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Prevalência de fatores de risco para a hipertensão
em estudantes do Colégio Mary Rabelo de Jequié

 

Graduado em Educação Física (UESB)

Pós-graduando em Atividade Física e Saúde (FTC)

(Brasil)

Antonio Francisco Reis Junior

junioreisant@bol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A hipertensão arterial representa um grave problema de saúde. Alguns fatores de risco para a doença são mais comuns de serem identificados e analisados em adolescentes. O presente estudo teve como objetivo de verificar quais os fatores de risco para a hipertensão, prevalece entre os estudantes de um colégio publico estadual em Jequié. O estudo tem uma natureza descritiva, ligado a pesquisa quantitativa tendo uma característica como transversal. A amostra foi constituída por 103 adolescentes do colégio Mary Rabelo de Jequié, utilizando como coleta de dados um questionário semi-estruturado, investigando o histórico familiar, o nível de atividade física, IMC, consumo de bebida alcoólica e fumo. Dos 103 alunos pesquisados foram 32 do sexo masculino e 71 do sexo feminino. Observando que 56,3% possuíam um histórico de hipertensão na família, 48,5%obtiveram um nível de atividade física indesejável, 32% consumiam bebida alcoólica, 16% demonstraram um IMC com um percentil ≥ 85 e 3,9% tinham o habito de fumar. Diante do estudo pode-se concluir que é necessário o reconhecimento, precoce dos fatores de risco em adolescentes, para que se promovan ações preventivas de saúde e educação no ambiente escolar.

          Unitermos: Hipertensão. Adolescentes. Fatores de risco. Escolares.

 

Abstract

          The arterial hypertension represents a serious problem of health. Some factors of risk for the illness are more common to be identified and analyzed in adolescents. The present study it had as objective to verify which the factors of risk for the hypertension, prevail enter the students of a college publish state in Jequié. The study it has a descriptive nature, on the quantitative research having a characteristic as transversal. The sample was constituted by 103 adolescents of the college Mary Rabelo de Jequié, having used as it collects of data a half-structuralized questionnaire, investigating the familiar description, the level of physical activity, alcoholic beverage IMC, consumption and tobacco. Of the 103 searched pupils they had been 32 of masculine sex and 71 of the feminine sex. Observing that 56.3% passim a description of hypertension in the family, a level of undesirable physical activity, 32% 48,5%obtiveram consumed alcoholic beverage, 16% had demonstrated one IMC with a percentile ≥ 85 and 3.9% had inhabit it to smoke. Ahead of the study it can be concluded that the recognition is necessary, precocious of the factors of risk in adolescents, so that if it promotes injunctions of health and education in the pertaining to school environment.

          Keywords: Hypertension. Adolescent. Risk factors. Pertaining to school.

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 119 - Abril de 2008

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Introdução

    As doenças crônicas degenerativas, atualmente assumiram o posto principal na causa de morte no país. Entre estas doenças estão incluídas as cardiovasculares, ou seja, doenças do coração. Uma das patologias que vêm crescendo na humanidade provocando vários óbitos é a hipertensão, que está presente nas sociedades industrializadas. A hipertensão é uma condição na qual há elevação da pressão arterial nas paredes das artérias, devido a alguns fatores que contribuem para o desenvolvimento como a obesidade, hereditariedade, o excesso de sal nos alimentos.

    De acordo com a IV Diretrizes de Hipertensão (2002), no ano de 1998 foram registrados 930 mil óbitos no Brasil, desse total as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 27% dos casos de mortes. A hipertensão é um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares.

    Cerca de 90% a 95 % dos casos de hipertensão são idiopáticas, ou seja, de origem desconhecida (Stanley 1996). O restante 5% a 10% está associado a doenças renais. Um estudioso que se preocupou em saber a origem da hipertensão foi Kaplan, (1980) ele desenvolveu uma pesquisa na Suécia com adultos entre 47 a 54 anos e constatou que a hipertensão em 95% dos casos é de origem desconhecida, podendo está relacionada a fatores genéticos, a ingestão excessiva de sal, a obesidade e a inatividade física.

    A hipertensão é uma doença principalmente dos vasos, devido as suas alterações ocorrerem nos vasos sanguíneos. A elevação da pressão arterial sanguínea, é um problema alarmante de saúde, devido na maioria dos casos ela permanecer assintomática, por vários períodos em que ela permanece no individuo até a sua fase de evolução. (Stanley, 1996)

    Dentre os fatores de risco relacionados à hipertensão um deles é o histórico familiar, indivíduos que possuem familiares hipertensos têm uma grande predisposição para está doença, bem como pessoa acima de 35 anos, pois o risco aumenta com a idade, como também os negros que são mais afetados por está patologia. “Os negros são afetados pela hipertensão em uma freqüência duas vezes maior que os brancos e parecem ser vulneráveis as sua complicações” (Stanley, 1996: 430).

