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Futebol como conteúdo generificado: uma possibilidade
para rediscutir as relações de gênero

 

*Lda. em Educação Física – Unisuam/RJ

**Unisuam/RJ-PGCAF/Universo

(Brasil)

Viviane Cristina Alves Pereira*

Prof. Dr. Fabiano Pries Devide**

vi.cris@globo.com

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste trabalho é apresentar o futebol como conteúdo de ensino generificado para estimular a reflexão sobre as desigualdades de gênero na Educação Física Escolar. O presente estudo tem caráter descritivo e bibliográfico. Através de uma reflexão sobre as relações entre gênero, futebol, co-educação e Educação Física Escolar, observamos que o processo de transmissão cultural das representações de gênero reforça os preconceitos, colaborando para que situações de exclusão e desigualdades aconteçam nas aulas de Educação Física. O uso do futebol enquanto um conteúdo generificado pode ser uma das vias para educar os discentes a lidarem com as diferenças de gênero, o que poderá ser efetuado com a aplicação de uma prática pedagógica co-educativa e crítica na EFe, levando-se em consideração o contexto histórico e social ao qual se insere essa problemática.

          Unitermos: Educação Física escolar. Futebol. Co-educação. Gênero.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 118 - Marzo de 2008

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Introdução

    Nas aulas de Educação Física Escolar (EFe), assistimos a inúmeras divisões na participação entre os sexos nas atividades propostas, além de, por vezes, os docentes reforçarem padrões discriminatórios de comportamento em seu discurso e ação pedagógica. A escola, enquanto espaço de construção de conhecimento, vem contribuindo para que perdure uma divisão sexista, permitindo a transmissão de valores discriminatórios.

    No contexto da EFe, o futebol é um universo cercado de valores sexistas, atrelado às características fundamentais da corporalidade masculina – força, competitividade, agressividade e domínio do espaço. A não participação feminina no futebol sempre esteve associada às dimensões da perda da saúde, prejuízo à maternidade, razões estéticas e de feminilidade (FARIA JUNIOR, 1995).

    Nas aulas de EFe essas dimensões são evidenciadas quando a monocultura do futebol transforma-se no principal, senão o único conteúdo de ensino para os meninos; enquanto às meninas são oferecidos jogos e entre as modalidades esportivas, o vôlei (DARIDO, 2002). Desta forma, a categoria de gênero deve ser considerada no espaço escolar para que se possa interpretar as causas e conseqüências desse fato nas aulas de Educação Física, quando o docente ministra conteúdos generificados, ou seja, interpretados como masculinos ou femininos.

    Apesar de possuir uma grande participação feminina em sua torcida, o futebol ainda é considerado uma área predominantemente masculina no Brasil (SOUZA, 1996). O valor ocupado por homens e mulheres nas ideologias nacionalistas transmitidas pelo futebol brasileiro indica que a construção da nação se utiliza das hierarquizações contidas nas relações entre gêneros para estabelecer que “tipo de cidadania é pensada para cada sexo” (p.55). Portanto, o processo de educação de homens e mulheres supõe uma construção social e corporal dos sujeitos, o que implica - no processo de ensino-aprendizagem de valores - conhecimentos, posturas e movimentos corporais considerados masculinos ou femininos (SOUSA; ALTMANN, 1999).

    Assim, uma reflexão incisiva sobre essas questões se faz necessária para construirmos uma escola embasada em valores de respeito, justiça e igualdade entre os gêneros, sobrepondo-se aos preconceitos, desigualdades e injustiças presentes em nossa sociedade. Neste sentido, o presente estudo se justifica, ao buscar discutir as relações de gênero na Educação Física Escolar a partir do ensino do conteúdo futebol, através de uma proposta Co-educativa para Educação Física.

