Formação escolar e comportamento ativo no âmbito do lazer. Uma experiência de estudantes do bairro Guajuviras, Canoas |
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*Professor da UNISINOS. **Professor da ULBRA. (Brasil) |
Prof. Ms. Edmilson Santos dos Santos* profedsantos@yahoo.com.br Prof. Ms. José Geraldo Damico** zedamico@yahoo.com.br |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 112 - Septiembre de 2007 |
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Introdução
Mesmo diante da chamada crise da modernidade que passa uma série de campos de saberes, ainda repousa sobre a cabeça de nossos educadores uma certa esperança no seu papel formador dentro de uma visão iluminista. Alguns críticos apontam que o esgotamento deste projeto, baseado num modelo de racionalidade científica, está a exigir dos estudantes, pais, professores e administradores um profundo repensar de seus papeis num cenário de grandes incertezas e desafios. Talvez seja isto que motive administradores em aumentarem os investimentos e estímulos à participação de os professores e professoras em eventos que possibilitem a construção de inovações pedagógicas. O questionamento de nosso papel na formação dos estudantes pode nos causar imobilismo ou ser um ótimo momento para repensarmos nossas ações.
Se as aprendizagens intelectivas passam por profundas transformações as corporais não deixam por menos. A disciplina que se destaca na formação corporal é a educação física. Dois discursos se destacam no cenário das práticas corporais: aquele que vincula esta disciplina a um cuidado com o corpo, no sentido da promoção da saúde, e o outro vinculado-o às aprendizagens esportivas.
O discurso da promoção da saúde tem como perspectiva a mudança dos hábitos de vida interpretados, no mundo moderno, como co-responsáveis pelo aumento das doenças crônico-degenerativas. Ao isolar o debate para o campo biológico este discurso busca responsabilizar o indivíduo pela assimilação de um estilo de vida que não incorpora a atividade física, dentro de preceitos do treinamento, como algo basilar de sua formação. A incorporação de um estilo de vida sedentário e os indicadores da aptidão física, nos diversos estudos realizados no país, reforçam esta tese (GUEDES & GUEDES, 2001; MATSUDO, 2000; PIRES, 2004; GUEDES et al, 2002; LOPES, 2003; PITANGA, 2002). Porém, a dificuldade de operacionalização dos preceitos do treinamento tornou este discurso, apesar de ainda sólido, sem repercussão do ponto de vista do trabalho desenvolvido pelos professores no cotidiano das escolas.
O discurso esportivo parece não tr garantido uma melhora, em quantidade e qualidade, nas experiências motoras dos estudantes. No que diz respeito à quantidade, seja por deficiência de espaços, seja pelo seu sub-aproveitamento, o projeto arquitetônico das escolas têm impedido uma maior diferenciação das possibilidades esportivas. No que tange à qualidade, o descompromisso com o domínio técnico e tático do esporte, por conta de uma certa histeria quanto ao componente competitivo, acabou por forçar os professores a se distanciarem desta proposta em toda a sua complexidade. Este cenário fortaleceu sua incorporação numa perspectiva lúdica que tem aumentado a distância entre os que sabem e os que não sabem. A desilusão com a escola é da parte e do todo.
Neste sentido, este estudo surge da preocupação de compreender o papel da formação recebida pelos estudantes, especialmente nas aulas de educação física, na estruturação de um comportamento que fortaleça as práticas corporais como principal opção de lazer de estudantes durante o final de semana.
MetodologiaO estudo que aqui se apresenta se caracteriza por ser do tipo exploratório, cujo objetivo principal foi verificar qual a relação entre nível de formação e a opção por práticas corporais no âmbito do lazer entre alunos e alunas de quinta do ensino fundamental até o terceiro ano do ensino médio de escolas públicas municipais (n = 5) e estaduais (n = 2) do bairro Guajuviras/Canoas/RS.
A amostra foi composta por 2.112 estudantes, sendo 982 (46,5%) meninos e 1130 (53,5%) meninas. Participaram do inquérito todos que compareceram à aula no dia em que o questionário foi aplicado, no mês de novembro de 2003, nos turnos da manhã, tarde e noite. Extraímos desta amostra os alunos que participam de atividades esportivas no turno inverso à escola.