    Um outro dado preocupante é a obesidade, estudos identificaram uma forte relação entre o peso corporal e a hipertensão. A obesidade quase triplica o risco de desenvolvimento desta patologia. Como também o excesso de álcool provocara reações no organismo elevando a pressão arterial. Existem outros fatores que podem elevar a hipertensão como: a ingestão excessiva de sal, o fumo e o sedentarismo.

    Conforme Celeno (2001) dentre as varias classificações desta enfermidade, o que tem valor prático e deve-se tomar como referência de acordo com as suas causas de hipertensão é a: Primaria ou Essencial e Secundaria.

    Primaria ou Essencial: è assim chamada, pois não consegue se caracterizar a sua origem, ocorrem em 90 a 95% dos casos de hipertensão sendo dependentes a fatores como hereditário, a ingestão excessiva de sal, obesidade, estresse e o uso de bebidas alcoólicas.

    As manifestações desta enfermidade são variadas dependendo do tipo e da evolução da doença. Na maioria dos casos ela permanece assintomática, e a melhor maneira de ser diagnosticada é através do método de ausculta. Segundo Celeno (2001) pode-se suspeitar de hipertensão quando o paciente relata dor de cabeça de madrugada ou pela manhã, zumbindo no ouvido, tontura, sensação de peso, ou pressão na cabeça.

    Hipertensão Secundaria: Ocorre na maioria dos casos em 5% a 10% dos pacientes hipertensos, neste caso pode-se evidenciar a causa desta patologia o que não acontece com a essencial. Geralmente os sintomas da enfermidade são os mesmo da hipertensão essencial, só que juntamente com esses sintomas soma-se das doenças renais, endócrinos ou vasculares.

    No próximo parágrafo é apresentada a classificação da pressão arterial para adultos acima de 18 anos lembrando que crianças e adolescentes as medidas não são as mesmas de acordo com a IV Diretrizes de Hipertensão, 2002.

Pressão Diastólica (mmHg)

Pressão Sistólica (mmHg)

Classificação

< 85

<130

Normal

85 a 89

130 a 139

Normal Limítrofe

90 a 99

140 a 149

Hipertenso leve(Estágio I)

100 a 109

160 a 179

Hipertensão Moderada (EstagioII)

> 110

>180

Hipertensão Grave (estagioIII)

IV Diretrizes de Hipertensão, 2002

    Enquanto a evolução da hipertensão ela pode ser denominada em benigna e maligna. A benigna evolui lentamente e com os níveis pressoricos não muitos elevados, não causando lesões graves nos rins, no coração e nas artérias os seus sintomas são dores de cabeça vertigens entre outros. (Faria 1999)

    Já a hipertensão essencial maligna segundo Faria (1999) acontece na maioria dos casos em pessoas negras e pardas do que em brancas, possui uma evolução rápida com uma pressão diastólica acima de 130 mmhg, os sintomas desta são mais graves do que na benigna com dor de cabeça de manhã cedo, dificuldade na visão comprometimento do nível dos rins coração cérebro e olhos.

    De acordo com IV Diretrizes de Hipertensão (2002), a prevalência de hipertensão entre crianças e adolescentes pode variar de 2% a 13%, considerando obrigatória a medida da pressão arterial a partir dos 3 anos de idade em consultório, recomendando a medida rotineira da pressão arterial no ambiente escolar.

    Na infância e adolescência, os valores verificados na pressão arterial devem ser comparados a valores normativos de idade, sexo e percentil de altura específicos, considerando pressão arterial normal, a valores de medida abaixo de 90, entre 90 e 95 faixas normais limítrofe e os valores maiores que o percentil 95 define hipertensão arterial.

    Um estudo conduzido por Moura et all (2004) observando a prevalência de pressão arterial elevada em escolares, adolescentes de Maceió, apontou pressão arterial elevada em 9,41% dos estudantes quando avaliada as medidas isoladas, quando considerando apenas a média de duas medidas a prevalência foi de 7,7% de hipertensão arterial.

    Segundo as observações de Rosa et all (2006) onde procurou estimar a prevalência de pré-hipertensão e pressão de pulso aumentada, evidenciou que 18,6% dos adolescentes apresentavam pré-hipertensão e 13,4% apresentavam a pressão de pulso elevada, não havendo uma associação com relação ao sexo na pré–hipertensão.

