Idoso e Tai Chi Chuan: uma proposta de diálogo pela aprendizagem solidária |
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Professor de Educação Física licenciado pela UFSM. Professor Especialista em Ciência do Movimento Humano pela UFSM. Professor de EF da Rede Municipal de Ensino de Passo Fundo. |
Nilton Cezar Rodrigues Menezes nilton.menezes@bol.com.br (Brasil) |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 113 - Octubre de 2007 |
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Introdução
No diálogo entre o idoso e a atividade corporal chinesa "Tai Chi Chuan", o viés de estudo foi o critério da mediação da aprendizagem solidária. Critério, apontado por Beltran apud Both (2001), onde não somente o professor é auxiliar no desempenho do aprendizado, mas também seus alunos formam um espaço ecológico significativo. Espaço este que nada mais é do que um ambiente de reciprocidade de trabalho formado pelo professor-aluno e aluno-aluno e, que se não utilizado, pode levar a perda de oportunidades relevantes de aprendizagem. O professor que tem clara a necessidade da solidariedade e da qualidade ecológica da aprendizagem estimula, de forma sistemática a interação entre alunos para a efetivação da aprendizagem (Both, 2001).
Este trabalho teve como objetivo promover uma aprendizagem solidária por parte dos idosos, pela aproximação das significações do aprendizado junto aos participantes do grupo de atividades físicas, através da exposição e troca de idéias, levando-os ao fortalecimento da autoconfiança e espírito de fraternidade. Como aplicar conhecimentos desenvolvidos, quais os princípios subjacentes ao aprendizado, quais as conseqüências do estudo, quais as justificativas para as respostas dadas, constituem-se pontos referenciais para a promoção da aprendizagem solidária, quando estes são construídos coletivamente (Both, 2001).
Para o desenvolvimento deste contexto, incorremos na fundamentação do fato dos idosos não conseguirem aprender a atividade corporal Tai Chi Chuan da maneira como é realizada por outros praticantes, portanto, não usufruindo os seus benefícios. Este "fato" surgiu como um entrave, primeiramente nos dois grupos de atividades físicas que trabalhamos, se bem que, o momento exato em que se tornou elemento de inquietação investigativa foi no Projeto Tai Chi Chuan na Terceira Idade/NIEATI/UFSM.
Por isso, o Projeto "Tai Chi Chuan na Terceira Idade" mereceu destaque neste contexto investigativo, pela reunião de informações que proporcionou, enquanto referencial pedagógico levantando questionamentos que serviram para trabalharmos sobre o problema identificado. Neste trabalho, o contexto formado pelo espaço ecológico significativo foi notório, possibilitando ferramentas pedagógicas para o enfrentamento do problema, que se tornou uma condição crítica frente aos idosos.
Diante do que estamos abordando, frisamos que, este trabalho não tem a pretensão de ser uma atividade corporal levada de forma "pronta" pelo professor aos idosos. Em nosso entendimento, uma atividade corporal chinesa tradicional como o Tai Chi Chuan, pode ser construída em conjunto com os idosos. Portanto, resgatando e desenvolvendo um sentimento de solidariedade na construção de um trabalho num espaço formado pela interação professor-aluno e aluno-aluno. Promovendo a inclusão dos idosos em todas as tarefas e atividades desenvolvidas no grupo e não como agentes passivos diante dos acontecimentos e fatos ocorridos. Com isso, colaborando para o delineamento da construção de uma alternativa de como apreender a atividade corporal proposta e desta forma influindo no processo de aprendizagem metodológica.
No concernente ao ponto que afirmamos anteriormente em relação ao professor, o trabalho também não fica circunscrito na outra face da moeda, ou seja, à mercê dos idosos para fazer o que "bem" entender, mas sim na conjugação de esforços, para o que pudesse concretamente ser realizado na aprendizagem solidária de forma equânime. Existindo, assim, um processo ecológico e não particular na construção do aprendizado e da educação (Both,2001).
Outro ponto da proposta da aprendizagem solidária aos idosos é relacionado ao Estilo de Tai Chi Chuan. E que optamos por trabalharmos o Estilo de Pequim de formas fragmentadas (não tem continuidade na fala, na escrita nem no movimento), onde há somente encadeamento de movimento, auxiliado pela criação de posições transitórias no modo de movimentar-se. Então, diante desta realidade, cada praticante da proposta teve a chance de aprender movimentos diferentes dentro do estilo proposto.
