O processo de envelhecimento e os benefícios da atividade física na saúde e qualidade de vida |
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*Doutoranda do Programa de Pós-Graduação **Professora Departamento de Atividade Física Adaptada (DEAFA) Faculdade de Educação Física (FEF) Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP |
Rosane Beltrão da Cunha Carvalho* Vera Aparecida Madruga Forti** (Brasil) |
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Resumo O aumento da expectativa de vida em todo o mundo tem trazido à humanidade desafios de ordem política, econômica e social. Aliado ao aumento da população idosa, a predominância do sedentarismo, principalmente em nações desenvolvidas e em desenvolvimento, tem preocupado as entidades internacionais ligadas à saúde pública. A literatura tem informado que a faixa etária a partir dos 50 anos representa o grupo mais sedentário da fase adulta. O conceito de atividade física como um hábito na vida das pessoas, tem sido bem pesquisado e apontado como uma das estratégias a serem utilizadas para a melhora da qualidade de vida. Porém, ainda faltam dados substanciais necessários para esclarecer como e em que medida o exercício físico pode auxiliar este processo. Este artigo tem por objetivo apresentar informações relacionadas ao fenômeno do envelhecimento humano e os benefícios à saúde e qualidade de vida que podem ser usufruídos a partir da prática da atividade física nesta fase do ciclo da vida. Unitermos: Envelhecimento. Atividade física. Qualidade de vida. Saúde.
Abstract The increase in life expectation around the world brings politics, economics and social challenges. Associated to the increase in the elderly population, the predominance of sedentarism in developed and developing countries worries international entities related to public health. Research shows that individuals of over 50 years of age represent the most sedentary group among adults. Physical activity as a life habit has been investigated and recommended as a way to achieve a better quality of life. However, additional data is needed to clarify how and how much physical exercise can help this process. The aim of this article is to present data regarding human aging and health and quality of life benefits that can be reached through physical activity practice in this period of life. Keywords: Aging. Physical activity. Quality of life. Health. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 124 - Setiembre de 2008 |
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Envelhecimento: a complexa questão das classificações
O fenômeno do envelhecimento faz parte da vida de todos os seres vivos, e, desta forma, os humanos não representam uma exceção nesse processo. Essa fase da vida tem um caráter universal, multifatorial e é inexorável (AMERICAN, 2000; MATSUDO, 2001).
Dentre as correntes teóricas que tentam caracterizar e explicar o que ocorre na fase do envelhecimento, duas linhas tem destaque. Uma delas defende que seu início dá-se antes do nascimento, na vida intra-uterina e continua ao longo de toda a vida, como já defendia o anatomista norte-americano Charles Sedwick Minot, em 1908, citado por Hayflick (1996):
“a condição da velhice é simplesmente o auge de mudanças que estão ocorrendo desde o primeiro estágio do embrião à idade adulta e à velhice do homem ou da mulher. Essas mudanças ocorrem ao longo da vida...” (HAYFLICK, 1996, p. 218).
Para os teóricos que defendem essa idéia, o processo de envelhecimento inicia-se antes do nascimento e após os 30 anos os sinais do envelhecimento apenas tornam-se mais evidentes (SKINNER, 1993).
Outra corrente teórica defende a idéia de que o processo de envelhecimento é marcado por perdas funcionais que se iniciam após a maturação sexual e o período de crescimento e prolonga-se por todo o período de vida para todos os membros de uma espécie (HAYFLICK, 1996). Seja qual for o ponto de vista, o fato é que os seres humanos envelhecem e essa situação altera a relação do indivíduo com o meio (SALGADO, 1982).
O envelhecimento ou senescência é freqüentemente explicado como sendo um processo que se direciona para a perda progressiva da adaptabilidade fisiológica (SHARKEY, 1987), levando o organismo a uma capacidade cada vez menor de manter sua homeostase, tornando-se mais vulnerável (FARINATTI, 2002).
Um dos problemas na pesquisa gerontológica é a dificuldade na padronização das categorias etárias. Spirduso (2005) ressalta essa problemática e narra que em vários estudos, indivíduos de 35 a 100 anos de idade são rotulados como idosos. A mesma autora ressalta ainda que muitos profissionais caracterizam uma pessoa de 55 anos como velha ou idosa, ao tempo em que outros profissionais caracterizam essa faixa como meia-idade.
