Efetividade do exercício físico no controle Effectiveness of the physical exercise in the control of the bony mass in elderly people |
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*Departamento de Saúde, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Jequié, BA **Departamento de Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Santa Cruz. Ilhéus, BA (Brasil) |
Jeane dos Santos Silva* Ailanna Nery dos Santos Ferreira* Jair Sindra Virtuoso Júnior** |
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Resumo O envelhecimento caracteriza-se por uma progressiva redução da capacidade dos vários sistemas orgânicos em realizar com eficácia suas funções. A integridade do sistema esquelético com a senescência é comprometida por uma perda de minerais ósseos, que aliada aos hábitos de inatividade física pode desencadear aceleração no declínio da densidade mineral óssea (DMO). O aumento da população idosa apresenta repercussões mundiais e a osteoporose se insere neste contexto como doença que conduz a um aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas. O propósito deste levantamento bibliográfico foi o de analisar a efetividade dos programas de exercício físico na manutenção e/ou melhoria da massa óssea em pessoas idosas. Para tanto foi utilizado uma busca sistemática as bases de dados Bireme, Medline, Sportiscus e o acervo bibliográfico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Os estudos analisados evidenciaram uma relação positiva do exercício físico para com a DMO; os exercícios resistidos associados aos aeróbicos foram os mais indicados para o processo de remodelação óssea; os parâmetros de controle do treinamento físico a exemplo da intensidade, volume e freqüência apresentaram amplas variações entre os estudos avaliados. Com base nas intervenções apresentadas neste levantamento bibliográfico é possível considerar que a prática regular de exercício físico conduz a manutenção e/ou melhoria da massa óssea em pessoas mais velhas. Unitermos: Envelhecimento. Densidade mineral óssea. Exercício físico.
Abstract The aging is characterized by a progressive reduction of the capacity of the several organic systems in accomplishing with your effectiveness functions. The integrity of the skeletal system with the senescence is committed by a loss of minerals bony, that allied to the habits of physical inactivity it can unchain acceleration in the decline of the bony mineral density (BMD). The increase of the elderly population presents world repercussions and the osteoporosis interferes in this context as disease that leads an increase of the skeletal fragility and of the risk of fractures. The purpose of this bibliographical rising was it of analyzing the effectiveness of the programs of physical exercise in the maintenance and/our improvement of the bony mass in elderly people. For so much a systematic search was used the bases of data Bireme, Medline, Sportiscus and the bibliographical collection of the Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. The analyzed studies evidenced a positive relationship of the physical exercise to BMD; the resisted exercises associated to the aerobics were the most suitable for the process of bony remodel; the control parameters of the physical training to example of the intensity, volume and frequency presented wide variations among the appraised studies. With base in the interventions presented in this bibliographical rising it is possible to consider that the regular practice of physical exercise leads the maintenance and/our improvement of the bony mass in older people. Keywords: Aging. Bony mineral density. Physical exercise. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 124 - Setiembre de 2008 |
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Introdução
É notório, nos últimos tempos o reconhecimento dos benefícios da prática regular de exercícios físicos na promoção da saúde. Os exercícios físicos estão entre as melhores estratégias de intervenção em Saúde Pública (FLORINDO, 2000), pois o corpo humano requer mobilidade e os efeitos alcançados pela regularidade de tais práticas abrangem dimensões do constructo humano tanto físico como social, psicológico e cognitivo indiferente da faixa etária.
Com a evolução tecnológica alcançada pela maioria das sociedades vigentes, as atividades diárias tornam-se limitadas e insuficientes para o estímulo dos sistemas orgânicos. Paralelo aos mecanismos negativos que limita a atividade física habitual, o avanço da descoberta de novos fármacos e procedimentos na medicina tem permitido mais eficiência no controle de doenças, a exemplo das crônico-degenerativas, o que favorece o aumento da expectativa de vida humana.
A melhoria no que diz respeito à expectativa de vida está estritamente relacionada com o aumento da população idosa, que é caracterizado como fenômeno mundial, tanto o que se refere aos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento (RAMOS, 2003).
No envelhecimento ocorre um declínio progressivo em todos os processos fisiológicos, o esqueleto humano, muitas vezes visto como algo incapaz de se adaptar e sofrer alterações estruturais passa por extensas e constantes remodelações para responder aos estímulos ambientais, mesmo após alcançar o pico da massa óssea. O envelhecimento do tecido ósseo leva a uma perda óssea considerável de matriz extracelular (RAMALHO; LAZARETTI-CASTRO, 1999), o que pode ser agravado com a inatividade física.
A aceleração do declínio ósseo pode gerar a osteoporose, caracterizada pela redução de densidade mineral óssea (DMO), que conduz a um aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas (ELSANGEDY; KRINSKI, 2006), além de ser considerada importante questão de saúde pública, em função da elevada prevalência e os efeitos na saúde física e social das pessoas idosas, desencadeando gastos com o tratamento e reabilitação. Nos Estados Unidos da América estima-se que haja uma morte provocada pela osteoporose a cada 20 minutos, com custo financeiro direto e indireto de 7,5 bilhões de dólares por ano (ALMEIDA; RUBENS, 1997). Tal ocorrência poderia ser minimizada pela prática regular de atividades físicas, sendo que os exercícios gravitacionais parecem ser os mais efetivos em tal processo (SILVA, 2006; GALI, 2001).
