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Projeto Dança: ampliando os horizontes da cidadania na escola

 

Graduada em Educação Física – Licenciatura plena – UFSM

Especialista em Ciência do Movimento Humano – CEFD/UFSM

Professora da rede Municipal de Dilermando de Aguiar-RS-Brasil

Mestranda do Programa de Pós-graduação em Educação - CE/UFSM

 Alexandra Rosa Silva

alexandranaidon@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          Partindo da necessidade de refletir sobre a dança na escola e sua contribuição na formação de cidadãos particípes e construtores de seu próprio tempo, este texto é um relato de uma proposta pedagógica desenvolvida no Projeto Dança na escola Municipal de Ensino Fundamental Valentim Bastianello.

          Unitermos: Dança. Escola. Formação.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 119 - Abril de 2008

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A dança na escola: proposta pedagógica

    A Escola Municipal Valentim Bastianello é atualmente, a sede do projeto de experiência pedagógica – nuclearização de escolas da zona rural, localizada na comunidade de São José da Porteirinha no município de Dilermando de Aguiar. Desta forma, possui um calendário próprio, em tempo integral (manhã e tarde), sendo os dias letivos alternados entre as quatro primeiras séries e as quatro últimas do ensino fundamental.

    A fim de possibilitar vivências diversificadas aos alunos, a escola oferece projetos especiais, onde professores e alunos trabalham juntos, num horário específico durante todo o ano letivo. Neste contexto, o projeto Dança assume um importante papel para que os educandos possam conhecer o seu corpo, compreender as relações que são estabelecidas entre o fazer, o conhecer, o interpretar e o apreciar dança. Nesse sentido, a dança não é só vista como expressões do movimento e do indivíduo, mas, também, como criação ou aprendizado de um determinado vocabulário de movimentos (MARQUES, 2003). Participam do projeto alunas de 5ª a 8ª série do ensino fundamental, com idades entre 10 e 15 anos.

    Sabendo que a dança engloba conceitos, procedimentos e atitudes e precisa ser abordada em toda a sua dimensão, foram traçados alguns objetivos para seu ensino na escola Valentim Bastianello, possibilitando aos alunos: adquirir habilidades e preparo corporal básicos para a criação e interpretação em dança; desenvolver a percepção cinestésica, espacial e temporal; desenvolver a consciência corporal, enfatizando o reconhecimento do seu corpo, o esquema e a imagem corporal; adquirir conhecimentos teórico-práticos sobre os elementos da dança; articular as experiências pessoais dos alunos com as informações de outras produções em dança (locais, nacionais e internacionais) nos aspectos da criação, interpretação e apreciação em dança; compreender as relações que são estabelecidas entre corpo, dança, cultura e sociedade, e construir uma relação pautada no respeito mútuo, diálogo, solidariedade, responsabilidade, dignidade e justiça, valorizando as diversas escolhas e possibilidades individuais e grupais de criar/interpretar em dança.

    Essa perspectiva permite que as alunas tenham oportunidade de com/na dança falar de seus desejos, experiências, preocupações e satisfações sobre o mundo que vivenciam, o que poderá resultar em instigantes temas geradores para um processo de pesquisa/criação/composição em dança. Ao mesmo tempo, as alunas podem perceber as relações que estabelecem com o seu corpo e com o da colega, refletir sobre a idealização de corpos presente na dança e na cultura, perceber as diferenças entre trabalhar o movimento sozinho e com o outro, criar em grupo compartilhando idéias e opiniões, ampliar seus conhecimentos e estabelecer outras relações espaço-temporais (FIAMONCINI & SARAIVA, 2003).

    Considerar que a dança também forma distintas concepções de corpos dançantes, pois com o movimento se estabelecem diferentes relações de espaço e tempo, possibilita perceber que se constroem diferentes "discursos" sobre o corpo, seja em relação aos aspectos técnicos (habilidade física, performance), sociais (representações de gênero, raça, etnia ou sexualidade) ou culturais (identidades, expressão, valor estético etc.), dentre outros (MARQUES, 2003). Desta forma, para que não sejam apenas reprodutores de uma cultura corporal (com seus aspectos positivos e negativos), torna-se importante que as alunas compreendam que existem diferentes visões de mundo e diferentes formas de perceber, vivenciar e significar o corpo na dança, na sua cultura e na de outros povos. Isso contribuirá para que a diferença de corpo, de idéias e de valores seja respeitada e valorizada, contribuindo assim para que a escola seja um local de transformação e emancipação social (SOARES, et. Al, 1999). Nesse contexto, possibilita-se através do projeto Dança, que os alunos sejam cidadãos partícipes e construtores de seu próprio tempo.

Referências bibliográficas

  • FIAMONCINI, L; SARAIVA, M. C. Dança na escola: a criação e a co-educação em pauta in: Didática da Educação Física 1. 3ªed. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2003.

  • MARQUES, I. A. Dançando na escola. SP: Cortez, 2003.

  • SOARES. A. et. al. Improvisação e dança: conteúdos para a dança na educação física. Florianópolis: UFSC, 1999.

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revista digital · Año 13 · N° 119 | Buenos Aires, Abril 2008  
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