Estilo de liderança de uma equipe de futebol juvenil do Vale do Paranhana |
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Núcleo de Consultoria em Psicologia do Esporte FEEVALE (Brasil) |
Nádia Fritzen da Silva Marcio Geller Marques Geraldine Alves dos Santos |
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Resumo
O treinador esportivo é uma das pessoas mais importantes no esporte de
competição. A liderança no esporte constitui-se em habilidade
essencial para o bom desenvolvimento de uma equipe esportiva. Neste
estudo buscou-se comparar a preferência sobre o estilo de liderança
entre atletas titulares e reservas de futebol de um clube de Taquara e a
comissão técnica. Para realizar este estudo quantitativo explicativo
definiu-se uma amostra constituída por 4 membros da comissão técnica e
38 jogadores da equipe, sendo 13 titulares e 25 reservas. Utilizou-se o
instrumento LSS (Leadership Scale of Sport), de Chelladurai e Saleh
(1980), em sua versão adaptada à Língua Portuguesa por Serpa e cols.,
e ao Brasil, por Samulski e Teoldo. Para análise dos dados utilizou-se o
teste ANOVA, com nível de significância ≤ 0,05, para comparar os
três grupos apresentados. Os resultados demonstraram que os atletas
titulares percebem o perfil do treinador ideal como o de quem ensina
individualmente as técnicas da modalidade (0,00) de maneira mais intensa
do que os atletas reservas e a comissão técnica. A comissão técnica
acredita menos do que os atletas que o treinador deve ser democrático
(0,00), obter a aprovação do grupo sobre questões importantes antes de
prosseguir (0,01), planificar sem consultar os atletas (0,00) e mostrar a
sua satisfação quando um atleta obtém um bom resultado (0,00). A
comissão técnica diverge dos atletas reservas acreditando menos que o
treinador deve deixar os atletas executarem à sua própria maneira,
mesmo que cometam erros (0,04). Concluí-se que em relação às tarefas,
autonomia e feedback existem pequenas diferenças na percepção que a
equipe possui do treinador, entretanto no aspecto democrático existem
diferenças significativas nas percepções do grupo.
Unitermos: Liderança. Psicologia
do Esporte. Futebol. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 123 - Agosto de 2008 |
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Introdução
É possível identificar no esporte competitivo uma séria de fatores que podem contribuir ou prejudicar as equipes, tornando-as mais alegres ou apáticas, tanto no grande grupo como individualmente, assim como proporcionar maior coesão do grupo.
A relação atleta-treinador tornou-se um dos principais fatores para o bom rendimento e desempenho de uma equipe. O treinador com seu papel de orientar, ensinar, comandar, enfim, liderar, enquanto os atletas buscam líderes que saibam exercer estas funções entendendo-os nos momentos difíceis e conduzindo-os as vitórias.
Outro fator importante é a motivação dos atletas, sem ela aumentam e muito as dificuldades para alcançarem o êxito no esporte, e isto, depende, em grande parte, da liderança do treinador (CHELLADURAI, 1991). Dentro deste contexto, no qual o sucesso da equipe depende em grande parte do técnico, procura-se apresentar o estudo realizado, comparando a conduta desejada pelos atletas (perfil desejado) e a conduta real da comissão técnica de uma equipe de futebol juvenil do Vale do Paranhana.
A partir disso levanta-se a questão deste estudo proporcionar um maior entendimento da questão de liderança a fim de orientar tanto a comissão técnica como jogadores.
Revisão de literatura
Futebol e equipe
O futebol é uma das modalidades esportivas e coletivas que tem evoluído consideravelmente em termos científicos que dão base ao treinamento. As equipes se encontram em um alto nível técnico, físico e tático, sendo talvez a parte psicológica o maior diferencial no momento. Neste trabalho buscamos focar o aspecto psicológico da liderança, a relação treinador x atleta e a importância e o papel do grupo no contexto esportivo.