    Diante dos argumentos apresentados, apresentamos o problema que norteia essa pesquisa: Quais as contribuições do futebol, como conteúdo de ensino generificado, para a problematização das desigualdades de gênero na Educação Física Escolar, numa ótica Co-educativa? O estudo tem como objetivo geral apresentar o futebol como conteúdo de ensino generificado para estimular a reflexão sobre as desigualdades de gênero na Educação Física Escolar. Como objetivos específicos, visa: discutir as relações de gênero nas aulas de Educação Física; apresentar as características de uma aula Co-educativa e analisar o futebol como um conteúdo de ensino generificado.

Metodologia

    A presente pesquisa é de natureza qualitativa e descritiva (GIL, 2002), caracterizando-se por um ensaio teórico, pois tem como objetivo a descrição das características de um fenômeno - no caso, o ensino de conteúdos generificados na EFe, com foco no futebol. Segundo Gil (2002), o presente estudo corresponde à revisão bibliográfica. A base da pesquisa se consistiu no estudo de produção acadêmica afim, tais como livros, artigos publicados em periódicos indexados, dissertações de mestrado e teses de doutorado, o que possibilita o acesso e a manipulação de informações relevantes para a reflexão sobre as relações entre gênero, futebol, Co-educação e Educação Física Escolar.

Revisão de literatura

    As relações de gênero nas aulas de Educação Física escolar

    Gênero é interpretado neste ensaio como uma “[...] construção social do sexo. Ou seja, como categoria analítica e política evidenciam que masculino e feminino são construções sociais e históricas” (GOELLNER,2005, p.207). Historicamente ocorreu uma construção de conceitos hegemônicos referentes à feminilidade e masculinidade, ou seja, comportamentos considerados adequados foram estabelecidos para cada um dos sexos no transcorrer da história.

    Os estudos sobre gênero na EFe começaram a se delinear no final da década de oitenta, com pesquisas apoiadas teoricamente nos estudos sobre mulheres, que por sua vez, tiveram seu apoio nos estudos desenvolvidos principalmente pela Antropologia e História, em décadas anteriores, tratando do problema da estereotipia dos papéis sociais diferenciados para os sexos (SARAIVA,2002).

    Romero (1994), nos lembra que historicamente a Educação Física foi sempre discriminatória, mantendo os papéis sexuais distintos e determinados, caracterizando comportamentos tipicamente masculinos e femininos, a serviço da “ideologia sexista”. Essa história mostra que na aparência das diferenças biológicas entre os sexos ocultaram-se relações de poder marcadas pela dominação masculina que mantiveram a separação e a hierarquização entre homens e mulheres, mesmo após a criação da escola mista, nas primeiras décadas deste século. Buscou-se manter a simbologia da mulher como um ser dotado de fragilidade e emoções, e do homem como força e razão, por meio das normas, dos objetos, do espaço físico e das técnicas do corpo e dos conteúdos de ensino, fossem eles a ginástica, os jogos ou – e, sobretudo – os esportes (SOUSA; ALTMANN, 1999).

    Tanto professores, como os alunos (as), sustentam as divisões de gênero nas aulas de EF reforçando a feminilidade e a masculinidade como excludentes entre si. Desde a introdução dos esportes nas aulas de EFe brasileira, as meninas sempre foram tidas como frágeis e dóceis e os meninos como seres dotados de força, dominação e poder. Aos homens era permitido qualquer esporte e às meninas apenas as danças e a ginástica. O esporte e a dança, enquanto conteúdos da EF, durante muito tempo adotaram/adotam instrumentos de diferenciação e hierarquização dos sexos a partir de suas práticas.

    A disciplinarização dos corpos também atravessa a formação das identidades de gênero, marcada pelo predomínio de uma tradição biológica/tecnicista arraigada na história e nas práticas da Educação Física. Essa tradição pode ser percebida nas práticas escolares na quais prevalecem a prática desportiva e a divisão das atividades entre meninos e meninas. A aula de Educação Física, desta forma, acaba fortalecendo padrões e estereótipos de gênero, produzindo sujeitos masculinos e femininos (DINIS; LIMA, 2007).

