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Características nutricionais de uma equipe
de adolescentes atletas de nado sincronizado

 

* Graduandas do Curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo - São Paulo/SP.

** Mestre em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo - FSP/USP,
Docente e Supervisora de Estágio do Centro Universitário São Camilo - São Paulo/SP.
(Brasil)

Alessandra Silvério Moroli*

Gisele Paula Rosa* | Natália da Silva Pereira*

Renata Furlan Viebig**

refurlan@terra.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Objetivos: O presente estudo teve como objetivo analisar o perfil nutricional e avaliar o consumo de frutas, verduras e legumes de crianças e adolescentes, atletas de nado sincronizado, de um clube esportivo da zona leste de São Paulo – SP. Metodologia: Participaram do estudo 13 atletas da equipe de nado sincronizado, pertencentes às categorias “júnior”, “juvenil” e “infantil”. Para caracterizar a população desse estudo, foi elaborada uma anamnese alimentar, a qual foi aplicada por meio de entrevistas individuais. Um diário alimentar habitual foi aplicado, ainda nas entrevistas individualizadas, para avaliar semi-quantitativamente o consumo de frutas e hortaliças das atletas. Para a avaliação antropométrica foram coletados dados de peso (kg), altura (cm), dobra triciptal e subescapular (mm) e circunferência braquial (cm) das atletas. Resultados: Foram estudadas 13 atletas com idade média de 13,2 anos. O Índice de Massa Corpórea (IMC) médio observado para as atletas foi de 20,56 kg/m2. O valor médio do percentual de gordura encontrado foi de 21,1%, considerado adequado pela classificação de Deurenberg et al (1990). Entre as atletas estudadas, observou-se que 61,5% apresentaram consumo diário de frutas e hortaliças entre 1 e 2 porções e aproximadamente 30% não consumiam nenhuma porção destes alimentos, diariamente. Apesar da maioria das adolescentes atletas de nado sincronizado de um clube de São Paulo, serem classificadas como eutróficas com relação ao IMC, foram constatadas práticas alimentares inadequadas. Sugere-se, então, que estudos mais aprofundados sejam desenvolvidos com jovens atletas e que sejam desenvolvidos melhores hábitos alimentares e conseqüentemente, que haja maior desempenho no esporte.

          Unitermos: nado sincronizado, antropometria, consumo alimentar, adolescentes, estado nutricional.

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 118 - Marzo de 2008

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1. Introdução

    O Nado Sincronizado foi citado pela primeira vez em 1934, passando a ser considerado esporte competitivo em 1939. Porém, somente em 1984 a modalidade passou oficialmente a integrar a programação dos jogos olímpicos. Acredita-se que o nado sincronizado tenha sido originado da natação artística, que por sua vez surgiu do balé aquático através de acrobacias na água que utilizavam músicas de fundo. Assim, para tornar-se uma modalidade esportiva, foi preciso aperfeiçoar as coreografias para que fossem cada vez melhor executadas (FAP 2005; PAZICAS et al, 2005).

    O nado sincronizado exige a execução de técnicas que demandam força e resistência, no entanto, com graça e estilo. Para tanto, as atletas devem ter um domínio total da natação, do controle respiratório, da precisão de tempo, da coordenação motora e da força muscular (PAZICAS et al, 2005).

    Essa modalidade esportiva é predominantemente feminina por se fundamentar na expressividade artística e apresentar movimentos de graça, em que a expressão corporal e o virtuosismo técnico se desenvolvem juntos, formando um conjunto harmonioso de movimento em diferentes seqüências, procurando demonstrar ao mesmo tempo, técnica, expressão e criatividade (VIEBIG et al, 2005; VIEBIG et al, 2006).

    Atletas do sexo feminino são mais susceptíveis às opiniões da sociedade e às pressões no que diz respeito ao desempenho, tornando-se mais facilmente influenciáveis e desenvolvendo transtornos alimentares que consistem em restrições de alimentos, rígidos esquemas de dieta, uso de pílulas e laxantes, vômitos e jejuns prolongados, comportamentos incentivados por uma imagem corpórea específica que treinadores, colegas de treino, mídia e as próprias atletas almejam (MANTOANELI et al, 2002).

