A representação social da violência de gênero no contexto esportivo: um olhar a partir de atletas de futsal |
|||
*Professora Doutora do Curso de EF da ULBRA. Campus de Santa Maria. Coordenadora do grupo de pesquisa em Conhecimento psicológico do ser Humano e sua relação com a prática de atividade física. **Alunos do Curso de EF da ULBRA. Campus de Santa Maria. ***Aluno do Curso de EF da ULBRA. Campus de Santa Maria e Bolsista de iniciação científica pela FAPERGS. |
Maria Cristina Chimelo Paim* | Cristiano Sauressig** Daniel Rossi*** | Juliane Baggiotto Manfio* Lilian Lavratti* | Marcelo Rovedder* crischimelo@bol.com.br (Brasil) |
|
|
|
|||
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 121 - Junio de 2008 |
1 / 1
Introdução
O esporte é considerado um dos fenômenos sócio-cultural mais importante deste novo milênio. Enquanto fenômeno desperta interesse, mobiliza paixões, envolve uma gama imensa de sentimentos, cria representações de corpo e saúde, convidando as pessoas à imediata participação de forma ativa ou passiva (TUBINO, 1999). A prática do futsal feminino é mais uma confirmação desse fenômeno, pois é grande a adesão de mulheres na prática dessa modalidade esportiva, seja essa adesão em forma de lazer, esporte educacional ou profissional.
Outro fator que reafirma o esporte enquanto fenômeno é o grande interesse pelos fatos esportivos entre os não praticantes, como o que observamos nos comentários e análises dos torcedores brasileiros após um intenso final de semana esportivo (PAIM & STREY 2007). Dentro deste contexto, percebe-se que cada segmento da sociedade está envolvido com o esporte de maneira diferenciada, e qualquer manifestação gerada nesse meio, como a agressividade, a violência, a transformação, a dominação, a consciência crítica, etc., será diferente, devido ao significado desta atividade para as pessoas envolvidas. No presente estudo focaremos a violência de gênero no contexto esportivo.
Atualmente a violência no contexto esportivo vem ganhando constante destaque, com episódios lamentáveis de agressões entre torcedores, com jogadores se agredindo fisicamente dentro de campo, com a presença de preconceitos raciais e de gênero, entre outros, transformando-se em um grave problema social. De acordo com Paim & Strey (2008), a violência física é o tipo mais visível no contexto esportivo. Mas, presenciamos no esporte, outros tipos de violência, que não são tão visíveis quanto à violência física, mas que podem causar grandes prejuízos à saúde das pessoas, que são a violência psicológica e à violência simbólica. A violência psicológica é toda ação ou omissão que causa ou visa dano à identidade ou ao desenvolvimento de uma pessoa. São os deboches, preconceitos, estereótipos. A violência simbólica tem o poder de construção da realidade, que tende a estabelecer o sentido imediato do mundo, em particular do mundo social (Bourdieu, 1996; Rede saúde, 2001).
Estes tipos de violência ficam mais evidenciados quando focamos a mulher no esporte. Estudos realizados por De Sousa & Altmann (1999); Knijnik & Vasconcellos (2003); Capitanio (2004), Paim (2005), revelam que apesar de ser grande o número de mulheres envolvidas na prática do esporte, desde o esporte de lazer como no esporte de rendimento, o contexto esportivo ainda é permeado por valores masculinos do tipo "mais forte; mais alto; mais rápido; mais musculoso, etc.", o que faz muitas vezes, com que as mulheres que se envolvem no esporte, sejam vítimas de questionamentos, de preconceitos, de discriminações, e de estereótipos, oriundos de diferentes fontes como da família das próprias atletas, da mídia, e da sociedade em geral.
Dentro desse contexto, diferentes características foram atribuídas historicamente, como fazendo parte do universo masculino e feminino, surgindo os estereótipos, que tendem a classificar essas categorias como representativas destes grupos. Para Strey (1998); Jaeger (2004) & Saraiva (2005) essas diferenças de papéis, atribuídas pela sociedade, levaram homens e mulheres a viverem em situações de desigualdade. Essas situações de desigualdades em alguns casos favorecem ao aparecimento de episódios de violência, inclusive no contexto esportivo. Os estudos de Paim & Strey (2005), Paim (2005) realizados com adolescentes esportistas, corroboram nossa afirmação, pois foi encontrada, ainda com bastante freqüência a presença de estereótipos de gênero com relação à participação da mulher no futebol. Isto pode ser visto no argumento de que a mulher é mais sensível e a prática do futebol exige muita força física, e favorece a construção de lideranças, os quais ainda são considerados pela sociedade, atributos masculinos e não femininos.
