efdeportes.com
Análise do nível de tonicidade, equilíbrio e praxia global em
escolas públicas e particulares na zona oeste do Rio de Janeiro

 

*Graduada/o em Educação Física (UNESA)

**Especialistas em Educação física escolar (UGF)

Sport: Laboratório de história do esporte e do lazer (UFRJ)

(Brasil)

Fabio Eduardo Brasil Santos*

fabiobrasiltkd@yahoo.com.br

Andressa Sheyene Moreira de Alcantara*

sheyene@pop.com.br

Ana Claúdia Jean Marie Borges Pereira*

annnaclaudia@hotmail.com

Nei Jorge dos Santos Junior**

edfnei@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          Especificamente na 3ª e 4ª série do ensino fundamental, a Educação Física prioriza o desenvolvimento dos domínios motores associados aos domínios cognitivos e afetivos, onde o seu conteúdo é claro e bem adaptado através de jogos. O presente estudo teve como objetivo analisar o nível de Tonicidade, Praxia Global e Equilíbrio dos alunos de escolas públicas e particulares que freqüentam o segundo ciclo do Ensino Fundamental. Para a escolha do grupo a ser avaliado neste estudo, foram utilizados os seguintes pré-requisitos: Alunos de 4ª série do Ensino Fundamental; Escolas Públicas e Particulares da Zona Oeste do Rio de Janeiro; Ambos os Gêneros; Com idade compreendida entre 9 e 11 anos. Foi utilizado como instrumento de avaliação para consecução do trabalho o protocolo de Avaliação desenvolvido e adaptado por Mattos (2005) de avaliação da Tonicidade, Equilíbrio e Praxia global. Na classificação de Tonicidade a Escola Particular obteve melhores resultados do que o da Escola pública, ao contrário do Equilíbrio e da Praxia Global.

          Unitermos: Psicomotricidade. Ensino fundamental. Educação Física.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 123 - Agosto de 2008

1 / 1

Introdução

    De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Nacional (LDB, 1996) é de responsabilidade do profissional de Educação Física – que atua no ensino fundamental – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores.

    Especificamente na 3ª e 4ª série do ensino fundamental, a Educação Física prioriza o desenvolvimento dos domínios motores associados aos domínios cognitivos e afetivos, onde o seu conteúdo é claro e bem adaptado através de jogos, lutas e atividades rítmicas; nessas séries subseqüentes os alunos permitem ao professor uma análise mais criteriosa de sua prática, sabendo assim se os conteúdos ministrados contribuem de maneira integral para a sua formação, como preconiza a educação.

    Quando uma criança interage com pessoas em seu ambiente e em cooperação com companheiros os processos internos de desenvolvimento são despertados através da aprendizagem (Vygotsky, 1991 apud Ferreira et. al 2002). Podemos refletir então sobre a importância das habilidades motoras serem bem trabalhadas das mais diversas formas durante a primeira e a segunda série do ensino fundamental, servindo de base para os alunos e reduzindo o tempo de aprendizagem e fixação necessária para a manifestação correta do gesto motor na iniciação dos desportos a serem trabalhados na terceira e quarta série do ensino fundamental.

    Sabe-se que a aprendizagem de uma habilidade motora envolve três estágios: cognitivo, associativo e autônomo. (FITTS; POSNER, 1967 apud MAGILL, 2000), associando estes estágios ao tempo e a prática de um aluno que freqüentou todo o primeiro ciclo do ensino fundamental, subentende-se que o mesmo está no estágio associativo da aprendizagem, que é o processo de refinamento do desempenho bem-sucedido da habilidade, ou até mesmo no estágio autônomo.

    A escola deve ter o compromisso de estabelecer uma compreensão sobre a prática corporal, as emoções e os sentidos permitindo autonomia, conscientização e crítica aos indivíduos para que a atividade física e o esporte possam ser considerados não como um modismo, mas sim como um bem vitalício (MELO e TAVARES, 2006).

