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Pan-Americano 2007 no Rio de Janeiro
e desenvolvimento sustentável

   
Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO.
(Brasil)
 
 
Renata Osborne, Dra.  
Regina Celi Lema Santos, Ms.  
Ramon Pereira de Souza
renataoc@oi.com.br
 

 

 

 

 
Resumo
     Essa pesquisa, em andamento, tem o objetivo de avaliar a gestão governamental do Pan-americano 2007, no Rio de Janeiro, tendo como referencial teórico a Agenda 21 do Movimento Olímpico, o conceito de desenvolvimento sustentável e o de políticas públicas. Em sua primeira etapa, realizou uma busca de notícias sobre o Pan 2007 na Internet. Os resultados da pesquisa foram organizados de acordo com uma combinação entre categorias pré-estabelecidas e categorias que emergiram dos dados coletados.
    Unitermos: Pan-Americano 2007. Movimento Olímpico. Desenvolvimento sustentável.
 
Resumen
     Esta investigación, en marcha, tiene el objetivo para evaluar la gestión gubernamental de los Juegos Panamericanos de 2007, en Río de Janeiro, teniendo como referencia la Agenda 21 del Movimiento Olímpico, en lo que se refiere al concepto de desarrollo sustentable y a las políticas públicas. En una primera etapa, se realizó una búsqueda de noticias sobre los Juegos Panamericanos de 2007 en Internet. Los resultados de la investigación fueron organizados de acuerdo con una combinación entre las categorías preestablecidas y las categorías que fueron surgiendo de los datos recogidos.
    Palabras clave: Juegos Panamericanos 2007. Movimiento Olímpico. Desarrollo sustentable.
 
Abstract
     This research, in progress, has the objective to evaluate the governmental management of the Pan-American Games 2007, in Rio de Janeiro, having as theoretical reference the Olympic Movement's Agenda 21, and the sustainable development and public politics concepts. In its first stage, a search of Pan 2007´s news was done on the Internet. The research results were organized according to a combination of pre-established codes and the ones that emerged from the data collected.
    Keywords: Pan-American Games 2007. Olympic Movement. Sustainable development.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 114 - Noviembre de 2007

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Introdução

    O Rio de Janeiro sediou o Pan-americano em 2007. Esse evento esportivo é uma oportunidade de desenvolvimento para a cidade. Embora a dimensão de um pan-americano não se compare à de uma Olimpíada, é como uma prova para a cidade na sua capacidade de organização. No processo de sediar um evento esportivo, as cidades anfitriãs se expõem ao mundo. Seus fracassos e acertos são reflexos das complexas estruturas de sua sociedade, e de como o governo é capaz de liderar esse processo e auferir ganhos futuros para seu povo.

    Para o Ministério do Esporte, os Jogos Pan-americanos são uma oportunidade ímpar para o desenvolvimento econômico e social do País. As obras de infra-estrutura realizadas no Rio de Janeiro ficarão como legado para o Brasil, colocando-o na rota dos grandes eventos esportivos internacionais; e o esforço interministerial para a construção de um legado social dos Jogos demonstra o compromisso do Governo Federal com sua população (BRASIL, [2006 ou 2007]).

    O desenvolvimento para ser bem sucedido não pode se restringir a operacionalizar questões econômicas e sociais; é preciso também considerar questões ambientais. Nesse sentido, o conceito de desenvolvimento sustentável é oportuno. O Desenvolvimento Sustentável - DS seria aquele capaz de conciliar crescimento econômico com conservação da natureza e bem estar da comunidade. Freitas (2004) explica que em 1986, no Relatório Brundtland - o Nosso Futuro Comum, o DS é explicitado como "o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades" (p. 548). Outra definição é "melhorar a qualidade da vida humana respeitando a capacidade do ecossistema" (UICN; PNUMA, 1991 apud UNESCO, 2005, p. 36).

