O corpo e a prática dos professores de academias de ginástica de pequeno porte do Rio de Janeiro |
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Escola de Educação Física e Desportos, UFRJ Núcleo de Estudos Sociocorporais e Pedagógicos em Educação Física e Esportes NESPEFE – EEFD/UFRJ (Brasil) |
Diego Costa Freitas Fernanda Azevedo Gomes da Silva Sílvia Maria Agatti Lüdorf |
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Resumo Este estudo tem por objetivos conhecer a analisar as opiniões dos professores de academias de ginástica em relação a qual aspecto tem sido mais valorizado no corpo atualmente e como, a partir disso, deveria ser a atuação do professor de Educação Física. Pretende-se, também, constatar os aspectos positivos e negativos ligados ao atual culto ao corpo, na ótica dos professores. A pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada através de entrevistas com doze professores atuantes em academias de pequeno porte da Baixada Fluminense. A estética surgiu como o aspecto mais valorizado no corpo atualmente e, embora tenha sido relatado que os alunos procuram a academia mais em função da modelagem do corpo, os professores tentam direcionar o trabalho para a qualidade de vida. Este foi, aliás, o ponto positivo associado ao culto ao corpo, enquanto que o uso indevido de anabolizantes foi considerado o ponto negativo. Palavras-chave: Corpo. Academia de ginástica. Professor de Educação Física.
Abstract This study aims the indentification and analisys of the views of teachers in gyms regarding which aspect has been more valued in the body today and how, from this, should be de role of physical education teacher. It aims also the identification of the positive and negative aspects associated with the current cult of body, in the eyes of teachers. The qualitative research was conducted through interviews with twelve teachers working in small gyms from the Baixada Fluminense. The aesthetic is the most characteristic valued in the body now and, although it was reported that people seek gyms more for modeling the body, the teachers try to direct the work for wellness. This was also the positive point associated with the body, while the misuse of anabolic steroids was considered the negative point. Keywords: Body. Gym. Physical Education. Este trabalho foi apresentado no Seminário Nacional Sociedade, Corpo e Cultura na UFES, 2008, Vitória - ES. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 124 - Setiembre de 2008 |
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Introdução
A sociedade contemporânea, dentre outras características, valoriza os avanços tecnológicos, o imediatismo, a exacerbação do consumo e a efemeridade. Não poderia ser diferente em relação ao corpo, que é muitas das vezes, tratado como objeto de consumo sendo exaltado, principalmente, pelos meios de comunicação e pela publicidade. Enaltece-se o corpo belo, jovem e magro, em uma época considerada por Goldenberg e Ramos (2002), como a “civilização das formas”. Desse modo, a preocupação com o corpo bem trabalhado e com formas definidas, torna-se quase que uma imposição da sociedade, e seu alcance, uma obsessão do indivíduo.
O corpo como um objeto de consumo está na televisão, nas capas das revistas, na Internet e nas manchetes de jornais, pois apresenta forte apelo comercial e junto à audiência. Atualmente, determinado modelo de corpo passa a ser admirado, desejado e idealizado, ao mesmo tempo em que as formas de se conquistá-lo demandam disciplina e investimento, nem sempre acessíveis. De acordo com Ferreira et al. (2005):
[...] no decorrer da história da humanidade, a forma com que os homens e as mulheres trataram e continuam tratando o corpo revestiu-se e reveste-se de uma quase total irracionalidade. Percebe-se essa, numa certa padronização, estabelecida por diferentes critérios em diversos momentos da história, assim, em todas as épocas, a sociedade determinou e privilegiou um tipo de corpo. (p. 168)
Segundo Le Breton (2003) “o corpo encarna a parte ruim”, ele é “o rascunho a ser corrigido”, ou seja, parece haver um constante sentimento de insatisfação com o próprio corpo, gerando a necessidade de se modificá-lo. Em outro estudo, o autor ressalta o significado da aparência hoje para o homem, ao afirmar que quando se modifica a aparência, o próprio homem é modificado (LE BRETON, 2006).