    Nesse estudo utilizaremos a Tonicidade, o equilíbrio e a Praxia global como parâmetro, já que as mesmas são alicerces para a aprendizagem desportiva, essas habilidades são definidas como: Tonicidade (classificada como de fundo e de ação) de fundo: Capacidade de relaxamento passivo dos membros e suas extremidades distais; de ação: É o maior comprimento possível que podemos imprimir a um músculo afastando suas inserções (MATTOS E KABARITE, 2005); Equilíbrio: É a habilidade de um indivíduo manter a postura de seu corpo inalterada, quando este é colocado em várias posições; Praxia global: É a habilidade de integrar, em padrões eficientes de movimento, sistemas motores separados com modalidades sensoriais variadas (GALLAHUE E OZMUN, 2005).

    Quando uma criança brinca espontaneamente ela descobre ajustes complexos, diversos e progressivos da atividade motriz caminhando para um conjunto de movimentos coordenados para um fim a ser alcançado; Certos fatores de ação –força muscular, resistência, entre outros– são reforçados na criança quando ela consegue um funcionamento global dos mecanismos reguladores do equilíbrio e da atitude gerando assim a perfeição progressiva do ato motor. Os movimentos defeituosos consomem mais energia que poderia ser utilizada para trabalhos neuromusculares, esse desgaste resulta em fadiga corporal, mental e aumenta o nível de estresse de um indivíduo (ROSA NETO, 2002).

    Será enfatizado no presente estudo a fase motora especializada onde com aproximadamente 8 anos a criança entra no estágio de habilidade motora transitória combinando e aplicando as habilidades motoras fundamentais ao desempenho de habilidades especializadas no esporte (Gallahue e Ozmun, 2005); Sendo assim podemos afirmar que as habilidades motoras –classificada como transitórias- utilizadas no esporte são basicamente a aplicação do padrão de movimento fundamental com mais complexibilidade e em forma mais específica.

    Esse estudo mostra-se importante para o conhecimento do nível de habilidade motora que os alunos da quarta série do ensino fundamental apresentam, ressaltando que o processo ao longo da fase de habilidades motoras especializadas depende do desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais maduras (Gallahue e Ozmun, 2005).

    Segundo o Syndicat National d’Union dês Psychomotriciens (SNUP, 1995 apud Mattos e Kabarite, 2005), a avaliação psicomotora permite: Avaliar as dificuldades, assim como as possibilidades, resultando o sujeito no curso de sua evolução; Apreciar a qualidade dos modos de relação que o sujeito instaurou com seu meio ambiente, seu contexto; Abordar o conjunto da atividade e expressão corporal nos campos como: As coordenações, o equilíbrio; O tônus, o conhecimento e a consciência do corpo; A estruturação do espaço e do tempo, a lateralidade; O gesto gráfico; O corpo em sua relação ao meio habitual e diante das situações não habituais.

    Tendo em vista o exposto, o presente estudo teve como objetivo analisar o nível de Tonicidade, Praxia Global e Equilíbrio dos alunos de escolas públicas e particulares que freqüentam a quarta série do ensino fundamental.

Matérias e métodos

    Para a escolha do grupo a ser avaliado neste estudo, foram utilizados os seguintes pré-requisitos: Alunos de 4ª série do Ensino Fundamental; Escolas Públicas e Particulares da Zona Oeste do Rio de Janeiro; Ambos os Gêneros; Com idade compreendida entre 9 e 11 anos.

    A amostra de voluntários foi composta por 65 indivíduos, sendo que 45 são do CIEP Maestro Heitor Villa Lobos (24 do gênero feminino e 21 do gênero masculino) e 20 individuos do Centro Cultural Pedro II (11 do gênero feminino e 09 do gênero masculino), todos os colégios situados no bairro de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

    Foi utilizado como instrumento de avaliação para consecução do trabalho o protocolo de Avaliação desenvolvido e adaptado por Mattos (2005) de avaliação da Tonicidade, Equilíbrio e Praxia global, de crianças com idade entre 9 e 11 anos.

    No exame de Tônus foram realizadas provas de passividade onde o sujeito deve permanecer passivo e relaxado durante a execução das manobras pelo examinador realizada nos punhos, no cotovelo (mantendo o braço ao longo do corpo e imobilizando somente o antebraço), nos ombros (Sustentar o braço em semiflexão e soltá-lo devendo ele pendular), no tronco (imprimir balanceio e observar a evolução do movimento no corpo), nos joelhos e nos tornozelos; Nas provas de extensibilidade o sujeito deve promover a extensão do referido segmento corporal sem desconforto e serão observados os ângulos formados pelo segmento em questão: Punhos, Cotovelos, Ombros, Tronco e Pescoço. Na prova de Sincinesias foi analisado o tipo (Tônica ou Tônica Cinética), Intensidade (Pouca ou Muita), Presença ou ausência de Sincinesia de imitação e axiais; Na parte de controle Tônico-postural a repercutividade, a instabilidade postural e de ação foram analisadas como presente ou ausente.

