em uma pesquisa realizada no programa de reabilitação cardíaca da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), observou-se que a desistência alcançou 71% nos primeiros seis meses (SGROTT, 2001).

    Por outro lado, no Brasil os estudos sobre a aderência têm assumido caráter positivista, descrevendo a posição do desistente, como por exemplo, auto-suficiência financeira, distância dos locais de prática, horários do trabalho entre outras. Este estudo pretende aprofundar mais o tema, refletir e contribuir com aspectos qualitativos em psicologia do esporte e do exercício físico, estudando as explicações que são relatadas e relacioná-las com o autoconceito, auto-eficácia, motivação e capacidade motora percebida de participantes que tiveram suas vidas em risco, ou seja, com infarto agudo do miocárdio (IAM). Os aspectos qualitativos como contribuição pode ser considerada uma nova possibilidade de abordagem para a psicologia do esporte e do exercício físico no Brasil, pois ela tem se preocupado com os resultados esportivos através de uma análise destacadamente quantitativa, utilizando-se de índices estatísticos e números. Segundo Weinberg e Gould (2001) é essencial à psicologia do esporte e do exercício físico reconhecer a individualidade dos praticantes de exercício físico, é uma ciência social, independente da orientação a qual siga (psicofisiológica, sociopsicológica ou cognitivo-comportamental).

    A partir dessas evidências, surgiu a necessidade de uma análise qualitativa para um melhor conhecimento das pessoas que freqüentam os programas estruturados de prevenção secundária.

2.     Método

    Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo e de natureza descritiva. A abordagem qualitativa foi utilizada para pesquisar e analisar as características do estilo de vida e os aspectos psicomotores (capacidade motora percebida) associados à prática regular de exercícios físicos de portadores de doença coronariana, acometidos de IAM, aderentes e desistentes de um programa de reabilitação cardíaca.

    Buscou-se aqui, a individualidade a partir da percepção dos participantes da pesquisa. O discurso dos participantes da pesquisa pode trazer os significados das experiências vividas – história de vida e os valores – emoções a ela ligados. Essas informações são importantes para o conhecimento do problema.

    Os participantes da pesquisa são pessoas que ingressaram no programa de reabilitação cardíaca (RC) do CEFID/UDESC com diagnóstico de doença coronariana, IAM prévio e participação no programa de exercício físico, por pelo menos seis meses.

    Após esse processo de caracterização dos participantes, estes foram subdivididos em dois grupos: aderentes (A) e desistentes (D). O subgrupo dos aderentes participantes desta pesquisa é formado por aquelas pessoas que continuaram à prática regular de exercícios físicos no programa de RC após passar pela fase crítica de aderência. O subgrupo dos desistentes inclui os sujeitos que participavam da RC e que não continuaram a prática regular de exercícios físicos no programa, embora tenham experimentado os benefícios psicológicos e os benefícios fisiológicos.

    O estudo foi realizado com seis pessoas, sendo quatro aderentes e dois desistentes. Após levantamento cadastral foi realizado contato com os participantes da pesquisa informando sobre o estudo, objetivos e importância da entrevista. As informações foram coletadas na residência dos participantes, para que o mesmo se sentisse total liberdade e à vontade para se expressar. As entrevistas foram gravadas com a prévia autorização do entrevistado para facilitar o rapport na entrevista e facilitar a expressão do conteúdo. Outra estratégia utilizada foi o diário de campo para facilitar na remontagem da transcrição dos fatos, principalmente sobre atitudes ou comportamentos dos entrevistados durante a coleta das informações.

    O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa com Seres Humanos da UDESC.

    O instrumento utilizado neste estudo foi uma entrevista semi-estruturada aplicada individualmente e elaborada por tópicos (RUDIO, 1986; SELLTIZ, et al, 1974).

3.     Apresentação e discussão dos dados

    Neste estudo são apresentados concomitantemente os grupos aderentes (“A”) e desistentes (“D”), destacando-se em negrito as subcategorias evidenciadas no estudo e os depoimentos em sua forma original.

    Com relação à caracterização geral dos aderentes os participantes são todos homens (média de 59 anos), na maior parte são casados e possuem ensino médio (3), o outro, possui ensino superior e é separado. Quanto aos desistentes, ambos são casados, e um possui ensino superior e o outro ensino médio. A renda per capita mensal é variada e são todos aposentados.

