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Estudo da recepção em voleibol masculino
de elite em função da zona de recepção, do
jogador recebedor e do seu efeito

   
Universidade do Porto
Faculdade de Desporto
(Portugal)
 
 
Rosa Patrícia Lima  
Isabel Mesquita  
Felismina Pereira
titafive@hotmail.com
 

 

 

 

 
Resumo
     O presente estudo objectivo construir e aplicar um modelo zonal que contemple a dinâmica funcional na recepção do serviço bem como associá-lo ao efeito obtido e à especialização funcional dos jogadores. Nomeadamente, pretendeu-se: (1) associar o efeito da recepção do serviço com as zonas de recepção; (2) associar o efeito da recepção com o jogador recebedor; (3) associar o jogador recebedor com as zonas de recepção. A amostra foi constituída por 598 recepções de serviço. Com o intuito de garantir ao máximo a fiabilidade das observações, todas as imagens foram digitalizadas. A fiabilidade da observação mostrou valores acima do limite mínimo estipulado pela literatura (valor mínimo 96,4% e máximo 100%). O tratamento estatístico dos dados foi efectuado através da estatística descritiva e estatística inferencial com o cálculo do qui-quadrado para a análise da associação entre variáveis.
     Os resultados obtidos evidenciam que serviços direccionados para as zonas Laterais Distantes, convertem-se em ponto pela acção do serviço ou causam grandes dificuldades à recepção adversária. O Recebedor Prioritário1 e o Líbero foram os jogadores com valores mais elevados de recepções que permitiram mais opções de ataque, apesar de não se verificar uma associação estatisticamente significativa entre estas duas variáveis. O estudo da relação entre a especialização funcional do jogador recebedor e a zona de recepção demonstrou que o libero recebe preferencialmente na zona Central Distante, sendo responsável pela zona mais vasta do campo, e o Recebedor Prioritário2 na zona Lateral Distante Esquerda, atendendo às possibilidades de atacar mais facilmente por zona 4.
    Unitermos: Voleibol masculino de elite. Recepção. Jogador recebedor.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 121 - Junio de 2008


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Introdução

    Diversos autores nacionais e internacionais assumem a observação e análise da própria equipa e da equipa adversária como essencial no processo de preparação das equipas (Baconni e Marella, 1995; César & Mesquita, 2006; Coleman 2002; Coleman e Cloemanesset, 1994; Hughes, 2003; Moutinho et al., 2003;).

    Através dos dados recolhidos, treinadores e estudiosos procuram benefícios para enriquecerem o seu conhecimento sobre o jogo e, assim, aumentar a performance e o rendimento das suas equipas. Assim, a observação e análise do jogo pode permitir identificar regularidades na lógica dos acontecimentos do jogo, fornecendo, consequentemente, orientações para adequação dos processos de treino e opções tácticas em competição (Garganta, 2001; Moutinho et al., 2003;). O processo de observação e análise de jogo têm sofrido alguma evolução, nomeadamente nos sistemas de avaliação das acções de jogo (Garganta, 1998).

    A recepção do serviço ao constituir o primeiro momento do jogo pertencente ao complexo I assume particular relevância, porquanto da sua eficácia depende, em grande parte, o sucesso das acções subsequentes (Eom & Shutz, 1992). O jogo de voleibol com a alteração do regulamento, em 1999, nomeadamente pela introdução de um novo jogador, o libero (só com funções de recepção e de defesa) e pela inclusão de um novo sistema de pontuação (Rally Point System) alterou-se substancialmente. Nomeadamente, constata-se empiricamente que o incremento da especialização funcional de jogadores na recepção do serviço (recebedores prioritários e o jogador líbero) tem vindo a provocar alterações na dinâmica desta acção de jogo, tanto ao nível do espaço funcional de intervenção dos jogadores como no seu efeito.

    Deste modo, considera-se pertinente a análise das zonas de intervenção dos jogadores na recepção do serviço, em função da sua relação com a especialização funcional dos jogadores e com o efeito obtido, contextualizada no jogo masculino de elite. Baseado neste entendimento, o presente estudo teve como objectivo construir e aplicar um modelo zonal que contemple a dinâmica funcional na recepção do serviço bem como associá-lo ao efeito obtido e à especialização funcional dos jogadores. Nomeadamente, pretendeu-se: (1) associar o efeito da recepção do serviço com as zonas de recepção; (2) associar o efeito da recepção com o jogador recebedor; (3) associar o jogador recebedor com as zonas de recepção.