    A prova de Equilibração foi realizada com primeiramente o equilíbrio estático (sujeito de pé, braços ao longo do corpo, pés unidos e olhos fechados por 60 segundos), e após o equilíbrio dinâmico (pular com os dois pés juntos uma corda estendida no chão e andar em linha reta – 2 metros- encostando ponta de um pé no calcanhar de outro pé).

    Nas provas de Praxia Global o sujeito deve com os pés juntos, saltar para frente e mantê-los unidos até o contato com o chão, após saltar sem impulso, acima de um elástico colocado a 20 cm do chão (joelhos flexionados); Saltar uma distância de 5 metros com a perna esquerda, a outra flexionada em ângulo reto com joelho, os braços ao longo das coxas, após 30 segundos de repouso o mesmo exercício com a outra perna; Na coordenação oculomotora pede-se que o sujeito efetue cinco lançamentos de uma bola de tênis no cesto que está colocado a certa distância de 2,50 m, após apanhar com uma mão uma bola de 6 cm de diâmetro lançada a 3 m de distância, realizar o mesmo exercício com a outra mão, e na coordenação oculopedal sugere-se ao sujeito que realize 5 chutes na bola de tênis com o objetivo de fazer a bola passar entre as pernas da cadeira, a uma distância de 2,50 m; Na dissociação de movimentos os sujeitos foram observados no que concerne membros superiores entre si, membros inferiores entre si e à dissociação entre os superiores e inferiores, onde sugere-se que se realizem vários batimentos das mãos sobre a mesa (membros superiores), de pé ou sentada com batimentos de pé no chão (membros inferiores) e em seguida a coordenação e dissociação das 4 extremidades.

Análise de dados

    A seguir serão expostos os resultados do CIEP Heitor Vila Lobos e do Centro Cultural Pedro II, respectivamente, no presente estudo:

Tabela A. Média e desvio-padrão dos índices de passividade de MMSS do Colégio Público estratificado por gênero

Colégio Público

MMSS - PASSIVIDADE

 

 

P

C

O

Feminino

Média

2,25

2,75

2,38

 

Desvio Padrão

0,99

0,53

1,41

Masculino

Média

2,43

2,62

3,05

 

Desvio Padrão

0,68

0,59

1,08

 Tabela B. Valores absolutos e percentuais dos índices de passividade de MMSS e MMII do Colégio Público estratificado por gênero

Colégio Público

MMSS

MMII

Passividade

T

J

T

 

S

N

S

N

S

N

Feminino

8

16

5

19

6

18

 

33,33

66,67

20,83

79,17

25,00

75,00

Masculino

12

9

10

11

12

9

 

57,14

42,86

47,62

52,38

57,14

42,86

  Tabela C. Média e desvio-padrão dos índices de passividade de MMSS do Colégio particular estratificado por gênero

Colégio Particular

MMSS - PASSIVIDADE

 

 

P

C

O

Feminino

Média

2,73

3,00

3,45

 

Desvio Padrão

0,79

0,45

0,69

Masculino

Média

2,44

2,67

3,56

 

Desvio Padrão

0,73

0,50

0,53

Tabela D. Valores absolutos e percentuais dos índices de passividade de MMSS e MMII do Colégio Particular estratificado por gênero

Colégio Particular

MMSS

MMII

Passividade

T

J

T

 

S

N

S

N

S

N

Feminino

8

3

5

6

8

3

 

72,73

27,27

45,45

54,55

72,73

27,27

Masculino

5

4

6

3

5

4

 