    Para um ótimo desempenho esportivo e manutenção da saúde é fundamental ter uma alimentação balanceada que, aliada a atividade física, pode otimizar o potencial genético de crescimento e desenvolvimento de adolescentes. Crianças e adolescentes praticantes de atividade física têm necessidades nutricionais aumentadas devido ao treinamento, crescimento, desenvolvimento maturacional, manutenção dos tecidos e atividades intelectuais (VIEBIG et al, 2006; JUSWIAK et al, 2001).

    Além disso, é na adolescência se desenvolve a identidade, a auto-imagem e estilo de vida além de evidenciarem os comportamentos de contestação da autoridade e quebra de padrões, fatores que podem influenciar os hábitos alimentares e o estado nutricional de jovens atletas (VIEBIG et al, 2005; JUSWIAKI, 2001; MACARDLE, 2001).

    Portanto, a avaliação do estado nutricional e do consumo alimentar são de fundamental importância para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, especialmente se estes forem atletas e do sexo feminino (VIEBIG et al, 2006).

    O presente estudo teve como objetivo analisar o perfil nutricional e avaliar o consumo de frutas, verduras e legumes de crianças e adolescentes atletas de nado sincronizado de um clube esportivo da zona leste de São Paulo – SP.

2. Metodologia

    2.1. Características Gerais

    O presente estudo realizou-se no período entre agosto e setembro de 2006. Participaram do estudo 13 atletas de nado sincronizado, pertencentes às categorias “júnior”, “juvenil” e “infantil”, com idades entre 10 e 18 anos. As atletas treinavam em um clube na zona leste da cidade de São Paulo, durante 180 minutos, com freqüência de 5 dias na semana.

    Para caracterizar a população desse estudo, foi elaborada uma anamnese alimentar que foi aplicada em entrevistas individuais. Este questionário envolvia perguntas sobre a escolaridade das atletas, moradia (pai e mãe, só pai ou mãe, avós), ocupação e nível de escolaridade dos pais.

    Adiante, no mesmo questionário, foram respondidas questões sobre satisfação com a imagem corporal, alterações de peso recentes, presença de enfermidades (familiares também), idade da menarca, regularidade das menstruações e horas de sono. Assim, era possível analisar de forma global a saúde das atletas.

    2.2. Avaliação do estado nutricional

    A coleta de dados antropométricos foi realizada antes do início dos treinos. Foram mensurados: peso (kg), altura (cm), dobra triciptal e subescapular (mm) e circunferência braquial (cm).

    Para mensuração do peso utilizou-se uma balança do tipo plataforma da marca Cortbal e carga máxima 150 kg. Para mensurar a altura utilizou-se estadiômetro da marca Sanny®, afixado em parede. Para estimar as dobras cutâneas foi utilizado um adipômetro da marca Cescorf®, estas foram medidas do lado direito do corpo em triplicata, registrando-se assim somente o valor médio. Para medir a circunferência braquial, usou-se uma fita métrica inelástica com capacidade de 200 cm e com precisão de milímetros.

    Os dados coletados de peso e estatura foram utilizados para calcular o Índice de Massa Corpórea - IMC (kg/m2) das adolescentes, cujo resultado foi classificado de acordo com o indicador IMC por idade – IMC/I, de acordo com a curva percentilar proposta por National Council Health Statistics (NCHS, 2000).

    O cálculo do percentual de gordura corporal foi realizado por meio da equação de Slaughter et al (1988), de acordo com as dobras cutâneas triciptal e subescapular, e classificado segundo categorias de Deurenberg et al (1990).

    O gasto energético basal foi estimado segundo a equação da Organização Mundial de Saúde (OMS, 1998) e o gasto calórico na atividade física foi obtido pela equação de Equivalentes Metabólicos – METS (FARINATTI, 2003).