3.1.     Histórico da condição de saúde

    Quanto ao hábito de fumar, todos os participantes fumavam no passado, mas abandonaram, sendo que um do grupo de aderentes, o abandono desencadeou a obesidade como afirma em seu relato: “(...) em função de parar de fumar eu acabei na comida, e cheguei no peso de 104Kg” (A2).

    Para outro desistente do programa, a obesidade surgiu após o casamento, época em que também deixou de fumar, conforme relata: “Na minha época de juventude eu era magérrimo (...) eu conheci minha primeira mulher, um pouco antes, eu deixei de fumar pela primeira vez. Nessa primeira vez eu engordei, ganhei uns 10Kg mais ou menos. (...) Aí me separei e (...) resolvi fazer um regime (...) perdi todos os 10Kg. Fiquei magro uns 10 anos. Quando conheci minha segunda mulher, casei e acabei engordando de novo” (D2).

    Para Nunes et al. (2005) o número de pessoas com sobrepeso ou obesidade tem alcançado índices alarmantes em muitos países industrializados. O Brasil, infelizmente, está incluído nessa síndrome do excesso de peso. Os resultados do último censo mostram que 40% dos brasileiros estão acima do peso considerado adequado. O fato preocupante dessa estatística é a relação que a obesidade tem com as doenças, especialmente aquelas relacionadas ao sistema cardiovascular.

    O infarto ocorreu em fases de mudança importantes na vida como aposentadoria (2), parar de fumar (2), mudanças no emprego (2) e após a separação (1) no grupo de aderentes. No grupo de desistentes o infarto aconteceu em diversas situações agregadas, após para de fumar, mudanças no emprego e em período que não fazia atividade física (1).

    Quanto ao histórico familiar, somente um dos participantes aderentes não possuía histórico familiar de doenças cardiovasculares (DC). Andrade, Steckling e Silveira (2002) ao estudarem o estresse emocional e o estilo de vida em indivíduos portadores de doenças cardiovasculares quando da manifestação aguda da doença (IAM) com a mesma população obtiveram resultados semelhantes.

    Para as pessoas que não possuem histórico familiar positivo para DC, a literatura apresenta outros fatores de riscos que podem estar associado ao processo aterosclerótico ou ao evento cardíaco. Além disso, segundo Nunes et al (2005) o exercício físico regular reduz a massa de gordura corporal total, a gordura subcutânea abdominal e visceral, e melhora a resistência a insulina. Sabe-se que uma única sessão de exercício físico diminui a pressão arterial em indivíduos hipertensos que esse efeito hipotensor pode ser continuado pela repetição de sessões de exercício ao longo do tempo.

    Segundo Baum e Posluszny (1999), o estresse pode causar um efeito cascata de uma tensão associada com mudanças do humor, agilidade, atenção, memória, resolução de problemas, processamento de informação e desempenho na tarefa motora. Mudanças biológicas e de comportamento, incluindo alterações nas funções cardiovasculares, respiratórias, digestão, tônus muscular, endócrinas, imunes, neurais que servem para apoiar a força e vigilância, muito intensa ou a longo prazo esses “suportes” ocasionam efeitos colaterais negativos. Esses efeitos podem incluir aterosclerose, formação de trombos, supressão da resistência imunológica entrando em um estado onde os efeitos diretos ou indiretos afetam a saúde. Essa situação é visualizada no discurso dessa pessoa: “E quando eu tive esse problema aí [doença coronariana] foi diagnosticado como uma causa emocional. (...) Na época fui até causa de admiração dos médicos em São Paulo, pois eles disseram que eu estava com os canos todos bons e tinha sido por causa emocional. Na época eles sabiam da minha separação, do meu desquite e tal, e... deu isso aí angina... (A4)”.

    Contudo, todos eles avaliam a saúde atual como positiva. Mesma avaliação se reportando para antes do infarto. Como mostram os discursos em destaque: “A minha saúde é muito boa. Acredito que desenvolvo minhas atividades diárias de maneira satisfatórias (A4)”. “Muito boa. Não tenho o que reclamar. Sempre foi boa... com exceção dos maus bocados que passei na época. (...) É que antes de ter o infarto eu achava ela estava boa... nunca tinha muitos problemas, mas quando deu a coisa (...) Qualquer coisinha doía... eu me virava na cama doía, não conseguia pegar uma coisa no chão, o vento frio, então nem se fala.. (D1)”.