55,56

44,44

66,67

33,33

55,56

44,44

    As médias de Tonicidade, no campo passividade de Membros Superiores, encontraram-se as seguintes médias: Punho; Masculino 2,43 (± 0,68); 2,44 (± 0,73), Feminino 2,25 (± 0,99); 2,73 (± 0,79); para o Cotovelo, Masculino 2,62 (± 0,59); 2,67 (± 0,50), Feminino 2,75 (± 0,53); 3,00 (± 0,45); Ombro, Masculino 3,05 (±1,07); 3,56 (± 0,53), Feminino 2,38 (±1,41); 3,45 (± 0,69), os mesmos são exemplificados através das Tabelas 01 e 03; Para o Tronco 57,14%, 55,56% dos indivíduos do gênero masculino conseguiram executar o movimento e 42,86%; 44,44% não conseguiram já o gênero feminino 33,33%, 72,73% conseguiram e 66,67%, 27,27% não conseguiram executar o movimento; para os Membros Inferiores, foram analisados os Joelhos e o Tornozelo; e foram obtidos os seguintes resultados: Joelho, gênero masculino 47,62%; 66,67% conseguiram e 52,38%; 33,33% não conseguiram, o gênero feminino obteve os seguintes resultados: 20,83%; 44,45% conseguiram e 79,17%, 54,55% não conseguiram, e o Tornozelo foi obtido o seguinte resultado: gênero masculino: 57,14%; 55,56% conseguiram e 42,86%; 44,44% não conseguiram; já o grupo feminino, obteve os seguintes resultados, 25%; 72,73% conseguiram e 75%; 27,27% não conseguiram, os mesmos são exemplificados nas Tabelas B e D.

Tabela E. Média e desvio-padrão dos índices de extensibilidade de MMSS do Colégio público estratificado por gênero

Colégio Público

MMSS

 

 

Extensibilidade

 

 

P

C

Feminino

Média

2,62

2,37

 

Desvio Padrão

0,77

0,88

Masculino

Média

2,71

2,48

 

Desvio Padrão

0,72

0,60

Tabela F. Valores absolutos e percentuais dos índices de extensibilidade de MMSS e MMII do Colégio Público estratificado por gênero

Colégio Público

MMSS

MMII

Extensibilidade

O

T

P

J

 

S

N

S

N

S

N

S

N

Feminino

13

11

16

8

12

12

10

14

 

54,17

45,83

66,67

33,33

50,00

50,00

41,67

58,33

Masculino

16

5

14

7

13

8

12

9

 

76,19

23,81

66,67

33,33

61,90

38,10

57,14

42,86

Tabela G. Média e desvio-padrão dos índices de extensibilidade de MMSS do Colégio particular estratificado por gênero

Colégio Particular

MMSS

 

 

Extensibilidade

 

 

P

C

Feminino

Média

2,73

3,00

 

Desvio Padrão

0,79

0,45

Masculino

Média

2,67

2,67

 

Desvio Padrão

0,71

0,71

Tabela H. Valores absolutos e percentuais dos índices de extensibilidade de MMSS e MMII do Colégio Particular estratificado por gênero

Colégio Particular

MMSS

MMII

Extensibilidade

O

T

P

J

 

S

N

S

N

S

N

S

N

Feminino

9

2

6

5

8

3

6

5

 

81,82

18,18

54,55

45,45

72,73

27,27

54,55

45,45

Masculino

7

2

8

1

7

2

7

2

 

77,78

22,22

88,89

11,11

77,78

22,22

77,78

22,22

    Os resultados obtidos em Extensibilidade, ainda em Tonicidade foram: Membros Superiores, Punho, Masculino 2,71 (± 0,72); 2,67 (± 0,71), Feminino 2,63 (± 0,77); 2,73 (± 0,79); Cotovelo, Masculino 2,48 (±0,60); 2,67 (± 0,71), Feminino 2,38 (± 0,88); 3,00 (± 0,45), exemplificados a seguir nas Tabelas E e G; para Ombro foram: Masculino, 76,17%; 77,78% Conseguiram e 23,81%; 22,22% Não conseguiram, Feminino: 54,17%; 81,82% Conseguiram e 45,83%; 18,18% Não Conseguiram; Tronco, Masculino, 66,67%; 88,89% Conseguiram e 33,33%; 11,11% Não Conseguiram, Feminino, 66,67%; 54,55% Conseguiram e 33,33%, 45,45% Não Conseguiram; Pescoço, Masculino, 61,90%; 77,78% Conseguiram e 38,10%; 22,22% Não Conseguiram, Feminino, 50%; 72,73% Conseguiram e 50%; 27,27% Não conseguiram. Para a extensibilidade de Membros Inferiores foi avaliado o Joelho, e os resultados obtidos foram: Masculino, 57,14%; 77,78% Conseguiram e 42,86%; 22,22% Não Conseguiram; Feminino, 41,67%; 54,55% Conseguiram e 58,33%; 45,45% Não Conseguiram. Exemplificados através das Tabelas F e G.