    Os resultados encontrados foram descritos para caracterização das atletas segundo distribuição percentual e medidas de dispersão: médias, desvios-padrão, valores mínimos e máximos.

    2.3. Prática da atividade física

    Para caracterizar as adolescentes segundo a atividade física, julgou-se importante questioná-las em relação ao tempo de prática na modalidade, duração e freqüência dos treinos e motivo da prática. Ainda assim, foi verificada a prática rotineira de alguma outra atividade física que não o nado sincronizado.

    Para avaliar o desempenho das atletas, uma pergunta específica foi elaborada para que a treinadora da equipe respondesse e avaliasse os resultados individuais de cada uma das adolescentes aos treinamentos.

    2.4. Consumo alimentar

    Um diário alimentar habitual foi aplicado, ainda como parte da entrevista individualizada, para avaliar semi-quantitativamente (porções diárias) o consumo de frutas e hortaliças das atletas.

    As atletas descreveram os horários de suas refeições, os alimentos consumidos e suas respectivas quantidades, em medidas caseiras. Verificou-se também o uso de suplementos nutricionais pelas atletas.

    Quanto ao conhecimento das adolescentes em relação à ciência da Nutrição, aplicou-se um questionário de perguntas alternativas sobre as fontes e funções dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) e dos micronutrientes (vitaminas e minerais).

3. Resultados

    3.1. Características gerais

    Foram estudadas 13 atletas adolescentes de nado sincronizado com idade média de 13,2 anos. As idades mínimas e máximas registradas foram respectivamente iguais a 10 e 18 anos.

    Cerca de 54% das atletas cursavam o Ensino Fundamental e 46% cursavam o Ensino Médio, sendo que 91% delas estudavam em escolas particulares. Com relação à residência, observou-se que 84,6% das atletas moravam com os pais, sendo que 61,5% destes trabalhavam.

    Quanto à maturação sexual, observou-se que 61,6% das atletas já haviam tido a menarca, sendo que 38,5% delas aos 12 anos de idade, sendo que maioria das adolescentes relatou apresentar menstruações regulares.

    Analisando-se a satisfação com a imagem corporal das atletas, observou-se que 54% das atletas não estavam satisfeitas com o seu corpo atual, sendo que 46% destas tiveram alguma alteração de peso recente, principalmente ganho de peso (38,5%).

    3.2- Avaliação do estado nutricional

    A Tabela 1 mostra as medidas de dispersão obtidas a partir da avaliação antropométrica das atletas estudadas.

    Observou-se, em relação ao estado nutricional das atletas, considerando-se o indicador Peso por Idade (P/I), que 84,6% das adolescentes (n=11) eram classificadas entre o percentil 10 e 85 (eutróficas) e 15,4% (n=2), entre o percentil 85 e 97 (risco de excesso de peso).

    Resultados idênticos foram obtidos para o indicador IMC em relação à idade (IMC/I). A média de Índice de Massa Corpórea (IMC) observada foi de 20,56 kg/m2 (Dp= 3,57).

    O valor médio do percentual de gordura encontrado foi de 21,1% (Dp= 6,55), considerado “adequado” pela classificação de Deurenberg et al (1990). Pôde ser observado que 23,1% das atletas possuíam porcentagem de gordura abaixo do adequado e 30,8% foram classificadas acima das recomendações.

Tabela 1. Medidas de dispersão dos dados antropométricos das atletas de nado sincronizado. São Paulo, 2006.

Medidas

Média

Mínimo

Máximo

Desvio-padrão

Idade(anos)

13,2

10

18

2,78

Peso (kg)

47,8

33,9

66,2

10,06

Estatura (cm)

152,2

140,1

168,5

7,94

IMC (kg/m2)

20,56

14,91

27,93

3,57

% Gordura (%)

21,14

11,59

34,27

6,55

Circunferência Braço (cm)

25,1

20,0

30,5

3,19

Dobra tríceps (mm)

14,4

7,0

25,0

5,53

Dobra subescapular (mm)

9,7

5,0

20,0

4,44

Gasto energético total/dia (kcal)

2540,3

1970,7

3145,6

396,99

    3.3. Prática da atividade física

    Na caracterização das atletas em relação à atividade física, constatou-se que a maioria das meninas praticava o nado sincronizado há mais de um ano (média=3,5anos), sendo assim classificadas em categorias competitivas. Somente três atletas praticavam a modalidade há menos de um ano.