Apesar das grandes conquistas alcançadas pelas mulheres na sociedade, inclusive no contexto esportivo, ainda são muitos os preconceitos, estereótipos, discriminações, que permeiam a prática das mulheres no esporte, sejam no esporte de lazer, educacional ou esporte de alto rendimento. Na presente pesquisa, adota-se a perspectiva que gênero é um elemento constitutivo das relações sociais e históricas, fundadas sobre diferenças percebidas entre os dois sexos, mas que não são conseqüências diretas nem da biologia, nem da fisiologia e que explicam persistentes desigualdades de todos os tipos entre mulheres e homens (SCOTT, 1990). Gênero é, portanto, uma construção social. Com base no exposto, verifica-se a importância de realizarmos estudos como este, pois ao abordamos este tipo de questionamento relacionado com a prática de esporte pelas mulheres, estaremos aguçando a curiosidade das pessoas, no sentido de saberem do que se trata o estudo, pois o que vemos é que em muitos casos esses estereótipos e discriminações encontram-se tão enraizados em nossa sociedade, ainda bastante "machista", que passam despercebidos pela maioria das pessoas, inclusive as atletas, tornando-se algo comum ou culturalmente aceito como correto (PAIM, 2005; 2007).
Desta forma elegeu-se como foco de pesquisa investigar como se apresenta e se manifesta a representação social da violência de gênero da mulher no contexto esportivo, entre as mulheres atletas, praticantes de futsal.
Caminhos percorridosA metodologia utilizada para este estudo é de referência qualitativa, pois foi nosso interesse aprofundar os significados das ações e relações humanas, um universo de valores, crenças e significações, que em nossa opinião não pode ser quantificado. De acordo com (Franco, 2004) as representações sociais são elementos simbólicos que as pessoas expressam mediante o uso de palavras e de gestos. No caso do uso de palavras valem-se da linguagem oral ou escrita, explicitam o que pensam como percebem as situações, entre outros. Sendo essas mensagens mediadas pela linguagem, as quais são construídas socialmente e estão necessariamente ancoradas no contexto social na qual o sujeito está sendo estudado.
A pesquisa envolveu nove mulheres atletas de futsal, na faixa etária entre 20 a 31 anos, da cidade de Santa Maria/RS. Todas elas foram escolhidas aleatoriamente e estão praticando futsal a mais de dois anos. Para coleta dos dados foi utilizada uma entrevista semi-estruturada. As questões foram elaboradas assumindo gênero como uma construção social e, portanto histórica. Assim as atletas participantes da pesquisa contribuíram voluntariamente ao responderem a entrevista referente à violência no contexto esportivo. Para analisar os dados agrupamos as respostas em três categorias de representações: O Que é Violência no Esporte mesmo?; Representação social da violência de gênero no contexto esportivo; Como as atletas enfrentam a violência de gênero no contexto esportivo. Alguns de seus relatos encontram-se citados no decorrer da leitura.
Resultados e discussõesO que é violência no esporte mesmo?
As colaboradoras da pesquisa ao serem questionados sobre qual entendimento tinham de Violência no esporte, caracterizaram, de maneira geral, como sendo: violência física, onde se encontram os pontapés, os socos, os chutes e entradas maldosas nos adversários; violência moral, quando há a presença de, palavrões e xingamentos e da violência psicológica, a qual se manifestou na representação do racismo. Como foi revelado nas falas:
"as cenas de violência nos estádios, principalmente de futebol. Violência nas torcidas organizadas. Também tem os casos de racismo no futebol, isso também é violência, né?" (Mara, 31 anos).
" infelizmente temos visto muita violência no esporte. É nas torcidas, é entre os jogadores. Parece que ficam todos irracionais, perderam o espírito esportivo" (Fofão, 23 anos).
" é preciso resgatar os sentimentos que fazem parte do esporte, como a cooperação, a solidariedade, a reunião" (Jaqueline, 28 anos).
As entrevistadas consideram a violência no esporte uma prática fora de propósito, um absurdo, pois esporte pressupõe companheirismo, jogo limpo, alegria, boa convivência e muita qualidade de vida, onde não deveria haver a presença de atitude de violência. Através da análise das falas, ficou evidenciada a indignação das atletas com a presença de episódios de violência no esporte. Revela assim que para o grupo de atletas que fizeram parte da pesquisa, a violência no esporte é uma prática desnecessária, pois não se deve confundir emoção esportiva com atitude de violência.
Kfouri (1996) aponta como uma possível solução para tentar acabar com a violência nos estádios seria cobrar o ingresso caro, cada vez mais caro, tornando o futebol, um esporte para a elite. O autor complementa dizendo que não são os pobres os responsáveis pela violência, mas são as condições de vida que lhes é oferecida que proporciona o aparecimento dessa.