    Apesar das distinções de gênero permearem todas as instâncias escolares, é na educação física que ela é salientada repetidamente. Pois ainda hoje, a partir de uma hierarquização social dos corpos, consideram-se as meninas "naturalmente" mais frágeis do que os meninos, justificando, assim atividades diferenciadas para as meninas. A partir dessa separação, considerada “natural” por muitos docentes, são reforçados os estereótipos de gênero. Às meninas cabe jogar amarelinha, realizar atividades ligadas à dança, entre outros, e, aos meninos, são permitidas atividades esportivas mais “agressivas”, que desenvolvem e/ou liberam sua suposta agressividade.

Co-educação nas aulas de Educação Física escolar

    A co-educação surge como possibilidade para o desvelamento de estereótipos, desigualdades e diferenças que, na EF, estiveram essencialmente enraizados pelo discurso biologista que fundamentou a área, principalmente relacionando à aptidão física e ao rendimento, situando a EF como instância de reforço de uma socialização especifica para cada sexo (SARAIVA, 2005).

    A co-educação considera a igualdade de oportunidades entre os gêneros, porém, é importante destacar que a escola mista não possui o mesmo significado da escola co-educativa. Neste sentido, para esclarecer os caminhos da co-educação em Educação Física, convém assinalarmos que esta proposta não aborda a igualdade entre os sexos, e sim a eqüidade, tendo como objetivo, criar um clima que permita o desenvolvimento integral: afetivo, social, intelectual, motor e psicológico, sem o prejuízo em relação ao gênero, ou seja, uma escola para a formação do sexo feminino e do sexo masculino, que valorize as diferentes contribuições e habilidades independentemente do sexo (COSTA; SILVA, 2002).

    A escola mista é um meio e um pressuposto para haver co-educação, mas não é suficiente para que esta ocorra. Em uma escola mista, a co-educação pode se desenvolver, mas isto não acontecerá sem medidas guiadas por parte dos professores e o amparo de políticas públicas. Assim, escola mista e co-educação são termos que podem ser diferenciados, apesar de serem utilizados como sinônimos no cotidiano. A maneira pela qual a “mistura” entre meninos e meninas se impõe na realidade escolar, sem objetivos definidos e sem reflexão pedagógica, pode influenciar na construção e no reforço de relações de gênero desiguais na realidade escolar.

    O docente precisa entender o que é e saber como trabalhar com aulas co-educativas, aceitando trabalhar com meninos e meninas juntos. Freire (1989), um dos primeiros críticos desta separação, afirma que um dos principais argumentos utilizados para a separação por sexo nas aulas de EF é biologicista e frágil, referindo-se à superioridade dos meninos em termos de capacidades físicas e habilidades motoras. O que para o autor só se justificaria se o objetivo da EF fosse o rendimento físico.

    Segundo Saraiva (2005), o cotidiano das aulas de EF ministradas nas redes de ensino particular e pública, ainda hoje, é marcado por dificuldades e resistências à prática conjunta entre meninos e meninas, tanto por parte dos alunos quanto dos professores. Darido (2005) nos lembra que são inúmeras as diferenças no comportamento de meninas e meninos. Cabe ao educador o papel de reconhecê-las e trabalhar para não transformá-las em desvantagens. Estar atento às questões de gênero durante as aulas de EF é uma forma de ajudar os jovens a construírem relações com eqüidade e respeito pelas diferenças, somando e complementando o que os homens e as mulheres têm de melhor, compreendendo o outro e, com isso, aprendendo a ser pessoas mais solidárias.

O Futebol como conteúdo generificado: uma possibilidade para rediscutir as relações de gênero

    É notório que o universo do futebol caracteriza-se por ser desde sua origem, um espaço eminentemente masculino. Esse espaço não é apenas esportivo, mas também sociocultural, os valores nele atribuídos e dele derivados estabelecem limites que, embora nem sempre tão claros, devem ser observados para perfeita manutenção da “ordem” ou da “lógica” que se atribui ao jogo e que nele se espera ver confirmada. A entrada das mulheres nesse espaço subverteria tal ordem, e as reações daí decorrentes expressam muito bem as relações de gênero presentes em cada sociedade. (FRANZINI, 2005). Sendo assim, em nossa cultura temos o reconhecimento de padrões comportamentais de predominância masculina no futebol. Na história do esporte, identificamos que essa atividade é símbolo de um imaginário de força e poder, se enquadrando como sendo de característica masculina, portanto, as mulheres deveriam ser poupadas deste processo de masculinização, não estando presente da mesma forma que os homens no mundo esportivo.