Tabela I. Valores absolutos e percentuais dos índices de Lateralidade do Colégio Público estratificado por gênero

Colégio Público

Tipo

Lateralidade

Lateralidade

T

TC

P

M

SI

SA

 

S

N

S

N

S

N

S

N

S

N

S

N

Feminino

14

10

10

14

14

10

10

14

15

9

16

8

58,33

41,67

41,67

58,33

58,33

41,67

41,67

58,33

62,50

37,50

66,67

33,33

Masculino

15

6

6

15

13

8

8

13

11

10

11

10

 

71,43

28,57

28,57

71,43

61,90

38,10

38,10

61,90

52,38

47,62

52,38

47,62

Tabela J. Valores absolutos e percentuais dos índices de Lateralidade do Colégio Particular estratificado por gênero

Colégio Particular

Tipo

Lateralidade

Lateralidade

T

TC

P

M

SI

SA

 

S

N

S

N

S

N

S

N

S

N

S

N

Feminino

9

2

2

9

6

5

5

6

4

7

3

8

 

81,82

18,18

18,18

81,82

54,55

45,45

45,45

54,55

36,36

63,64

27,27

72,73

Masculino

5

4

4

5

7

2

2

7

5

4

4

5

 

55,56

44,44

44,44

55,56

77,78

22,22

22,22

77,78

55,56

44,44

44,44

55,56

    Os resultados obtidos em Lateralidade, ainda parte da Tonicidade, foram: Tipo Tônico, Masculino, 71,43%; 55,56% e 28,57%; 44,44% Tônico-Cinético, sendo que 61,90%; 77,78% foram classificados como Pouco (Tônico-Cinético) e 38,10%; 22,22% foram classificados como Muito, já para o grupo Feminino, 58,33%; 81,82% foram classificados como Tônico e 41,67%; 18,18% como Tônico-Cinético, sendo que 58,33%; 54,55% foram classificados como Pouco e 41,67%; 45,45% classificados como Muito. E também em lateralidade as Sincinesias, a Sincinesia de imitação, foi classificada como: Masculino, 52,38%; 55,56% como possuem a Sincinesia de Imitação e 47,62%; 44,44% como não possuindo a mesma. No grupo feminino, foi classificado como 62,50%; 36,36% possuem e 37,50%; 63,64% não possuem. Já a Sincinesia Axial, no grupo Masculino foi classificado como 52,38%; 44,44% possuem e 47,62%; 55,56% não possuem, e no grupo Feminino 66,67%; 27,27% possuem e 33,33%; 72,73% Não possuem. Exemplificados nas Tabelas I e J.

Tabela L. Valores absolutos e percentuais dos índices de Controle Tônico Postural do Colégio Público estratificado por gênero

Colégio Público

Controle Tônico Postural

Lateralidade

P

A

IP

IA

 

S

N

S

N

S

N

S

N

Feminino

16

8

8

16

14

10

9

15

 

66,67

33,33

33,33

66,67

58,33

41,67

37,50

62,50

Masculino

11

10

10

11

6

15

9

12

 

52,38

47,62

47,62

52,38

28,57

71,43

42,86

57,14

Tabela M. Valores absolutos e percentuais dos índices de Controle Tônico Postural do Colégio Particular estratificado por gênero 

Colégio Particular

Controle Tônico Postural

Lateralidade

P

A

IP

IA

 

S

N

S

N

S

N

S

N

Feminino

8

3

3

8

2

9

4

7

 

72,73

27,27

27,27

72,73

18,18

81,82

36,36

63,64

Masculino

5

4

4

5

1

8

4

5

 

55,56

44,44

44,44

55,56

11,11

88,89

44,44

55,56

    Os resultados do Controle Tônico-Postural, em relação à repercutividade são: Masculino, 52,38%; 55,56% Presente e 47,62%; 44,44% Ausente; Feminino: 66,67%; 72,73% Presente e 33,33%; 27,27% Ausente; A Instabilidade Postural foi classificada como: Masculino, Possuem 28,57%; 11,11% e Não Possuem 71,43%; 88,89%; Feminino, Possuem 58,33%; 18,18%, e Não Possuem 41,67%; 81,82%. A Instabilidade Axial, Masculino, 42,86%; 44,44% Possuem e 57,14%; 55,56%; e Feminino, 37,50%; 36,36% Possuem e 62,50%; 63,64% Não Possuem. Exemplos nas Tabelas L e M.

