efdeportes.com
Determinação do consumo máximo de oxigênio das mulheres de terceira idade sem esforço fìsico

 

*Graduado em Educação Física pelo UnC, Brasil

Especializado em Fisiologia do Esforço pela UFPR, Brasil

** Mestre em Fisiologia do Esforço pela UFSM, Brasil

Mestre em Ciências do Esporte pelo IESCFS, Rússia

Graduada em Educação Física pelo IESCFS, Rússia

*** Doutor em Ciências Pedagógicas pelo UEPK, Rússia

Livre Docente em Educação Física pelo UTAK, Rússia

Graduado em Educação Física pelo UEPK, Rússia

Eduardo Kalinine*

Galina Kalinina**

Iouri Kalinine***

iourikalinine215@gmail.com

 

 

 

Resumo

          A grandeza do consumo máximo de oxigênio é o valor quantitativo do nível de Saúde Somática do ser humano e pode ser considerado como o indicador da “Quantidade de Saúde”. Os métodos existentes da determinação de VO2máx exigem esforço físico elevado e por isso não podem ser recomendados para pessoas de terceira idade, pois a maioria delas é debilitada fisicamente e o esforço físico elevado pode provocar os danos para sua saúde. O objetivo da pesquisa foi descobrir se há correlação alta e significativa entre determinação do VO2máx das mulheres da terceira idade pela metodologia de Kalinine que é baseada na regressão múltipla entre VO2máx e FCr, PASr, PADr, %G e pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina. A amostra foi composta por dezesseis mulheres sadias que fazem parte do Grupo de terceira idade de academia Corpo e Água de Concórdia. Os instrumentos metodológicos utilizados foram: Metodologia de Kalinine e Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina. Os resultados de pesquisa mostraram que o coeficiente de correlação entre VO2máx determinado pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina e VO2máx determinado pela metodologia de Kalinine é de r = 0,904; p < 0,001. Conclusão: Os dados encontrados mostram que a metodologia de Kalinine pode ser utilizada para determinação de VO2máx das mulheres de terceira idade.

          Unitermos: Mulher. Terceira idade. Consumo máximo de oxigênio.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 124 - Setiembre de 2008

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Introdução

    Um dos problemas que surgiu atualmente em todos os paises do mundo é aumento rápido de porcentagem das pensionistas, cidadãos que ultrapassavam 60 anos de idade que, segundo governantes destes paises, elevam gastos sociais no nível que não conseguem manter as pessoas ativas, assustando e ao mesmo tempo colocando em risco toda a estrutura político-social que vinha sendo traçada até nossos dias. Os dados da Organização Mundial de Saúde mostram que a população de idosos acima de 60 anos, se estima, que cresça em 16 vezes no intervalo de 1950 a 2020. (MATSUDO, 2001).

    Nos estados desenvolvidos a situação é grave. Por exemplo, nos Estados Unidos o aumento esperado dos sujeitos com idade acima de 65 anos já no ano de 2010 será de 37% da população total. (HASKELL apud MATSUDO, 2001).

    Nos países em desenvolvimento como, por exemplo, Brasil a situação é amena, mas a velocidade do crescimento da população idosa é assustadora. Segundo Nahas (2001), a população brasileira acima de 60 anos cresceu de 6% no ano 1980 para 7,9% no ano 2000 com estimativa de crescer até ano 2025 acima de 13% da população total.

    Porem nos afirmamos que o problema da inatividade profissional das pessoas com idade acima de 55 anos para mulheres e 60 anos para homens pode ser resolvido se os governantes darão a maior atenção à Educação Física. Pois, segundo Amocov; Bendet, (1984), Pirogova, (1985), Pollock; Wilmore, (1993), Apanacenko, (1988), Fox; Bowers; Foss, (1991), Milhner, (1991), McArdle; Katch, F; Katch, V. (1992), Leite, (1996), Sharkey, (1998), Nahas, (2001), ACSM, (2003), a atividade física realizada corretamente não só retarda o envelhecimento do ser humano, mas permite a ele ficar ativo profissionalmente até os últimos anos de vida. O que o levará ser independente de sociedade e ser útil para o país, muito além de idade de aposentadoria.