    O objetivo desta pesquisa, em andamento, é investigar como o governo brasileiro administrou o Pan-Americano 2007, quais foram seus erros e acertos, tendo o plano do Movimento Olímpico para o desenvolvimento sustentável como referencial de avaliação.


Políticas públicas

    No ano de 2006, o Ministro do Esporte proferiu palestra sobre políticas públicas para o esporte onde destacou a importância deste na formação das pessoas e que prática esportiva deve ser considerada um direito do cidadão. Enumerou diversos projetos do Ministério, que quando colocados em prática auxiliariam a sociedade e citou os investimentos do governo federal no Pan 2007 (ACESSA, 2007). Entretanto, não deixou claro como seriam implementadas e planejadas as políticas públicas para que se tornassem realidade

    Alguns autores com uma visão da prática apontam que uma das falhas, nos resultados das políticas publicas, é a dissociação entre o processo de planejamento e a sua implementação (OLIVEIRA, 2006).

    Consideramos então importante definir nesta pesquisa políticas públicas, pois constatamos através das palavras do Ministro ser este um fato comum, falar em políticas públicas, mas não defini-la e nem associá-la a um planejamento prévio e ao processo para sua implementação. De acordo com Sorrentino (2005) política pública representa a organização da ação do Estado para a solução de um problema ou atendimento de uma demanda específica da sociedade.

    A implementação das políticas públicas só terá o resultado esperado se o planejamento for bem elaborado e se o orçamento for aprovado e condizente com as ações propostas. Além disso, o planejamento das ações necessárias, para a solução de um problema ou para o atendimento da questão específica, é um momento que envolve decisões políticas. É indispensável que se elabore um programa detalhado, que depende de informações precisas transparência, ética e distribuição de responsabilidades que envolvam não só o sistema político, mas também as instituições que irão assumir as ações planejadas (OLIVEIRA, 2006).


Movimento Olímpico e desenvolvimento sustentável

    O ano de 1992 representou um marco para as relações entre o desporto e o meio ambiente. Neste ano, o Conselho da Europa condenou a repetição da agressão ambiental cometida nos Jogos de Inverno de Albertville, quando sua região alpina sofreu desmatamento, resíduos não recicláveis foram produzidos e instalações permanentes, que foram construídas para o evento, não tiveram uso posterior. O então presidente do Comitê Olímpico Internacional - COI reconheceu publicamente a prioridade de uma agenda ambiental para o movimento olímpico, e brevemente após essa declaração o COI adotou o conceito de "desenvolvimento sustentável" (DACOSTA, 2002).

    O posicionamento do COI é encorajar condutas responsáveis em relação ao meio ambiente, e educar a todos conectados ao Movimento Olímpico sobre a importância do desenvolvimento sustentável. O Olimpismo é uma filosofia que coloca o esporte ao serviço do desenvolvimento harmônico dos seres humanos, e contribui para a construção de um mundo melhor. Um saudável ambiente local e global é um parceiro natural dos ideais olímpicos. O objetivo do COI é estender a política ambiental não apenas para a organização dos Jogos Olímpicos - seu primeiro dever - mas também assegurar que a proteção do ambiente forme uma parte integral dos valores educacionais que são ensinados para a juventude através do esporte (INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE,1997).

    O COI formulou a Agenda 21 do Movimento Olímpico, inspirando-se na Agenda 21, produzida na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992. O objetivo da Agenda 21 esportiva é incentivar os membros do Movimento Olímpico a participar do desenvolvimento sustentável, com programas que permitam a melhoria das condições sócio-econômicas, a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais e o fortalecimento do papel dos principais grupos envolvidos. (COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL, 1999).


Metodologia

    Esta investigação tem a pesquisa qualitativa como abordagem norteadora. Seu objeto de pesquisa é complexo, resultado de práticas e interações dos sujeitos na vida cotidiana. Investiga as perspectivas dos diversos participantes, e utiliza uma variedade de abordagens e métodos. (FLICK, 2004). A pesquisa qualitativa pressupõe uma visão holística, que significa compreender as inter-relações envolvidas em um comportamento ou evento (ALVES-MAZZOTTI, 2002).