MetodologiaPara esta proposta de diálogo pela aprendizagem solidária com os idosos, temos como de vital importância à escolha e análise dos conteúdos do Tai Chi Chuan para o trabalho como os idosos. Porque os conteúdos referentes ao Tai Chi Chuan não possuem nenhuma responsabilidade didática, ou melhor, dizendo, são impostos e não compilados pelos seus professores. Libâneo (1994):
a didática, com base em seus vínculos com a pedagogia, generaliza os processos e procedimentos obtidos na investigação das matérias específicas, das ciências que dão embasamento ao ensino e aprendizagem e das situações concretas da prática docente. Com isso, pode generalizar para todas as matérias sem prejuízo das peculiaridades metodológicas de cada um, o que é comum e fundamental no processo educativo (p. 22).
Portanto, a questão dos conteúdos é muito delicada em relação ao Tai Chi Chuan e torna-se grave quando a proposta relaciona-se aos idosos. Vamos explicar os pormenores da questão: a) não há um conteúdo definido em faixas etárias por parte do professor, pelo contrário, existe sim uma generalização grosseira; b) detectamos, que este conteúdo esta muito dissociado na cabeça do professor e, principalmente da época em que vive, pois alguns defendem um tradicionalismo imaginário da época agrícola e pastoril da China. Logo, nem mesmo o professor segue esse contexto que defende e tampouco os estilos estão cristalizados naquelas épocas.
Porquanto, neste contexto é esquecido seu elemento principal, o aluno. Pois, o professor ministra o seu parco conhecimento não tendo a visão do público com que trabalha, com isso ficando os conhecimentos generalizados e difusos para todas as faixas etárias, provocando extrema dificuldade de apreensão principalmente pelos idosos.
Dentro dessa realidade, este professor ou instrutor posiciona-se como parâmetro para seus alunos, trabalhando movimentos na maioria das vezes sem base e sentido, ou melhor, vazios de significados. Este professor ou instrutor protagonista de sua própria desdita, acaba oscilando na grande maioria de sua atuação entre o Tai Chi Chuan público e o estilo origina, denotando uma total falta de domínio e planejamento do que se propõe. Isso explica, ele não conseguir ficar por muito tempo em um lugar ou com uma turma de alunos. Por isso, promove torneios e constantes demonstrações de movimentos desprovidos de nexo para quem conhece o que está acontecendo. Em outras ocasiões trabalha realizando somente aquilo que ele gosta dentro da arte, primando por movimentos em detrimento de outros mais relevantes para o momento, talvez pela própria deficiência de seus conhecimentos.
Segundo Kunz (1998):
Planejar é uma tentativa de aproximar um objetivo, algo abstrato, imaginário, de uma realidade concreta construída. Isso significa que a construção é a aula de educação física. O tema desta aula possui um objetivo, uma intencionalidade imaginável. Essas imaginações serão vivenciadas no decorrer das mudanças de cenas (situações) das aulas (p.139).
De acordo com mesmo autor, essa etapa do trabalho didático-pedagógico vai relacionar-se com uma análise da aula, que é considerada aqui um fato social. Analisar serve como ponto de partida de reconstrução do planejamento para assim se conhecerem as determinantes da aula, sendo esse processo é que vai proporcionar com que se aprenda a planejar.
Então, ao estudarmos os passos didáticos da atividade corporal Tai Chi Chuan, dentro de um método usado em Educação Física, é importante assinalar que a estruturação da aula em um processo implica criatividade e flexibilidade do professor, isto é, a perspicácia de saber o que fazer frente a situações didáticas, cujo rumo nem sempre é previsível. Então, no contexto da proposta aos idosos, utilizamos o método misto (global - parcial - global) em Educação Física, bem como ministrando outras técnicas como recursos secundários.
Como os "movimentos de Tai Chi Chuan" tornam-se temas e conteúdos da prática pedagógica com os idosos? Para respondermos esta pergunta ao longo do trabalho, devemos entender, as etapas ou passos didáticos como tarefas do processo de ensino relativamente constantes e comuns a todas as matérias, considerando-se que não há entre elas uma seqüência necessariamente fixa (ainda mais em se falando de idosos), e que dentro de uma etapa se realizam simultaneamente outras. Logo para este essa proposta nos valemos dos seguintes procedimentos de organização para o trabalho no Grupo de Convivência: grupo de convivência: Água Viva; nº de aulas na semana: 02 vezes; tempo de aula: 60 minutos; atividade corporal: Tai Chi Chuan (Estilo de Pequim); horário de aulas: 8:00 às 9:00h; dias da semana: terças e sextas - feira; local: Salão - Nossa Senhora Salete; localização: Rua André Gomes; cidade: Santa Maria/RS/ Brasil; idosos envolvidos: quinze idosos a partir dos 60 anos.
O planejamento da estrutura de organização de "uma" aula de Tai Chi Chuan corresponde ao planejamento didático das demais aulas de ginástica. São elas: 1ª parte: introdução - aquecimento articular com os movimentos de uma seqüência do Tai Chi Chuan Estilo de Pequim; 2ª parte: principal - observados os princípios e bases práticas desta primeira mediatização tornada aquecimento articular passamos para a segunda fase; 3ª parte: final - os idosos novamente realizam os movimentos, com a seqüência inteira mediatizada, constituindo uma fase de relaxamento com ênfase na retroalimentação.