    Historicamente, argumentos biológicos foram utilizados também para afastar as mulheres do futebol. Ballariny (1940) apud Faria Júnior (1995), afirmou que o futebol era um esporte violento e prejudicial ao corpo feminino, podendo causar danos permanentes aos órgãos reprodutores das mulheres. Ballariny acreditava ainda, que a prática do futebol masculinizava o corpo das mulheres, desenvolvendo pernas mais grossas, tornozelos rechonchudos e joelhos deformados. Outro falso argumento utilizado para contra-indicar o futebol feminino foi a ocorrência de lesões mamárias (FARIA JÚNIOR, 1995). À medida que os anos transcorreram, presenciamos algumas mudanças: nas últimas décadas, o futebol passou a ser praticado por mulheres, tanto nos clubes quanto em algumas escolas. Entretanto, não se pode considerar que, pelo fato das mulheres praticarem o futebol, este tenham deixado de ser generificado.

    Na Educação Física Escolar, enquanto o futebol constituía-se no principal, quando não o único, conteúdo das aulas dos meninos, às meninas eram oferecidos jogos e brincadeiras infantis e entre as modalidades esportivas podia-se encontrar o voleibol, o basquetebol e o handebol (DARIDO, 2002). Altmann (2002) mostra que, na escola, os meninos ocupam espaços mais amplos que as meninas por meio do esporte, o qual está vinculado à imagem de uma masculinidade forte, violenta e vitoriosa. Em seu estudo, a autora também observou que apesar de os meninos em média participarem dos jogos mais do que as meninas, tanto quantitativas como qualitativamente, podia-se notar meninas que tinham um nível de participação próximo ao dos meninos e vice-versa. A autora sustenta que, mais do que uma exclusão de gênero – ou ao menos além dela – existe uma exclusão por habilidade motora.

    Romero (1994) entende que há diferenciação efetiva em termos de experiências de movimentos vivenciados por meninos e meninas. Aos primeiros são permitidas e incentivadas brincadeiras mais agressivas e livres: jogam bola nas ruas, soltam pipas, andam de bicicleta, rolam no chão em brigas intermináveis, escalam muros e realizam muitas atividades que envolvem riscos e desafios. As meninas, por outro lado, são desencorajadas, e até mesmo proibidas, de praticarem essas brincadeiras e atividades, o que tem resultado num quadro de desempenho motor diferenciado.

    Portanto, o que podemos constatar é que por força do processo de transmissão cultural reforçam-se os preconceitos, colaborando para que as meninas não tenham as mesmas experiências motoras dos meninos, criando-se então uma cadeia de situações que leva à exclusão e à falta de motivação por parte das mesmas quanto à prática da Educação Física.

    Uma alternativa para tentar reverter este quadro seria, na fase anterior à iniciação esportiva, da educação infantil e do primeiro segmento do ensino fundamental, oferecer para as meninas os mesmos estímulos motores amplamente explorados pelos meninos, minimizando-se os efeitos proporcionados pelo maior envolvimento dos meninos com diversas atividades que ocorre não só na escola, mas em casa, na rua, no parque, no clube (DARIDO; SOUZA JUNIOR, 2002).

    Faria Júnior (1995) entende que a prática do futebol como desporto de equipe pode atuar como meio eficaz de ensinar aos jovens a tolerância e aceitação das diferenças individuais e, para isto, propõe uma série de procedimentos didáticos para os professores de Educação Física.

Sugestões didáticas para minimizar a hierarquia de gênero nas aulas de Educação Física escolar

  • Dividir os alunos em grupos equilibrados em relação às habilidades motoras, força e velocidade, e para os jogos, designar quem tem mais habilidade, força ou velocidade, para marcar quem é mais habilidoso, forte ou veloz da outra equipe.