    Considerando isso, os profissionais de Educação Física devem saber perfeitamente como elaborar corretamente os programas para o desenvolvimento orgânico do idoso através das atividades físicas. Pois, se para as pessoas jovens, um erro na elaboração do programa não levara-lo somente para o resultado desejado, o mesmo erro pode levar o sujeito de terceira idade aos danos da sua saúde. (ACSM, 2003).

    Os índices do desenvolvimento físico relacionados à saúde, segundo Nieman (1999) e Nahas (2001) são: Consumo Máximo de Oxigênio (VO2máx), Percentual de Gordura (%G), Força e Flexibilidade. Entre estes a maior influência sobre a saúde do ser humano exerce o VO2máx. (GIBBONS et. al. apud MILHNER, 1991; Apanacenko 1988; SHARKEY, 1998; BRINGMANN apud WEINECK, 2000; ACSM, 2003).

    Segundo Apanacenko (1988), o critério básico da concepção de Saúde Somática (Física) é o potencial energético do sistema biológico, pois a vitalidade de qualquer organismo vivo depende da sua possibilidade de consumo de oxigênio do meio ambiente, sua acumulação e sua mobilização para o funcionamento dos processos fisiológicos.

    Considerando que a parte da produção energética aeróbia é predominante na soma total do potencial energético do ser humano (McArdle et.al., 1992), podemos afirmar que a grandeza máxima das capacidades aeróbias do organismo é o critério básico para a Saúde Somática e capacidade vital.

    As diretrizes de ACSM (2003) estabelecem que antes da realização de qualquer programa das atividades físicas para desenvolvimento dos processos aeróbicos do ser humano, deve ser determinado o seu VO2máx. Segundo mesma fonte, deve ser dada a maior atenção neste contexto para os sujeitos de terceira idade, pois a maioria destes já tem saúde debilitada e um erro na prescrição de duração e da intensidade das atividades físicas pode danificar ainda mais a saúde destes.

    Para a determinação de VO2máx do ser humano são utilizados os métodos diretos e indiretos. Os métodos diretos se baseiam na determinação de oxigênio consumido pelo indivíduo durante o esforço físico máximo e a utilização de equipamentos sofisticados. A precisão da determinação de VO2máx pelos métodos diretos é de s = 2,5%. Os métodos indiretos se baseiam na determinação de VO2máx do indivíduo através dos testes físico-antropométricos com esforço físico submáximo e as equações matemáticas. A precisão da determinação de VO2máx pelos métodos indiretos pode alcançar s = 15% para os sujeitos de 20 a 30 anos de idade (7,5% na utilização da Equação de FOX para sexo masculino de idade de 20 a 30 anos). Nos sujeitos com idade acima de 30 anos, o erro na determinação de VO2máx aumenta á medida que aumenta a idade da pessoa. (FOX; BOWERS; FOSS, 1991).

    Nos últimos anos, para determinar o VO2máx dos idosos, ganhou popularidade o Teste de Rockport, Caminhada de 1609 metros. (MORROW et. al., 1995; SHARKEY, 1998; ASCM, 2003). O teste é fácil de ser realizado, não exige o equipamento sofisticado e tem margem de erro na determinação de VO2máx de s = 15%. Mas as pesquisas realizadas por Kalinina; Kalinine; Portela (2004) mostraram que o Teste de Rockport pode aumentar a FC nas mulheres de 30 a 50 anos de idade durante a caminhada até FC máx e pode provocar os danos para saúde.

    Considerando isso foi proposto o Teste da Caminhada de 400 metros que tem a mesma margem de erro como caminhada de 1609 metros. (KALININA; KALININE; PORTELA, 2004). Mas os resultados da pesquisa de Kalinine et al. (2008) mostraram que este teste pode provocar aumento da FC nos mulheres de 55 a 65 anos de idade durante a caminhada até FC máx.