    Em sua primeira etapa, esse estudo se limitou a pesquisar na mídia virtual notícias sobre o Pan-Americano 2007. Utilizou para a busca de artigos na Internet as palavras-chave: pan-americano 2007, desenvolvimento sustentável, educação ambiental, meio ambiente, educação e social.

    A segunda etapa envolverá a análise das notícias do Pan-americano 2007 na mídia impressa, mais precisamente no Jornal o Globo e Jornal do Brasil, para o período de janeiro a dezembro de 2007.

    A terceira etapa envolverá entrevistas a pelo menos 12 gestores desse processo, escolhendo-se representantes do governo, do setor privado, e de organizações não-governamentais. Os gestores serão escolhidos a partir dos nomes que emergirem dos dados coletados nas etapas anteriores, e dos líderes indicados pelos entrevistados.

    Os dados coletados em cada etapa serão tratados em separado, para depois serem comparados, havendo assim uma triangulação entre eles. Também haverá uma triangulação entre a visão dos diferentes atores-gestores entrevistados. Thomas e Nelson (2002) explicam que o termo triangulação "refere-se á utilização de mais de uma fonte de dados para fundamentar a conclusão de um pesquisador" (p. 330).


Histórico do Pan-Americano 2007

    Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932, representantes dos países latino-americanos do Comitê Olímpico Internacional propuseram uma competição que reunisse os países das Américas a fim de fortalecer o esporte na região. Isso gerou os Jogos Pan-americanos, que tiveram a sua primeira edição em 1951, na cidade de Buenos Aires na Argentina. O Brasil veio a sediar a quarta edição do evento em 1963, em São Paulo. Os Jogos têm sido realizados de quatro em quatro anos, e um ano antes dos Jogos Olímpicos (HISTÓRICO, [2006 ou 2007]).

    Em 2001, o Comitê Olímpico Brasileiro e a Prefeitura do Rio apresentaram a sua candidatura para sediar o evento esportivo para a Organização Desportiva Pan-americana. A Barra da Tijuca foi escolhida como centro nervoso do projeto porque apresentava a possibilidade de concentrar 60% das instalações esportivas e a vila do Pan. Em agosto de 2002, no México, a cidade do Rio de Janeiro ganhou a disputa com a cidade americana San Antonio para sediar o evento (A CIDADE..., 2005)

    Nessa disputa, o Prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, contou que a escolha pela cidade foi decidida pela sua paisagem. Sua apresentação antecedeu a dos Estados Unidos, que impressionou o público com efeitos especiais, presença de consagrados atletas e equipamentos sofisticados. O Prefeito deixou passar um tempo para o público esquecer a apresentação anterior, e mostrou uma imagem do Pão de Açúcar ao entardecer do Rio de Janeiro. O público ficou estarrecido (CORREA et al., 2007).

    Em 2004, a Caixa Econômica Federal e a Agenco assinaram o financiamento da Vila Pan-americana, tendo como intervenientes no contrato o Comitê Olímpico Brasileiro - COB e o Comitê Organizador dos Jogos Pan-americanos Rio 2007 - CO-RIO. A capacidade da Vila é de receber as oito mil pessoas integrantes das delegações presentes nos Jogos. O projeto previa ações de proteção ao meio ambiente tais como a construção de uma estação de tratamento de esgoto, captação de energia solar e o reaproveitamento da água da chuva para limpeza das áreas comuns e rega de jardins. Além disso, a notícia relata que os órgãos de controle ambiental do Estado do Rio de Janeiro realizaram análise de impacto ambiental e apoiaram o empreendimento (VILA..., 2004).