Representação social da violência de gênero no contexto esportivoQuando questionamos as atletas sobre como elas viam representada a violência contra a mulher no contexto esportivo perante a sociedade, percebemos em um primeiro momento que as participantes não tinham uma representação social clara do que seria a violência de gênero no contexto esportivo. Foi no decorrer das entrevistas que o tema foi surgindo e aos poucos as participantes começaram a revelar a suas percepções a respeito da violência de gênero no contexto esportivo. Pensávamos que a representação sobre a percepção e o entendimento da violência de gênero seria uma construção unânime, porém duas atletas mencionaram nunca terem ouvido essa expressão, e outras responderam de diferentes formas: "violência de gênero" é a grande diferença de salários entre homens e mulheres no esporte; é quando há menor número de mulheres dirigentes e comentaristas esportivos; quando as mulheres são menos estimuladas a praticarem esportes do que os homens, quando há piadas, preconceitos, estereótipos de gênero e qualquer outro tipo de discriminação relacionado à prática de esportes pelas mulheres, entre outros, como podemos observar na fala das atletas:
"no futebol ou futsal bah! Eu acho que a sociedade ainda vê a presença da mulher de uma maneira preconceituosa. O futebol é a própria cultura do homem brasileiro, e o salário....esse não dá nem para comentar, a diferença é assustadora mesmo". (Antônia, 28 anos).
"no futsal para uma mulher ser respeitada, leva muito mais tempo do que um homem. É preciso que esta seja muito competente, seu desempenho esportivo tem que ser excelente". (Ana, 21 anos)
"a falta de apóio financeiro para nós permanecermos no esporte é alarmante.." ( Nina, 26 anos).
A partir da análise dessas falas, percebe-se que a inserção social das mulheres no contexto esportivo, em especial no futsal, é um processo lento que começou há pouco tempo, face ao longo período em que lhes eram impostas condições de submissão, reclusão e impotência. Que os estereótipos, preconceitos que permeiam a representação social da violência de gênero contra a mulher no contexto esportivo, em muitos casos, revela-se como um tipo de violência silenciosa, que na maioria dos casos passa despercebido pela sociedade, inclusive pelas as atletas.
Como as atletas enfrentam essa violência de gênero no contexto esportivoAs colaboradoras admitem que as mulheres estejam conquistando espaços no mundo esportivo, mas ainda está longe a sua equivalência ao status masculino. As atletas foram unânimes em dizer que é preciso que nós, as praticantes de esportes, em especial de futebol ou futsal, esporte que há maior concentração preconceitos e estereótipos com relação a sua prática pelas mulheres, mostre para a sociedade que esses esportes são apenas, mais uma forma de atividade física. Para isso, dizem as atletas, temos que ir a busca de patrocínio para realização de campeonatos e divulgação do esporte; é preciso que as mulheres assumam mais cargos administrativos no esporte, é preciso mostrar para a sociedade que, somos mulheres, mas que gostamos de praticar esportes, e a prática do futsal nos deixa mais fortalecida física, e psicologicamente, é o que podem ser confirmado nas falas abaixo:
" para acabar com a violência contra a mulher no contexto esportivo não vai ser fácil, eu aposto na educação, e tem mais não admito que alguém fale algo que nos diminua enquanto pessoa, só porque praticamos um esporte que antigamente era dominado por homens" (Pati, 21 anos).
"Para jogar futsal, tive que vencer muitos preconceitos. Minha família foi contra por muito tempo. Eles diziam que a mulher que joga futebol é sapatão, entre outras coisas. Não foi nada fácil" (Sandra, 23 anos).
Por meio dessas falas foi possível perceber que a representação das atletas sobre as dificuldades para permanecerem na prática dos esportes, em especial do futsal, foram construídas a partir das suas vivências nos esportes. Percebe-se que as atletas vêem aos poucos aprendendo a lidar com essas situações desagradáveis, de preconceitos e discriminações, que em muitos casos acabem afastando as mulheres da prática do futsal. Percebe-se também que essas atletas não se consideram masculinizadas por praticarem esportes, pois de alguma maneira já superaram os conflitos internos causado pela visão estereotipada da mulher esportista.
Estudo desta natureza contribui para a área da Educação Física e Esportes, pois fornecem suporte para o planejamento de ações e estratégias para proporcionar à mulher atleta à oportunidade da prática de uma atividade física sem culpa ou constrangimentos de qualquer natureza, proporcionando, desta forma, oportunidades iguais de homens e mulheres aderir à prática esportiva. Hoje, ainda existem muitas barreiras como o preconceito, os estereótipos, a falta de incentivo e patrocínio para as mulheres se desenvolverem e crescerem no esporte, como foi revela através das entrevistas, mas o que nos alegra é ver o número expressivo de mulheres envolvidas com a prática dos esportes, e buscando alternativas para que suas conquistas sejam reconhecidas e valorizadas perante a nossa sociedade ainda bastante patriarcal e machista.