Apesar das muitas tentativas de caracterização, conceituação e delimitação do envelhecimento, não há um padrão universalmente aceito (VERAS, 1994; SPIRDUSO, 2005). Oficialmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera idoso o indivíduo com idade igual ou superior a 65 anos residentes em países desenvolvidos e com 60 anos ou mais para países em desenvolvimento (MAZO, LOPES; BENEDETTI, 2001). Essa diferenciação na conceituação parece levar em conta fatores que tem atuação direta na qualidade de vida dos indivíduos, como diferenças econômicas, políticas, culturais, sociais e ambientais dos países (PIRES; MATIELO JR; GONÇALVES, 1998; MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000; MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2001).
Porém, as questões nacionais e regionais parecem ser preponderantes na determinação desses padrões. Shephard (1997) exemplifica que em muitas partes da América do Norte o indivíduo é considerado idoso a partir dos 65 anos de idade, ao tempo em que, alguns países formadores do antigo bloco socialista do leste europeu, consideram 55 anos como o marco de entrada na velhice.
A World Health Organization (WHO) (2002) tratando das questões do envelhecimento na África, relata a dificuldade de conceituações nesse continente porque as classificações variam muito de país para país, dependendo das diferenças sociais, econômicas e capacidade física relacionada ao trabalho, dentre outros fatores. Há, portanto, sugestões de que na África o indivíduo a partir dos 50 anos seja considerado idoso.
Dessa forma, podemos dizer que a fase da velhice pode ser encarada como um período da vida que compreende uma idade avançada. Porém, o seu início é de difícil delimitação: 40, 60 ou 70 anos... As características culturais, sociais, físicas, políticas, econômicas, psicológicas e ambientais de cada população é que acabam por determinar quem é considerado velho, idoso (VERAS, 1994; SHEPHARD, 1997).
A medida mais comumente usada para caracterizar o envelhecimento é a idade cronológica, ou seja, a quantidade de tempo vivido a partir do nascimento (SPIRDUSO, 1995). Reconhecidamente a idade cronológica é de muita utilidade para as classificações, como estudos epidemiológicos, levantamentos estatísticos e organização para prestação de serviços. Porém, a idade cronológica não é capaz, por si só, de dar suporte suficiente para retratar o quadro real das capacidades físicas ou de saúde de um indivíduo (PU; NELSON, 2001). Muitos pesquisadores têm adotado a classificação proposta por Spirduso (1995), que pode ser vista no QUADRO 1, a seguir:
Quadro 1. Classificação de categorias etárias levando-se em conta a idade cronológica
Idade cronológica |
Classificação |
45-64 anos |
Adulto da meia-idade |
65-74 anos |
Idoso - jovem |
75-84 anos |
Idosos |
85-99 anos |
Idoso –idoso |
Acima de 100 anos |
Idoso -velho |
Fonte: Adaptado de Spirduso (1995, p. 8).
O envelhecimento é progressivo e inevitável e acredita-se que seu processo possa ser geneticamente pré-programado (MINOT, 1908, citado por HAYFLICK, 1996; PU; NELSON, 2001; FARINATTI, 2002). Porém, vários fatores influenciam esse processo, como a boa nutrição, a herança genética, a ocorrência de doenças e a prática de atividade física, assim como outras atitudes relacionadas ao estilo de vida. Portanto, a dimensão do declínio fisiológico pode variar muito, fazendo com que os indivíduos, à medida que envelhecem, tornem-se mais heterogêneos, dificultando ainda mais as possíveis classificações (NERI, 1995; PU; NELSON, 2001; CARVALHO; BARBOSA, 2003; DUARTE: APELL, 2007). É importante termos em mente o fato de que idade cronológica e idade funcional não necessariamente são equivalentes, por isso temos pessoas de mesma idade, mas com aparência física e características fisiológicas bastante diferentes. Por todas essas razões, não é possível estabelecer precisamente a idade biológica ou funcional dos indivíduos (SALTIN; ROWELL, 1980; HAYFLICK, 1996; ROBERGS; ROBERTS, 2002).