    A motivação principal para a prática da atividade física foi o lazer (69,2%). Apenas 23,1% das atletas citaram as competições como motivo primordial para a realização dos treinamentos.

    Observou-se que, além do nado sincronizado, 31% das atletas praticavam outras modalidades esportivas como o ballet e a ginástica olímpica.

    A avaliação do rendimento no esporte, realizada pela treinadora da equipe, mostrou que a maioria das atletas (62%) apresentou resultados dentro do esperado para a fase de treinamento. Cerca de 15% das meninas apresentaram desempenho acima do esperado e as demais, abaixo do desejado (23%).

    3.4. Consumo alimentar

    Entre as atletas estudadas, observou-se que 61,5% apresentaram consumo diário de frutas e hortaliças, o qual variava entre 1 e 2 porções. Aproximadamente 30% das adolescentes relataram o consumo de nenhuma porção de vegetais.

    Quanto ao número de refeições realizadas por dia, a maioria das atletas (77%) relatou realizar de 4 a 5 refeições/dia e somente 2 atletas faziam 6 refeições por dia.

    A respeito da avaliação dos conhecimentos em Nutrição, quando as adolescentes foram questionadas quanto às funções dos macronutrientes, 54% não responderam a questão adequadamente. Mais significativo foi o resultado encontrado quanto ao valor energético do carboidrato em relação à gordura, pois 84,6% das atletas erraram a questão.

    A maioria das adolescentes acreditava que as vitaminas e os minerais fornecessem calorias. Com relação à pergunta sobre qual seria a recomendação para a ingestão diária de água, 76% das atletas acertaram que o consumo deve ser em torno de 2 litros ou mais.

    Verificou-se que apenas uma atleta consumia suplementos alimentares, sendo estes à base de maltodextrina.

    O meio de informação sobre Nutrição mais relatado pelas atletas foi o professor de Educação Física (61,5%), ficando em segundo lugar as nutricionistas (30%).

3. Discussão

    O presente estudo observou que, embora as atletas estudadas apresentassem, em sua maioria, composição corporal adequada e bom rendimento esportivo, parte destas tinham práticas alimentares inadequadas.

    Em relação ao estado nutricional das adolescentes, estimado pelo IMC, observou-se um valor médio de 20,56 kg/m2, o qual é semelhante aos resultados encontrados em outros estudos (VIEBIG et al, 2005; OLIVEIRA et al, 2003). Amaral et al (2004), em seu estudo com praticantes de natação do sexo feminino, encontrou valores de IMC 18,5 e 24,5kg/m2.

    Viebig et al (2005), em seu estudo atletas de nado sincronizado, encontraram que todas as adolescentes valiadas estavam eutróficas com relação ao indicador peso por idade (P/I). No presente estudo, 84,6% das atletas tiveram a mesma classificação.

    Em um estudo com atletas do sexo feminino de diversas modalidades observou-se um percentual de gordura corporal acima do previsto para as categorias (OLIVEIRA et al, 2003), diferente do observado no presente estudo, no qual a maioria (46,2%) das atletas foram classificadas como apresentando percentuais de gordura adequados, resultado semelhante a outros estudos (VIEBIG et al, 2005; GUEDES, 1994)

    A determinação da porcentagem de gordura corporal, junto com as medidas de dobras e circunferências corporais, é de imprescindível importância ao atleta para identificar níveis altos ou baixos de gordura corporal total, que podem avaliar riscos à saúde ou ao pleno rendimento atlético; monitorar as alterações corporais impostas pelo treinamento ou nutrição; estimar o peso mínimo ou ideal em diversas modalidades esportivas; acompanhar o crescimento, desenvolvimento, maturação e as alterações na composição corporal; entre outras (MARQUES, 2005)