Antes de sua aplicação, as escolas conheceram a finalidade do estudo e cada direção ficou com a síntese do projeto para apresentar aos professores. Em cada turno o questionário foi aplicado simultaneamente pelos professores. Como uma das intenções do estudo foi verificar a atividades de lazer mais importante no final de semana, escolhemos aplicar o estudo na segunda-feira para projetar com uma maior precisão a rotina realizada no final de semana anterior ao estudo. A auto-recordação das atividades foi realizada com base nos turnos sábado à tarde (ST), sábado à noite (SN), domingo pela manhã (DM), domingo pela tarde (DT) e domingo à noite (DN). O sábado pela manhã não compõe o espectro de análise tendo em vista que ele é utilizado por algumas escolas para comporem os dias letivos.
A idéia principal do estudo não foi realizar um inventário de atividades realizadas. Nos interessava perceber, dentro de todas realizadas, aquela que mais os motiva a desenvolver seu lazer a partir das condições objetivas impostas por suas condições sociais.
O questionário, com questões fechadas, foi elaborado contemplando os seguintes eixos temáticos: caracterização do jovem (idade, sexo, raça, religião); escolaridade (ano em curso e turno); inserção no mercado de trabalho; inclusão digital e acesso à internet; acesso a equipamentos de diversão eletroeletrônica (vídeo game. computador e TV); gosto musical, material esportivo, atividades de lazer acompanhado de professor ou treinador durante a semana, quais o(s) interesse(s) na formação dos grupos de convivência e em quantos participa, local preferido para realização das atividades de lazer durante a semana, atividade mais importante realizada no final de semana, nos seguintes turnos: sábado tarde, noite e domingo manhã, tarde e noite.
As informações obtidas permitiram criar um banco de dados que foi submetido à análise de freqüência através do programa estatístico SPSS (Statistical Packge for the Social Sciences) para o Windows, versão 11. Para verificar possíveis associações entre variáveis utilizou-se o teste estatístico Qui-quadrado para análise de tabela de contingência e estabeleceu-se como nível de significância 5% (p<0,05). Para conhecimento das células que indicam uma relação de dependência entre as variáveis (atributos), foram analisados os resíduos ajustados na forma estandartizada.
ResultadosDe início queremos destacar que assumimos as práticas corporais no sentido de contemplar as diversas formas de sua manifestação. A incorporação destas práticas deveria ser realizada com base nos dados empíricos da pesquisa. Neste sentido, o fato de não ter aparecido, durante os turnos investigados, nenhuma opção associada à prática das atividades físicas com vista à promoção da saúde, nos obrigou, por conta das evidências, a aceitar o esporte como a principal forma de manifestação corporal investida pelos estudantes em seu lazer. Este quadro nos remeterá, mais adiante, a uma avaliação da educação física na estruturação desta realidade.
Para facilitar o acesso aos resultados encontrados, organizamos sua exposição em tabelas de forma a compreender o impacto da formação na definição do esporte como a principal atividade de lazer realizada pelos estudantes. Na tabela 1 encontra-se a análise comparativa entre a quinta e sexta série do ensino fundamental. As outras análises seguem uma série subseqüente à outra, em pares, até o terceiro ano do segundo grau.
A primeira ressalva que fazemos neste momento diz respeito às categorias de análises apresentadas. Como as práticas corporais realizadas pelos estudantes estão associadas à prática de esportes, como futebol, voleibol e skate, estabelecemos como categoria: o esporte.
Como podemos perceber a tarde é o turno onde os estudantes mais se dedicam em desenvolver alguma atividade esportiva no bairro. Para os dois grupos há uma queda na participação dos estudantes em atividades no domingo pela manhã. E no domingo à tarde, para os estudantes da sexta série, houve um acréscimo importante, em relação aos dois turnos anteriores, e uma associação entre o grau de estudo superior e a prática do esporte. Nos demais turnos investigados, não encontramos associação entre prática do esporte e a série seguinte.
A tabela 2 possibilita identificar que segue a tendência apontada na tabela 1, em que o turno da tarde é o mais procurado para desenvolver atividades esportivas. Nota-se também, uma diminuição da participação em atividades esportivas da sexta para a sétima série, em níveis significativos no domingo à tarde. Houve um ligeiro aumento na participação destes dois grupos em atividades esportivas no domingo à tarde, em relação ao sábado à tarde.
A tabela 3 mantém a tendência de diminuição de atividades esportivas realizadas no turno do domingo pela manhã. A permanência da tendência de diminuição da prática do esporte nos turnos da tarde de uma série para outra. A diminuição expressiva no domingo à tarde, do volume de atividades esportivas realizadas pelos alunos de oitava série, apontou uma associação, para o grau de significância estabelecido, entre a série mais avançada e a realização de esporte.