Apesar da marca cronológica dos 50 anos não caracterizar oficialmente o indivíduo como idoso, a literatura tem informado que a faixa etária a partir dos 50 anos representa o grupo mais sedentário da fase adulta (KING; REJESKI; BUCHNER, 1998). Além disso, a partir dessa faixa etária, algumas alterações de ordem anátomo-funcionais, sociais e psicológicas acontecem em bloco, como a menopausa, a aposentadoria, saída dos filhos de casa e a chegada dos netos (salgado, 1982; HAREVEN, 1998; Forti, 1999; CARVALHO; BARBOSA, 2003). Alerta a esses vários indicativos nessa faixa etária, a OMS, em um documento com diretrizes sobre atividade física e envelhecimento, recomenda a inserção dos adultos a partir dos 50 anos nos programas de atividade física para pessoas idosas, pois os benefícios da atividade física regular podem ser relevantes para minimizar os problemas físicos, psicológicos e sociais que acompanham essa faixa etária (WHO, 1996).
Envelhecimento: aspectos demográficos e de qualidade de vida
O fenômeno do envelhecimento populacional tem ocorrência mundial e os idosos representam a parcela da população que mais cresce atualmente (KALACHE, 1996). O Brasil não constitui uma exceção à regra e, segundo Veras (1994), a expectativa de vida dobrou em nosso país ao longo do século passado. Após 1960, o segmento populacional representado pelas pessoas com idade igual ou superior a 60 anos é o que mais cresce em nosso país (SILVESTRE et al.,1996).
Estimativas têm sido levantadas, sinalizando que no ano de 2020 a população mundial com idade superior a 65 anos estará aumentada em 82% em relação à atual (MATSUDO, 2001). É esperado também que em 2025 as pessoas com mais de 60 anos representem um terço da população total em países desenvolvidos (WHO, 2002). Na medida em que as sociedades se desenvolvem, aumenta-se a probabilidade de existir um maior número de idosos na população, pois a longevidade é uma conquista do desenvolvimento (SALGADO, 1982).
No Brasil a projeção é que haja, no ano de 2020, um idoso para cada 13 residentes no país (BERQUÓ, 1996). A mudança do perfil demográfico mundial exige uma demanda de estudo e planejamento, pois o aumento da expectativa de vida da população impõe desafios de nível social, político e econômico, tornando-se foco da atenção, para que problemas futuros sejam minimizados (BERQUÓ, 1996; KALACHE, 1996). Ainda segundo esses autores, uma das razões para o aumento do número de idosos são as menores taxas de mortalidade/natalidade nas últimas décadas, resultando em mais idosos e menos crianças, sendo expressivo o número de pessoas em faixas etárias medianas, levando a projeções de um grande número de idosos no futuro. Essas alterações foram ocorrendo paulatinamente. As menores taxas de natalidade começaram a aparecer na medida em que as mulheres foram alcançando níveis educacionais mais altos (KALACHE, 1996). As menores taxas de mortalidade seriam uma conseqüência do maior controle sobre doenças infecto-contagiosas, que vitimavam muitos indivíduos no passado (MATSUDO; MATSUDO, 1992; VERAS, 1994; KALACHE, 1996), além das melhores condições de saneamento, trabalho e moradia, que foram sendo conquistadas com o progresso (KALACHE, 1996). Portanto, podemos dizer que vários fatores têm contribuído para aumentar a expectativa de vida da população: as vacinas, a descoberta da cura para várias doenças, o melhor saneamento básico, a urbanização das cidades, os cuidados de higiene pessoal e com a alimentação, e o maior acesso às informações sobre cuidados da saúde, principalmente através dos meios de comunicação de massa (KALACHE, 1996; CARVALHO; BARBOSA, 2003). De grande importância também nesse contexto são as mudanças de atitude em relação à saúde, principalmente o que tange ao estilo de vida (MATSUDO, 2001).