Material e métodos

Amostra

    A amostra é constituída por 598 recepções ao serviço, a partir de 5 jogos do Campeonato da Europa (Portugal, Rússia, Espanha, Sérvia e Montenegro, Itália e Croácia) e de 4 jogos da Liga Mundial de 2005 (Portugal, Brasil, Japão e Venezuela). A selecção da presente amostra foi do tipo não probabilístico intencional e teve como critério o facto das equipas representadas pertencerem a um grupo de voleibolistas de elite (Seleções Nacionais), a disputarem uma competição oficial internacional.


Variáveis e instrumentos

    a. Efeito da recepção

    Para esta variável utilizou-se, como critério, o número de opções de ataque que a recepçao proporciona ao distribuidor. A escala integra cinco (n=5) itens descritos no quadro 1.


    b. Modelo zonal de recepção

    No presente estudo construiu-se e aplicou-se um modelo zonal de recepção, no qual as zonas possuem diferentes dimensões, de acordo com o grau de dificuldade que cada uma delas produz à recepção do serviço. Sendo assim, as mais distantes e periféricas possuem dimensões mais reduzidas (por ser maior a dificuldade de recepção e por estarem mais distantes da zona de distribuição). A sua validação foi consumada pelo método de peritagem, através da realização de inquéritos a 12 treinadores de elite, a 4 estatísticos de jogo da FIVB e a 4 professores universitários especialistas na área de Voleibol. Do confronto das respostas dos inquiridos obteve-se o modelo zonal final, dividido em 7 zonas, conforme ilustra a figura 1. Assim, estudamos a intervenção dos jogadores na recepção ao serviço segundo a zona em que estes executaram esta acção: LCE: Zona Lateral Curta do lado Esquerdo (nos 3mts entre a linha lateral e a 1,5mts para dentro); CC: Zona Central Curta (desde a rede até á linha dos 3mts com 6mts de largura e 3mts de comprimento); LCD: Zona Lateral Curta do lado Direito (nos 3mts entre a linha lateral e a 1,5mts para dentro); LDE: Zona Lateral Distante do lado Esquerdo (1,5mts de largura desde a linha de ataque até á linha final); CD: Zona Central Distante (atrás da linha de ataque e a 1,5mts das linhas laterais e final); LDD: Zona Lateral Distante do lado Direito (1,5mts de largura desde a linha de ataque até á linha final); F: Zona do Fundo do campo (atrás da zona central distante e a 1,5mts das linhas laterais).


    c. Jogador recebedor

    Em função do jogador interveniente na acção de recepção ao serviço definimos os seguintes jogadores: Lib: Libero (jogador com tarefas exclusivamente defensivas, com função especializada na defesa e recepção do serviço); RP1: Recebedor Prioritário 1 (jogador especialista na recepção que se encontra nas zonas recuadas do campo no momento da recepção [1, 5 ou 6]); RP2: Recebedor Prioritário 2 (jogador especialista na recepção que se encontra nas zonas avançadas do campo no momento da recepção [4, 3 ou 2]); Op: Oposto Recebedor (jogador que normalmente não têm responsabilidade na recepção do serviço adversário) C: Central Recebedor (jogador que normalmente não têm responsabilidade na recepção do serviço adversário).


Procedimentos de recolha de dados e observação

    Para todos os jogos foi elaborado um modelo topográfico, com recurso à digitalização de imagem, no sentido de se obter maior rigor e objectividade na codificação das acções de jogo. Para o efeito dividiu-se o terreno em sete zonas conforme descrito na Figura 1.


Procedimentos estatísticos

    Procedeu-se ao cálculo da estatística descritiva, nomeadamente frequências e percentagens. Recorreu-se à estatística inferencial, ao cálculo do qui-quadrado (X2) para comparar os vários sistemas de observação e modelos de recepção e para testar a associação entre variáveis. O nível de significância ficou estabelecido em 5%.


Fiabilidade das observações

    Com o objectivo de testar a objectividade da observação, para cada uma das variáveis, foi determinada a fiabilidade intra-observador (com um intervalo de 30 dias) e inter-observador, através da percentagem de acordos (Van der Mars, 1989). Foram observadas 20% de acções, valor acima do valor mínimo aceitável (10%), estipulado pela literatura (Tabachnick e Fidell, 1989). Registaram-se valores mínimos intra-observador e inter-observador, respectivamente, de 97,2% para o efeito da recepção e 100% para o modelo zonal e jogador recebedor.


Resultados e discussão

Associação entre o efeito da recepção e a zona de recepção

    O quadro 2 mostra a relação entre o efeito da recepção de acordo com o número de opções de ataque e as zonas de recepção.