Não podemos falar de futebol sem falarmos de grupos, portanto é relevante que façamos uma revisão neste tema, mostrando principalmente questões referentes a grupos esportivos. Segundo Militão e Albigenor (2000), um grupo se caracteriza por pessoas que se juntam, com objetivos definidos (ou não), defendendo causas, criando projetos, enfim, buscando ou desenvolvendo os mais variados objetivos.
Cordioli (1998) menciona que o ser humano desde o nascimento participa de diferentes grupos e que necessita de uma identidade grupal e social. O autor fala ainda que um conjunto de pessoas constitui um grupo, um conjunto de grupos constitui uma comunidade e um conjunto interativo de comunidades configura uma sociedade. Podemos dizer então que em todos os instantes nas nossas inter-relações estamos propícios a participarmos de diferentes grupos. O espaço esportivo não deixa de ser um dos contextos onde se torna inevitável a formação de grupos, sendo cada equipe um grupo distinto.
Weinberg e Gould (2001) diferem grupo de equipe no contexto esportivo dizendo que ambos compartilham de objetivos em comum, entretanto, as características peculiares fundamentais entre um grupo de indivíduos e uma equipe é a interação entre seus membros, principalmente no que diz respeito a objetivos comuns e compartilhados, ou seja, membros de equipes devem depender e apoiar uns aos outros na busca de objetivos comuns. Baseado neste conceito entendemos que o grupo de atletas em questão trata-se de uma equipe, não deixando de ser também um grupo.
Os grupos esportivos, devido a sua natureza de associações espontâneas, tendem a produzir líderes. A liderança, na dinâmica de um grupo agiria como um processo de influência interpessoal orientado a consecução de objetivos particulares de um ou mais membros, desenvolvendo respeito perante aos demais em virtude de suas qualidades (ANTONELLI e SALVINI, 1982). Como principal líder no esporte, temos o técnico e sua comissão, esta liderança poderá ser decisiva nas conquistas, uma vez que os atletas em geral os vêem como um ponto de equilíbrio e saber.
O desempenho de atletas de alto nível caracteriza-se pela combinação de muitos fatores, dentre eles a preparação física, a preparação técnico/tática e a preparação psicológica (DESCHAMPS e JUNIOR, 2006). Devemos nos preocupar com qual é a melhor maneira de auxiliar esses atletas para que alcancem o êxito, não esquecendo que além de pertencerem a um grupo onde há objetivos comuns e é necessário o envolvimento de todos, os atletas são pessoas normais que devem levar sua vida cotidianamente devido a sua faixa etária, tendo espaço para diversão, descanso, autonomia, entre outros.
Dentre um grupo fica difícil agradar aos desejos de todos, a saber o que cada um espera de seu futuro, de seu treinador, de seus colegas, porém é possível se ter um perfil do modo de ser, agir e pensar da equipe. Quando se sabe o funcionamento e desejos de um grupo, fica mais fácil avaliar qual seria o perfil de treinador desejado por eles. Oliveira (2004) colabora dizendo que um grupo jovem provavelmente necessita de um estilo de treinador diferente de uma equipe mais experiente, podendo ter outros fatores envolvidos, não só a faixa etária.
Treinador esportivo
Oliveira (2004) diz que o técnico esportivo cumpre muitos papéis dentro de uma gama de atividades, sendo uma profissão altamente estressante, o que implica uma força de vontade elevada e habilidade para exercer influencia sobre os demais. Weinberg e Gould (2001), afirmam que o treinador deve ser o grande líder e disciplinador da equipe, para assim comandar de forma correta seus jogadores durante treinos e jogos. O autor diz ainda que o técnico deve ser didático, planejando e adaptando os treinos conforme a idade de seus atletas e as qualidades por eles reveladas. As funções do treinador segundo ele seriam comandar os treinos, conversar com os atletas antes e após os jogos, realizar estudos sobre possíveis adversários, conversar com seus jogadores sobre seus comportamentos em campo, ter breve conhecimento da vida de seus atletas extra campo e administrar com diálogo e democracia sua comissão técnica.