    O discurso do D1 é interessante, é o que Damásio e Moderno (2004) observam como um paradoxo entre pessoas sedentárias que não querem sofrer e fogem da prática regular por não suportarem um mínimo de esforço físico, “indivíduos que buscam o prazer efêmero da preguiça e que certamente vão sofrer mais tarde de doenças hipocinéticas” (p. 42-43). A desconfiança do tratamento clínico, e estratégias como mentir para conseguir uma nova abordagem do tratamento clínico também foram encontradas: “(...) Fiz tratamento clínico até 2001 e aí, dizem os médicos que me deu um segundo infarto, acho que me enganaram, porque eles já queriam me operar e eu não quis operar (...) (A2)”.

    A pesquisa encaminhou-nos para um tema não abordado ainda nos motivos para aderência e desistência: “percepção do tratamento clínico”. O fator do conhecimento dos benefícios do exercício físico por parte do paciente pode ser um fator importante, pois ao contrário do que comumente se espera (o profissional de saúde incentivar a prática), o paciente é que insistiu para incluir o exercício físico como parte do tratamento clínico. Isso pode ser visto no discurso: “E aí eu não fazia exercício (...) Eu me interessei [pelo exercício físico], e disse pra ele [médico], olha, eu gostaria de ter uma ocupação, uma obrigação de fazer exercício, caminhar na rua é uma coisa, mas fazer exercício é diferente. (...) (A2)”.

    Quanto às mudanças na vida dos participantes após a ocorrência do infarto, Pode-se observar que em um dos aspectos comum aos grupos dos “aderentes” e “desistentes”, é a inclusão do exercício físico no período após infarto. Entretanto, esse foi um dos critérios para as pessoas serem incluídas como participantes da pesquisa.

    Entre os “aderentes” os aspectos levantados são o esforço para controlar a alimentação, onde um dos participantes se refere a essa situação, outros dois se referiram a não precisarem se esforçar para controlar a alimentação. O esforço, em um primeiro momento, parece estar ligado aos hábitos de alimentação já incorporados ao longo da vida.

    A depressão após o infarto, a diminuição da capacidade de trabalho, passar a encarar a vida de modo diferente e o exercício físico foi encarado como um meio para não reviver essa situação são outras situações levantadas, enfatizadas com os respectivos depoimentos: “Depois do primeiro infarto eu comecei a ver a vida diferente, até na questão financeira eu pensava de uma maneira e a partir dali, né, eu mudei. (...) (A2)”. “Aí você passa a encarar o exercício físico como uma tábua de salvação (A1)”.

    Segundo Rebelo et al (2007) é inegável a influência que o estilo de vida acarreta no desenvolvimento e evolução das cardiopatias. A reabilitação cardiopulmonar e metabólica caracteriza-se por ser um processo de terapia multidisciplinar para desenvolvimento e manutenção dos níveis de atividade física, social e psicológica, após o início de doenças de causa multifatorial.

    Essas situações podem ser observadas nas outras características observadas para esse grupo: controle da alimentação e do trabalho por medo e passar a encarar o exercício físico como meio de não reviver essa situação. O depoimento do participante ilustra isto: “(...) Mais por medo, né. (...) Quem puder fazer a prevenção tem que fazer urgente a prevenção, porque não deixar acontecer. Deixa dar o infarto que eu vou fazer exercício. Não. Tem que prevenir antes pra depois... Porque o infarto é faca de dois gumes: ele pode te levar como pode te deixar numa situação difícil, porque nem todos têm a sorte talvez como eu tive (A1)”.

    Entre os “desistentes”, as outras características foram deixar de ingerir bebidas alcoólicas, valorização da qualidade de vida e dificuldade para realizar atividade física, ilustrado pelo depoimento do D2: “(...) A gente valoriza mais a vida, e como eu mudei o meu estilo de vida, mudei a minha alimentação (...)”.

3.2.     Histórico pessoal e familiar sobre atividade física

    Quanto aos aspectos de “histórico pessoal e familiar sobre atividade física”, observou-se que ambos os grupos foram fisicamente ativos na juventude, reduziram a atividade física por motivo do trabalho e do casamento, eram sedentários na atividade profissional e sofreram influência positiva para a prática no contexto familiar e ainda o exercício físico atual é freqüente.