Tabela N. Valores absolutos e percentuais dos índices de Equilíbrio do Colégio Público estratificado por gênero

Colégio Público

Estático

Dinâmico

Equilíbrio

I

2 Pés

MC

 

S

N

S

N

S

N

Feminino

17

7

18

6

17

7

 

70,83

29,17

75,00

25,00

70,83

29,17

Masculino

17

4

12

9

15

6

 

80,95

19,05

57,14

42,86

71,43

28,57

Tabela O: Valores absolutos e percentuais dos índices de Equilíbrio do Colégio Particular estratificado por gênero 

Colégio Particular

Estático

Dinâmico

Equilíbrio

I

2 Pés

MC

 

S

N

S

N

S

N

Feminino

8

3

7

4

8

3

 

72,73

27,27

63,64

36,36

72,73

27,27

Masculino

4

5

6

3

7

2

 

44,44

55,56

66,67

33,33

77,78

22,22

    Os resultados a seguir se referem à Equilibração; O grupo Masculino foi classificado como: Equilíbrio Estático: 80,95%; 44,44% Conseguiram, 19,05%; 55,56% Não Conseguiram, Já em Equilíbrio Dinâmico foi classificado como: Saltar com os dois Pés Juntos, 57,14%; 66,67% Conseguiram e 42,86%; 33,33% Não Conseguiram; A marcha controlada 5 Metros foi classificada como 71,43%; 77,78% e 28,57%; 22,22%. O grupo Feminino foi classificado como: Equilíbrio Estático: 70,93%; 72,73% conseguiram, 29,17%; 27,27%, os testes de Equilíbrio Dinâmico foram classificados como: Saltar com os dois Pés Juntos: 75%; 63,64% conseguiram e 25%; 36,36% Não conseguiram; A marcha controlada foi classificada como: 70,83%; 72,73% Conseguiram e 29,17%; 27,27% Não conseguiram. Exemplos nas Tabelas N e O.

Tabela P. Valores absolutos e percentuais dos índices de Praxia Global do Colégio Público estratificado por gênero

Colégio Público

 

 

 

 

 

Oculomotora

Oculopedal

Praxia Global

2 pés juntos

Elástico

Um pé

Bola ao cesto

Agarrar mão

Chute a gol

 

S

N

S

N

S

N

S

N

S

N

S

N

Feminino

23

1

23

1

19

5

15

9

18

6

18

6

95,83

4,17

95,83

4,17

79,17

20,83

62,50

37,50

75,00

25,00

75,00

25,00

Masculino

18

3

15

6

17

4

9

12

19

2

19

2

85,71

14,29

71,43

28,57

80,95

19,05

42,86

57,14

90,48

9,52

90,48

9,52

Tabela Q. Valores absolutos e percentuais dos índices de Dissociação de Movimentos do Colégio Público estratificado por gênero

Colégio Público

Dissociação de Movimentos

 

  

Mãos

Pés

Mãos e pés

Feminino

Média

2,58

2,67

1,75

 

Desvio Padrão

1,14

1,05

0,85

Masculino

Média

2,29

2,57

1,24

 

Desvio Padrão

1,27

1,21

0,70

Tabela R. Valores absolutos e percentuais dos índices de Praxia Global do Colégio Particular estratificado por gênero 

Colégio Particular

 

 

 

 

 

Oculomotora

Oculopedal

Praxia Global

2 pés juntos

Elástico

Um pé

Bola ao cesto

Agarrar mão

Chute a gol

 

S

N

S

N

S

N

S

N

S

N

S

N

Feminino

10

1

6

5

6

5

7

4

9

2

3

8

90,91

9,09

54,55

45,45

54,55

45,45

63,64

36,36

81,82

18,18

27,27

72,73

Masculino

6

3

5

4

5

4

8

1

5

4

4

5

66,67

33,33

55,56

44,44

55,56

44,44

88,89

11,11

55,56

44,44

44,44

55,56

Tabela S. Valores absolutos e percentuais dos índices de Dissociação de Movimentos do Colégio Particular estratificado por gênero