Nesse contexto, as academias de ginástica ganham visibilidade, pois passam a ser um dos locais privilegiados para a construção desse corpo tão desejado. Malysse (2002), por exemplo, refere-se à academia como uma “usina de corpos”, pois detectou em sua pesquisa uma significativa tendência em se modelar o corpo através das atividades ginásticas e de musculação desenvolvidas nesse ambiente. Obviamente, contudo, as academias de ginástica não se restringem a esse papel, oferecendo uma ampla variedade de atividades físicas para os públicos mais distintos, desde crianças aos idosos. Além disso, como demonstra Marcellino (2002), as academias de ginástica constituem-se em importante espaço de lazer, uma vez que reúnem o conteúdo principal (físico-esportivo) aos conteúdos sociais (prazer, diminuição de estresse, conhecer pessoas e encontrar amigos).
Torna-se, portanto, fundamental, entender melhor esse ambiente que, a cada dia, vem se tornando mais importante e presente em nossa cultura. Além disso, urge discutir o papel do professor de Educação Física, um dos profissionais que mais diretamente lidam com as práticas corporais.
O Rio de Janeiro, especialmente, representa um local de referência ao se tratar da cultura corporal, sendo um local privilegiado para se estudar as questões associadas ao corpo. Pretende-se, portanto, nessa oportunidade, conhecer e analisar um recorte da realidade multifacetada do Rio de Janeiro, qual seja, a das academias de ginástica de pequeno porte da Baixada Fluminense, a partir da ótica dos professores de Educação Física atuantes nesse segmento.
Mais especificamente, os objetivos do presente estudo são:
verificar quais são os aspectos mais valorizados atualmente no corpo, na visão desses professores;
averiguar como deveria ser o trabalho do professor de educação física diante desse corpo;
apresentar e discutir os pontos positivos e negativos do atual culto ao corpo, relatados pelos professores;
Procedimentos metodológicos
A pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada em seis academias consideradas de pequeno porte da Baixada Fluminense, classificadas com base em Bertevello (2005), ou seja, que operam com poucos professores e funcionários e possuem cerca de 350 freqüentadores. Nessas academias, foram entrevistados doze professores de Educação Física, a partir de um roteiro semi-estruturado, previamente validado.
A escolha por estudar essa região específica se deve ao fato de que a presente pesquisa é continuidade de um projeto mais amplo de comparação entre academias de grande e pequeno porte do Rio de Janeiro. Com o objetivo de ampliar o espectro de opiniões, conforme recomendação de Gaskell (2003), optou-se por estudar realidades diferentes, em relação ao tamanho, localização das academias e público atendido. Enquanto que as grandes academias situadas na Zona Oeste oferecem ampla infra-estrutura, variedade de atividades (esportes, ginásticas, spinning, musculação, além de constantes novidades etc), serviços (salão de beleza, esteticista, médicos esportivos etc) e atendem a um público de poder aquisitivo médio ou alto, as academias de pequeno porte da Baixada Fluminense possuem poucos funcionários, oferecem normalmente atividades básicas como ginástica localizada e musculação e são freqüentadas por um público de baixo a médio poder aquisitivo.
Os critérios para seleção dos professores compreendiam: atuar com modalidades ligadas ao fitness, como ginástica (e suas variações) e musculação, trabalhar há pelo menos um ano em academias de ginástica e ser formado em Educação Física. No entanto, no que se refere ao último item, houve dificuldades em se encontrar profissionais formados em algumas academias da região, o que se observou ser uma característica peculiar das academias de pequeno porte.
Sendo assim, dos doze professores, dois afirmaram possuir Especialização na área, oito professores disseram ser graduados em Educação Física e dois estavam finalizando ainda o curso de graduação, embora atuassem com todas as atribuições de um profissional formado. Como o objetivo do estudo era justamente reportar a realidade encontrada naquela região específica, optou-se por incorporar tais profissionais ao estudo.