Resultados e discussão da propostaNa análise e discussão do ocorrido nestes oito meses de trabalho, dentro da proposta de aprendizagem solidária, procuramos pautar nossas observações em um diário de campo, onde anotamos os diálogos ocorridos tanto no começo, meio, durante e fim das aulas. Então, para a elaboração do relatório de campo, procedemos com as informações contidas nos diálogos da seguinte maneira: 1) transcrição do diálogo entre professor-aluno e alunos - alunos 2) o movimento mediado com sua descrição e interpretações simbólicas 3) reflexões sobre essa interação.
Portanto, seguindo fielmente este roteiro, alinhamos os períodos de aula, as datas e os tipos de movimentos propostos, dentro do Estilo de Tai Chi Chuan determinado para a proposta, através do traçado de uma linha espaço-tempo. Este procedimento nos facilitou a transcrição do diário de campo, ou melhor, de suas falas para transformá-lo em relatório de campo. Nele contendo um continuo de acontecimentos, desde a mediação dos exercícios (de sua mediação e trocas pelos idosos), a interpretação para assimilação por parte do aluno de sua simbologia (significado), como também de reflexões pertinentes aos exercícios, interpretações e o acontecido a partir disso na aula. Para este artigo destacamos duas aulas e seus respectivos diálogos.
Terceira aulaAnotação: diário de campo
Dia: Terça - feira
Data: 08/04/2003
Horário: 8:30 às 9:30...A colaboração nas atividades físicas...
Primeiramente, foi dividido o grande grupo em três menores, isto depois da escolha do exercício para tentar aprendê-lo. Logo, todo o grupo passou a prática. No entanto, uma das alunas estava fazendo de forma ainda "incorreta". Vamos frisar que ela tinha possibilidades de fazer, mas precisava de ajuda.
Uma colega do seu próprio grupo foi ajudá-la, começando o seguinte diálogo.
-Quem sabe você não divide mais o movimento.
A outra responde:
-Não adianta! Sou muito esquecida.
A colega se desculpa dizendo;
-Eu só queria ajudar.
-No que a outra diz: sim eu quero ajuda, não me interprete mal.
ReflexõesNeste terceiro mês de atividades dentro do grupo podemos visualizar o quanto avançou o aprendizado, bem como a solidariedade que se estabeleceu entre os praticantes, logo denotado pelo diálogo e o modo como estava sendo realizado o movimento, ou seja, bem descontraído.
O diálogo também entrou em perfeita consonância com a interpretação, como diz o próprio símbolo - o poder do grande - ou seja, aquele que sabe e detém a iniciativa, o poder de decisão para levar outros consigo. Esta característica, ao nosso, ver é bem forte entre os idosos - a questão de ser solidário com alguém ou alguma coisa que esta sendo construída.
Logo, também notamos em se tratando de Tai Chi Chuan que isto poderia acontecer, embora seus exercícios atravessem séculos de existência sendo difundidos da mesma maneira. No entanto, mesmo sendo ainda hoje exercícios prontos, o modo como eles podem ser ministrados é passível de ser mudado. Logo, prontos, mas, sem direcionamento para tais faixas etárias, o que nos levou cada vez mais a visualizar o que aconteceu no grupo entre os idosos pela aprendizagem solidária.
Por fim, a própria interpretação diz que o ser superior (ser que pensa, mas pensa para o bem), trilha caminhos que não estão de acordo com a ordem vigente, desde que se faça algo benéfico para o outrem. Então, neste contexto, vemos todo o caráter formado das pessoas que chegam carregadas de experiência que são os nossos idosos. E este diálogo testemunhou o que cada um pode fazer por si e pelos outros.
Quarta aulaDiálogo professor - aluno
Anotação: diário de campo
Dia: Sexta-feira
Data: 06 /05/2003
Horário: 8:30 às 9:30...Seu próprio Tai Chi Chuan...
Portanto, agora vamos trabalhar o Tai Chi Chuan de vocês. Um Tai Chi Chuan mediado por vocês, ou seja, construído coletivamente por todos nós mediante a interação. Vamos encontrar o Tai Chi Chuan de nossas possibilidades.
É algo muito interessante de se ver. As pessoas tentando construir algo de si mesmo. Os antigos mestres chineses criaram o Tai Chi Chuan em seus próprios interiores, houve uma primeira vez para eles também. Com o passar do tempo e com a prática constante, os movimentos vão se transformando num ciclo natural, nós também vamos transformando e modificando nossos movimentos.