Parece então que a longevidade guarda graus de dependência em relação à qualidade de vida das pessoas, sendo esta conceituada como “[...] uma percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive, e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (WHO, 2002). A qualidade de vida está diretamente ligada às condições e ao estilo de vida. Segundo Lessa (1999, p. 288) o estilo de vida “inclui hábitos e comportamentos auto determinados, adquiridos social ou culturalmente, de modo individual ou em grupos [...]. Estariam incluídos nesse contexto alguns hábitos como tabagismo, alcoolismo, preferências alimentares e opção pelo lazer sedentário, dentre tantos outros. Em resumo, quando se trata de estilo de vida pressupõe-se que o indivíduo tem controle sobre suas ações, que podem ser prejudiciais ou benéficas à saúde (LESSA, 1999; MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000). Além do estilo de vida, alguns itens ligados às condições de vida, tais como o acesso aos sistemas de saúde e à escolaridade, a exposição aos riscos ocupacionais e ambientais e as oportunidades de trabalho também influenciam o modus vivendi de uma sociedade (LESSA, 1999; BUSS, 2000; MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000).
Os itens ligados às condições de vida, que envolvem o acesso às políticas públicas e as diferenças sociais, são de grande peso na determinação de padrões habituais de prática de atividade física ou do estilo de vida ativo. Porém, não teceremos maiores comentários a respeito, sendo recomendado, dentro deste tema, um artigo de revisão escrito por Palma (2000).
Benefícios da atividade física e o processo de envelhecimento
Nos dias atuais, os benefícios à saúde pela prática regular de atividades físicas são bem difundidos e documentados. Dentre os ganhos para se gozar uma vida melhor, conseqüente de um estilo de vida ativo, destacam-se a prevenção e controle de algumas doenças como a hipertensão, diabetes mellitus (tipo II), osteoporose e as doenças cardiovasculares, bem como diminuição na prevalência destas últimas e do risco morbimortalidade por qualquer doença (ARAÚJO, 1986; PAFFENBARGER et al., 1986; WHITE, 1987; GIBBONS; BLAIR, 1989; BARRY; EATHORNE, 1994; SHEPHARD, 1994; FLETCHER et al., 1995; MCARDLE, KATCH; KATCH, 1998; ACSM, 2000; HEATH, 2001). Também tem sido enfatizada a perda do peso em gordura, com aumento da massa muscular e da densidade óssea. Alguns autores relatam que ocorre uma melhora do perfil lipídico sangüíneo (FOX; MATHEWS, 1983; HURLEY; HAGBERG, 1998), bem como aumento na função do sistema imunológico, principalmente por reduzir o estresse, entre outros fatores (MATSUDO; MATSUDO, 1992; BRAZÃO, 1998). A maior tolerância ao esforço físico e redução ou suspensão de alguns medicamentos também são relatadas em diversas pesquisas (POZZAN, 1988; MATSUDO; MATSUDO, 1992).
O estilo de vida ativo pode prolongar também o tempo de vida independente e colaborar com o melhor desempenho na realização das Atividades de Vida Diária – AVDs (GOBBI, 1997; HURLEY; HAGBERG, 1998; HASKELL et al., 2007). Também tem sido mencionados em outras publicações a redução da ansiedade, depressão e estresse, bem como a melhora do sono, do autoconceito e da auto-imagem (BRAZÃO, 1998; ACSM, 1999; OLIVEIRA FILHO et al., 1999). A questão de uma maior longevidade, em conseqüência da prática regular de atividades físicas, é defendida por alguns autores, embora seja ainda muito questionada (MATSUDO; MATSUDO, 1992; BARRY; EATHORNE, 1994; YOUNG; DINAN, 1995; MORAGAS, 1997; NÓBREGA et al., 1999, HEATH, 2001).
Como os meios de comunicação têm relatado amplamente que a atividade física colabora com a aquisição e manutenção de bons níveis de saúde, o homem moderno voltou a concentrar mais atenção na prática regular de exercícios físicos, inclusive entre a população idosa (THOMPSON; HOEKENGA, 1998).
Os ganhos de saúde, através da atividade física, são reais e reconhecidos. Por outro lado, o sedentarismo é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de algumas doenças crônico-degenerativas no corpo humano (POLLOCK; WILMORE, 1990; HURLEY; HAGBERG, 1998; ACSM, 1999; OLIVEIRA FILHO et al., 1999), sendo um fator de risco independente importante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (PAFFENBARGER et al., 1986; FLETCHER et al., 1995).