Colégio Particular

Dissociação de Movimentos

 

 

Mãos

Pés

Mãos e pés

Feminino

Média

2,55

3,00

1,55

 

Desvio Padrão

0,93

0,63

0,82

Masculino

Média

2,33

2,11

1,00

 

Desvio Padrão

1,00

0,78

0,71

    Nos testes de Praxia Global foram obtidos os seguintes resultados: Masculino; Saltar com os dois pés juntos para frente 85,71%; 66,67% conseguiram e 14,29%; 33,33% Não conseguiram; Feminino: 95,83%; 90,91% Conseguiram; 4,17%; 9,09% Não conseguiram. Saltar sobre um elástico a 20 cm de altura com os dois pés juntos: Masculino: 71,43%; 55,56% conseguiram, 28,57%; 44,44% Não conseguiram; Feminino: 95,83%; 54,55% Conseguiram; 4,17% Não conseguiram. Saltar com um pé só uma distância de 5 metros: Masculino: 80,95%; 55,56% conseguiram; 19,05%; 44,44% não conseguiram. Feminino: 79,17%; 54,55% conseguiram e 20,83%; 45,45% não conseguiram. A seguir os testes de Coordenação Oculomotora: Bola ao cesto; Masculino: 42,86%; 88,89% conseguiram e 57,14%; 11,11% não conseguiram; Feminino: 62,50%; 63,64% conseguiram e 37,50%; 36,36% não conseguiram. Agarrar a bola com uma mão: Masculino: 90,48%; 55,56% conseguiram e 9,52%; 44,44% não conseguiram; já o grupo Feminino: 75%; 81,82% conseguiram; 25%; 18,18% não conseguiram. A seguir o teste para avaliar a Coordenação Oculopedal; o teste de Chute a Gol, onde no grupo Masculino 90,48%; 44,44% conseguiram e 9,52%; 55,56% não conseguiram e no grupo Feminino obtiveram os seguintes resultados: 75%; 27,27% conseguiram e 25%; 72,73% não conseguiram. Os mesmos são expostos nas Tabelas P e Q. Os próximos testes foram de Dissociação de Movimentos: Mãos: Masculino, 2,29 (± 1,27); 2,33 (± 1,00); Feminino 2,58 (± 1,14); 2,55 (± 0,93). Pés: Masculino, 2,57 (± 1,21); 2,11 (± 0,78), Feminino: 2,67 (± 1,05); 3,00 (± 0,63). Mãos e Pés: Masculino: 1,24 (± 0,70); 1,00 (± 0,71); Feminino: 1,75 (± 0,85); 1,00 (± 0,71). Exemplos nas Tabelas R e S.

Discussão dos resultados

    Após a análise dos dados, observou-se que a Passividade (dentro de Tonicidade) obteve um melhor resultado no Colégio Particular, principalmente no grupo feminino (Punho, Cotovelo, Ombro, Tronco, Joelho e Tornozelo), já que no masculino houve pontos similares (Punho, Tronco e Tornozelo).

    Em relação à Extensibilidade - que também está incluída em tonicidade – os resultados mostram que os alunos do colégio particular e do colégio público não apresentaram grandes diferenças, a não ser no grupo feminino da escola particular nas articulações do Ombro, Punho e Joelho, assim como também os meninos da escola particular.

    Na Lateralidade podemos ver um nível muito inferior no grupo feminino da escola particular em relação ao da escola pública tendo elas um alto nível de sincinesia do tipo tônica cinética de pouca intensidade; o grupo masculino do colégio público apresentou-se mais tônico em relação ao grupo masculino do colégio particular e na intensidade ambos os grupos obtiveram a classificação pouco intensa; as sincinesias de imitação e axiais não aparecem com um grau significativo no grupo de meninas da escola particular ao contrário do colégio público que obtiveram quase o dobro em termos de percentual, já no grupo masculino não houve grandes diferenças.

    Na prova de controle postural a escola pública teve um resultado alto em instabilidade postural, já nos outros tópicos analisado (Repercutividade presente ou ausente, instabilidade postural e axial) os resultados foram semelhantes, assim como também no grupo masculino de ambas as escolas.

