A evolução da potência de membros inferiores em uma equipe de futsal mensurado pelo Teste de Abalakov |
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*Acadêmico de Educação Física/URI - Santo Ângelo. **Professores URI - Santo Ângelo. (Brasil) |
Gustavo Colussi Ravasio* Carlos Kemper** Carlos Lemos** gutoravasio@ibest.com.br |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 113 - Octubre de 2007 |
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Introdução
Com o passar dos anos o futsal teve suas regras modificadas e tornou-se um esporte mais dinâmico, mais rápido, com isso a principal valência física que passou a ser utilizada para a prática deste esporte é a força. A força é utilizada em altas velocidades em frações de segundos seja para realizar um chute, uma parada brusca ou até um drible.
Para CARR (1998) a força é um elemento existente em toda atividade esportiva. Sempre que um atleta executa uma habilidade esportiva, ele originalmente produz uma força interna dentro do corpo, ao contrair os músculos. Os músculos tracionam tendões e os tendões tracionam os ossos. A força produzida pelo atleta compete, então, contra as forças externas produzidas pela gravidade, força de reação do solo, atrito, resistência do ar, e, em muitos esportes, as forças de contato vindas de jogadores oponentes.
A força explosiva é uma especificidade da força, sendo uma valência física fundamental no futsal, pois ela esta relacionada a movimentos rápidos. Segundo BARBANTI (2003) a força rápida, também chamada de força explosiva ou potência é a capacidade caracterizada por aplicações de grande força no menor tempo possível contra uma resistência submáxima. Na maioria dos esportes a força rápida é o fator determinante do rendimento.
Desta maneira é fundamental o monitoramento dos aspectos de força explosiva para se perceber o desenvolvimento desta qualidade física ao longo do período de treinamento. Portanto o presente estudo teve como objetivo verificar o desenvolvimento da força explosiva dos membros inferiores nos atletas da equipe da Associação Santo Ângelo de Futsal (ASAF), utilizando o Teste de Abalakov.
MetodologiaEste estudo caracteriza-se como experimental. A amostra foi composta por 10 atletas na faixa etária de 20 a 33 anos da equipe da ASAF, mas ao longo deste estudo 2 atletas sofreram lesões musculares e não puderam realizar o estudo, com isso a amostra ficou composta por 8 atletas. Os dados foram coletados no período de maio a setembro de 2005, sempre durante o período da manhã.
Para avaliar a potência de membros inferiores foi utilizado a Plataforma de Bosco, tendo como referência o Teste de Abalakov (Vélez, 1992). O teste de Abalakov (ABK) é realizado a partir da posição em pé sobre a plataforma, o atleta realizará um salto objetivando atingir a maior altura possível (força explosiva dos membros inferiores), podendo utilizar a ajuda dos membros superiores para impulsão, retornando a plataforma com ambos os pés (figura 1). A plataforma possui sensores que captam a força empregada contra ela para que seja realizado o salto e o tempo no ar que o sujeito permanece, estes dados serão transferidos para um processador digital conectado a esta.
A medida do salto foi calculada imediatamente após a realização do mesmo, sobre a Plataforma de Bosco, através do computador que possui o software AXONJUMP V:2.01 que calcula a força empregada contra a plataforma e o tempo de vôo do salto.
Durante os treinamentos eram realizados dois saltos, um no inicio e o outro no final. O primeiro salto era realizado logo após o aquecimento específico e o outro imediatamente após o final da parte principal do treinamento. Era feita a média dos dois saltos para cada dia e essas médias diárias depois serviam para fazermos as médias mensais de cada atleta.
O treinamento da ASAF tanto físico como técnico era baseado na seguinte estrutura:
Aquecimento geral --> 8´;
Alongamentos --> 7´;
Aquecimento específico --> 15´;
PRIMEIRO SALTO;
Parte principal do treinamento --> 75´;
SEGUNDO SALTO;
Alongamentos finais --> 10´.
Quanto aos treinamentos eram feitos trabalhos de força máxima, força rápida e de força explosiva. Na academia os exercícios variaram as suas intensidades (50% a 95%), as repetições (3 a 15), as séries (3 a 5), intervalo entre as séries (40" a 2') e a velocidade de execução (média, alta e máxima). O método de treinamento que teve uma ênfase maior neste período (maio a setembro) foi o método Pliométrico. As contrações pliométricas são todas aquelas que se compõem de uma fase de alongamento seguida imediatamente de outra de encurtamento (Badillo & Ayestarán, 2001). A principal resistência a ser vencida é o próprio peso corporal. Utilizaram-se para o trabalho pliométrico intensidades baixas: saltos simples para superar obstáculos. Intensidades médias: multissaltos com pouco deslocamento e saltos de pequenas alturas (20 a 40 cm). Intensidades altas: multissaltos com deslocamentos amplos, saltos de maiores alturas (50 a 80 cm). Os exercícios de pliometria procuravam reproduzir os movimentos de competição.
Neste período (maio a setembro) foram realizados 12 jogos, 8 jogos pelo Estadual Série Ouro e 4 amistosos.
Os dados foram analisados a partir do programa SPSS versão 11.0, utilizando-se do teste t de Student para amostras independentes com o nível de significância p<0,05.
Resultados e DiscussõesAs características da amostra que participaram deste estudo podem ser observadas na tabela 1:
Conforme mostra a tabela 2, os resultados deste estudo apresentaram diferenças significantes t(8) = 3,628, p < 0,05. Observou-se que os atletas obtiveram uma melhora em média de + 3,6425 cm no período de maio a setembro, correspondendo a um aumento de 7,3 % da capacidade de impulsão vertical inicial.
Os resultados apresentaram uma diferença estatística mostrando assim que o treinamento aplicado veio ao encontro da melhoria da força explosiva dos atletas da ASAF. Em estudo de Romano (2001) onde ele utilizava a plataforma de Bosco para o controle de treinamento da força explosiva, os resultados vieram ao encontro dos encontrados no presente estudo demonstrando que a plataforma é um bom parâmetro para avaliar potência de pernas.
Quando se verificou a melhoria da força explosiva dos atletas da ASAF, notou-se uma melhoria com o passar dos meses, vindo ao encontro dos achados por Romano (2001) onde ele verificou uma melhoria crescente na força explosiva dos seus atletas mostrando desta maneira que treinamento é um fator preponderante para a melhoria desta qualidade física.
ConclusãoAtravés deste artigo pode-se concluir que a força explosiva de membros inferiores da equipe da ASAF teve uma evolução em conseqüência dos treinamentos realizados pela equipe.
Referências Bibliográficas
BADILLO, J.G; AYESTARÁN, E, G. Fundamentos do Treinamento de Força: Aplicação ao Alto Rendimento Desportivo, 2ª. ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
CARR, G. Biomecânica dos Esportes um guia prático, 1ª. ed. São Paulo: Manole, 1998.
BARBANTI, V. J. Dicionário de Educação Física e Esporte, 2ª. ed. Barueri, SP: Manole, 2003.
VÉLEZ, M. El Entrenamiento de Fuerza para la Mejora del Salto. 1992.
ROMANO, J. C. Controle dos Níveis de Força Explosiva nos Treinamentos de Futsal. Disponível em http://www.futsalbrasil.com.br
revista
digital · Año 12
· N° 113 | Buenos Aires,
Octubre 2007 |