    Em relação à atividade física na juventude, Weinberg e Gould (2001) colocam que há poucas evidências que a participação em esportes escolares ou a noção de atividade física na infância prognosticará a participação em atividades físicas enquanto adultos. Porém, afirma que as crianças que recebem apoio dos pais para serem ativas enquanto crianças chegam à vida adulta mais ativa do que aquelas que nunca receberam apoio.

    Essa questão se confirma com as outras categorias dos “aderentes”: pouco ativo no lazer, períodos cíclicos de exercício físico e ativo na atividade do trabalho.

3.3.     Apreciação do exercício físico

    No que se refere à apreciação do exercício físico, podemos observar que para ambos os grupos há apreciação positiva do exercício físico, porém para o grupo de “desistentes” essas situação possui restrições impostas pela capacidade funcional. O depoimento de D1 expressa essa questão: “Sempre gostei... mas hoje não dá mais... tenho muito cansaço”.

    Para o grupo de aderentes essa avaliação parece ser mais confiante: (...) exercício físico na mocidade sempre gostei (...) Estou revivendo, com essas caminhadas. Com esses exercícios que se faz aqui. Eu vou revivendo. Está inserido dentro da gente, então isso brota, faz brotar (A1)”.

    Em um estudo comparando os participantes de um programa de reabilitação cardiovascular público (n=14) com os da iniciativa privada (n=35) Carvalho et al. (2003) demonstraram que a maior barreira ao programa da iniciativa privada foi o acesso ao programa (58,7%), seguido por dependências físicas inadequadas (46%), desgosto pela prática de atividades físicas (20%). No programa público a maior barreira foi o acesso ao programa (21,5%), informações deficientes do funcionamento do programa (7,1%) e problemas em decorrência do treinamento físico (7,1%).

3.4.     Auto-avaliação da capacidade motora

    Para ambos os grupos, a capacidade motora foi avaliada como boa. Destaca-se o depoimento de A4: “Me sinto bem... faço tudo bem... eu faço corrida, se fosse pra segurar por mais uma meia hora eu conseguiria”.

    Para o grupo de desistentes há restrição para as atividades diárias, como colocado pelo D1: “Eu não trabalho... Não faço nada em casa... não posso... às vezes eu tento e sinto muito cansaço”.

    Resnick e Nigg (2003) concluíram em seu estudo (n=179) que em pessoas da terceira idade o estado de saúde e o apoio social influenciaram a auto-eficácia, a expectativa no resultado influenciou para a prática do exercício físico. Juntas, essas variáveis influenciaram em torno de 64% o comportamento para o exercício.

3.5.     Percepção da composição corporal

    Para a percepção da composição corporal, momentos decisivos e evolução no desenvolvimento humano das pessoas como o casamento, a separação e a aposentadoria levaram ao aumento de peso.

    Complexos fatores psicológicos e sociais influem na avaliação subjetiva de como a pessoa percebe e sente seu corpo. Entre os "aderentes", um apresentou peso normal até a aposentadoria, e um dos "desistentes" aumentou do peso pelo trabalho sedentário.

    Em um estudo feito por Nascimento et al. (2003) (n=39) algumas influências da percepção da mudança da composição corporal, como a escolaridade e a renda não foram associadas a uma melhor percepção dos benefícios alcançados.

3.6.     Auto-suficiência financeira

    Em relação à “auto-suficiência financeira dos grupos ”aderentes” e “desistentes’” ambos conseguem manter outras pessoas além da esposa, possuem bens próprios e renda que mantém a auto-suficiência financeira e já passaram por dificuldades financeiras importantes.

    Quanto aos aderentes, dois nunca passaram por dificuldades financeiras: “Eu nunca passei provações por causa de dinheiro, eu só avancei no cheque, eu fiz um empréstimo, mas nunca me compliquei a vida por causa disso, isso não” como afirma o participante A2. Eles “mantêm equilíbrio entre gasto e ganho”.

