Motivos que levam o indivíduo a participar de corridas de aventura. Estudo realizado com equipes amadoras de corrida de aventura no estado do Rio Grande do Sul |
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*Graduando em Educação Física **Professor Orientador UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul Rio Grande do Sul |
Rodrigo Muradás* Leandro Tibiriçá Burgos** (Brasil) |
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Dentre os hábitos de Lazer do homem urbano, cresce cada vez mais a prática dos chamados esportes de aventura, que reúnem um grupo de atividades esportivas, onde os riscos calculados, combinados à prática de atividades físicas em ambientes não convencionais ou de natureza atraem um número cada vez maior de praticantes. A reconhecida expansão deste mercado, fomentada por empresas especializadas, neste segmento, e a exposição da mídia expõem não apenas uma nova linha de atuação no campo dos esportes como também um fenômeno a ser apropriado e entendido pelo meio acadêmico. Este estudo tem como objetivo geral, verificar os motivos que mantém a prática dos usuários de corrida de aventura. Participaram do estudo 50 atletas, sendo 35 do sexo masculino e 15 do sexo feminino de diversas cidades do estado do Rio Grande do Sul com faixa etária de 19 a 54 anos de idade. A abordagem metodológica foi o de estudo descritivo-exploratório com utilização de um questionário adaptado de Samulski (2000). Os resultados mostram que 60% dos entrevistados consideram o conhecer meus limites, motivo decisivo na prática das corridas de aventura; 28% consideram importantes e apenas 12% pouca importância. Estar em contato com a natureza teve 64% de respostas como fator decisivo; 34% muito importante e 2% sem importância. Concluiu-se que os motivos mais relevantes na busca pela prática das corridas de aventura são os de conhecer o próprio limite, tanto físico e/ou mental, devido ao constante esforço de horas e até mesmo dias de competição e também estar em contato com a natureza, onde não sabemos o que está por vir e fugimos um pouco do caos urbano, mantendo nossa mente pura e sadia. Unitermos: Motivação. Atividade física. Esporte de aventura. Corrida de aventura.
Abstract
Among the habits of the urban man's Leisure, it increases the practice of
the calls adventure sports more and more, that gather a group of sporting
activities, where the calculated risks, combined to the practice of
physical activities in atmospheres you don't stipulate or of nature they
attract a number every time larger of apprentices. Recognized it
expansion of this market, fomented by specialized companies, in this
segment, and the exhibition of the media they not just expose a new line
of performance in the field of the sports as well as a phenomenon to be
appropriate and understood by the academic middle. This study has as
general objective, to verify the reasons that it maintains the users' of
adventure race practice. They participated in the study 50 athletes,
being 35 male and 15 female of several cities of the state of Rio Grande
do Sul with age group from 19 to 54 years of age. The methodological
approach was it of descriptive-exploratory study with use of an adapted
questionnaire of Samulski (2000). The results show that 60% of the
interviewees consider knowing my limits, decisive reason in practice of
the adventure races; 28% consider important and only 12% little
importance. To be in contact with the nature had 64% of answers as
decisive factor; 34% very important and 2% without importance. It was
ended that the most relevant reasons in the search for the practice of
the adventure races are the ones of knowing the own limit, so much
physical and/or mental, due to the constant effort of hours and even days
of competition and also to be in contact with the nature, where we don't
know what is for coming and we fled a little of the urban chaos,
maintaining our pure and healthy mind.
Keywords: Motivation. Physical activity.
Sport of adventure. Adventure race. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 124 - Setiembre de 2008 |
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Introdução
Dentre os hábitos de Lazer do homem urbano, cresce cada vez mais a prática dos chamados esportes de aventura, que reúnem um grupo de atividades esportivas, onde os riscos calculados, combinados à prática de atividades físicas em ambientes não convencionais ou de natureza atraem um número cada vez maior de praticantes. A reconhecida expansão deste mercado, fomentada por empresas especializadas, neste segmento, e a massiva exposição da mídia expõem não apenas uma nova linha de atuação no campo dos esportes como também um fenômeno a ser apropriado e entendido pelo meio acadêmico.
O presente estudo teve como objetivo geral, verificar quais os motivos que levam os indivíduos à prática de corrida de aventura, bem como, identificar os motivos da prática de corrida de aventura dos sujeitos do estudo; caracterizar os fatores de motivação dos praticantes de corrida de aventura e verificar quais os motivos mais decisivos na busca pela prática das corridas de aventura.
Revisão de literatura
A corrida de aventura é uma modalidade esportiva relativamente nova, que compõem os esportes de natureza. A idéia inicial é misturar em uma mesma competição, esportes diversos, de acordo com o tipo de terreno e a dificuldade a ser imposta na prova (ROMANINI, 2002, p. 134). A competição pode chegar a durar de um há vários dias em constante esforço físico e mental é necessário um treinamento intenso, um ótimo condicionamento físico e muita motivação. Romanini e Umeda (2002) dizem que esportes de aventura apresentam diversos objetivos, como o contato com ambientes naturais, o bem estar proporcionado pela atividade física e a superação pessoal, perante os limites físicos e mentais dos quais todos praticantes são expostos.