    Analisando os dois estudos verifica-se que ambos, apresentam uma prevalência de hipertensão, conforme a IV Diretrizes de Hipertensão (2002) que aponta cerca de 2% a 13%, enquanto um verificou 9,41% o outro apontou 8,6%, estes dados são importantes para que possibilite a adoção de estratégias de educação e saúde, principalmente no âmbito escolar, permitindo que os adolescentes discutam as questões de promoção de saúde.

    O estudo publicado por Rivera et all (2005) que observou o risco cardiovascular em adolescentes descreveram que 7,7% da população estudada foram identificados com pressão arterial ≥ a 95, classificando como hipertensos 97 estudantes do total de 1253 estudados.

    Durante a adolescência, muitos hábitos relacionados á alimentação, prática de atividade física, consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, possibilitam o aparecimento da hipertensão, por isso a necessidade da identificação destes fatores de risco, para iniciar uma intervenção educativa com o intuito da prevenção desta patologia.

    Com isso estaremos verificando quais fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão estão prevalecendo nos estudantes do colégio Mary Rabelo de Jequié, pois os fatores de risco para a hipertensão, eles já começam a ser demonstrados a partir da adolescência e juventude, se prolongam na vida adulta do individuo, e não havendo um cuidado e uma prevenção de alguns destes fatores poderá ocorrer complicações futuras.

Metodologia

    Este estudo faz parte de uma pesquisa realizada no Colégio Mary Rabelo de Jequié, durante o período de Outubro e Novembro de 2006, tendo como característica de ser um estudo observacional-transversal.

    A amostra foi constituída de 103 alunos do ensino fundamental e médio do referido colégio, tendo uma faixa etária de 15 a 17 anos, possuindo uma media de idade de 16,0. Durante o estudo houve 21 estudantes que se recusaram a participar da pesquisa.

    Inicialmente houve uma conversa com a direção da escola e os professores de Educação Física, apresentando a importância do projeto naquele espaço. Foi entregue o termo de Consentimento e livre Esclarecimento para a direção da escola, que a mesma autorizou o inicio da pesquisa, para acontecer durante as aulas de Educação Física, que foram cedidas pelos professores ministrantes desta disciplina.

    Referente a coleta de dados foi utilizado um questionário, para verificar o índice de massa corporal (IMC), o nível de atividade física dos estudantes, casos de hipertensão na família, o consumo de bebida alcoólica e o habito de fumar.

    Para verificar o IMC foi utilizada uma balança mecânica, com capacidade de até 130 kg, para verificar o peso, enquanto a altura foi utilizada uma fita métrica, que foi colocada em uma superfície plana, onde foi analisada a altura dos adolescentes. Quanto ao nível de atividade física, foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versões curtas, para casos de hipertensão na família, foram consideradas a história familiar de pais, avós e irmãos hipertensos. O consumo de bebida alcoólica analisou-se através do consumo freqüente e nos finais de semana, relacionado ao fumo foram observadas os fumantes, aqueles que não fumam e ex-fumantes.

    Para a análise dos dados estatísticos foi utilizado o programa SPSS 10.0 e foram estabelecidos pontos de coorte, para as variáveis estudadas, referente a hipertensão na família foi considerado indesejável aqueles que afirmaram possuir pais, avós, irmãos hipertensos, e desejável aqueles que não possuem casos na família.Quanto ao IMC foi considerando o nível desejável os valores abaixo do percentil 85, e indesejável os valores acima deste percentil. Com relação ao nível de atividade física aqueles que foram classificados como sedentários ou insuficientemente ativo, indesejável e os classificados como ativos ou muito ativos, foram considerado desejável. Para o consumo de álcool, foram considerados desejáveis aqueles que não consumiam bebida alcoólica, e indesejável os estudantes que relataram beber frequentemente e nos finais de semana. Relacionado ao fumo foi desejável os não fumantes e ex-fumantes e indesejáveis os que relataram fumar.

Resultados

    Este estudo teve como objetivo principal verificar a prevalência dos fatores de risco para a hipertensão arterial em estudantes de um colégio público estadual de Jequié, sendo investigados 32 do sexo masculino e 71 do sexo feminino.

    Verificando os casos de hipertensão na família 56,3% relataram sim e 43,7% relataram não possuir casos de hipertensão na família. Apontando o nível de atividade física com fator de risco para a hipertensão foi encontrado que 48,5% apresentavam em um nível indesejável e 51,1% desejável relacionado ao IMC 16% obtiveram a classificação indesejável e 84% foram consideradas desejáveis, referente ao consumo de bebida alcoólica 32% foi considerado indesejável e 68% desejável, o fumo foi classificando os estudantes com 3,9% indesejável e 96,1% desejável.