    Isso significa que a utilização dos métodos existentes da determinação de VO2máx não é viável na determinação da Saúde Somática de pessoas de terceira idade, pois a maioria delas é debilitada fisicamente e já tem problemas com saúde, e os métodos existentes exigem esforço físico que pode provocar os danos para saúde.

    A pesquisa bibliográfica realizada mostrou que existem correlações significativas entre a maioria dos índices básicos do funcionamento dos sistemas de atividade vital do organismo humano e VO2máx. (COOPER, 1982; POLLOCK; WILMORE, 1993; KALININA; KALININE; MÜLLER, 2004). Considerando disto, nos achamos que um dos métodos que pode ser criado para resolver este problema é o método baseado nas dependências correlacionais entre o VO2máx e os índices básicos do funcionamento sadio dos sistemas de atividade vital do organismo humano que podem ser medidos através dos equipamentos simples, sem esforço físico e podem ser realizados até pelo próprio sujeito.

    Para isso, com a base de utilização dos dados do Cooper Clinic Coronary Risk Factor Profile Chats Charts, que foram coletados de 26933 pacientes de sexo feminino em avaliação na Cooper Clinic e dos padrões estabelecidos no Institute of Aerobics Research, Texas, 1989 (retirados de Quadros A-7 a A-11 de POLLOCK; WILMORE, 1993, p. 652 - 656), foi elaborado pelo Prof. Dr. Iouri Kalinine, para determinar o VO2máx dos sujeitos sedentários de sexo feminino de idade de 30 a 70 anos, a seguinte equação:

VO2 máx = 46,4 + 0,0019 Id2 – 0,4 Id + (63,8 + 0,051 Id - FCr) 0,14 + (107,5 + 0,0082 Id2 – 0,24 IdPASr) (0,53 +0,0053 Id – 0,0001 Id2 ) 0,25 + (59,2 + 0,54 Id - 0,0034 Id2 - PADr) (0,88 – 0,0052 Id) 0,25 + (9,41 + 0,49 Id – 0,0025 Id2 - %G) (0,14 + 0,039 Id – 0,0005 Id2 ) 0,25

    Onde: 

  • Id – idade do testado em anos;

  • FCr – freqüência cardíaca em repouso;

  • PASr – pressão arterial sistólica em repouso sentado;

  • PADr – pressão arterial diastólica em repouso sentado;

  • %G – percentual de gordura do testado.

Objetivo

    O objetivo da pesquisa foi descobrir se há correlação alta e significativa entre determinação do VO2máx das mulheres da terceira idade pela metodologia de Kalinine que é baseada na regressão múltipla entre VO2máx e FCr, PASr, PADr, %G e pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina.

Metodologia

    A amostra foi composta por mulheres sadias que fazem parte do Grupo de terceira idade de academia Corpo e Água da cidade de Concórdia, que responderam nas todas as perguntas do Questionário de Prontidão para Atividade Física - PAR-Q (ACSM, 2003, p. 16) “não” e que não tomam nenhum remédio que controla funcionamento do sistema cardiovascular. No total foram escolhidas 16 mulheres sadias.

Procedimentos da pesquisa

    A pesquisa foi realizada nas residências de moradia das mulheres de amostra e nas dependências do Núcleo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde de UnC em cinco fases:

    Na primeira fase da pesquisa foi realizada a reunião com as mulheres de amostra, onde eles foram informados e orientados, de forma clara e detalhada a respeito dos objetivos, justificativa e metodologia da pesquisa. No final da reunião todos que concordaram a participar na pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

    Na segunda fase foram determinados FCr, PASr, PADr e %G em repouso sentado das mulheres de amostra. A avaliação da Freqüência Cardíaca e da Pressão Arterial em Repouso das mulheres de amostra pesquisada foi realizada pelo próprio pesquisador na casa de cada uma das participantes logo após de acordar e antes de qualquer atividade domestica e café de manha.