Conservação e gestão de recursos naturais e do meio ambiente

    O Movimento Olímpico propõe que no planejamento de eventos esportivos é importante minimizar o volume de rejeitos, utilizar materiais recicláveis, e não usar produtos químicos perigosos. Deve-se incentivar transportes públicos e no caso de distâncias curtas a locomoção a pé ou de bicicleta. Reduzir o consumo de energia e promover a utilização de novas tecnologias que protejam fontes de energia renovável é imprescindível. Deve-se tratar as águas servidas às atividades esportivas e não colocar em risco o abastecimento de água de uma região por causa das necessidades de uma atividade esportiva. Também é importante combater toda prática que contribua para o desaparecimento de espécies vegetais ou animais, assim como executar medidas compensatórias no caso de danos irreversíveis (COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL, 1999).

    No caso do Pan 2007, a situação das lagoas, da Baía de Guanabara e das praias, lugares onde várias modalidades acontecem, é alarmante:

No dia seguinte a uma frente fria com ressaca típica do inverno carioca, um forte odor de enxofre, provocado pelo revolvimento de matéria orgânica em decomposição nas lagoas da Barra, avança sobre a Vila dos Jogos Pan-Americanos de 2007, onde estão hospedados oito mil atletas. O evento segue no mar de Copacabana, onde os triatletas nadam na água contaminada pelas línguas negras em busca do ouro. Nas raias da Lagoa Rodrigo de Freitas, os barcos de remo travam nas algas que tomam o espelho d'água. Em embarcações maiores, o Pan veleja para as águas da Baía de Guanabara, até que um saco plástico prende no leme do líder de uma prova de iatismo, tirando-lhe a vitória.
A degradação ambiental pode derrotar o Pan no Rio. As projeções, longe de serem catastróficas, são uma possibilidade, já que ilustram problemas que fazem parte da rotina do carioca
(BRANDÃO, 2006).

    A Baía de Guanabara e as lagoas da Baixada de Jacarepaguá sofrem com o crescimento desordenado e a falta de saneamento. No caso das lagoas, essa situação levou a um assoreamento visível. Além disso, o acúmulo de gigogas acaba com o oxigênio da água. Na Vila do Pan, o esgoto é lançado aleatoriamente ao seu lado (PONTES, 2006).

    O biólogo Moscatelli vem observando o volume de lixo tóxico nas lagoas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá. O biólogo tinha esperança que por causa da popularidade dos Jogos, o governo tomaria decisões que solucionassem o problema da poluição nas lagoas, mas parece que isso ainda não vai acontecer. Além de constatar lixo, gigoga, lama tóxica, mau cheiro e lixo hospitalar, ele perdeu as esperanças depois da declaração do Prefeito de que o meio ambiente é problema apenas para os Jogos Olímpicos de 2016 (POLUIÇÃO..., 2006).

    O Prefeito do Rio de Janeiro declarou em entrevista algumas intenções que vão de encontro ao proposto pelo Movimento Olímpico no sentido de utilização de novas tecnologias e medidas compensatórias. Por exemplo, ele contou que se reuniu com sucroalcooleiros Paulistas com a finalidade de utilizar o biodiesel como combustível para os ônibus do Pan 2007. Com relação à preocupação com as alterações climáticas do planeta, o Prefeito estuda a implantação do programa Carbono Zero, que para os Jogos Pan-americanos começa com a criação do bosque do Pan. Outra promessa é despoluir em cinco anos o sistema lacustre da Barra da Tijuca, importante recurso a preservar e que até hoje esse projeto prioritário "não saiu do papel" (CORREA et al., 2007).


Fortalecimento do papel de grupos envolvidos

    O Movimento Olímpico afirma, em sua Agenda 21, que suas instâncias dirigentes têm o compromisso em favorecer o acesso às fontes de informação necessárias para uma participação democrática dos grupos interessados no desenvolvimento sustentável. Sob essa ótica propõe-se em especial a contribuir para o fortalecimento do papel de dois grupos: as mulheres e os jovens. Também dispensa especial atenção para a importância das comunidades indígenas por representarem uma parcela significativa da população, por serem freqüentemente excluídas e por desempenharem um papel importante na preservação do meio ambiente (COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL, 1999).