    Observando os resultados do presente estudo, verifica-se que os fatores de risco para a hipertensão prevalecem entre os adolescentes, sendo os maiores níveis respectivamente, o histórico familiar, o nível de atividade física baixo, o consumo de bebida alcoólica, o IMC acima do percentil > 85 e por final o fumo. Como mostra as tabelas 1 e 2.

Tabela 1. Fatores de Risco para Hipertensão Arterial em Adolescentes (2006)

 

Classificação

História familiar

NAF

Bebida Alcoólica

Freqüência

Associativa

Freqüência

Relativa

Freqüência

Associativa

Freqüência

Relativa

Freqüência

Associativa

Freqüência

Relativa

Indesejável

58

56,3%

50

48,5%

33

32%

Desejável

45

43,7%

53

51,5%

70

68%

Total

103

100%

103

100%

103

100%

Discussões

    Neste estudo o percentual de adolescentes que foram considerados indesejáveis, referente ao nível de atividade física é alto 48,5%, com isso percebe-se, apesar das iniciativas que procuram incentivar a pratica de atividade física, como uma estratégia para a promoção da saúde, as pessoas continuam ainda sendo sedentárias. Comparando os dados deste estudo com os de Rivera et all(2005) que verificou a prevalência de hipertensão em crianças e adolescentes de Maceió, evidenciou que 93,5% dos estudantes foram considerados sedentários. Já o produzido por Monego et all (2005) procurando conhecer a ocorrência de hipertensão em escolares apontou que 37,8% dos adolescentes eram sedentários. Em seu trabalho Hallal (2006) que procurou observar a prevalência de sedentarismo indicou que 49% das meninas e 67% dos meninos eram sedentários.

    Analisando o presente estudo relacionado ao nível de atividade física com os demais citados acima, verifica-se que o percentual encontrado neste estudo aproxima-se daqueles produzidos por outros pesquisadores, não tendo um nível tão elevado de escolares sedentários como aconteceu no estudo de Maceió, que mais de 90% dos estudantes foram considerados sedentários. Isto é preocupante, pois o sedentarismo na adolescência pode trazer complicações muito graves na sua vida. Por isso que é necessária a prática de atividade física na adolescência, para evitar possíveis complicações, pois é sabido que a prática de atividade física regularmente traz benefícios para a saúde e o bem-estar do individuo.

    Relacionado ao histórico familiar com o presente estudo 56,3% foram classificados indesejáveis e 43,7% desejáveis. Existem estudos que apontam evidências que pessoas com histórico familiar de hipertensão, apresentam na juventude alterações cardiovasculares. Um estudo conduzido por Valério (2005) que buscou fazer uma análise comparativa, do ecocardiograma em filhos de hipertensos e em filhos de normotensos. Observou que indivíduos com uma história familiar positiva da hipertensão apresentam um padrão de relaxamento do ventrículo esquerdo alterado.

    Em um estudo conduzido por Mendes et all (2006) que analisou a associação dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares em adolescentes e seus pais, identificou a hipertensão em 11,4% dos adolescentes e em 20,3%dos seus pais e 10,2% das suas mães.

    O álcool na adolescência é um dos grandes problemas na sociedade, neste estudo 32% dos investigados apontaram consumir bebida alcoólica frequentemente, ou nos finais de semana. No estudo conduzido por Monego et all (2006) verificando os determinantes para o risco cardiovascular em escolares, observou o consumo de álcool em 32,7 % dos estudantes, e na pesquisa conduzida por Silva et all (2006) que estudou a prevalência do risco cardiovascular associada ao estilo de vida indicou que 62,6% dos adolescentes já haviam consumido bebida alcoólica.

    Apesar de o álcool ser uma substância licita e proibida entre os menores, ainda sim existe o consumo destes adolescentes, o que não se pode aceitar que este consumo se torne excessivo, trazendo a dependência e provocando problemas familiares, psicológicos, sociais e até no seu organismo com a possibilidade de desenvolver a hipertensão em sua vida.

Tabela 2. Fatores de Risco para Hipertensão Arterial em Adolescentes (2006)

 

Classificação

IMC

FUMO

Freqüência

Associativa

Freqüência

Relativa

Freqüência

Associativa

Freqüência

Relativa

Indesejável

16

16%

4

3,9%

Desejável

87

84%

99

96,1%

Total

103

100%

103

100%

    O IMC encontrado no estudo com o percentil > 85 e foram considerados indesejáveis por 16%. dos entrevistados, já 84% obtiveram o percentil abaixo do 85 e colocaram se como desejáveis. Trazendo para estudos publicados por Moura et all (2004) que verificou a prevalência de pressão arterial elevada em escolares de Maceió, indicou o risco de sobre peso ou obesidade em 9,3% dos estudantes. Entretanto Silva et all (2006) em seu estudo de prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares, analisou que 20% dos estudantes estavam com sobrepeso e obesidade.