Samulski (2002) também menciona a responsabilidade do técnico e comissão técnica para resultados efetivos. Para ele um bom treinador deve desenvolver a capacidade de adaptar-se rapidamente a diferentes grupos, exigências, tarefas, situações e comportar-se de forma flexível e variável. O treinador deve ter ainda uma boa sensibilidade para perceber conflitos sociais e desenvolver a capacidade de analisar e solucionar conflitos pessoais, assim como controlar constantemente, de forma autocrítica, seu próprio comportamento de liderança.
A personalidade do treinador pode influenciar no comportamento de seus atletas, positivamente ou negativamente (GONZÁLES, 1997). Segundo o autor a personalidade do treinador pode influenciar profundamente os atletas com os quais trabalha, sobretudo os mais jovens por terem uma personalidade menos estruturada, tornando-se atletas mais maleáveis. A personalidade do técnico afeta ainda a filosofia do esporte, refletindo assim na conduta desportiva dos atletas.
Ainda sobre o papel de treinador, Marques (2003) fala que o técnico é um dos principais alicerces do esporte, é através de suas fórmulas e técnicas que consegue transformar adolescentes em atletas e pessoas de caráter. Pensando no contexto futebol, podemos perceber que o autor acerta na importância do técnico para a vida futura de seus atletas, uma vez que neste meio é freqüente jovens que moram longe das suas famílias e só contam com os colegas de clube, treinador e comissão técnica.
Weinberg e Gould (2001) entendem que o técnico deve lidar com os atletas honestamente, abertamente e imparcialmente, ou seja, os jogadores precisam sentir que são tratados com justiça mesmo que não concordem ou fiquem felizes com as decisões. Marques (2003) fala da necessidade que os atletas têm de interagir com o técnico no sentido de entender seus conselhos e objetivos e buscam nele confiança para assim poder desenvolver seus potenciais. Segundo os autores vimos que a relação treinador x atleta vai além do comandante e comandado, trata-se de uma relação de troca, respeito e acima de tudo de afetividade, o que vejo como positivo e negativo, positivo para o crescimento de ambos se a relação se der pela confiança e respeito e negativa se isso não ocorrer, pois podem trazer marcas relevantes para o futuro profissional do atleta em relação ao seu desenvolvimento e à figura de autoridade.
A interação entre técnico e atletas vai depender principalmente das necessidades e personalidades de ambos (MACHADO, 1997). São inúmeros os fatores que devem ser levados em consideração para avaliar uma relação entre treinador e atletas e se esta será positiva ou negativa, entre esses fatores podemos destacar os estilos de liderança com a qual a equipe deseja trabalhar (perfil desejado) e a maneira de agir do técnico e sua comissão.
Barrow (1977) define liderança como sendo o processo comportamental de influenciar indivíduos e grupos na direção de metas estabelecidas. Samulski (1995) enfatiza que a liderança é a influência que o indivíduo exerce sobre seus companheiros e as atividades do grupo. Andreola (2001) acrescenta ainda que todos nascemos com potenciais para liderar, e basta estarmos em situações que nos exigem uma liderança para colocá-la em prática.
Os lideres em ambientes esportivos trabalham tanto por meio de relacionamentos interpessoais quanto fornecendo orientação, metas e estrutura para suas equipes ou classes, (WEINBERG E GOULD, 2001). Podemos pensar que no esporte e no exercício os tipos de liderança podem se designar ao treinador, ao capitão da equipe e os líderes não oficiais, que lideram intuitivamente e seu papel é aceito mesmo sem permissão.
Como podemos ver existem em uma equipe diferentes líderes, porém neste trabalho veremos o líder como sendo o técnico e sua comissão. Samulski (2002) relata que líder é aquele que coordena os processos de interações e comunicações existentes dentro do aspecto liderança. Fala ainda que o líder deve ser eficaz na transmissão de mensagens, possuir capacidade para resolver problemas e tomar decisões apropriadas. Cabe a este papel de líder facilitar a comunicação interpessoal, organizar e orientar os esforços do grupo dentro de uma tarefa específica, sendo capaz também de satisfazer as necessidades do mesmo.