    Em relação aos “desistentes”, em oposição aos “aderentes”, o lazer é prejudicado por causa da queda do poder aquisitivo, apresentando ainda, descontentamento com o salário, como coloca o “desistente 2”: (...) Reduzi supérfluos, passeio. Hoje não dá mais [lazer], a parte é pra parte básica da casa. Outro dia eu participei de uma pesquisa, preenchi vários itens, e quando chegou à parte de lazer, zero. Não tinha praticamente em nada. Essa parte ficou em segundo plano.

    Chyun et al. (2003) ressaltam que cada cultura e subcultura têm suas próprias tradições e formas para manter e restabelecer suas saúdes bem como prevenir doenças. Essas formas incluem práticas de exercícios físicos, práticas mentais e práticas espirituais próprias a cada uma que tem seu reflexo nas medidas e percepções de indicadores de intervenções em saúde pública e estudos acadêmicos.

3.7.     Conhecimentos dos benefícios do exercício físico

    Um dos aderentes acreditava que apenas o trabalho ativo era suficiente para a prevenção de eventos cardiovasculares. Ambos os grupos acreditavam que o exercício físico influência positivamente à saúde, acredita que o exercício físico previne a reincidência de eventos cardiovasculares, insistiram com o médico para incluir o exercício físico no tratamento clínico e têm percepção positiva da relação exercício físico e saúde, sendo que nos "desistentes", essa percepção está prejudicada pela baixa capacidade funcional após o evento cardíaco.

    “Exercício físico deixa a pessoa mais esperta (...) tu fica mais animado. (...) a pessoa vive melhor, dorme melhor, tudo melhor (D2)”.

    Ruberman et al. (in Krantz e McCeney, 2002) demonstraram que homens com baixo nível de escolaridade são mais socialmente isolados e experimentam mais estresse do que homens com escolaridade maior. Homens com baixo nível de escolaridade possuem duas vezes mais chance de morrer por evento cardiovascular do que homens com níveis de educação e suporte social maiores. Havendo uma sólida base entre suporte social e status socioeconômico.

3.8.     Motivações para a prática de exercício físico

    Para os "desistentes" as características analisadas possuíam um “espelho” no grupo dos "aderentes". Essas unidades são apresentadas seguidas de depoimentos que as ilustram:

    A reabilitação cardíaca foi encarada positivamente como parte do tratamento: “Eu já tinha lido que se a gente faz exercício e desenvolve e circulação colateral, e isso aí me animou mais ainda. (...) Os últimos exames isso aí apareceu. Entre o comodismo e a melhora da saúde, eu preferi a melhora da saúde. (D2)”.

    Desmotivação para a atividade física após evento cardíaco: “Depois da cirurgia tudo ficou difícil. Eu sentia muita sentia dor (D1)”.

    A qualidade de vida é o motor: “O gosto pela vida. Acho que quem gosta da vida, apesar de hoje estar tão atribulado, tão difícil, mas a vida ela compensa o exercício, o trabalho, é compensador porque a vida quer queira quer não queira ainda está... tem muita coisa ainda. Faz parte” (A1).

    O exercício físico incorporado como hábito ajuda na regularidade: “O cara se sente mais disposto, fica mais leve, é diferente do que se não fizer. Quando a gente não faz uns dias já sente falta” (A3).

    Condição climática foi o que desmotivou. Essa categoria não apareceu entre os "aderentes". “Aí veio o frio... (...) eu sentia muito frio... aí desisti” (D1).

    Entre os "aderentes", as características além das citadas acima são:

    A realização da prática esportiva é o que motiva: “Atualmente tudo o que eu faço é pra melhorar minha performance no surf, eu não to nem aí pro meu coração. O surfe é a não rotina... é sempre uma surpresa, nunca, nunca é igual. Do surfe surgiu a competição. Nessa competição eu não tenho nenhum compromisso em ganhar, na competição eu sou sempre vencedor... É uma emoção muito grande estar nesse meio” (A4).

    A melhora da capacidade de trabalho e a percepção positiva da saúde são outros motrizes: “Eu me sinto bem, depois dessa caminhada. Porque sempre depois eu estou indo trabalhar né? Após o infarto eu não trabalhei mais, a não ser esses serviços de corriqueiros de casa essas coisas, quintal, varro o quintal, faço reparos nas embarcações minhas, nas que eu tenho. Não sinto, graças a Deus mais nada não. A pressão normalizou... Me sinto muito bem com minha saúde” (A1).