Este levantamento bibliográfico teve o propósito de identificar a efetividade da prática de exercícios físicos na manutenção e/ou melhoria da massa óssea de pessoas idosas. Tal levantamento favorece aos profissionais de Educação Física formular e prescrever programas de exercícios físicos mais efetivos no controle da massa óssea em pessoas idosas.
Métodos
Este estudo descritivo caracterizou-se como um levantamento bibliográfico, buscou analisar as intervenções de exercícios físicos direcionadas para a melhoria da massa óssea em pessoas idosas, com a identificação dos parâmetros adotados no controle do exercício físico (intensidade, volume e freqüência).
Para tanto, foram realizadas buscas sistematizadas as bases de dados Bireme, Sportdiscus e o acervo bibliográfico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, sendo utilizados os seguintes termos descritores de forma conjugada o termo “exercício físico”: densidade mineral óssea, massa óssea e osteoporose.
Sistema esquelético e osteoporose
O sistema esquelético no idoso está relacionado ao processo de envelhecimento, por intermédio de uma progressiva perda de minerais e matriz dos ossos, embora não seja evidente até que ponto essa alteração é inevitável ou desencadeada por uma diminuição da atividade física habitual ou alterações patológicas (SPIRDUSO, 2004).
O tecido ósseo é metabolicamente ativo e dinamicamente responsivo à exigência funcional que lhe é imposta o que gera alterações de sua massa e força (SILVA et al., 2003). Entre outras funções, o osso proporciona sustentação aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos corporais, constrói sistema de alavancas que amplia as forças geradas pelas contrações musculares, além de estar envolvido no armazenamento de minerais essenciais como cálcio e fósforo (VIEIRA, 1999). Os dois principais tipos de tecido ósseo são o trabecular, de aspecto esponjoso e o cortical, sendo este mais sólido e formado por lamelas ósseas (VIEIRA, 1999).
A densidade mineral óssea caracterizada como a quantidade mineral em uma determinada área de tecido ósseo é resultante de um processo contínuo de formação e reabsorção do tecido ósseo chamado de remodelação (CREIGHTON et al., 2001). A formação e reabsorção ósseas são fenômenos adversos, mas atrelados; são mantidos por um sistema de controle que envolve hormônios, fatores físicos e fatores humorais locais (VIEIRA, 1999). As principais células envolvidas neste processo de remodelação são os osteoblastos e os osteoclastos; a antiga matriz óssea é reabsorvida pelos osteoclastos e nova matriz orgânica é formada pelos osteoblastos (RAMALHO; LAZARETTI-CASTRO, 1999).
O pico da massa óssea constitui o término da aquisição do capital ósseo e ocorre por volta dos 30 anos (GALI, 2001). Com o envelhecimento ocorre um desequilíbrio entre os processos orgânicos e a reabsorção passa a superar a formação óssea ocasionando uma redução da DMO (RAMALHO; LAZARETTI-CASTRO, 1999). É admitido, que em condições normais o processo de remodelação óssea é ineficiente no esqueleto adulto, pois apresenta pequenos déficits na formação que persistem após ter sido completado um ciclo de remodelagem. Admite-se que o acúmulo desses déficits de formação é responsável em partes pelas perdas na massa óssea relacionadas ao envelhecimento (ACSM, 2003).
A diminuição da DMO constitui substrato para o desenvolvimento da osteoporose. A osteoporose é uma doença sistêmica em que há uma relação da massa óssea e deterioração da micro-arquitetura do tecido ósseo, levando à fragilidade mecânica e conseqüente predisposição a fraturas com trauma mínimo (CARVALHO et al., 2004).
A osteoporose é responsável pelo aumento de incidência de fraturas nas pessoas mais velhas. A incidência de fraturas ósseas em decorrência da osteoporose de quadril cresce em proporções geométricas e são as que mais impõem morbidade e mortalidade (VIEIRA, 1999). Assim, torna-se manifesto a relevância a cerca de pesquisas que investiguem formas de prevenção da perda de massa óssea, bem como alternativas de tratamento da osteoporose.
Como para as mulheres o detrimento da massa óssea é mais intensivo, a idade crítica em relação à osteoporose é a menopausa podendo chegar a 3% ao ano nos primeiros anos pós-menopausa (LANE, 1998). Esta perda intensiva posteriormente ao período da menopausa caracteriza a osteoporose (OP) tipo I, atingindo predominantemente o osso trabecular (GALI, 2001).
A osteoporose tipo II, ou senil é associada ao período de senescência em que há uma perda gradual de osso trabecular e cortical (RAMALHO; LAZARETTI-CASTRO, 1999). Tal ocorrência se deve em relação a deficiência crônica de cálcio, aumento da atividade do paratormônio e diminuição da formação óssea (RIGGS; MELTON, 1985).