Os dados foram analisados com base na análise de conteúdo, visando identificar categorias emergentes. Ressalte-se que tal análise não é um processo meramente mecânico, mas subjetivo, uma vez que depende dos conhecimentos teóricos e da ótica do(s) pesquisador(es) (GASKELL, 2003). As respostas foram, em um primeiro momento, agrupadas em torno de temáticas mais amplas a partir dos critérios de repetição e de relevância (TURATO, 2003). A seguir, foi realizada a interpretação dos sentidos atribuídos a cada categoria, à luz do referencial teórico utilizado.
Resultados e discussão
Os resultados são apresentados em quadros, com as principais categorias citadas nos discursos dos professores, seguidos de alguns trechos das respostas para exemplificar e facilitar o entendimento. Na seqüência, os resultados serão discutidos. Cabe ressaltar que as categorias aparecem conforme a representatividade, ou seja, a que aparece em primeiro foi mais citada nos discursos:
Categorias |
Exemplos |
Estética |
“Eu acho que é puramente estético, o pessoal. Pouquíssimas pessoas estão preocupadas com qualidade de vida. Só vem a ter preocupação com qualidade de vida quando acontece alguma coisa realmente, algum acidente, algum problema de saúde, fora isso todo mundo vem com preocupação estética querendo melhorar o corpo, quer ir numa praia, numa piscina, quer aparecer pra alguém, quer melhorar pra alguém, mas é só estética.”(P3)
“Sempre vai ser o aspecto estético. Podem dizer que não, mas a estética vai estar sempre em primeiro lugar. A minoria, infelizmente, que vem em busca de qualidade de vida, de recuperação de lesão ou alguma coisa assim, mas a grande maioria está em busca da pura estética mesmo. O mundo gira em torno disso agora.”(P5)
“Ligado à estética porque o pessoal já há algum tempo tem falado sobre glúteo, sobre perna, mas na maioria o abdômen é sempre o vilão da coisa. É sempre: ´´ah, mas eu malho perna, malho bunda, mas “pô”, o abdômen eu malho e malho mas nada resolve``. Então esse seria um ponto onde todo mundo quer chegar.”(P7) |
Qualidade de Vida |
“Bem estar físico e mental. A qualidade de vida e bem estar do indivíduo. Não só porque somos profissionais de Educação Física, mas hoje, atualmente, a mídia fala muito sobre a saúde e os médicos recomendam que todos pratiquem atividade física para que diminuam as consultas, as lotações em hospitais e com isso, também as pessoas estão se conscientizando de que ter uma boa alimentação e ter a prática da atividade física vai levá-lo a uma boa qualidade de vida e a um bem estar saudável. Seu corpo, sua mente, aliviando em todos os aspectos, não só o corpo mas também a mente, diminuindo o estresse.”(P1) |
Quadro 1. Aspecto mais valorizado no corpo atualmente, conforme opinião dos professores.
Categorias |
Exemplos |
Orientação global (técnica, saúde)
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“Você sempre comunicar, no caso ao cliente, a importância de ele praticar a atividade física não só perante buscar a beleza do corpo, mas sim, a sua saúde.”(P2)
“Sempre tentando orientá- la quanto ao aspecto global do fitness, se não for feito um trabalho de conscientização, as pessoas não se ligam que o mais importante não é só atingir a estética desejada, mas estar bem fisicamente no geral.” (P5)
“Acredito que não só visando a estética. Eu acho que o professor de educação física tem que visar a saúde do aluno. Como eu disse anteriormente. Porque hoje a pessoa aqui, até estou sendo repetitivo, mas tem até que ser porque a pessoa chega aqui e fala assim ´´professor eu quero ficar sarada, linda, maravilhosa, com a bunda gigante, com a perna grossa e com o abdômen sarado`` da noite para o dia. Só que a pessoa tem cifose, tem lordose, tem problema de hipertensão, tem problema de diabete, tem uma série de problemas que ela não quer nem saber, ela quer é se privar, ela quer cortar e quer ter o corpo perfeito. Então eu acho que a saúde tem que ser colocada em primeiro lugar por um profissional de educação física, é o primordial.” (P7) |
Foco no objetivo do aluno |
“O trabalho do profissional de educação física deve ser sempre auxiliando o aluno a atingir o objetivo que ele deseja, claro, sempre respeitando o limite do aluno, diante disso ele tem uma prescrição que ele tem que fazer, uma forma avaliativa, através de avaliações, ele saber até onde o aluno tem aquele limite a chegar, respeitando e a certo momento sempre desejando o limite do aluno.” (P11) |
Quadro 2. O trabalho do professor diante das características mencionadas.
