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Flexibilidade de jogadores de futsal de três
categorias: Sub-12, Sub-14 e Sub-18

 

*Licenciada em Educação Física

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC - Florianópolis

**Acadêmico da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – Tubarão

***Prof. Ms. da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL - Tubarão

Amanda Guimarães da Cunha*

Rallf Antônio Soares**

Hudson Mafra Júnior***

amandinhagc@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve por objetivo verificar o nível de flexibilidade em jogadores de futsal das categorias Sub-12, Sub-14 e Sub-18 da escolinha de futsal da Fundação Municipal de Esportes de Imbituba. Participaram deste estudo 30 sujeitos, sendo 10 de cada categoria. O grupo apresentou média de idade de 14,66±2,53 anos e tempo de prática de 7,06±2,57 anos. Para coleta dos dados utilizou-se uma ficha de identificação e o Banco de Wells para verificar o nível de flexibilidade dos jogadores. A análise dos dados foi feita no programa SPSS 10, através de estatística descritiva. Ao termino deste trabalho concluiu-se que os sujeitos iniciaram o futsal precocemente, apresentado níveis de flexibilidade em nível médio.

          Unitermos: Futsal. Flexibilidade. Jogadores.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 123 - Agosto de 2008

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Introdução

    O Futsal é uma modalidade esportiva de grande repercussão tanto no Brasil como no mundo.

    Há indícios de que as crianças brasileiras constituem grande parte dos que praticam futsal. Isso pode ser entendido, em parte, se considerarmos o processo de urbanização de boa parte das cidades brasileiras que fez com que possíveis locais onde as crianças brincavam e jogavam as suas primeiras "peladas" dessem lugar a complexos residenciais e comerciais [1]. Logo, crianças (pelo menos aquelas que vivem em grandes cidades) encontram nas quadras de futsal de escolas, clubes, condomínios e associações possíveis espaços para, orientadas por professores, "jogar bola".

    Sendo assim, o número de praticantes aumenta exponencialmente na mesma medida em que os investimentos científicos na modalidade crescem. No entanto, esse investimento conta com estudos, em sua maioria, qualitativos. Desta forma, houve aperfeiçoamento da parte puramente mecânica do movimento, o que deu ao praticante maior velocidade, força e destreza [2].

    No entanto, os praticantes de futsal necessitam, além destas valências, de agilidade, flexibilidade, coordenação, ritmo e o equilíbrio [3].

    Desta forma, a flexibilidade é definida pela máxima amplitude de movimento em uma ou mais articulações sem o risco de lesão [4]. A flexibilidade é bastante específica para cada articulação, podendo variar de indivíduo para indivíduo e até no mesmo indivíduo.

    Basicamente a flexibilidade é resultante da capacidade de elasticidade demonstrada pelos músculos e os tecidos conectivos, combinados à mobilidade articular [5].

    Sendo assim, este estudo teve como objetivo geral verificar o nível de flexibilidade de atletas de futsal das categorias Sub-12, Sub-14 e Sub-18. Mais especificamente objetivou-se: 

  1. caracterizar os três grupos em termos de idade, massa corporal (kg) estatura e tempo de prática; 

  2. identificar o nível de flexibilidade dos sujeitos.

Material e métodos

    Este estudo descritivo foi realizado na Escolinha de Futsal da Fundação Municipal de Esportes, na cidade de Imbituba,SC, Brasil.

    Participaram deste estudo 30 indivíduos da cidade de Imbituba/SC, separados em três grupos: sub-12, sub-14 e sub-18, com média de idade de 14,66±2,53 anos e 7,06±2,57 anos de prática. Os sujeitos praticavam atividade física em média três vezes por semana, com uma duração média de uma hora por sessão. Foram selecionados de forma intencional, sendo que para tal deveriam ter idade correspondente ao grupo, freqüentarem regularmente os treinos e terem no mínimo um ano de prática.

    Na coleta de dados utilizou-se uma ficha para identificação dos sujeitos. Para aquisição do nível de flexibilidade foi utilizado o Banco de Wells. O Banco de Wells é uma caixa de madeira especialmente construída, apresentando dimensões de 30,5 x 30,5 centímetros, tendo a parte superior plana com 56,5 centímetros de comprimento, na qual é fixada de medida sendo que o valor 23 coincide com a linha onde o avaliado deverá acomodar seus pés, para realizar o teste de "sentar e alcançar”.

    Foram usados ainda, nas medições antropométricas, uma balança digital portátil de precisão da marca Filizola, modelo personal com precisão de 0,1 kg e uma fita métrica com escala de 0,001m.