Segundo Moragas (1997) o estilo de vida é responsável por mais danos ao organismo do que a soma de todas as doenças infecciosas do passado. Lessa (1999) admite a importância do estilo de vida, dentre outros fatores, na manifestação de doenças crônicas não-transmissíveis. Para McArdle; Katch; Katch (1998), o sedentarismo pode levar a perdas na capacidade funcional tão significantes quanto os efeitos do próprio envelhecimento.
O processo de envelhecimento é marcado por perdas funcionais (SPIRDUSO, 2005; LEITE, 1996; ACSM, 1998a, 1998b; McARDLE, KATCH; KATCH, 1998; WILMORE; COSTILL, 1999) com diferenças de uma pessoa para outra e até no mesmo indivíduo, podendo ocorrer envelhecimento de alguns órgãos e tecidos em diferentes velocidades (CLARK; MURRAY, 1992; SPIRDUSO, 1995; ROBERGS; ROBERTS, 2002; GEIS, 2003; DUARTE;APELL,2007). Alguns autores apontam que as alterações morfofuncionais que ocorrem durante o processo de envelhecimento podem ser o resultado da associação de três fatores: o próprio fenômeno do envelhecimento, a ocorrência de doenças, e as atitudes que compõem o estilo de vida, especialmente o sedentarismo crônico (MATSUDO; MATSUDO, 1992; MATSUDO, 2001; PU; NELSON, 2001).
Um conceito bem conhecido e difundido é o de que uma vida longa e sadia depende da carga genética herdada dos ancestrais, uma boa dose de “sorte” e, em grande parte, ao estabelecimento de um estilo de vida sadio (BARRY; EATHORNE, 1994). Alguns pesquisadores acreditam que um terço do processo de envelhecimento é dependente da hereditariedade e de outros fatores biológicos, enquanto dois terços são resultados de opções no estilo de vida (THOMPSON; HOEKENGA, 1998). Outros autores pontuam a contribuição das condições e estilo de vida no processo de envelhecimento (SALGADO, 1982, p.30):
[...]a decadência física, inerente ao organismo na época da velhice resulta, em boa parte, não dos anos acumulados de vida de cada indivíduo e, sim, de condições inadequadas a que foi submetido o organismo em etapas anteriores da própria vida e da espécie.
A separação precisa entre o que é conseqüência do típico processo de envelhecimento do que é resultado do descondicionamento crônico ou situações patológicas é praticamente inviável (SKINNER, 1993; McARDLE; KATCH; KATCH, 1998; NÓBREGA et al., 1999; ACSM, 2000; PU; NELSON, 2001, McFARLANE, 2006).
Apesar de ser um processo inevitável, tem sido defendido que, no envelhecimento, a velocidade e o potencial de reversibilidade podem ser alterados com medidas de intervenção. Uma delas seria a aquisição de um estilo de vida ativo (SPIRDUSO, 2005; NIEMAN, 1999; ACSM, 2000; MATSUDO, 2001). Essas intervenções são importantes, pois as modificações morfofuncionais resultantes do envelhecimento alteram de maneira especial o olhar subjetivo do indivíduo sobre sua identidade e sua relação com o mundo (LÉGER; TESSIER; MOUTY, 1994).
A faixa etária a partir da meia idade é marcada por profundas transformações na vida dos indivíduos (HAREVEN, 1998; FORTI, 1999) e a atividade física, por desencadear modificações positivas no estado físico e psíquico, mostra-se de grande valia para esta população, com melhoras na condição de saúde, qualidade de vida e inserção social (LEITE, 1990; MATSUDO; MATSUDO, 1992; GOBBI, 1997; BRAZÃO, 1998; HURLEY; HAGBERG, 1998; McARDLE; KATCH; KATCH, 1998; NÓBREGA et al., 1999; OLIVEIRA FILHO, 1999).
A prática de exercícios físicos realizados por pessoas que estão envelhecendo não pode ser considerada como um acontecimento novo. O que se apresenta como um fato relativamente novo é o crescente número de publicações de estudos científicos envolvendo atividade física e envelhecimento (GOBBI, 1997). Parece que as razões para este interesse, seriam: o crescimento da população idosa no mundo, o custo econômico e as implicações sociais referentes a faixas etárias mais avançadas e o conhecimento do que as atividades físicas podem proporcionar aos indivíduos, em especial ao idoso, ganhos em saúde e qualidade de vida (GOBBI, 1997, THOMPSON; HOEKENGA, 1998; ACSM, 2000).