    Existe uma relação de dependência entre o efeito da recepção e o modelo constituído por 7 zonas (X2=133,064) estatisticamente significativa (p=0,001). O grau de correlação entre as duas variáveis é moderado (V de Cramer=0,236). Verificamos que a zona de recepção mais solicitada é a zona Central Distante com 473 acções de recepção de serviço realizadas nessa zona, correspondente a 79,1% da totalidade das acções de recepção observadas. A elevada percentagem de serviços para esta zona pode dever-se ao facto dos jogadores servidores optarem por um serviço seguro, para a zona central do campo, com o objectivo de diminuir o erro, ou então decorrer de um serviço extremamente potente, colocado na nesta zona, para diminuir o risco de erro. De seguida surgem as zonas laterais distantes do campo, tanto a direita como a esquerda, a serem frequentemente solicitadas com 9,4% e 6,4% respectivamente; tal significa que os servidores procuram as zonas periféricas do campo pois é onde se encontram os recebedores atacantes com o objectivo de dificultar a sua preparação para o ataque. Podemos verificar que grande parte dos serviços dirigidos para a zona Central Distante, possibilita, maioritariamente todas as opções de ataque o que revela alguma facilidade em receber nesta zona, contribuindo assim para uma melhoria da construção do ataque. Também os resultados obtidos por Maia & Mesquita (2007), considerando um modelo com 6 zonas de recepção, utilizado no Voleibol Feminino, mostraram que a zona intermédia do campo (zona 6) foi aquela onde ocorreu maior percentagem de recepções que permitiram todas as opções de ataque. Perante os resultados obtidos no nosso estudo, relativamente ao modelo com 7 zonas de recepção, podemos concluir que a zona de fundo do campo (F) é um espaço difícil de recepção ao serviço, ao verificar-se acções que permitem apenas uma opção de ataque, mais do que o esperado. Por seu turno, a zona Central Distante assume ser um espaço particularmente facilitador para realizar esta acção, na medida em que se verificou a ocorrência de recepções que permitem todas as opções de ataque mais do que o esperado. Por sua vez, a zona Lateral Distante Direita é também uma zona de difícil recepção, com ocorrência superior de recepções que permitem apenas uma opção de ataque, em relação ao esperado; este resultado pode encontrar explicação no facto de ser o espaço onde o distribuidor penetra para realizar acções de organização ofensiva.


Associação entre o jogador recebedor e efeito da recepção de acordo com o número de opções de ataque

    Verificamos que o libero efectua 189 acções de recepção do serviço, o que corresponde a 31,7%, os dois recebedores prioritários realizaram 388 recepções, correspondentes a 61%, e os restantes 3,3% são executadas pelo oposto e pelo central.

    Os resultados obtidos são semelhantes aos descritos por Santos (2004), que num estudo realizado no Campeonato do Mundo Masculino de 2002 verificou que 34,4% do total das recepções foram efectuadas pelo libero e 59,1% pelos recebedores prioritários. João et al., (2006) também apresenta resultados similares, num estudo realizado na Liga Mundial Masculina de 2001, onde verificou que 33,8% do total das recepções foram efectuadas pelos liberos e 66,2% pelos recebedores prioritários, tendo encontrado valores de 34,2% e 65,8% (libero e recebedores prioritários respectivamente) no caso concreto da Selecção Portuguesa Masculina.

    Existe uma relação de independência entre as duas variáveis (X2=23,699). Apenas existe uma associação parcial relativamente ao libero e ao recebedor prioritário. O libero apresentou no efeito da recepção 2 ou mais opções de ataque, valores menos elevados do que era esperado, enquanto que o recebedor prioritário apresenta valores mais elevados do que era esperado. Concluímos, então, que o libero distingue-se, pela negativa, em relação aos recebedores prioritários. Contrariamente, João et al., (2006) comparando a prestação do jogador libero com os recebedores prioritários, verificou que o primeiro registou valores de recepções de excelente qualidade (permitem todas as opções de ataque) significativamente superiores em relação aos segundos. Assim, afirma, que apesar dos jogadores recebedores prioritários serem especialistas na recepção o libero consegue ser, ainda, mais eficaz. Vários autores corroboram com esta assunção (Bellendier, 2003; Murphy, 1999; Ureña et al. 2000; Zimmermann, 1999).

    Maia & Mesquita (2007), num estudo realizado no Voleibol Feminino analisaram os dados correspondentes a cada um dos jogadores especialistas, onde todos obtiveram percentagens elevadas de recepções na categoria todas as opções de ataque, em que o recebedor prioritário A (corresponde ao RP1 no nosso estudo) apresenta o valor mais elevado (54,1%), confirmando o verificado no nosso estudo. Estes resultados evidenciam que não é consistente a assunção de que o Libero é mais eficaz do que os recebedores prioritários, podendo ser explicado, por um lado, por ser um jogador recente e ainda não se ter desenvolvido substancialmente o treino especializado deste jogador, e por outro, por depender do desempenho dos liberos em relação aos recebedores prioritários nas diferentes equipas em estudo.