    O sujeito pesquisado permaneça sentado por pelo menos 5 minutos em uma cadeira com as costas apoiadas e os braços descobertos e colocados ao nível do coração. Neste período o pesquisador observa o comportamento da Freqüência Cardíaca do avaliado através do Relógio ACCOREX PLUS. No momento quando a FC do avaliado fica inalterada durante de 30 segundos ele marca o valor de Freqüência Cardíaca em Repouso (FCr).

    Depois Insufla rapidamente a pressão do manguito ate 20 mm Hg acima da PA sistólica estimada e libera lentamente a pressão com o ritmo igual a 2 a 3 mm Hg/s, observando o primeiro ruído claro da Korotkoff e marca valor de Pressão Arterial Sistólica em Repouso (PASr). Continua liberando a pressão, observa quando o ruído desaparece e marca valor de Pressão Arterial Diastólica em Repouso (PASr).

    O procedimento descrito no ultimo parágrafo foi repetido três vezes. Para cálculos posteriores devem ser utilizados os valores médios de PASr e PADr.

    Para determinação de percentagem de Gordura Corporal (%G) foi utilizada a metodologia da determinação de %G através de mensuração de sete dobras cutâneas. (ACSM, 2003, p. 43-45) e utilização das equações seguintes:

  • Densidade Corporal = 1,097 – 0,00046971 (Soma de 7 Dobras Cutâneas) + 0,00000056 (Soma de 7 Dobras Cutâneas)2 – 0,0012828 (Idade).

  • % G = 495/ Densidade corporal - 450

    Na quarta fase da pesquisa foram determinados os valores de VO2máx dos sujeitos de amostra pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina. (KALININA; KALININE; PORTELA, 2004).

    Na quinta fase de pesquisa foi realizada a elaboração dos dados adquiridos e a análise comparativa dos mesmos.

    Na coleta de dados do presente estudo foram utilizados os seguintes instrumentos: Transmissor Polar, Relógio ACCOREX PLUS, INTERRACE PLUS, MC PENTIUM, Cronômetro esportivo,

    Esfigmomanômetro tipo Wan Ross com estetoscópio, Adipômetro tipo Cescorf Científico, Balança de alavanca FilizolaTM com precisão de ±50g, Estadiômetro de madeira com precisão de ±0,5cm, Pista de atletismo.

    O tratamento estatístico dos resultados adquiridos foi realizado através dos métodos da estatística descritiva (média, desvio padrão e percentagem) e analítica (Teste “t” de Student para amostras independentes e correlação de Pearson).

    O nível de confiança adotado, a = 0,05.

Resultados e discussão

Tabela 1. Dados antropométricos das mulheres da amostra pesquisada

Nome

Idade

Peso

Estatura

IMC

Obesidade* (classificação)

Legenda

anos

kg

m

n = 16

Max.

65,0

99,3

1,71

34,4

 

Min.

45,5

54,3

1,48

20,9

 

Média

57,7

69,5

1,615

26,4

Sobrepeso*

DP

5,6

13,6

0,07

4,4

 

Obs.: * Segundo AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua Prescrição. 6. Ed. Rio de Janeiro: Editora GUANABARA KOOGAN S.A, 2003, p. 43.

    Os resultados apresentados na Tabela 1 mostram que, em média, as mulheres de amostra pesquisada têm sobrepeso (Média de IMC = 26,4; DP = 4,4). Entre estes sete mulheres têm obesidade normal, cinco mulheres têm sobrepeso e quatro mulheres têm obesidade classificada como Obesidade I.

Tabela 2. Dados da determinação do VO2máx das mulheres de amostra pesquisada pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina

Nome

Idade

Peso

T400

FCf

VO2máx

Classificação do VO2máx*

Legenda

anos

kg

minutos

bpm

ml·kg-1·min-1

1

63

70,7

3,4

136

29,3

Acima da média

2

60,8

99,3

3,76

125

22,4

Abaixo da média

3

56,4

74,6

3,16.