Assim, entre preconceitos, dúvidas, credibilidade, o futsal feminino, consegue aos poucos vencer barreiras importantes na sociedade, e hoje cada vez mais praticantes estão à procura de escolinhas de futsal e clubes para jogar, e mais, algumas equipes profissionais oferecem às atletas além de salários, alojamentos, alimentação, e um fator que é primordial hoje em dia, o acesso à educação, através de bolsas de estudos nas universidades.
Consideraçõe finaisEste estudo foi uma tentativa de analisar como as mulheres esportistas percebem a representação social da violência de gênero no contexto esportivo. Em geral, as descobertas do presente estudo não diferem substancialmente daquelas relatadas na literatura sobre a prática de esporte pelas mulheres.
Assim ficou evidenciado que: a violência de gênero no contexto esportivo possuiu uma representação construída a partir da percepção da: grande diferença de salários entre homens e mulheres no esporte; quando o número de mulheres dirigentes e comentaristas esportivos são muito menores que o número de homens; quando há menos incentivo para as mulheres praticarem esportes do que os homens; quando há piadas, preconceitos, estereótipos de gênero e qualquer outro tipo de discriminação relacionado à prática de esportes pelas mulheres.
Podemos perceber também que os estereótipos, preconceitos que permeiam a representação social da violência de gênero da mulher no contexto esportivo, em muitos casos, revelam-se como um tipo de violência silenciosa, que na maioria dos casos passa despercebido pela sociedade, inclusive pelas as atletas.
Referências bibliográficas
BOURDIEU, P. Novas reflexões sobre a dominação masculina. IN: LOPES, Marta J. M., MEYER, D. E., WALDOW, V. R. (orgs.) Gênero & Saúde. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
CAPITANIO, A. M. Contexto social esportivo: fonte de stress para a mulher? www.efdeportes.com/ Lecturas: EF y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires Año 10 N 78, noviembre de 2004.
DE SOUSA, E. S. & ALTERMAN, H. Meninos e Meninas: Expectativas corporais e implicações na Educação Física Escolar. Cadernos Cedes. Ano XIX, N.48, 1999.
FRANCO, M. L. P.B. Representações sociais, ideologia e desenvolvimento da consciência. Cadernos de Pesquisa. V 34, n.121. jan/abril. 2004
JAEGER, F P. Infância e Relações de Gênero In: STREY, Marlene N; AZAMBUJA, Mariana P. R; JAEGER, Fernanda P. (Orgs.) Violência, gênero e políticas públicas. 1 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004, p. 291-315.
KFOURI, J. Sonhar de olhos abertos. In: Lerner, L. (ed). Op., p. 61-64, 1996.
KNIJNIK, J D. & VASCONCELLOS, E G. Mulheres na área no país do futebol perigo de gol. In: SIMÕES, A (Org.) Mulher e Futebol: mitos e verdades. São Paulo: Manole, 2003, p. 165-175.
PAIM, M C. C. Visões esterotipadas sobre a mulher no esporte. Revista Lecturas EF y Deportes. www.efdeportes.com/ Buenos Aires. Año 9, n. 75, agosto de 2004.
PAIM, M C. C & STREY, M. N. Percepção de corpo da mulher que joga futebol. www.efdeportes.com/ Lecturas: EF y Deportes, Revista Digital - Buenos Aires-año 10 N. 89 Junio de 2005.
PAIM, M C. C. Esterótipos de gênero no futebol. In: JORNADA DE ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE, 2005, Cachoeira do Sul. Anais... Cachoeira do Sul: ULBRA, 2005, p. 26.
PAIM, M C. C & STREY, M. N. Violência no contexto esportivo. Uma questão de gênero?. www.efdeportes.com/ Revista Lecturas EF y Deportes - Buenos Aires-año 12 N. 108 Mayo de 2007.
PAIM, M C. C & STREY, M. N. A face oculta das violências contra a mulher no contexto esportivo. www.efdeportes.com/ Revista Lecturas EF y Deportes - Buenos Aires-año 12 N. 117 Febrero, 2008.
REDESAÚDE (Rede Nacional Feminista de Direitos Reprodutivos). Dossiês. São Paulo: RedeSaúde, 2001.
SARAIVA, M.C. Co-Educação Física e Esportes: Quando a diferença é mito. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2 ed, 2005.
SCOTT, J. (1995). Gênero: uma Categoria útil da análise Histórica. Educação e Realidade. 20 (20, p. 71-99).
STREY, M. N. Gênero: In; Strey, Marlene Neves et al. Psicologia Social Contemporânea: livro texto. Petrópolis: Vozes, 1998.
TUBINO, M. J. G. O que é esporte. São Paulo: Brasiliense, 1999.
revista
digital · Año 13
· N° 121 | Buenos Aires,
Junio 2008 |