Exercício físico direcionado às pessoas idosas
O exercício físico pode ser definido como uma das formas de atividade física planejada, estruturada, repetitiva, que objetiva o desenvolvimento da aptidão física, de habilidades motoras ou a reabilitação orgânico-funcional. No que é pertinente ao indivíduo idoso à prática adequada e regular de exercício físico confere proteção à saúde nas fases progressivas da vida cooperando para a recuperação de determinadas funções orgânicas interdependentes, o que atenua os declínios e doenças geradas pela inatividade da vida moderna (SHEPHARD, 2003).
Entre os argumentos para o encorajamento da manutenção do estilo de vida ativo durante a velhice, o praticante de exercício regular pode contar com um aumento de contatos sociais, melhoras na saúde física e emocional, um risco reduzido de doenças crônicas e a manutenção de suas funções (SHEPHARD, 2003). A prática sistematizada de exercícios físicos pode ser considerada uma estratégia de saúde pública de fundamental relevância, indiferente da faixa etária que se encontra o indivíduo.
A afirmação de que o exercício físico prover melhorias ao esqueleto é consensual, uma vez conhecidas às conseqüências advindas da imobilização. A ausência de deformação óssea torna-os enfraquecidos (CARVALHO et al., 2004).
O osso é um tecido bastante ativo e sensível a mudanças na força que o atinge, o estresse contínuo provocado pelo exercício físico resulta em adaptações morfológicas; regiões específicas do esqueleto sofrem deformações causadas pelas forças mecânicas desencadeadas pelo exercício. A remodelagem é função da fadiga e do esforço; a hipertrofia do osso em função do exercício segue o modelo da hipertrofia muscular: o stress físico produziria micro-lesões; os osteoclastos removeriam as estruturas lesadas; os osteoblastos reporiam matriz calcificada na área, em maior quantidade do que a removida. Essa hipertrofia óssea pode reverter ou inibir a osteoporose já instalada, a remodelação do osso, assim sendo é o meio pelo qual a integridade mecânica do esqueleto é preservada (SILVA, 2002).
A intervenção por intermédio do exercício físico pode fornecer as mulheres idosas uma estratégia alternativa para manutenção da saúde, como também pode melhorar a força muscular e funcionalidade física, estabilidade e peso corporal (JESSUP et al., 2003). Em intervenção desenvolvida por intermédio do treinamento resistido foi identificado um aumento significativo da força muscular (MENKES et al., 1993).
A relação entre força muscular e DMO, pode ser entendida considerando que a magnitude de contração muscular tenha impacto em locais ósseos relacionados anatomicamente com os músculos que realizam tal contração (HUGHES et al., 1995). Logo, a massa muscular também pode apresentar contribuição importante para a DMO. O relacionamento da força muscular e da DMO em idosos ficou bem evidenciado no estudo que empregou o torque (momento de força) como método para investigar tal relação (HUGHES et al., 1995). Os resultados indicam que há uma relação do torque do extensor do cotovelo com a densidade radial, e o torque do flexor do joelho está relacionado com a DMO da coluna.
É relevante cogitar que a massa tecidual magra, assim como a massa gorda faz parte da composição corporal. A massa magra pode ser relacionada à DMO, pois embora sejam estruturalmente independentes ambas respondem aos mesmos estímulos de atrofia e hipertrofia (HUGHES et al., 1995).
A exata maneira pela qual a atividade física exerce estímulo ao aumento da massa óssea ainda não está esclarecida. No entanto, dois fatores podem ser explicativos para tal entendimento: a tensão dada pelo suporte de cargas e a contração muscular (MOLINARI, 2000). É possível apreender, desta maneira a relação existente do desenvolvimento muscular com aumento do tecido ósseo. Em intervenção acompanhando mulheres osteoporóticas em um programa de hidroginástica (SILVA; LÓPES, 2002), foi identificada uma diminuição da massa gorda, aumento do peso magro, entre outros dados que podem ser melhor analisados na tabela 1.
Há benefícios desencadeados em “cadeia” resultante da prática regular de exercícios físicos. O posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (NÓBREGA et al., 2002) são claros quanto aos efeitos positivos da prática de atividade física regular em pessoas idosas. Os exercícios físicos que utilizam o próprio peso corporal como resistência e os exercícios de força muscular que promovem uma maior fixação de cálcio nos ossos são os mais recomendados, pois além de prover melhorias ao tecido ósseo contribuem para o desenvolvimento da resistência de força muscular, aumentam ainda a endurance muscular, o equilíbrio e a flexibilidade, com conseqüente diminuição da incidência de quedas, fraturas e demais complicações.