Desta forma, são muito bem documentados os benefícios oriundos da prática de atividades físicas pelas pessoas em geral e, em especial, os idosos (ACSM, 1998a, 2000; McARDLE; KATCH; KATCH, 1998). A OMS em um documento especial sobre atividade física e envelhecimento ressalta dentre os muitos benefícios de uma atividade física regular: a redução do risco de certas doenças como hipertensão arterial, doença arterial coronariana e diabetes; a ajuda no prolongamento do período do viver independente, a melhora da saúde geral, física e psicológica; a contribuição na modificação de perspectivas estereotipadas da velhice (WHO, 1996; GOBBI, 1997).
Apesar da crescente propagação dos benefícios da atividade física à saúde, muitos idosos em todo o mundo levam uma vida sedentária (WHO, 2002). Na verdade, a inatividade física é mais presente nos idosos do que em qualquer outra faixa etária (ACSM, 2000). Mais especificamente, as pessoas acima dos 50 anos representam o grupo mais sedentário da população adulta (KING; REJESKI; BUCHNER, 1998). Justamente nesse grupo, em função das perdas morfofuncionais que o mesmo apresenta, as alterações conseqüentes da prática de atividades físicas, como aumento da força, massa muscular e flexibilidade são bastante expressivas (NÓBREGA et al., 1999). Sendo assim, os idosos representam o grupo que mais se beneficia da prática de atividade física (NIEMAN, 1999; NÓBREGA et al., 1999).
Uma idéia bastante propagada é a de que a melhor maneira de se preservar a capacidade física na fase adulta e na velhice é iniciar a prática de atividade física na infância e dar continuidade à mesma durante toda a vida (KRAUS, 1977). Mas é importante ressaltar que a atividade física pode trazer benefícios à saúde independente da idade em que se inicia (SKINNER, 1993; McARDLE; KATCH; KATCH, 1998).
A prática de atividade física tem sido indicada como uma opção simples, eficaz e de baixo custo para melhora da qualidade de vida da população e redução dos gastos com saúde (BORN, 1992; GOBBI, 1997; NÓBREGA et al., 1999). Também tem sido defendida como uma medida benéfica à saúde individual e uma boa estratégia para melhorar os níveis de saúde pública, visto que o sedentarismo apresenta-se como um grande vilão, sendo fator de risco para o aparecimento de várias doenças crônicas (ACSM, 2000; WEINECK, 2000; MATSUDO, 2001). Porém, ainda faz-se necessário esclarecer vários detalhes sobre a extensão e o mecanismo pelo qual a atividade física e o exercício influenciam positivamente a melhora da saúde, a qualidade de vida, a capacidade funcional e os níveis de autonomia e independência da população mais idosa (ACSM, 1998a).
Considerações finais
O envelhecimento das pessoas em todo o mundo tem chamado a atenção da comunidade científica e das organizações internacionais ligadas à saúde pública e entidades governamentais. A atividade física e seus efeitos benéficos à saúde tem sido pesquisados e especial ênfase tem sido dada às faixas etárias que correspondem à meia-idade em diante. O envelhecimento da população é também fruto do desenvolvimento e da melhor qualidade de vida usufruída pelas pessoas e, dentro desse cenário, a atividade física ainda tem muito a contribuir, visto que a prevalência do sedentarismo em todo o mundo é alta, cerca de 70% (GHORAYEB; CARVALHO; LAZZOLI, 1999; WILLIAMS; WOOD, 2006). Pensando em envelhecimento, a tendência é que as pessoas movimentem-se menos na medida em que envelhecem (DiPIETRO, 2001). Além do aumento crescente em pesquisa, é importante massificar a informação de que a atividade física é benéfica à saúde e proporcionar meios que facilitem a sua prática, especialmente pelos órgãos públicos. Mesmo que o exercício não venha a proporcionar maior longevidade, pois esse fato é discutível, a melhora na qualidade de vida parece ser inquestionável.
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revista
digital · Año 13 · N° 124 | Buenos Aires,
Setiembre de 2008 |