  • Modificar as regras de tal forma que dois sucessivos chutes a gol não possam ser dados por jogadores do mesmo gênero. Cada tentativa a gol terá uma intervenção precedente do jogador de outro gênero (o menino passa a bola e a menina tenta a finalização a gol, ou vice-versa).

  • Evitar situações como: relacionar as meninas por último, escolher apenas os meninos para fazer demonstrações, designar apenas os meninos para capitães da equipe, dirigir atenções preferencialmente a eles.

  • Evitar piadas e linguagem com conotações sexistas, por exemplo, marcação “homem-homem” em jogo de mulheres.

  • Utilizar estratégias de modelação, mostrando fotos e desempenho de jogadoras de futebol.

    Altmann (1999), argumenta que ao criar regras específicas que possibilitem uma maior participação feminina, pode quebrar a dinâmica do jogo, e as meninas podem ser "culpadas" por isso. Modificar as regras do jogo pode representar, como lembra Louro (1997), uma forma de ajustar o jogo à “debilidade” feminina, mais uma vez consagrando-se a idéia de que o feminino é um desvio construído a partir do masculino.

    Portanto, o reconhecimento e a reflexão sobre as diferenças de habilidade motora entre os alunos e as alunas permitem ao docente utilizar o esporte e outras práticas corporais como meios eficazes de ensinar aos jovens a tolerância e a aceitação das diferenças individuais. Neste contexto, o uso do futebol, enquanto um conteúdo generificado pode ser uma das vias para educar os discentes a lidarem com as diferenças de gênero que desencadeiam uma prática de exclusão cotidiana nas aulas de EFe, fazendo-os aceitarem e compreenderem como se constroem as diferenças, através de aulas co-educativas, com a finalidade de que adotem práticas sociais menos discriminatórias.

Resultados e considerações finais

    Por meio deste estudo, identificamos que as relações de gênero na Educação Física podem se estruturar como uma relação produtiva, possível e necessária através de uma prática pedagógica crítica e alicerçada em valores de respeito, justiça e igualdade entre os gêneros, sobrepondo-se aos preconceitos, desigualdades e injustiças presentes em nossa sociedade. Percebemos a necessidade de uma prática pedagógica crítica em relação ao gênero na Educação Física escolar, levando-se em consideração o contexto histórico e social ao qual se insere essa problemática. A sociedade atual prioriza valores de competitividade, exploração e exclusão e uma reflexão a esse respeito se faz necessária para entender a forma com a qual o gênero se relaciona nesse contexto.

    Portanto, é importante constatar que por força do processo de transmissão cultural reforçam-se os preconceitos, colaborando para que situações de exclusão e desigualdades aconteçam nas aulas de Educação Física. Nessa perspectiva, o futebol, não só permite a discussão sobre gênero como é um meio para ensinar aos jovens a tolerância, a aceitação e o respeito pelas diferenças individuais, ajudando na construção de relações de gênero com eqüidade, passando a ser palco de igualdades de acesso para todos, a partir da compreensão de que as diferentes formas de jogá-lo não são superiores ou inferiores, mas diferentes. Ao invés de palco de preconceitos, a aula de Educação Física deverá ser uma nova via para que alunos e alunas compreendam como se constroem as diferenças entre os sexos no que diz respeito às práticas corporais. Para tal, a Educação Física escolar tem uma longa caminhada para a superação das desigualdades de gênero, a partir do desenvolvimento de práticas pedagógicas mais democráticas.

Referências

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  • SOUSA, E.S. de ALTMANN, H;. Meninos e meninas: Expectativas corporais e implicações na Educação Física escolar. Cadernos Cedes. Campinas, ano XIX, v. 48, p. 52-68, 1999.

  • SOUZA, M.A. A “nação em chuteiras”: Raça e masculinidade no futebol brasileiro. 1996. 62p. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade de Brasília, Brasília, 1996.

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revista digital · Año 12 · N° 118 | Buenos Aires, Marzo 2008  
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