Eficácia dos programas de exercícios físicos na manutenção e/ou melhoria da massa óssea em pessoas idosas
Ao se cogitar sobre os exercícios físicos mais aconselhados para o estímulo da osteogênese, várias vertentes são apontadas. Diversos estudos assinalam os exercícios físicos com pesos (resistido) o mais eficaz (KOHRT et al., 1997; MENKES et al., 1993; VOURI et al., 1994; ADAMI et al., 1999; RYAN et al., 2004; KEMMLER et al., 2002; RYAN et al., 1998; VILLAREAL et al.,2003; PRUITT et al., 1992; CUSSLER et al., 2003), entretanto outros estudos apontam os exercícios aeróbicos (SILVA; LÓPEZ, 2006; CESAR et al., 2001; CHIEN et al., 2000) a exemplo, da hidroginástica (NÓBREGA et al., 1999) não são descartados quanto as suas contribuições no controle da perda de massa óssea. Existem ainda os estudos que fazem uso dos exercícios resistidos e dos exercícios aeróbios em um mesmo programa de treinamento (HUMPHRIES et al., 2000; JESSUP et al., 2003; PETERSON et al., 1991; KERR et al., 2001; RIKLI; MCMANIS, 1990; VILLAREAL et al., 2003).
A tabela 1 faz um levantamento na literatura a cerca da relação da prática de exercícios físicos com a DMO.
Tabela 1: Estudos que abordam a relação exercício físico / Densidade Mineral Óssea (DMO)
Autor |
Objetivo |
Amostra (Faixa etária) |
Grupo de Controle |
Período |
Intervenção |
Variáveis |
Resultados |
Silva e López21
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Comparar a eficiência de um programa de exerc. aquático para portadoras da síndrome osteoporótica |
10 mulheres (60-77 anos) |
Não |
10 meses |
Hidroginástica |
Int. - média; avançado I e avançado II. Freq. - 3x/sem. Vol. - 50 min. |
- ↑ da massa magra (1,04kg), ↓ do IMC (0,6Kg/m2), ↓ do percentual de gordura (3,2%), ↓ do peso gordo (2,25kg). - ↑ da DMO da col. lombar (5,66% em 70% da alunas). - ↑ da DMO do fêmur (3% em 60% das alunas) |
César et al38 |
Investigar os efeitos do treinamento de corridas a longa distância no ciclo menstrual, DO, composição corporal e potência aeróbia. |
17 mulheres - 9 (GA - atletas) - 8 (GC)
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Sim |
__ |
Corrida de longa distância |
Int. - média de 92,1% do limiar anaeróbio. Freq. - 68,89 Km/sem. |
- ↑ na DMO no GA vs GC (DO col 1,27 +/- 0,09 vs 1,17 +/- 0,08 mg e a DO fem 1,05 +/- 0,18 vs 0,08 +/- 0,06 mg). - Massa magra foi ↑ no GA vs GC ( 41,32 +/- 3,41 vs 36,36 +/- 3,48 kg). - Percentual de gordura ↑ no GC que no GA (35,40 +/- 6,07% vs 18,83 +/- 7,14%). -Gordura Corporal ↑ no GC que no grupo ativo (20,42 +/- 6,10Kg vs 0,87 +/- 4,35Kg). |
Kohrt et al24
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Comparar os efeitos de dois programas de treinamento (GRF e JRF) na DMO em mulheres idosas. |
11 mulheres idosas sedentárias |
Sim |
11 meses |
Exerc. GRF Exerc. JRF |
Freq. - 5x em intervalos de 3 meses. |
- DMO total: ↑ sign. e similares no grupo do GRF (2,0 +/- 0,8%) e no JRF (1,6 +/-0,4%). -DO da col. lombar: ↑ no GRF (1,8 +/- 0,7% ) e no JRF (1,5 +/- 0,5%). -DO do triângulo da divisão do fêmur proximal: ↑ no GRF (6,1 +/- 1,5%) e no JRF (5,1 +/- 1,2%). -Colo femoral: ↑ sign. apenas no GRF (3,5 +/- 0,8%). |
Menkes et al18
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Analisar os efeitos do TF sobre a DMO e sobre o remodelamento ósseo |
18 homens 9 (GA) 9 (GC) (50-70 anos) |
Sim |
4 meses |
TF |
Freq. - 3x/sem. Vol. – 5-15 RM Int. - 85% de 1RM. |
- ↑ sign. da FM do GA. - ↑ de 2%a DMO lombar e 3,8% na DMO do colo femoral. |
Vuori et al25
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Analisar os efeitos do TF unilateral na DMO e no CMO durante doze meses seguidos de três meses sem treinamento |
40 Mulheres 20 (GA) 20 (GC) |
Sim -1 pernatreinada (GA) -1perna inativa (GC). |
12 meses |
TF no aparelho leg press |
Freq. - 4x/sem. Vol. - 2 a 3 séries de 10 RM. Nas 2 primeiras semanas, 50% de 1RM e após 80% de 1RM. |
- ↑ da FM da perna treinada - ↑ não sign. da DMO - ↑ sistemático da DMO do fêmur distal, patela, tíbia proximal e do CMO. --- Após a interrupção do treinamento (um ano): - A força de extensão da perna manteve-se. - A DMO e o CMO do membro treinado ↓ |
Adami et al26 |
Investigar os efeitos local-específicos do TF na estrutura do osso e geometria do raio ultradistal em mulheres na pós-menopausa. |
250 mulheres -125 (GA) -125 (GC) (52-72 anos) |
Sim |
6 meses |
Exercícios de Resistência Muscular Localizada |
Freq. - 2x/sem Vol. – Atividade de aquecimento - mín. 15 e máx. 30 min.; Exerc. prog.- 70min.