154

31,4

Acima da média

4

45,5

81,4

3,69

121

33

Acima da média

5

63,8

58,1

3,12

151

32,3

Bom

6

46,4

82,1

3,47

162

28,6

Média

7

59

66,9

3,45

146

29,2

Acima da média

8

59,2

55,4

3,35

142

31,7

Acima da média

9

60,3

67,5

2,78

174

32,7

Bom

10

54,3

58,2

3,82

144

28

Acima da média

11

61,5

57,2

3,75

136

27,6

Média

12

65

61

3,88

125

25,7

Média

13

59,5

54,3

3,36

160

30,2

Acima da média

14

58,9

94

3,8

144

20,6

Ruim

15

56,6

65,2

3,75

136

27,8

Média

16

53,1

66,2

3,22

142

35,3

Bom

Média

57,7

69,5

3,51

143,6

29,1

Acima de média

DP

5,6

13,58

0,31

14,3

3,9

Obs.: * Segundo Y`s Way to Physical Fitness: The Complete Guide to Fitness and Instruction apud POLLOCK; WILMORE, 1993, p.667.

T400m – Tempo de caminhada de distância de 400 metros, em minutos.

FCf - Freqüência cardíaca nos últimos 15 segundos de caminhada de 400 metros, em bpm.

    Os resultados apresentados na Tabela 2 mostram que, em média, as mulheres de amostra pesquisada têm nível do desenvolvimento do VO2máx Acima de média (Média de VO2máx = 29,1; DP = 3,9). Entre estes três mulheres tiveram o nível do desenvolvimento do VO2máx “Bom”, oito mulheres tiveram o nível do desenvolvimento do VO2máx “Acima de média”, quatro mulheres tiveram o nível do desenvolvimento do VO2máx “Média” e uma mulher teve o nível do desenvolvimento do VO2máx “Ruim”.

Tabela 3. Dados da determinação do VO2máx das mulheres de amostra pesquisada pela Equação de Kalinine

Nome

FCr

PASr:

PADr:

%G:

VO2máx

Legenda

bpm

mm Hg

%

ml·kg-1·min-1

1

74

118

78

29,9

28,9

2

83

126

84

35,7

24,9

3

63

118

78

34,6

29,8

4

79

110

80

31,6

29,1

5

57

114

80

26,8

31,9

6

82

114

73

33,5

28,9

7

62

120

76

31,3

30,5

8

64

114

74

19,2

33,3

9

61

110

78

25

32,6

10

71

120

80

31,7

28,7

11

64,5

122

88

31,6

28,1

12

66

132

70

32,7

29,2

13

66

117

77

26,1

31

14

84

139

91

40,1

21,4

15

70

124

82

30,2

28

16

59

114

70

24,4

34,1

Média

69,1

119,5

78,7

30,3

29,4

DP

8,9

7,8

5,8

5,0

3,1

Obs.: FCr – Freqüência cardíaca em repouso sentado.

PASr – Pressão arterial sistólica em repouso sentado.

PADr – Pressão arterial sistólica em repouso sentado.

%G – Percentual de gordura no corpo de mulher pesquisada.

 

Tabela 4. Análise comparativa da determinação do VO2máx das mulheres de amostra pesquisada pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina e pela Equação de Kalinine

Nome

VO2máx (400m)

VO2máx (Equação)