    No presente estudo, o valor percentual mais baixo para todos os especialistas é referente á categoria não permite a organização do ataque e possibilita bola morta para o adversário, estando de acordo com os resultados obtidos também por Maia & Mesquita (2007), em que a menor percentagem apresentada nesta categoria foi do recebedor prioritário A (25%). No nosso estudo, quando comparamos os diferentes jogadores, o libero é aquele que apresenta maior percentagem de erro (8,5%) e o recebedor prioritário 2 é o que apresenta menor (5,4%). Verificamos assim, que o libero não se destaca na eficácia da recepção do serviço, indo ao encontro do suportado por Maia & Mesquita (2007). Relativamente a este procedimento de jogo, os resultados de ambos os estudos indiciam que o jogador mais eficaz é o recebedor prioritário 1.


Associação entre o jogador recebedor e a zona de recepção

    O quadro 4 remete para a relação entre o jogador recebedor e as zonas de recepção contempladas no modelo de 7 zonas.

    Da leitura do quadro verificamos que o jogador libero realiza o maior número de recepções na zona Central Distante (n=160) e na zona Lateral Distante Direita (n=19); do mesmo modo o RP1 efectua um elevado número de recepções nas mesmas zonas (n=197, 27 respectivamente); por sua vez, o RP2 realiza maior número de recepções na zona CD (n=109) e na zona LDE (n=31) devido a ocupar preferencialmente a zona 5/6 do campo no acto da recepção. Existe uma relação de dependência entre as duas variáveis (X2=261,568). O grau de dependência entre elas é moderado (V de Cramer=0,331) e existem diferenças estatisticamente significativas (p=0,001). Podemos constatar através da leitura do quadro que, enquanto que o RP1 apresenta valores menos elevados do que era esperado na zona LDE, o RP2 mostre esta tendência nas zonas CD e F do campo. O libero apresenta valores mais elevados do que era esperado na zona Central Distante e valores menos elevados do que era esperado na zona Lateral Distante Esquerda, pois este jogador realiza acções de recepção preferencialmente na zona 1 e zona 6. O central apresenta valores mais elevados do que era esperado em relação às zonas Lateral Curta Esquerda, Central, Lateral Curta Direita e valores menos elevados do que era esperado relativamente á zona Central Distante, provavelmente, pelo facto de tentarem retirar o central do ataque rápido. Neste caso, os jogadores servidores tentam colocar a bola no central, de forma a provocar a desaceleração da sua acção atacante, referida por diferentes autores (Bizzochi, 2000; Boucher, 2002; Coleman, 1996; Mesquita et al. 2002; Vasconcelos e Moutinho, 1996; Sawula, 1993).


Conclusões

    O estudo da relação entre o efeito da recepção e o modelo zonal de recepção comprova que a zona que possibilita ao adversário conquistar mais pontos é a zona CD (48,8%) e a zona F do campo (23,3%). Paradoxalmente também é na zona CD que se verifica uma elevada percentagem de recepções que permitem todas as opções de ataque (82,7%) o que mostra que nesta zona o serviço tendencialmente se torne fácil de receber. A zona LDD, é aquela que apresenta um valor mais elevado de recepções que permitem apenas uma opção de ataque, com uma percentagem superior àquela que era esperada (18,3%). A observação destes resultados permite concluir que os serviços direccionados para as zonas perto das linhas das zonas Laterais Distantes, convertem-se em ponto pela acção do serviço ou causam grandes dificuldades à recepção adversária.

    O RP1 (51,1%) e o libero (60,6%) mostraram ser os dois jogadores que possibilitam um valor mais elevado de recepções com uma elevada qualidade, apesar de o libero apresentar simultaneamente a maior percentagem de erro (8,5%) relativamente aos restantes recebedores prioritários. Todavia, não se verifica uma associação estatisticamente significativa, concluindo, deste modo, que o jogador que intervém na recepção do serviço não influencia de forma determinante o efeito da recepção. O estudo da relação entre a especialização funcional do jogador recebedor e a zona de recepção demonstrou que o libero recebe preferencialmente na zona Central Distante, sendo responsável pela zona mais vasta do campo, e o Recebedor Prioritário2 na zona Lateral Distante Esquerda, atendendo às possibilidades de atacar mais facilmente por zona 4.

    Os recebedores que mais intervieram na recepção foram o jogador RP1 e o libero (39,9% e 31,7% respectivamente), o que mostra que estes são os recebedores preferencialmente escolhidos para os sistemas de recepção com dois jogadores, libertando o RRP2 para o ataque, uma vez que está posicionado na 1ª linha no dispositivo de recepção.


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revista digital · Año 13 · N° 121 | Buenos Aires, Junio 2008  
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