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- As medidas da DMO no colo femoral, na col. lombar, eram similares nos dois grupos. - DO total sign. (p<0,05). - ↓ da DMO no componente trabecular (-3,4 +/- 14,2%). - ↑ sign. na DMO cortical (3.1 +/- 10.7%) -No raio ultradistal, a DMO total não mudou sign. |
Humphries et al23
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Examinar os efeitos da intensidade do exerc. na DMO, na força e no retorno do cálcio em mulheres mais velhas. |
64 mulheres
(45-65 anos) |
Sim |
6 meses |
Treinamento com peso “com e sem TRH”; Caminhada “com e sem TRH”. |
Freq. - 2x/sem. Int./Vol. - 60-90% de 1RM; c/ duração de 50min. |
- Não houve diferenta sign. na DMO dos grupos. - No grupo “caminhada” sem TRH houve ↓ da DMO em 1,3%. |
Jessup et al17
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Investigar os efeitos do TF, do andar (com peso adicional) na DMO, no contrapeso, na força e na eficácia de mulheres idosas. |
18 mulheres - 9 GA - 9 GC (66-72 anos) |
Sim |
8 meses |
TF; andar, subir escadas com peso adicional na vestimenta. |
Int. – Moderada Freq. - 3x/sem Vol. - 8 a 10 RM c/ 50% 1RM inicial e 75% 1RM final. - Dur.: 30 a 45 min.; Carga – Até 40 pesos de 0,5 libras na vestimenta. |
- GC- ↓ sign. da DMO no colo femoral (- 0,04gm/cm2 ; Pi = 0,012 e Pf = 0,004). - Efeito sign. na DMO no colo femoral do GA (de 1,9% a 9,6%). - ↑ sign. na força do GA. - ↑ da massa magra do GA - ↓ da gordura corporal do GA. |
Kemmler et al32 |
Determinar o efeito de um treinamento intenso na aptidão, na doença coronariana e na DMO em mulheres pós-menopáusicas. |
59 Mulheres
(50-58 anos) |
Sim |
14 meses |
-TF periodizado Exerc. com saltos |
Freq. 2x/sem. Vol. 50 – 90 1 RM |
- ↑ na DMO lombar de +1,3% no GA e ↓ na DMO lombar e femoral de -1,2% no GC. - Força isométrica máx. de +11 a +32% no GA vs +1,1 a 3,95 no GC. |
Peterson et al33 |
Determinar o efeito de um programa de treinamento sobre a força muscular e a DMO em mulheres. |
18 mulheres -de ginástica +TF (dança+ RML); 17 mulheres -ginástica (dança); 19 mulheres no GC. |
Sim |
12 meses |
Ginástica aeróbica; TF. |
Freq.: 3x/sem. Vol.: 8 -12 repetições. |
- ↑ em todas as medidas da força no grupo dança + RML. - DMO não mudou sign no TF. - O grupo dança+RML teve aumento na DMO do úmero e colo femoral. |
Kerr et al27 |
Examinar o efeito da intervenção de 2 anos por exercícios e suplemento de cálcio na DMO em mulheres pós-menopáusicas. |
126 mulheres (60-65 anos) Grupos: Força (S) Aptidão (F) Controle (C) |
Sim |
24 meses |
Ginástica aeróbica; Treinamento com peso |
Freq. 3x/sem Vol. 3 a 8 RM. |
- na DMO intertrocantérica (1,1 a 3%) no grupo S. - Não houve diferença entre os grupos na coluna lombar. - na DMO total (0,9 a 2.6%) no grupo S. |
Pruitt et al36 |
Determinar os efeitos do treinamento com peso na DMO em mulheres pós-menopáusicas. |
17 mulheres 8 (GA) 9 (GC) (média de 54 anos) |
Sim |
9 meses |
Treinamento com peso |
Freq. 3x/sem. Vol. 15 a 10 RM |
- de 1,6% na DMO lombar do GA e ¯ 3,6% no GC. - Efeito não sign. na DMO do colo femoral e na parte distal do pulso. |
Rikli e McManis35 |
Determinar os efeitos de um programa de treinamento no conteúdo mineral ósseo em mulheres na pós-menopausa. |
31 mulheres. 10 (ginástca aeróbica); 10 (trein. resistido) 10 (GC) (57-83 anos) |
Sim |
10 meses |
Ginática aeróbica; Treinamento com peso |
Freq. 3x/sem |
- de 1,38% do CMO nos grupos ativos. - ¯ de 2,5% do CMO no GC. |
Ryan et al32 |
Determinar os efeitos de 6 meses de treinamento resistido na DMO total e regional e no CMO. |
10 homens; 7 mulheres (20-29 anos) 10 homens; 10 mulheres (60-74 anos) |
__ |
6 meses |
Treinamento de força |
Freq. 3x/sem. Vol. 12 a 15 RM |
- sign. na DMO do colo do femoral, no triângulo da divisão, no trocânter maior - A DMO total e da coluna lombar (L2-L4) não mudou. - no CMO total. - na massa magra nos homens e mulheres mais novos e homens mais velhos. - ¯ DO percentual de gordura (P<0,05) corporal somente nos homens mais novos. - As forças da parte superior e inferior do corpo aumentaram em todos os grupos (P<0,01). |
Vicent e Braith28 |
Examinar o efeito do exercício de resistência na DMO e nos marcadores biológicos do retorno ósseo em idosos. |