    Para a coleta de dados foi feito o contato primeiramente com os pais e/ou responsáveis, solicitando a autorização. Sendo assim, foi feito o agendamento das coletas de dados, a qual foi seguida pelas ações: preenchimento da ficha de identificação; aquisição das medidas antropométricas de massa e estatura; explicação verbal e aplicação do teste, que foi realizado em três dias diferentes, sendo uma categoria em cada um deles.

    Os indivíduos realizaram o teste seis vezes, sendo que as três primeiras foram consideradas como de adaptação do individuo ao teste e foi escolhida, dentre as três ultimas, o maior alcance.

    Foram considerados ótimos os níveis de flexibilidade acima de 22 cm, bom entre 19 cm e 21 cm, médio entre 14 cm e 18 cm, regular de 12 cm a 13 cm e fraco em 11cm ou abaixo disto [6].

    Os dados foram tratados mediante estatística descritiva: média (), desvio padrão (s), mínimo e máximo e para tanto foi utilizado o programa SPSS 10.0.

Resultados e discussão

    Os resultados serão apresentados de acordo com os objetivos específicos do estudo. Sendo assim, num primeiro tópico será feita a caracterização dos grupos, através da tabela 1 e em seguida, no segundo tópico, serão apresentados os níveis de flexibilidade alcançados para os três grupos expostos no gráfico 1.

Tabela 1. Caracterização dos grupos (média±desvio padrão)

 

Sub-12

Sub-14

Sub-18

Idade

12

14

18

Massa(kg)

53±4,31

60±2,11

68±3,12

Estatura(m)

1,56±0,03

1,64±0,04

1,71±0,03

Tempo de Prática

6,2±0,78

8,9±0,87

12,1±0,73

    Analisando a tabela acima, pode-se perceber que os sujeitos do grupo sub 12 apresentaram as menores médias, tanto de estatura, massa e tempo de prática, como já era de se esperar.

    Se observarmos as médias relacionadas ao tempo de prática, pode-se perceber a grande maioria dos sujeitos começaram a pratica do futsal em torno dos seis anos de idade. A prática da atividade física deve ser uma constante desde os primeiros anos de vida de um indivíduo. No entanto, sabe-se que a especialização e o treinamento em uma modalidade deve ocorrer após os 10 anos de idade, o que deve ser motivo de preocupação dos técnicos e professores de qualquer modalidade. Sendo assim, parece que o grupo estudado iniciou sua prática precocemente, o que não é correto, mas muito comum, principalmente no futebol e futsal.

    A seguir serão apresentados os níveis de flexibilidade para os três grupos , conforme exposto no gráfico 1.

Gráfico 1. Valores médios dos níveis de flexibilidade (cm) para os três grupos

    Observando o gráfico 1 acima, pode-se perceber que a média geral do grupo ficou em torno de 18,4 cm, que é considerado como nível médio [6].

Além disso, os grupos ficaram em ordem decrescente, ou seja, os mais jovens apresentaram níveis de flexibilidade maior que os demais. Isso pode ser explicado pelo fato de indivíduos mais novos estão justamente em fase de crescimento, o que indica que não apresentam ainda a rigidez articular que se estabiliza, não necessariamente de uma forma linear, com o aumento da idade cronológica [7].

Considerações finais

    Através deste estudo pode-se perceber que a maioria dos sujeitos iniciou sua prática no futsal precocemente.

    Com relação à flexibilidade, observou-se que o grupo apresenta flexibilidade em nível médio, o que demonstra uma realidade já esperada, de que parece não haver muita preocupação a cerca da prática do alongamento no futsal, que é regido na maioria dos casos, de forma empírica.

    Sendo assim, técnicos e professores devem estar mais atentos a todas as características fundamentais para a prática de um esporte seguro, cientes de que a isso pode comprometer a saúde dos praticantes.

Referências

  1. FREIRE, J.B. Pedagogia do futebol. Campinas, Autores Associados, 2003.

  2. MENEZES, Maurício Fonseca. Futsal: Aprimoramento Técnico e Tático. 1ª ed, Rio de Janeiro: SPRINT, 1998.

  3. LAUDIER Filho, José Laudier A. dos Santos. Futsal: Preparação Física. 2ªed,Rio de Janeiro: SPRINT, 1998.

  4. ACHOUR JÚNIOR, A. Bases para o exercício de alongamento relacionado com a saúde e no desempenho atlético. Londrina, PR: Midiograf, 1996.

  5. WEINECK, Jürgen. Treinamento Ideal: Instrução técnica sobre o desempenho fisiológico, incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. 9ª ed. São Paulo. Manole, 1999.

  6. BARBANTI, Valdir J. Dicionário de Educação Física. 1ªed, São Paulo: Manole, 1996.

  7. Longui CA. Determinação da idade óssea e previsão da estatura final. In: Monte O, Longui CA, Calliari LEP, editores. Endocrinologia para o pediatra. 2ª. ed. São Paulo: Atheneu, 1998. p. 24-47.

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