Categorias |
Exemplos |
Qualidade de vida |
“O positivo é porque através, mesmo ele não tendo objetivos de adquirir condicionamento físico e a melhora da saúde, ele acaba fazendo isso através do pensamento de melhorar a sua estética né? Isso é o lado bom, porque ele procura a academia, mesmo que ele seja sedentário, ele pode ser magrinho ou obeso, ele vem com o intuito de aumentar a massa muscular dele e o obeso de reduzir. O que acontece? Com isso ele acaba melhorando a sua condição física.” (P2)
“Positivo é que qualquer atividade física que você faça, você está melhorando sua qualidade de vida.” (P4)
“O ponto positivo é que de um lado as pessoas vêm buscando uma qualidade de vida melhor. Eu acho bem positivo, no caso praticando atividade física.” (P10) |
Preocupação com o corpo |
“A preocupação, se você tem uma preocupação de cuidar do seu corpo eu acho isso legal.” (P8) |
Quadro 3. Pontos positivos do atual culto ao corpo
Categorias |
Exemplos |
Uso de anabolizantes |
“Negativo é que algumas pessoas fazem de tudo para manter esse corpo, vamos dizer assim... esse corpo que eles dizem ser... essa parte bela do corpo que eles acham que pô, ficar com o abdômen definido, a perna grossa, um braço grosso. Porém, ingerem alguns anabolizantes que fica como se fosse uma capa, por fora fica aquela coisa bonita, agora por dentro está cheio de problema de saúde, é câncer de fígado , ataque cardíaco.” (P4)
“Agora, o prejudicial é que as pessoas ficam tão fissuradas nisso que já recorre a outros meios não tão agradáveis. Principalmente anabolizantes, né? Isso está se tornando uma prática muito comum.” (P6)
“O uso indiscriminado de anabolizante entendeu? Porque na academia é muito comum você ver isso. É tipo assim, nos professores de educação física o que acontece, eles vêem a gente aqui na academia, eles acham que a gente é uma farmácia, pede o que pode passar para mim, uma parada para ficar forte, passa uma dieta para ficar forte.” (P12) |
Quadro 4. Pontos negativos do atual culto ao corpo.
A partir dos depoimentos dos professores, verificou-se que atualmente, o aspecto mais valorizado no corpo é a estética. Novaes (2001), a partir de um breve histórico das academias de ginástica do Rio de Janeiro, já havia mostrado que a busca por um belo corpo é o que mais atrai as pessoas para as academias. O aspecto estético se reflete também em relação às exigências para contratação do profissional das academias de ginástica. Para Antunes (2003), dentre os principais requisitos para a atuação no mercado de trabalho, destacam-se a “condição física” e o “aspecto jovial”. O curioso desta questão é que além da valorização da aparência, pareceu haver, a princípio, um certo menosprezo, por parte dos alunos, em relação a outros fatores ligados à atividade física, como saúde, condicionamento físico e qualidade de vida:
Muitas das pessoas não vem com o intuito de melhorar o condicionamento físico e até mesmo de aptidão física e a saúde né? Vem mais com intuito de manter o corpo bonito, sempre pensando no verão (risos).(P2)
Saúde é muito pouco tá, é mais pela terceira idade... terceira idade é que vem mais procurando a parte da saúde.(P9)
Os alunos de uma forma geral visualizando o corpo mais morfologicamente, mais como estética e não qualidade de vida.(P11)
Para os entrevistados, contudo, o trabalho do professor deve ser no intuito de ampliar os horizontes dos alunos para uma visão mais ampla da atividade física, voltada para saúde e qualidade de vida, e não apenas a estética, o que vai ao encontro do preconizado por Coelho Filho (1997). Porém, segundo relato dos mesmos, essa intervenção não aparenta ter a devida aceitação por parte dos alunos, como pode ser visualizado a partir de alguns trechos dos depoimentos:
A gente faz a correção do exercício, a gente explica o porquê e ele continua fazendo errado. É difícil, é muito difícil, não é criança né?! A gente não pode ficar falando, tá riscado até a gente tomar vários foras de chegar pra um deles e estar falando novamente como se fosse uma criança.(P1)
Muitos não consideram o profissional, porque acham que o profissional tá ali... só serve pra ficar ali olhando, o conhecimento dele não é interessante, isso tudo eu acho que é o lado negativo da profissão, principalmente dentro da academia. Tem muita gente que olha pra você ali “ah, o professor ta ali bonitinho pra ajudar uma menininha que chega ou pra posar de professor”, mas na verdade eles acham que você não tem função dentro da sala.(P3)
Quando são questionados sobre os aspectos positivos desse atual culto ao corpo, os professores mencionaram, de modo geral, que o aumento da procura pela atividade física levaria a uma melhor qualidade de vida, mesmo que inicialmente, seja voltada para a estética. Esta prática se assemelha à do agente de saúde que, conforme Lüdorf (2008), é pautada por aspectos biológicos e técnicos e procura, dentre outros aspectos, esclarecer sobre os benefícios da atividade física para a saúde.
Já em relação ao aspecto negativo, foi relatado como principal problema o grande número de pessoas que se utilizam de substâncias, tais como esteróides anabolizantes, na tentativa de alcançar uma bela aparência de modo mais rápido, muitas vezes em detrimento da própria saúde. A esse respeito, há semelhanças com os achados de Sabino (2005) que, em seu estudo, realiza uma detida análise de usuários de anabolizantes nas academias de ginástica do Rio de Janeiro, onde dos 200 homens entrevistados, 81% disseram já ter utilizado esteróides anabolizantes ao passo que, das 110 mulheres entrevistadas, 69% afirmaram também ter feito uso da referida substância.
Conclusão
Mesmo com o passar dos anos, e já estando comprovados os vários benefícios da atividade física (ACSM, 2007), a busca por ideais estéticos e de modificação do corpo ainda parecem ser os principais fatores para a procura pelas academias de ginástica na região estudada. Por mais que os discursos dos profissionais da área tendam para uma visão da atividade física mais voltada para aspectos como qualidade de vida e prevenção de doenças, as academias de pequeno porte parecem ser usadas por grande parte de seus freqüentadores principalmente para modelar seus corpos. Com essa intenção, o poder de persuasão do professor de Educação Física aparenta ser questionado, aspecto esse que merece ser aprofundado em outra oportunidade.
De fato, deve-se aproveitar ao máximo os benefícios decorrentes da atividade física adequadamente elaborada e orientada por um profissional capacitado, o que necessariamente engloba a estética corporal. No entanto, destaque-se a visão imediatista que prepondera ao se tentar atingir rapidamente o corpo ideal, independente dos meios, como a utilização de anabolizantes, ressaltada unanimemente como principal aspecto negativo do culto ao corpo.
Saber lidar com as expectativas do aluno e explorar as potencialidades da atividade física e da academia de ginástica são os grandes desafios enfrentados pelo professor de educação física que trabalha nesse ambiente.
Notas
Região do Rio de Janeiro que concentra treze municípios.
Trata-se do projeto de pesquisa intitulado “O corpo contemporâneo e o professor de Educação Física atuante em academias de ginástica”, desenvolvido pelo NESPEFE/EEFD-UFRJ. cuja primeira parte foi realizada em grandes academias da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Referências
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digital · Año 13 · N° 124 | Buenos Aires,
Setiembre de 2008 |