Garcia (2003) define motivação como palavra de origem etimológica que indica o que é que move o comportamento de um indivíduo. A maioria dos autores tem considerado o termo motivação como um conceito explicativo da conduta relacionado com a força e energia que ativa, dirige e mantém o comportamento. A motivação provém de duas fontes: uma intrínseca (que vem do interior da pessoa) e outra extrínseca (que vem do exterior da pessoa). É muito provável que esportistas pratiquem esportes por motivos ou reforços intrínsecos e extrínsecos, podendo variar de indivíduo para indivíduo e essa variação constante é extremamente normal, o mais importante é como compreender a diferença entre eles..
Metodologia
O presente estudo caracterizou-se como um estudo descritivo-exploratório, que segundo Mattos, Rosseto Jr. e Blecher (2004), têm como características observar, registrar, analisar, descrever, correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los procurando descobrir com precisão e freqüência em que o fenômeno ocorre e sua relação com outros fatores.
Como método de amostragem, utilizou-se amostra por conveniência com indivíduos de ambos os gêneros. Os critérios de inclusão foram: indivíduos maiores de 18 anos e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), residentes no estado do Rio Grande do Sul; o critério de exclusão foram recusa da assinatura do TCLE, idade inferior a 18 anos e não residência no referido estado, bem como recusar-se a participar.
Para coleta dos dados foi utilizado um questionário adaptado de Samulski (2000) contendo dezenove questões fechadas, numa escala de zero a três, onde zero, corresponde a sem importância, um, pouco importante; dois, importante e três, como fator decisivo.
Este estudo seguiu as seguintes etapas:
1ª etapa:
2ª etapa:
3ª etapa:
4ª etapa:
Resultados
O número total de participantes na pesquisa foram 50 atletas, sendo 35 do sexo masculino e 15 do sexo feminino, moradores de diversas cidades do estado do Rio Grande do Sul, com faixa etária de 19 a 54 anos de idade. Os resultados (figura 01), mostram que 60% dos entrevistados consideram o conhecer meus limites, motivo decisivo na prática das corridas de aventura; 28% consideram importante e apenas 12% como pouca importância. Aprender e cooperar com outras pessoas teve 66% dos participantes respondendo com motivo importante na busca pelo esporte, 16% fator decisivo, 10% pouco importante e 8% sem importância.
Na questão manter a saúde, 70% dos investigados responderam que é um motivo importante, 20% motivo decisivo e 10% pouco importante. Estar em contato com a natureza teve 64% de respostas como fator decisivo; 34% importante e 2% sem importância. Referindo-se ao motivo mais decisivo na prática da corrida de aventura, verificou-se que estar em contato com a natureza foi respondido por 64% dos sujeitos pesquisados.
O segundo motivo mais decisivo na busca pelo esporte foi o de conhecer o próprio limite físico e mental, onde 60% dos sujeitos do estudo afirmaram ser um dos motivos mais decisivos. Apesar de esses motivos terem sido mais decisivos, eles não foram os mais respondidos, tendo em vista que a maioria dos pesquisados 70% considera o item manter a saúde com motivo importante na prática da corrida de aventura. E o segundo motivo mais importante, porém não decisivo, foi o de aprender a cooperar com outras pessoas, com 66%.
Figura 01. Motivos que levam a prática da corrida de aventura
Considerações finais
No término deste trabalho, concluiu-se que muitos podem ser os motivos na busca pelo esporte de corrida de aventura, fatores intrínsecos e extrínsecos caminham lado a lado, e constantemente estará presente no esporte, cabendo a nós, apenas distingui-los. Nesse estudo os fatores intrínsecos foram os mais valorizados. Os motivos mais relevantes na busca pela prática das corridas de aventura são os de conhecer o próprio limite, tanto físico e/ou mental, devido ao constante esforço de horas e até mesmo dias de competição, e também, estar em contato com a natureza, onde não sabemos o que está por vir, e fugimos um pouco do caos urbano, mantendo nossa mente pura e sadia.
Como recomendação, afirmamos que a corrida de aventura é um excelente esporte para se praticar; são inúmeros os benefícios que ela nos traz, sejam eles físicos ou psicológicos. A constante troca de modalidades nesse esporte, o trabalho em equipe, a sensação de bem estar que proporciona é enorme e nunca é igual, sempre em ambientes novos, com surpresas a todo o momento, tornando-se uma grande ferramenta para uma vida saudável.
Referências
GARCIA, F. G. Psicopedagogía de la Actividad Física y el Deporte. Colômbia: Kinesis, 2003.
MATTOS, M. G.; ROSSETO, A. J. JR; BLECHER, S. Teoria e prática da metodologia da pesquisa em educação física: construindo sua monografia, artigo científico e projeto de ação. São Paulo: Phorte, 2004.
ROMANINI, V.; UMEDA, M. Esportes de aventura ao seu alcance. São Paulo: Bei Comunicação, 2002.
SAMULSKI, Dietmar, Psicologia do esporte: Teoria e aplicação prática. Belo Horizonte: Imprensa Universitária/UFMG, 1995.167p.
revista
digital · Año 13 · N° 124 | Buenos Aires,
Setiembre de 2008 |