    Acreditava que a disciplina ajuda na aderência: “Pra mim esse tempo é pequeno. To curtindo isso, tem todo um envolvimento. No meu caso, eu caminho, alguns colegas ficam conversando em vez de fazer exercício. (...)” (A4).

    Nessa perspectiva Clark (2003) afirma que é fundamental a administração de uma doença já instalada pelo paciente principalmente para minimizar seus efeitos. O conhecimento dessa auto-regulação é crucial para as intervenções em saúde.

    Song e Lee (2001) (n= 114, pareados) demonstraram que o programa de RC proporciona uma melhora da motivação independente da educação, da renda, do comportamento e da qualidade de vida.

    Para Annesi (2001) além do desconforto físico durante a prática da atividade estar associada a baixa aderência, ainda há lacunas científicas na minimização deste desconforto durante a atividade física, pois parece que algumas pessoas conseguem isso através de uma distração ou atenção externa (ex. música) outros através de uma atenção interna (controle da respiração, concentração nos segmentos corporais, etc.), a observação desses aspectos também podem contribuir para a aderência da atividade física. Em seu estudo Annesi (2001) (n= 56, por 14 semanas) com canadenses para verificar os efeitos de variadas formas de entretenimento (TV, música, e combinado) durante a prática de exercícios físicos, controlando o gênero, ele verificou que a aderência e a condição cardiorrespiratória foram estatisticamente significantes para o grupo com entretenimento combinado independente de gênero (com uma tendência para a freqüência).

3.9.     Percepção do tempo e a confiança para a prática do exercício físico

    Em relação ao tempo despendido para a prática de exercício físico, tanto os "aderentes" quanto os "desistentes" encaram como um investimento em saúde.

    A confiança para a prática de exercício físico dos grupos pode ser observada para ambos ("aderentes" e "desistentes") na qual a confiança era mantida através da expectativa de resultado e a confiança é baixa em virtude da baixa capacidade motora e funcional. Para o grupo de "aderentes" ainda é relatada que a falta de confiança era alimentada pela comparação da capacidade funcional de outras pessoas.

3.10.     Programa estruturado de exercício físico

    Para os dois grupos, a convivência social era boa, mas apresentava algumas restrições como podemos ver pelos depoimentos em destaques: “A minha convivência com eles é bem moderada. (...) Em algumas situações eu não participo porque eu caminho sem conversar e tem alguns deles que não fazem o exercício e só conversam” (A4). “Era muito boa. Eu participava da associação, até ajudei na fundação. A gente sempre ia nos jantar. Não gostava muito das outras atividades.” (D1).

    Stuart-Shor, Buselli e Carroll (2003) ressaltam o isolamento social como um potente risco para doenças cardiovasculares e morbidade em portadores de doença arterial coronariana (DAC), tanto em mulheres quanto em homens, principalmente quando não há suporte social adequado. O suporte social após IAM reduz a mortalidade e melhora o prognóstico dos pacientes.

    Os grupos ainda não sentem efeito negativo do exercício físico após as atividades, como destacado por A3: “Tem dias que a gente cansa mais um pouco. Mas aí tem que ter um ritmo pra que isso não aconteça. (...) Me sinto bem [após a atividade]. Mais leve. O resto do dia fica assim. É muito bom isso”.

    A característica do exercício quanto à sua intensidade e volume, além da intensidade de esforço percebido, é variável que podem influir na auto-eficácia do indivíduo e conseqüentemente na continuidade ou desistência do programa estruturado.

    A troca dos monitores e a falta presencial do médico são levantadas como pontos negativos pelos desistentes. O D1 coloca que: “Ah! Era muito bom. Tinha um pessoal bem bom... depois mudou um pouco. Era mas... faltava algo mais. (...) Tinha uma ruiva, ela era bem boa. O dr. “X” também era bem bom. Sempre mudava, tinha gente que era mais interessado, outros só um pouco.”

 3.11.     Incidência e controle subjetivo de estresse

    Em relação à incidência do estresse dos grupos o que se destaca é que entre um dos desistentes é que a ansiedade aumentou após o infarto, como coloca em seu depoimento: “Mudou pra pior. (...) Não tenho nenhuma [estratégia]. (...) Eu fico bravo, eu saio e deixo pra trás [quando encontra alguma dificuldade]. (...) tento, mas é difícil... Nem sempre dá, por isso é que o mundo tá ficando do jeito que tá. Já pensou ninguém respeita mais nada? Todo mundo fala uma coisa e faz outra... assim não dá” (D1).