Homens e mulheres (60-83 anos) Grupos: - Int. Baixa (LEX)- 24 ; - Int. alta (HEX)- 22; - Controle – 16. |
Sim |
6 meses |
Treinamento de força. |
Int. baixa Vol. 50% de 1RM 13 repetições. Int. alta Vol. 80% de 1RM 8 repetições. |
- ↑ sign. (P< 0,05) da DMO do colo do femoral → 1,96% par o grupo HEX. |
Villareal et al29 |
Determinar o efeito do treinamento de exercícios sobre a TRH e DMO em mulheres idosas fisicamente frágeis. |
28 mulheres em TRH (75-87 anos) |
Sim |
9 meses |
Terapia física (exerc. aeróbicos e de flexibilidade) TF |
Freq. 3x/sem. Int./Vol. 65 a 85% de 1 RM; 2 – 3 séries. |
- ↑ da DMO da col. lombar no GA (3,5%) vs (1,5%) no GC. - Tendência para ↑ na DMO total no GA (1,5%) vs (0,25) no GC. - ↓ do peso corporal (0,3Kg) e da massa gorda (0,4Kg) no GA. - ↑ na força muscular (9-30%) no GA. |
Cussler et al30 |
Examinar o relacionamento do treinamento progressivo da força na DMO em um grupo de mulheres pós-menopáusicas com reposição de cálcio. |
Mulheres (44-66 anos) |
Sim |
12 meses |
Treinamento de força |
Freq. 3x/sem. Int. Alta Vol. 6-8 repetições em 8 exercícios com 70-80% de 1RM. |
- ↑ na DMO do trocânter femoral. - O ↑ do peso levantado no exercício foi relacionado significantemente na DMO total. |
Ryan et al34 |
Determinar os efeitos de um programa de treinamento resistido no peso total, na DMO total e regional em mulheres mais velhas. |
Mulheres pós-menopáusi-cas (média de 62 anos) |
___ |
4 meses |
Treinamento de força |
Freq. 3x/sem. Com série decrescente (5-15 RM) |
- ↑ da força nos membros inferiores de 32-98% e nos menbros superiores de 36-65%. - A força muscular da perna foi associada significantemente com a DMO de L2- L4, do colo femoral, do triângulo de divisão femoral, do trocânter maior (r= 0,57 - 0,84). |
Chien et al37 |
Investigar a eficácia de um programa de exercícios aeróbicos de alto impacto em benefício da aptidão física e da DMO em mulheres pós-menopáusicas. |
43 mulheres - 22 (GA) - 21 (GC) (48-65 anos) |
Sim |
6 meses |
Exerc. aeróbicos: Caminhada; Subir e descer em um banco com 20cm de elevação. |
Freq. 3x/sem. Caminhada Int. acima de 70% do VO2 máx. por 30 min. Subir descer por 10 min. |
- A força do quadríceps, a resistência muscular e o VO máx. no GA tiveram melhoras significativas. - ↑ da DMO de L2-L4 (2,0%) e do colo femoral (6,8%) do GA. - ↓ da DMO de L2-L4 (2,3%) e do colo femoral (1,5%) do GC. |
DMO: densidade mineral óssea; CMO: conteúdo mineral ósseo; DO: densidade óssea; Int.: intensidade; Freq.: freqüência; Dur.: duração;
↑ : aumento; ↓ : diminuição; Sign.: significativo; TF: treinamento de força; FM: força muscular; Col.: coluna; RM: repetição máxima; “x”/sem.: sessões semanais; Exerc.: exercício; vs: versus; JRF: junção-reação-força; GRF: terra-reação-força; TRH: Terapia de reposição hormonal. GA: Grupo em Atividade; GC: Grupo Controle.Devido ao pressuposto de que o processo de remodelagem óssea dá-se em resposta à carga mecânica e que quanto maior a deformação imposta, maior seria a ativação dos osteoblastos sugere-se que os exercícios resistidos somados os exercícios aeróbicos são os mais recomendáveis para o aumento da DMO (HUMPHRIES et al., 2000; JESSUP et al., 2003; PETERSON et al., 1991; KERR et al., 2001; RIKLI; MCMANIS, 1990; VILLAREAL et al., 2003). O princípio do estímulo à osteogênese no treinamento resistido está relacionado diretamente a o estresse mecânico envolvendo a musculatura acionada (CREIGHTON et al., 2001).
Os efeitos do treinamento com pesos na DMO em mulheres idosas pós-menopáusicas foi observado em estudo experimental, que após nove meses houve aumento da DMO da coluna lombar, sendo que no grupo de controle houve uma diminuição desta variável (PRUITT et al., 1992). Os exercícios com pesos apresentaram respostas esqueléticas positivas durante e após a menopausa onde há um aumento da renovação e redução da formação óssea, proporcionam ainda risco reduzido de fraturas em mulheres idosas, visto que diminui o risco de quedas (KOHRT et al., 1997; ADAMI et al., 1999; Kemmler et al., 2002; PRUITT et al., 1992; VINCENT; BRAITH, 2002; CUSSLER et al., 2003; RYAN et al., 1998 ).