A tabela 4 aponta para a manutenção da tendência de redução das atividades esportivas, identificadas como aquela mais importante realizada pelos estudantes nos turnos investigados. Mantem-se a tendência de queda do domingo pela manhã e uma diminuição expressiva do domingo à tarde como um período de maior participação em atividades esportivas.
Na tabela 5 mantem-se à tendência de diminuição das escolhas do esporte como a atividade mais importante realizada pelos estudantes. Percebe-se uma diminuição mais sensível no volume de alunos que identificam o esporte como atividade de lazer mais importante realizada no domingo pela manhã.
A tabela 6 já nos permite realizar algumas sínteses importantes. Os turnos das tardes são aqueles em que os estudantes apontaram como o período onde a prática esportiva se destaca entre as opções de lazer que são oferecidas. Ao longo das séries houve uma queda importante e acentuada, em todos os turnos, do volume de estudantes que apontaram como a atividade mais importante realizada no final de semana a realização de atividade esportiva. Nos quatro momentos em que o estudo apontou associação, para os níveis estatísticos estabelecidos, em apenas um caso ela ocorreu de forma a associar aumento de série com aumento da prática esportiva. A identificação do esporte como a atividade mais importante realizada no âmbito do lazer, como pode ser observado no gráfico 1. O gráfico aponta uma relação inversamente proporcional entre a série e a prática do esporte.
Um outro dado, que é bastante esclarecedor deste cenário, diz respeito à diferença encontrada entre meninos e meninas na escolha da atividade esportiva como a mais importante realizada nos diferentes turnos investigados. Em todos os cenários encontramos associação entre ser menino e prática do esporte nos turnos analisados. Os resultados nos possibilitam inferir que a diminuição progressiva de envolvimento dos e das estudantes, com atividades esportivas no âmbito do lazer, tem um impacto muito maior sobre as meninas, haja vista que elas são as que menos se beneficiam destas atividades em seu tempo livre.
Discussão dos resultadosO estudo, inserido no contexto das políticas públicas de lazer, buscou observar, de forma prioritária, se havia relação entre avanço dos anos escolares e aumento das práticas corporais, para os sujeitos da pesquisa, durante os turnos investigados. Tendo em vista que o estudo eliminou aqueles alunos que participavam de um formação corporal fora da educação física tínhamos como única variável formadora as aulas de educação física.
No universo das práticas corporais existentes não encontramos nenhum estudante realizando aquelas atividades físicas voltadas à promoção da saúde. Este resultado exige de nós uma análise um pouco mais sofisticada sobre as possibilidades deste discurso repercutir junto aos estudantes.
O primeiro destaque que podemos estabelecer alinha os resultados encontrados neste trabalho com o que é apresentado pela literatura que tematiza as atividades físicas voltadas à promoção da saúde (GUEDES e GUEDES, 2001; MATSUDO, 2002; SOUZA, 2005). Neste caso, há espaço para pensarmos na seguinte hipótese: o baixo nível de aptidão física interfere decisivamente na experimentação do esporte no lazer.
O fato de não ter aparecido um engajamento em atividades físicas voltadas à promoção da saúde (correr ou fazer ginástica), como atividade mais importante de lazer, possibilita pensar num cenário diferente daquele definido pelo estabilishment da atividade física e saúde. Não é crível que o discurso voltado à promoção da saúde, na lógica do evitar riscos, possa seduzir crianças e jovens a desenvolverem atividades que os protejam das doenças crônicas não transmissíveis no âmbito do lazer. Para isto, seria necessário projetar um objetivo a partir de uma situação abstrata, incompatível com as necessidades momentâneas e imediatas de movimento destes grupos.
Não acreditamos que o sedentarismo, ou suas conseqüências, por si só, por mais danosas que possam parecer, possa servir de justificativa para envolver os jovens em programas de atividade física. Também não podemos aceitar sem críticas à tese de que a sociedade está ficando cada vez mais sedentária. Sua aceitação impede de pensarmos numa outra perspectiva fora desta dualidade. Se, para os critérios utilizados pelos pesquisadores da atividade física e saúde, o baixo volume de movimento é incompatível para se garantir padrões mínimos de saúde, não podemos deixar de desconsiderar que a sociedade está ficando cada vez mais esportivizada.