    Pode-se verificar que o número de adolescentes que foram classificados como indesejáveis foi considerável, isto é devido há maus hábitos alimentares, ou devido a não prática de uma atividade física, que foi também elevada entre os estudantes do presente estudo.

    O fumo foi o menor indicador encontrado neste estudo apenas 3,9%, dos investigados confirmaram ser fumantes, verificando outros estudos, obtiveram valores maiores como no estudo conduzido por Mendes et all (2006), procurando observar a associação dos fatores de risco cardiovascular em adolescentes e seus pais, indicou que 7,8% dos adolescentes tinham o habito de fumar. Entretanto Rivera et all (2005) em seu estudo sobre a prevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes de Maceió apontou o fumo em 2,4% dos escolares.

    Fazendo uma análise dos estudos acima, pode-se considerar que é baixo o habito de fumar entre os adolescentes, mas o que não se pode descartar, a possibilidade de que alguns dos entrevistados tenham omitido seu envolvimento com o habito de fumar, contribuindo para uma prevalência abaixo do normal. Entretanto não se pode descartar as campanhas, que são desenvolvidas anti-drogas, principalmente nas escolas que provavelmente poderia ter havido uma diminuição dos indicadores.

Considerações

    Através deste estudo podem-se verificar quais os fatores de risco para a hipertensão prevalece entre os estudantes do colégio Mary Rabelo de Jequié-Bahia, sendo os fatores que obtiveram uma maior porcentagem respectivamente, o histórico familiar, o sedentarismo, o consumo de álcool, IMC e por final o tabagismo.

    Analisando a representatividade de cada fator de risco, observa-se que é crescente o número de famílias que possuem casos desta patologia, assim como também é elevada à porcentagem de adolescentes que estão se tornando sedentários,não praticando uma atividade física, e o consumo de bebida alcoólica também foi bastante representativo, apesar das leis proibirem o consumo de álcool entre os menores de 18 anos. Relacionado ao IMC, foi representativo isso é devido a não pratica de uma atividade física, que foi elevada entre os estudantes, como também pode ser devido há hábitos alimentares inadequados. A menor representatividade foi o fumo em que poucos afirmaram ter o habito de fumar.

    Diante do estudo pode-se concluir que é necessário o reconhecimento, precoce dos fatores de risco em adolescentes, para que se promovam ações preventivas de saúde e educação no ambiente escolar.

    Estas discussões referentes à Atividade Física e Saúde devem ser produzidas pelos profissionais da área de Saúde no âmbito escolar, para que se tenha o conhecimento destes fatores pelos estudantes, direção da escola, funcionários e todo o corpo docente, a fim de que se adquira o reconhecimento precoce dos riscos, para se desenvolver ações preventivas e educativas na comunidade escolar.

Referências

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  • MONEGO, Estelamaris T; VEIGA, Paulo César Brandão Jardim; Determinantes de Risco Para Doenças Cardiovasculares em Escolares; Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v 87, nº1, pp. 37-44, julho 2006.

  • MOURA, Adriana A, et all; Prevalência de Pressão Arterial Elevada em Escolares de Maceió, Jornal de Pediatria. v 80, n°1, pág. 35-39, 2004.

  • RIVERA, Ivan Romero et all; Prevalência de Fatores de Risco Cardiovascular em Crianças e Adolescentes da Rede de Ensino da Cidade de Maceió, Arquivos brasileiros de Cardiologia- v 84, nº5, pp. 387-392, Maio 2005.

  • ROSA et all. Pré-Hipertensão arterial e Pressão de Pulso Aumentada em Adolescentes: Prevalência e Fatores Associados. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - volume 87, nº1,pág 46-51, julho 2006.

  • SILVA, Atalanta Ruiz da, et all; Prevalência de Sobrepeso, Obesidade e Hábitos de Vida Associados ao Risco Cardiovascular em Alunos do Ensino Fundamental Revista Assoc. Méd. Bras.v 52, nº2, pág 118-124, 2006.

  • VALÉRIO, Marilia Braga; Análise Comparativa do Ecocardiograma em Filhos de Hipertensos e Filhos de Normotensos, arquivos. Puc Pr, eventos 2005.

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