    Esportes que preconizam o baixo peso corporal, com ingestão marginal de energia e supervalorizam a estética, utilizando-a como critério para obtenção de bons resultados em competições (ginástica, nado sincronizado, corrida e ballet), têm sido indicados, por pesquisas realizadas nessa área, como os de maior incidência de Transtornos Alimentares (TA´s). Recentes estudos apontam que 90% das pessoas portadoras de TA´s são mulheres com idade entre 14 e 18 anos, em busca da perfeição corporal (VIEBIG et al 2006).

    No presente estudo, a maioria das atletas (53,8%) apresentaram-se insatisfeitas com sua imagem corporal, valor notadamente inferior do observado por Viebig et al (2006), cujas 71,4% das atletas de nado sincronizado sentiam-se insatisfeitas com a imagem do corpo atual.

    Em Porto Alegre, Nunes et al (1997), em um estudo populacional com mulheres de 12 a 19 anos, constataram que a percepção do peso corporal (sentir-se gorda) representou um papel determinante nos comportamentos alimentares anormais, mesmo entre as participantes cujo IMC era normal.

    Um resultado que merece destaque, o qual foi encontrado no presente estudo, foi o baixo consumo de frutas e hortaliças na dieta das atletas. De acordo com Philippi et al (1998), a ingestão adequada desses alimentos é de 3 a 5 porções por dia de frutas, e para hortaliças de 4 a 5 porções por dia. Em um estudo realizado com jovens praticantes de basquetebol do sexo masculino, notou-se resultados similares, pois, os atletas relataram aversão as verduras e legumes e o que é também observado em outros estudos com adolescentes (CARDOSO et al, 2005).

    Embora este estudo não tenha investigado de forma aprofundada a dieta habitual das atletas, outros estudos mostram a inadequação no consumo de vitaminas e minerais nesta população, principalmente em relação ao cálcio. A ingestão desse micronutriente deve ser monitorada, pois seu consumo adequado é extremamente importante para atletas em crescimento, ajudando a diminuir as fraturas de estresse e o risco de desenvolvimento de osteoporose (VIEBIG et al, 2005; VIEBIG et al, 2006)

    No presente estudo 43,2% das adolescentes não atingiam o fracionamento maior que 5 refeições por dia, como observado nos resultados das pesquisas realizadas por Amaral et al (2004) e Cardoso et al (2005). Este fato torna mais difícil a adequação da ingestão energética adequada diária.

    Jovens atletas são particularmente afetados pelo desequilíbrio energético que pode resultar, caso se prolongue, em graves conseqüências para a saúde, tais como a baixa estatura, atraso puberal, deficiência de micronutrientes, desidratação, irregularidade menstrual, alterações ósseas, maior incidência de lesões e maior risco para o aparecimento de distúrbios alimentares (VIEBIG et al, 2006).

    As atletas entrevistadas apresentaram conhecimentos insuficientes em Nutrição, além de desinteresse pelo assunto. De acordo com Vilardi et al (2001), a falta de conhecimentos adequados sobre nutrição, por parte dos atletas e treinadores pode fazer com que haja comprometimento da saúde desses adolescentes em detrimento do alcance de metas inadequadas de peso corpóreo, ou seja, um percentual de gordura corporal tão baixo quanto possível.

4. Conclusão

    Apesar de a maioria das adolescentes atletas de nado sincronizado avaliadas terem sido classificadas como eutróficas em relação ao estado nutricional, constatou-se práticas alimentares inadequadas, insatisfação com a imagem corporal e deficiências no conhecimento em Nutrição.

    Sugere-se, então, que estudos mais aprofundados sejam desenvolvidos com jovens atletas e que haja um acompanhamento nutricional especializado no sentido de estimular a escolha saudável dos alimentos pelas atletas e a manutenção de uma composição corporal adequada.

Referências bibliográficas

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