    A chegada da tocha do Pan, prevista para julho, terá como trajeto a passagem pela aldeia Seringal, da etnia indígena Paresi, localizada a 20 km da cidade de Campo Novo dos Parecis, no Mato Grosso onde existem mais de 50 etnias indígenas no qual podemos observar uma rica diversidade da cultura indígena. O presidente do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena, Carlos Justino Terena, ressalta que a cerimônia além de valorizar a cultura indígena alerta para a necessidade da preservação do meio ambiente (MICHAELA, 2007).

    Sobre a promoção do papel da mulher, não foram encontrados dados nessa fase da pesquisa. O único dado relevante até o momento foi a homenagem feita à nadadora Maria Lenk; após a sua morte foi dado seu nome ao Parque Aquático que ficará no Complexo Esportivo de Jacarepaguá (MORRE..., 2007).

    O papel dos jovens está sendo valorizando pelo governo, com o Projeto "Guias Cívicos". Eles estão sendo preparados para atuar como guias para os turistas. Recebem aulas de cidadania, inglês, espanhol, turismo e hotelaria (LEGADO..., [2006 ou 2007]). Em contraposição, ainda deparamos com absurdos como o relatado na seguinte matéria:

Ministério de Justiça, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP em aliança com as Nações Unidas, representada pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento - PNUD lançam um edital de "Saneamento Social" do Rio de Janeiro durante o PAN 2007. A Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP em seu primeiro edital do ano de 2007 demonstra não ter qualquer conhecimento sobre o que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como assume que não está disposta a contribuir para uma política estruturante voltada para o resgate de cidadania de crianças, adolescentes e jovens em situação de Rua. O pior é que o Programa das Nações Unida para o "Desenvolvimento" - PNUD assina este absurdo "pacto" que na verdade tem por objetivo limpar as ruas dos meninos pobres, pretos ou quase pretos, em especial aqueles logradouros do entorno das unidades de prova do PAN 2007 (PERIM, 2007).


Conclusões

    Esse artigo representa uma análise parcial de dados coletados nessa fase inicial do processo de investigação; vários tópicos importantes referentes à temática apresentada não foram ainda trabalhados pelo nosso grupo de pesquisa. Essa é a principal limitação do texto.

    O histórico do Pan demonstra que o projeto apresentado e a natureza do Rio de Janeiro foram determinantes na escolha da cidade como anfitriã. No entanto, essa mesma natureza é vítima da falta de políticas públicas eficientes. Falta saneamento, gestão inteligente de resíduos sólidos e recuperação de áreas degradadas. Boas idéias existem, mas "não saem do papel". Ações tais como despoluição das lagoas, utilização de biodiesel nos transportes, captação de energia solar, criação de bosques são prometidas. Mas ficamos na dúvida se vão acontecer porque tantas vezes já foram anunciadas, mas não concretizadas.

    Se por um lado a realização do Pan ofereceu oportunidades para muitos jovens através do Projeto Guias Cívicos, por outro lado, meninos e meninas em situação de rua foram ameaçados de ser removidos das áreas entorno das unidades de prova do evento esportivo. Essa remoção de pessoas em situação de rua é uma prática histórica no Rio de Janeiro; sempre que há um evento importante, isso acontece. O Governo age de forma reativa e não de forma ética. Os interesses econômicos e políticos subjugam os ambientais, humanos e sociais.

    O que está sendo vivenciado por causa do Pan 2007 é apenas fruto de ausências de sérias políticas públicas, que não são ações emergenciais, mas sim ações planejadas e executadas a curto, médio e longo prazo.


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