O treinamento de força (TF), inserido no trabalho de resistência oferece considerável reforço para o incremento da massa óssea (MENKES et al., 1993; VOURI et al., 1994; ADAMI et al., 1999; JESSUP et al., 2003; KEMMLER et al., 2002; PETERSON et al., 1991;VILLAREAL et al., 2003; CUSSLER et al., 2003; RYAN et al., 1998). O treinamento resistido é uma maneira de diminuir o declínio da força e da massa muscular relacionado à idade. A massa corporal e a musculatura são determinantes mais prováveis para as mudanças na composição corporal e na DMO em mulheres na pós-menopausa (JESSUP et al., 2003; SILVA; LÓPEZ, 2006; VILLAREAL et al., 2003). O acréscimo da massa muscular, portanto está concomitantemente relacionada ao aumento da densidade do osso (VINCENT; BRAITH, 2002).
A relação da DMO com a massa corporal total (MCT), a massa magra (MM) e a massa gorda (MG) foram analisadas em um estudo envolvendo 97 mulheres de 60-70 anos (CHAVES et al., 2005). Em tal estudo foi destacado que a MCT estava relacionada com a DMO da coluna lombar (r=0,37; p=0,01) e com a DMO do colo femoral (r=0,54, p=0,01), do mesmo modo, a massa magra foi associada à DMO da coluna lombar (r=0,26, p=0,05) e do colo femoral (r=0,44, p=0,01). No entanto a massa gorda não identificou uma relação com a DMO da coluna lombar (r=0,19, p=0,06) e DMO do colo femoral (r=0,30, p=0,01). O treinamento de força pode favorecer desse modo, um aumento na massa muscular com conseqüente remodelamento ósseo local e acréscimo na formação do osso.
Entre os estudos destacados na tabela 1, é possível referir que dez investigações utilizaram como intervenção prática o treinamento resistido (KOHRT et al., 1997; MENKES et al., 1993; VOURI et al., 1994; ADAMI et al., 1999; KEMMLER et al., 2002; PRUITT et al., 1992; RYAN et al., 2004; VINCENT; BRAITH, 2002; CUSSLER et al., 2003; RYAN et al., 1998). Em tais estudos foram apontados resultados significativos na contribuição para o aumento da massa óssea, apesar de haver diferenças encontradas no aumento da DMO em locais específicos como colo do fêmur (CF) e coluna lombar (CL), delimitados no objetivo e na intervenção de cada estudo. A análise dos efeitos do TF sobre a DMO utilizando-se exercícios de flexão, extensão, abdução e adução do joelho, bem como exercícios para fortalecimento da musculatura do tronco exibiu como resultados um aumento significativo da DMO do fêmur, contudo a DMO da coluna vertebral e a DMO total não apresentou implicâncias significativas (MENKES et al., 1993).
A somação dos exercícios resistidos com os exercícios aeróbios foi citada em seis estudos (HUMPHRIES et al., 2000; JESSUP et al., 2003; PETERSON et al., 1991; KERR et al., 1991; RIKLI; MCMANIS, 1990; VILLAREAL et al., 2003) ,sendo evidenciado a indicação desta prática para o aumento da DMO. A investigação dos efeitos na DMO em mulheres idosas servindo-se desta conciliação de exercícios ostentou resultados positivos da DMO do colo femoral do grupo ativo (1,9% a 9,6%) (JESSUP et al., 2003).
Em estudo experimental, por intermédio de um programa de hidroginástica dirigido a dez idosas portadoras da síndrome osteoporótica, após 10 meses de intervenção foi verificado um incremento de 5,6% na DMO da CL em 70% do grupo que sofreu tal intervenção, semelhante às melhorias identificadas na DMO do fêmur (3% em 60% do grupo experimental) (SILVA; LÓPEZ, 2006). Ao considerar que a relação do exercício físico com a massa óssea parece ser mais intenso utilizando-se exercícios em terra, devido ao efeito gravitacional que envolve a sustentação do próprio corpo, o programa de hidroginástica proporciona uma nova vertente e possibilidade de intervenção no controle da osteoporose.
Convém ressaltar a inexistência do impacto físico nos exercícios realizados em um programa de hidroginástica, porém por intermédio do uso de materiais adequados, a exemplo de caneleiras e halteres é possível aumentar a intensidade do exercício físico, além das variações impostas pelo nivelamento da água da piscina (SILVA; LÓPEZ, 2006).
A corrida de longa distância constitui outra intervenção apresentada na tabela 1, embora não corresponda à faixa etária pertinente ao vigente trabalho é válido referi-lo mediante a justificativa conscientizadora de que níveis adequados de atividade física na juventude são importantes para que as pessoas alcancem uma massa óssea satisfatória, capaz de minimizar as chances de um quadro osteoporótico prematuro. Os efeitos do treinamento de corrida de longa distância na densidade óssea foram significativos, sendo identificados incrementos na DMO da coluna e do fêmur comparado ao grupo de controle (GC), além do aumento da massa magra no grupo ativo (GA), em relação ao GC, em que houve um acréscimo na quantidade de gordura corpórea (CESAR et al., 2001).