Turman (2003) afirma existir uma relação entre o estilo de liderança do treinador e o fator de coesão do grupo com o qual trabalha. Para ele o estilo de liderança influiria no comportamento do grupo, nos aspectos individuais e isso provocaria efeitos positivos na coesão do grupo. Já Weinberg e Gould (2001) referem-se a esses efeitos positivos como dependendo das características circunstanciais tanto do líder como dos membros do grupo, ou seja, depende das características dos atletas em questão e das situações que decorrem disto. Marques (2003) também fala sobre as características e demandas especificas de cada grupo quando diz que o técnico poderia agir de uma determinada maneira usando os diversos estilos de liderança conforme as características e o momento do grupo. Crespo e Balaguer (1994) são ainda mais enfáticos quando mencionam acreditar que a liderança é específica para cada contexto, isto é dizer que a liderança eficiente no esporte poderia variar segundo os atletas, as modalidades esportivas e os treinadores.
A liderança é um dos aspectos psicológicos mais relevantes em uma equipe, uma vez que seu bom desempenho resultara em uma boa performance do grupo, é certo que não podemos contar somente com o aspecto liderança para que uma equipe tenha bons resultados e alcance seus objetivos, mas certamente este é um dos principais pontos de trabalho.
O trabalho da psicologia do esporte varia muito e as habilidades mentais e atributos psicológicos que são trabalhos com os atletas de alto rendimento são questões relacionadas ao aumento de autoconfiança, atenção e concentração, organização de objetivos, auto controle da ativação e relaxamento, utilização de visualização e imagem, estratégias de rotina e competitividade, elevação de motivação e comprometimento, (DESCHAMPS e JUNIOR, 2006).
Becker Jr. (2000) entende que a psicologia aplicada ao exercício e ao esporte é a disciplina que investiga as causas e efeitos das ocorrências psíquicas que apresenta o ser humano antes, durante e após o exercício, sejam estes de cunho educativo, recreativo, competitivo ou reabilitador.
Compreende-se assim a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre a liderança uma vez que este é um dos principais fatores para uma relação produtiva entre treinador e equipe.
Objetivo geral
Comparar a percepção de liderança em jogadores de futebol e comissão técnica.
Método
O estudo se caracteriza como quantitativo explicativo, tendo como amostra 4 membros da comissão técnica(técnico, auxiliar, preparador físico e preparador de goleiros) e 38 jogadores da equipe, sendo 13 titulares e 25 reservas de uma equipe de futebol do Vale do Paranhana - RS.
Utilizou-se o instrumento LSS (Leadership Scale of Sport), de Chelladurai e Saleh (1980), em sua versão adaptada à Língua Portuguesa por Serpa e cols., e ao Brasil, por Samulski e Teoldo. Para análise dos dados utilizou-se o teste ANOVA, com nível de significância ≤ 0,05, para comparar os três grupos apresentados.
Apresentação e análise dos resultados
Para a apresentação e análise dos resultados foram considerando os resultados estaticamente significativos através do teste ANOVA, com nível de significância ≤ 0,05, para comparar os três grupos apresentados.
Quadro 1. O treinador deve ensinar individualmente as técnicas da modalidade.
Grupo |
Nº integrantes |
Média |
Comissão |
4 |
2,00 |
Reservas |
27 |
2,56 |
Titulares |
11 |
*3,38 |
*Diferença significativa de 0,002 entre os titulares com a comissão técnica e os reservas.
Podemos perceber, segundo o quadro 1, que os atletas titulares necessitam de uma maior atenção por parte da comissão técnica, relacionamos este fato pela questão da cobrança, afinal sabemos que a cultura do futebol impõem esforço e dedicação máxima e que não tolera um atleta ou equipe com mau rendimento, e querendo ou não, os responsáveis pelos resultados são aqueles que jogaram a partida (titulares), ou seja, o tempo todo é enfatizado a questão: “vocês não podem errar”.
Quadro 2. O treinador deve deixar os atletas executarem a sua própria maneira, mesmo que cometam erros.
Grupo |
Nº integrantes |
Média |
Comissão |
4 |
0,00 |
Titulares |
11 |
1,08 |
Reservas |
27 |
*1,64 |
* Diferença significativa de 0,43 entre a comissão e os atletas reservas.