Δ

Δ%

Legenda

ml·kg-1·min-1

ml·kg-1·min-1

ml·kg-1·min-1

%

1

29,3

28,9

0,4

1,4%

2

22,4

24,9

-2,5

- 11,2%

3

31,4

29,8

1,6

5,1%

4

33

29,1

3,9

11,8%

5

32,3

31,9

0,4

1,2%

6

28,6

28,9

-0,3

-1,0%

7

29,2

30,5

-1,3

- 4,5%

8

31,7

33,3

-1,6

- 5,0%

9

32,7

32,6

0,1

0,3%

10

28

28,7

-0,7

- 5%

11

27,6

28,1

-0,5

- 1,8%

12

25,7

29,2

-3,5

- 13,6%

13

30,2

31

-0,8

- 2,6%

14

20,6

21,4

-0,8

- 3,9%

15

27,8

28

-0,2

- 0,7%

16

35,2

34,1

1,1

3,1%

Média

29,1

29,4

-0,29*

- 1,0%*

DP

3,9

3,1

1,69

DP da média

0,98

0,78

0,42

- 0,25%

Obs.: * Não há diferença significativa, p < 0,001.

Δ = VO2máx (400m) - VO2máx (Equação)

    Os resultados apresentados na Tabela 9 mostram que não há diferença significativa entre determinação do VO2máx das mulheres de amostra pesquisada pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina e determinação do VO2máx nas mesmas mulheres pela Equação proposta (Δ% = 1,0%; p < 0,001).

    A análise correlativa entre a determinação do VO2máx das mulheres de amostra pesquisada pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina e determinação do VO2máx pela equação de Kalinine mostrou o coeficiente de correlação, r = 0,904; p < 0,001.

    Os dados encontrados mostram que a Equação de Kalinine pode ser utilizada para predição de VO2máx das mulheres de 45 a 65 anos de idade. O erro padrão da predição de VO2máx das mulheres de 45 a 65 anos de idade pela Equação de Kalinine é mesmo, segundo dados apresentados na tabela 4, como o erro padrão da predição de VO2máx das mulheres de 45 a 65 anos de idade pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina, que, segundo Kalinine; Kalinina; Portela (2004) é de s = 15%.

    A equação proposta pode ser utilizada também para predição de VO2máx dos sujeitos com problemas ortopédicos, que não tem condições de caminhar normalmente. Porem, para maior confiança, a metodologia da predição de VO2máx pela a Equação de Kalinine deve ser validada através da comparação com a determinação de VO2máx dos sujeitos pelo método direto e com uma amostra maior e mais heterogenia.

Conclusão

    Na base dos dados encontrados na pesquisa podemos fazer as seguintes conclusões:

    Existe correlação alta e significativa entre determinação do VO2máx das mulheres da terceira idade pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina e pela Equação de Kalinine [VO2máx = 46,4 + 0,0019 Id2 – 0,4 Id + (63,8 + 0,051 Id - FCr) 0,14 + (107,5 + 0,0082 Id2 – 0,24 Id – PASr) (0,53 +0,0053 Id – 0,0001 Id2 ) 0,25 + (59,2 + 0,54 Id - 0,0034 Id2 - PADr) (0,88 – 0,0052 Id) 0,25 + (9,41 + 0,49 Id – 0,0025 Id2 - %G) (0,14 + 0,039 Id – 0,0005 Id2 ) 0,25]. O coeficiente de correlação entre VO2máx determinado pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina e VO2máx determinado pela Equação de Kalinine é de r = 0,904; p < 0,001.

A Equação de Kalinine pode ser utilizada para predição de VO2máx de mulheres de 45 a 65 anos de idade.

Referências

  • AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua Prescrição. 6. Ed. Rio de Janeiro: Editora GUANABARA KOOGAN S.A. 2003.

  • AMOCOV, N.M. & BENDET, Y.A. Atividade Física e Coração. Saúde. Kiev, 1984. (Tradução nossa).

  • APANACENKO, G.L. Saúde Física do Indivíduo: os aspectos metodológicos, n.2. Boletim de academia das Ciências Médicas de URSS, 1988. (Tradução nossa)

  • COOPER, K. N. The Aerobics Program for Total Well-Being, Toronto, Nev York, London, Sydney, Aucland: Bantam Books, 1982.

  • FOX, L.E., BOWERS, R.W., FOSS, M.L. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1991.

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revista digital · Año 13 · N° 124 | Buenos Aires, Setiembre de 2008  
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