    Em equilíbrio estático (imobilidade de Romberg) o grupo feminino apresentou um grau elevado em ambas as escolas ao contrário do grupo masculino onde na escola particular o grau foi baixo em relação ao público; No equilíbrio dinâmico ambas as escolas apresentaram grau elevado tanto no feminino quanto no masculino.

    Nos testes de Praxia Global (saltar para frente com os dois pés juntos, saltar um elástico sem impulso, saltar num pé só), coordenação óculo motora (bola ao cesto e agarrar a bola com uma mão só) e óculo pedal (chute a gol) na escola pública o grupo feminino obtiveram grau elevado em todos os testes em relação à escola particular que obteve um grau muito baixo em coordenação óculo pedal e nos demais testes foi obtido um grau elevado, porém menor que a escola pública; O grupo masculino da escola pública obteve grau elevado em todos os testes exceto bola ao cesto, já na escola particular foram obtidos graus elevados em todos os testes sendo que mais baixo que na escola pública numa média de 20 a 30% de diferença menos em bola ao cesto que obteve uma diferença quase que dobrada.

    O último teste realizado foi o de dissociação de movimentos onde o grupo feminino tanto da escola pública quanto da escola particular obteve média similar em dissociação de movimentos das mãos e mãos e pés, havendo uma pequena diferença na dissociação de movimentos dos pés onde a escola particular obteve resultado maior que a escola pública, enquanto no grupo masculino essa diferença foi inversa, pois os alunos da escola pública obtiveram maior resultado na dissociação de movimentos dos pés e também mãos e pés, já na dissociação de movimentos das mãos o resultado foi bem próximo em ambas as escolas.

Considerações finais

    Conclui-se que a Tonicidade dos indivíduos da escola particular obteve pontuação elevada em relação à escola pública, nos tópicos: Passividade, Extensibilidade em todas as articulações avaliadas, assim como também o tópico Lateralidade.

    Em relação aos gêneros, o grupo feminino da escola pública obteve melhor resultado no tópico de Lateralidade, o masculino obteve resultado semelhante; em ambos os gêneros da escola particular foram obtidos um maior grau nos tópicos de Passividade e Extensibilidade.

    Nas provas de Equilíbrio, os indivíduos da escola pública obtiveram melhor grau comparado aos indivíduos da escola particular. Relacionando os gêneros, o feminino da escola particular obteve um melhor resultado geral, diferentemente do masculino, onde a escola pública se sobressaiu em relação a particular.

    No tópico Praxia Global, a escola pública obteve melhor resultado que a escola particular. Com relação aos gêneros, em ambos a escola pública foi classificada com o grau mais elevado.

    Conclui-se que a diferença é bem pequena entre as escolas, pois os resultados foram muito semelhantes, possivelmente por ambas situarem-se em áreas carentes.

Referência bibliográfica

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  • BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de novembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Ministério da Educação, Brasília, DF, Dez, 1996.

  • FERREIRA, Carlos A. Mattos, THOMPSON, Rita, MOUSINHO, Renata. Psicomotricidade Clínica, São Paulo, Editora Lovise, 2002

  • GALLAHUE, David. OZMUN, John. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: Bebês, Crianças, Adolescentes e Adultos. 3ªEd. São Paulo. Editora Phorte. 2005.

  • MAGILL, Richard. Aprendizagem Motora: conceitos e aplicações. 5ª Ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2000.

  • MATTOS, Vera. KABARITE, Aline. Perfil Psicomotor: Um olhar além do desempenho. Rio de Janeiro, Editora Rio. 2005

  • MELO, Victor. TAVARES, Carla. O Exercício Reflexivo do Movimento: Educação Física, Lazer e Inclusão Social. Rio de janeiro. Shape. 2006.

  • PEDRO, Marcelo Fernandes. Estudos comparativos dos aspectos psicomotores do equilíbrio e da praxia global entre crianças de 6 à 7 anos de ambos os gêneros que praticam surf e/ou body board e que não praticam. 2003. Trabalho monográfico (Graduação em Educação Física) – Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro.

  • ROSA NETO, Francisco. Manual de avaliação motora. Porto Alegre. Artmed, 2002.

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