Nos estudos apresentados na tabela 1, quinze utilizaram grupo de controle, o que permitiu uma maior confiabilidade nos resultados. E ainda, apenas três dos estudos apresentados incluíram na amostra o público masculino, tal fato pode ser entendido pela menor perda óssea nos anos subseqüentes da vida comparados às mulheres, e talvez, pelo maior contingente de idosas na sociedade atual, por conta da maior expectativa de vida das mulheres em relação aos homens (OLIVEIRA et al., 2006).
O período de intervenção constitui uma variável relevante que pode dificultar as comparações entre os estudos apresentados nesse levantamento bibliográfico. Na tabela 1, é possível verificar uma ampla variação nos períodos temporais de investigação, tendo uma variação de quatro à vinte e quatro meses nas intervenções, sendo que oito estudos apresentaram um período de intervenção igual ou superior a dez meses.
Em relação às amostras dos estudos é possível verificar o número reduzido (<20) de pessoas idosas (SILVA; LÓPEZ, 2006; CESAR et al., 2001; KOHRT et al., 1997; MENKES et al., 1993; JESSUP et al., 2003; PETERSON et al., 1991; PRUITT et al., 1992; RIKLI; MCMANIS, 1990; RYAN et al., 2004), talvez pela dificuldade de assiduidade de tais pessoas durante um longo período de intervenção. O aumento da amostra no grupo de intervenção, como no de controle possibilitará resultados que possam ser mais generalizados.
Nos parâmetros de controle do exercício físico (intensidade, volume e freqüência) referidas nos estudos, notaram-se algumas diferenças entre as mesmas. A freqüência que corresponde ao número de vezes que se executam as sessões de treinamento variou entre duas à quatro vezes semanais, sendo a freqüência de três vezes semanais, a mais aplicada nos estudos (SILVA; LÓPEZ, 2006; MENKES et al., 1993; JESSUP et al., 2003; PETERSON et al., 1991; KERR et al., 2001; PRUITT et al., 1992; RIKLI; MCMANIS, 1990; RYAN et al., 2004; VILLAREAL et al., 2003; CUSSLER et al., 2003; RYAN et al., 1998; CHIEN et al., 2000).
A intensidade que era praticada os exercícios não foi explicitada na maior parte dos estudos, porém nos que apresentaram a descrição de tal parâmetro tem se optado por estímulos de moderados a fortes (CESAR et al., 2001; JESSUP et al., 2003; VINCENT; BRAITH, 2002; VILLAREAL et al., 2003; CUSSLER et al., 2003; CHIEN et al., 2000; MENKES et al., 1993; VOURI et al., 1994; HUMPHRIES et al., 2000).
O volume dos exercícios foi o que mais diferiu nos estudos analisados. O volume diz respeito ao número de séries, número de exercícios, duração da sessão, número de repetições. Alguns estudos apresentados não descrevem com precisão o volume utilizado nos respectivos programas de exercícios físicos, o que dificulta a compreensão de tais intervenções. Nas investigações que descreveram o volume no treinamento de força foram identificadas variações no número de séries (de uma a três séries), no número de repetições (de três à quinze), sendo que a duração da sessão apresentou uma variação entre 30 a 70 minutos.
Considerações finais
É possível traçar algumas considerações entre os estudos revistos, direcionados para a manutenção e/ou melhoria da massa óssea em idosos, em que foram observadas amplas variações à cerca do tipo de exercício físico e seus parâmetros de controle, discriminados pela intensidade, freqüência e volume.
Dentre os tipos mais indicados para a contribuição da osteogênese o treinamento resistido é o mais comum em tais estudos. Por mecanismos ainda pouco evidentes, os exercícios mais eficientes são os que implicam sobrecarga gradativa e controlada. Fato este observado nos incrementos da DMO do trocânter femoral após um treinamento de força progressivo.
A utilização de exercícios aquáticos, embora não seja os mais utilizados para o aumento da DMO, é destacado como vantajoso método de treinamento para pessoas mais propensas as lesões, devido o armotecimento dos impactos articulares no meio líquido.
É necessário, que se realizem intervenções de exercícios físicos de modo prolongado, com o maior número de sujeitos na amostras (GA e GC) e a utilização imprescindível de um grupo de controle. Os parâmetros relacionados à intensidade, volume e freqüência devem merecer particular atenção, uma vez que são variáveis determinantes na eficiência da intervenção.
As estratégias de promoção de saúde conciliadas ao envelhecimento humano, devem incluir o incentivo à prática de exercícios físicos, a fim de minimizar os efeitos degenerativos que o processo de senescência acarreta. Os exercícios físicos realizados de forma eficiente parecem representar uma alternativa não farmacológica, não evasiva, segura e capaz de influenciar positivamente no incremento da densidade mineral óssea em pessoas idosas.
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digital · Año 13 · N° 124 | Buenos Aires,
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