Então disse aos alunos:
Isso é o Tai Chi de vocês. Não é preciso ficar copiando os movimentos do professor ou de ninguém. Os movimentos já existem, mas o que vocês mediaram é próprio de vocês. Porque podem fazê-lo.
Um aluno pergunta:
-O Tai Chi Chuan e seus movimentos não tem que possuir uma seqüência lógica e a energia, não tem de ser sentida e manipulada corretamente?Respondi que no Tai Chi, a lógica não existe tal qual a lógica ocidental o conhece. Existe um fluxo natural de energias ao longo de nosso corpo e com íntima ligação do espaço a nossa volta.
Outra pergunta surge:
-Como saber se encontramos ou não esse fluxo? Como ter certeza disso?
-"Não se preocupem com isso; vocês saberão. O segredo é continuar vivenciando que vocês irão saber quando chegar lá. Vocês saberão por si só".
ReflexõesÉ importante que cada um de nós encontre esse fluxo naturalmente, quando sentimos, escutamos o nosso corpo e não oferecemos resistência ao movimento, tudo flui naturalmente. Certamente nosso ser vai encontrar esse fluxo e caminhar com ele. Às vezes os movimentos que trabalhamos em nossas escolas, através das formas clássicas ou simplificadas, não se adaptam às pessoas. Cada um possui seu fluxo individual que difere dos outros. Chegará um tempo, para cada um de nós, em que encontraremos nosso fluxo natural. A partir daí, estaremos movimentando nosso corpo através desse fluxo.
Considerações finaisO que propomos foi apreendido e aprendido, pois possuía significação e sentido, pois se fundamentou no diálogo entre o idoso e o Tai Chi Chuan. Porquanto, o que tem significação numa interação de atividades entre professor - aluno e aluno - aluno, disso resulta com certeza em termos de apreensão, o seu beneficio recíproco. Mediante este trabalho, confirmamos que professores com formação paralela em Tai Chi Chuan, agirão em primeiro lugar não como Instrutores de Tai Chi Chuan, mas sim como professores de Educação Física.
O professor de Educação Física não pode dar continuidade ao processo de "estender" em detrimento de propor o Tai Chi Chuan, sem refletir sobre suas conseqüências didático-pedagógicas e sociais, pois no outro lado está o idoso com a perspectiva de obter conhecimentos mediante sua própria construção. Neste contexto uma aula de Tai Chi Chuan passa a fazer parte do processo de educação, com isso devendo habilitar o praticante a desenvolver funções pessoais na sociedade.
Trazendo a questão para o processo de gerar um diálogo ou diálogos, não pode haver uma pseudoparticipação do professor de Educação Física/instrutor de Tai Chi Chuan na adaptação de uma atividade física, como se não tivesse outra opção que não adaptar, pois está claro que ele não fez uma leitura da realidade do idoso. Na outra face da moeda não pode haver uma pseudoparticipação do idoso, crendo que a adaptação da atividade física levada a ele é a ideal e que não pode sofrer mudanças. E mais, acreditar que ele não precisa fazer parte da ação no processo de construção da aula, ou melhor, sendo seu artífice, com isso recebendo tudo pronto, na verdade uma adaptação já pronta.
Outro ponto a ser salientado é que não pode acontecer do idoso acabar ficando na pseudoconformação de que tudo que lhes é ofertado está bom, logo perdendo sua identidade num processo estabelecido e sem possibilidades de mudanças. Com isso, professor e alunos permanecem perpetuando o status quo no grupo de convivência.Portanto, toda a interação num espaço ecológico significativo denotando aprendizagem solidária tende a ter um significado de "para que" e na Educação Física com idosos, esta é uma relação fundamental. Por isso a Educação Física, através de professores com formação em Tai Chi Chuan, podem inferir dentro de uma perspectiva de educação de autoformação, tendo como objetivo contribuir e facilitar o desenvolvimento da pessoa durante sua existência.
Portanto, o contexto formado, a partir de um espaço ecológico significativo pela aprendizagem solidária a Educação Física também pode fazer parte, logo dependendo de sua conotação que pode ser através de atividades corporais como Tai Chi Chuan, desenvolvendo o individuo em sua totalidade. Com efeito, o diálogo na aprendizagem solidária tem um papel importante na autoconstrução corporal, na manutenção da autonomia e autogestão dos idosos, sendo necessária para os indivíduos durante toda a vida.
Bibliografia
Both, A. Educação Gerontológica: posições e proposições. Passo Fundo. Ed. São Cristóvão, 2001.
Both, A. Gerontogogia, educação e longevidade. Passo Fundo. Ed. Imperial, 2000.
Libâneo, J.C. Didática. São Paulo. Ed. Cortez, 1994.
Kunz, E. Didática da Educação Física. Ijuí/ RS Ed. Unijuí, 1998.
revista
digital · Año 12
· N° 113 | Buenos Aires,
Octubre 2007 |