Sobre o quadro 2 podemos pensar que os atletas reservas desejam um espaço onde se possa errar, que eles tem esse direito e também que eles desejam uma maior autonomia na resolução das atividades, de um lado para mostrar que são capazes de realizar o que lhes é pedido, e por outro para diminuir a pressão depositada neles de que é só acertando sempre que chegarão a posição de titulares.
Quadro 3. O treinador deve obter a aprovação do grupo sobre questões importantes antes de prosseguir.
Grupo |
Nº integrantes |
Média |
Comissão |
4 |
*1,75 |
Reservas |
27 |
3,12 |
Titulares |
11 |
3,15 |
* Diferença significativa de 0,01 entre a comissão técnica com os atletas reservas e titulares.
No quadro 3 a diferença significativa entre a comissão técnica e os atletas reservas e titulares nos leva a acreditar que estes gostariam de participar mais nas questões referentes ao grupo, ou seja, fazer parte de todo o processo e não simplesmente executá-lo. Através destes dados, podemos penar que os atletas estão comprometidos com a equipe, justamente por se importarem com o que acontece no meio em que estão inseridos.
Quadro 4. O treinador deve planificar sem consultar os atletas.
Grupo |
Nº integrantes |
Média |
Comissão |
4 |
*3,50 |
Reservas |
27 |
1,63 |
Titulares |
11 |
1,38 |
* Diferença significativa de 0,00 entre a comissão técnica com os atletas titulares e reservas.
No quadro 4, a diferença significativa se soma a algo positivo que é o reconhecimento de papéis existente nesse grupo, uma vez que o fato do treinador planificar sem consultar os atletas é aceito e reconhecido por todos, e mesmo que, referindo-se ao quadro 3, onde eles gostariam de participar do processo da equipe, os atletas sabem os reais papéis do treinador, ocorrendo neste caso, o reconhecimento da hierarquia saudável para um grupo.
Quadro 5. O treinador deve mostrar a sua satisfação quando um atleta obtém um bom resultado.
Grupo |
Nº integrantes |
Média |
Comissão |
4 |
*2,25 |
Reservas |
27 |
3,56 |
Titulares |
11 |
3,85 |
* Diferença significativa de 0,00 entre a comissão com os atletas titulares e reservas.
O quadro 5 nos mostra que os atletas gostariam de ter no seu cotidiano o reconhecimento do seu trabalho e do esforço. Sabe-se que o ambiente futebolístico é machista em determinadas questões, os elogios entrariam neste contexto, porém não podemos esquecer que o reconhecimento do trabalho de seus atletas vem de encontro à maneira de liderar da comissão técnica, e certamente isso varia não só de treinador para treinador como também de equipe para equipe. Neste caso é desejo da equipe a ocorrência de uma devolução do trabalho realizado, até mesmo para motivá-los no esporte.
Quadro 6. O treinador deve ser democrático.
Grupo |
Nº integrantes |
Média |
Comissão |
4 |
*1,32 |
Titulares |
11 |
2,06 |
Reservas |
27 |
2,23 |
*Diferença significativa de 0,00 entre a comissão técnica com os atletas titulares e reservas.
O quadro 6 vem ao encontro do que já foi mencionado anteriormente no quadro 3 sobre o desejo dos atletas de uma maior interação com a equipe técnica, não só em relação aos momentos de jogos e decisões técnicas e táticas, como também, todo o processo de treinamentos e decisões importantes para todo o grupo, o que demonstra novamente o quanto eles estão comprometidos com a equipe.
Considerações finais
A relação atleta e treinador (liderança) têm sido cada vez mais importante para um bom desempenho da equipe, o que também se tornou preocupação do grupo como um todo se esta relação esta ou não os ajudando. Sabe-se que com a evolução dos treinamentos e dos meios para alcançar uma melhor performance, o ponto que pode ser decisivo para uma equipe é o fator psicológico.
Concluí-se que em relação às tarefas, autonomia e feedback existem pequenas diferenças na percepção que a equipe possui do treinador, entretanto no aspecto democrático existem diferenças significativas nas percepções do grupo.
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