    Para esse mesmo tema, o grupo de "aderentes" apresentou a seguintes características: disciplina da vida militar atrapalha o convívio familiar, apresentava reações psicossomáticas, a falta de disciplina dos filhos gera ansiedade, instabilidade no emprego dos filhos gera ansiedade, estresse por falta de objetivos de vida dos filhos, falta de flexibilidade desencadeia o estresse e tenta controlar excessivamente os filhos.

    Um dos participantes relatou que em alguns períodos de sua vida ficava doente com certa freqüência. Situação que melhorou com a atividade física regular.

    Para Krantz e McCeney (2002) o conceito de estresse está diretamente ligado a fatores psicossociais, pois os resultados do estresse, hemodinâmicos, endócrinos e imunológicos podem plausivelmente afetar o desenvolvimento ou progressão da aterosclerose ou seus sintomas clínicos da DAC. Todos esses fatores biológicos são credibilidade concedida e influenciada por processos psicológicos.

    Segundo Costa (2002, p. 75) “os prazeres humanos, ou seja, suas satisfações são também repletas de significados. Qualquer trabalho é possuidor de um prazer para o indivíduo e este estado de prazer pode ser quebrado a qualquer instante, transformando-se em desprazer e sofrimento”.

    O estresse crônico e emoções também têm sido apontados como gatilho na fase aguda de DAC. A suscetibilidade de pacientes terem eventos clinicamente importantes pode ser desencadeada por estresse físico e mental.

    Parece que os participantes desta pesquisa também apresentam situação semelhante, haja vista que o desistente que possui estratégia para controlar o estresse é um desistente ativo.

4.     Considerações finais

    Os grupos estudados "aderentes" e "desistentes" apresentam algumas diferenças importantes em relação à percepção da capacidade motora para o trabalho, e motivação para o exercício físico, onde os "aderentes" aparentemente possuem uma percepção mais positiva quanto a esses aspectos comparados com os desistentes.

    O grupo dos "aderentes" parece estar mais exposto a situações que desencadeiam o estresse. Parecendo também, que a atividade física regular auxilia no controle desses. Ainda, para esse grupo a crença nos benefícios do exercício físico para a saúde e a percepção positiva da saúde atual leva a prática regular.

    A confiança para a prática do exercício físico entre os “desistentes” é baixa em virtude da expectativa de resultado da capacidade motora e funcional baixa e a sensação de inutilidade. A percepção dos "desistentes" indica ser mais dramática em relação aos aderentes nas restrições médicas.

    Os "desistentes" apresentam dificuldades/problemas de saúde significativamente maiores em relação aos "aderentes".

    Para os dois grupos (os "aderentes" e os "desistentes") a aposentadoria, o casamento e as mudanças no emprego são estágios de grandes mudanças no desenvolvimento humano, sendo grandes desafios de assimilação nesta população. Alguns hábitos saudáveis (atividade física regular e alimentação equilibrada) são suprimidos após o casamento. A aposentadoria e a baixa da capacidade funcional após o infarto causa uma sensação de inutilidade além de reduzir o contato social.

    Ainda para esses grupos, a composição corporal e auto-imagem são avaliadas não pelo peso e sim pelos bens adquiridos, objetivos de vida e pela capacidade física e motora.

    Este estudo nos permitiu reflexões importantes acerca do processo de objetivação acerca do tema aderência a programas estruturados nas áreas de educação física/psicologia do esporte com abordagem qualitativa. Um dos aspectos importantes desenvolvidos no processo deste estudo de pesquisa qualitativa se refere a literatura tradicional revisada não abordava com profundidade algumas questões sócio-culturais e psicossociais. Destacando-se como sugestão um melhor aprofundamento da relação entre estresse, trabalho e seus significados, as crises e os momentos decisivos no desenvolvimento humano, como o casamento, a mudança no emprego e a aposentadoria e o significado do exercício físico, a mudança da composição corporal após o casamento, após a aposentadoria, a angústia que a aposentadoria gera para alguns e a percepção de inutilidade após o infarto.

Referências

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revista digital · Año 13 · N° 124 | Buenos Aires, Setiembre de 2008  
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