O Atlas do Esporte no Brasil (BOSCHI, 2005, p.859) indica o país como uma das nações mais esportivizadas do mundo. A indústria do consumo esportivo nunca produziu tanto e com tanta variedade de materiais esportivos como hoje para atender um consumo cada vez mais massificado, portanto não ligados ao alto-rendimento. Para Jesus (1999) "A modernidade, com sua reiterada aura otimista e sua fé inabalável no progresso, impulsionou nas cidades novos valores comportamentais, dos quais destacamos aqui a cultura física" (p.18). Por conta deste processo, houve uma multiplicação de novas modalidades esportivas e proliferação de associações esportivas civis. As cidades dispõem atualmente, principalmente nos grandes centros urbanos, de um número importante de espaços de culto ao corpo como centros esportivos e espaços temáticos cobertos para a prática do futebol, da natação, de tênis e de padle, por exemplo. Parece não haver qualquer sinal da retração do número de escolas de aprendizagem esportivas. Pressionados pela sociedade, os gestores públicos têm aumentado seus investimentos na construção de espaços públicos para o lazer ativo, principalmente o esportivo. Estudos apontam que o maior interesse dos usuários de parques públicos é a prática de esporte (BIONDI e MÓRMUL, 2004, TELES, 1991 e SANTOS, 2005). Os condomínios oferecem como diferencial para atrair novos clientes, espaços para os esportes de quadra, piscinas, salas de ginástica e musculação.
Para compreendermos este movimento, não podemos aceitar passivamente o discurso de que a sociedade está ficando cada vez mais sedentária. Não que este problema não seja relevante, em termos de saúde pública, mas porque outros aspectos necessitam ser compreendidos como dimensões da saúde pública. E neste caso, há uma complexidade de elementos que produzem cenários bastante particulares.
Não basta fazermos como Pires et al. (2004), quando destacam que é preocupante o baixo envolvimento dos jovens com atividades que requeiram maior gasto energético; que a educação física elabore propostas em atividade física voltada para a saúde; ou, a elaboração de programas como o Agita São Paulo. Há um problema na própria lógica das práticas corporais estritamente higiênicas, pois a gratificação, em função do seu sacrifício presente, está num ponto infinito do tempo e cujo conhecimento sobre seus benefícios são abstratos para a maioria da população (BOURDIEU, 1983).
Num cenário de complexidade cultural, caracterizado pela pluralidade de experiências que dão sentido ao lazer de jovens, estabelecer uma hierarquia valorativa sobre elas só poderia ser realizada a partir de algum critério arbitrário. Como convencer um jovem músico a se envolver com atividades físicas se ele mata sua fome emocional, (DUNNING, 1992), através de horas de ensaio no seu sábado à tarde? Por que adultos fisicamente ativos também sofrem de depressão? A forma como respondemos a estas duas questões sinalizam a compreensão que temos da variável saúde.
Diversos discursos são colocados em movimento e estão seduzindo as pessoas a incorporarem diferentes habitus e atitudes, em diferentes momentos da vida, no que diz respeito ao uso do corpo sem qualquer permanência e continuidade. Não é contraditório ter uma postura sedentária em casa e jogar futebol com os amigos uma ou duas vezes por semana. Não há contradição nenhuma em ser uma criança esportista e se tornar um adulto não esportista e vice-versa. Condicionar a vida a partir de uma metanarrativa orientada à saúde numa perspectiva individual e física, transformaria o culto ao corpo apenas como um procedimento terapêutico.
Ao lado do debate sobre esta visão de saúde, há um outro, de igual importância, que é a ampliação da discussão do próprio conceito de saúde. Não faz sentido montar um discurso hierárquico a fim de estabelecer qual é o principal fator que interfere na saúde dos indivíduos. A VIII Conferência Nacional de Saúde (BRASIL, 1989), ao elaborar o conceito de saúde, destaca outros aspectos desta complexa arquitetura.
Um estilo de vida ativo não necessariamente consegue incorporar as demandas orgânicas na obtenção de ganhos à promoção da saúde individual. O necessário controle das variáveis de treinamento, para que a atividade física garanta os ganhos para promoção da saúde, encontra na rotinização de seus protocolos algo incompatível com a forma como as crianças e jovens se envolvem coma as atividades físicas no âmbito do lazer. Como bem observa Elias e Dunning (1992), o lazer permite justamente a fuga das atividades rotinizantes. Par os autores, é neste ponto que se ancora as atividades de lazer para garantir uma estabilidade emocional aos sujeitos.
O cotidiano nos sinaliza que a prática do esporte tem se constituído como uma narrativa que melhor consegue absorver os jovens no âmbito da atividade física. Neste sentido, para garantir um estilo de vida ativo, não faz sentido impor aos estudantes o imperativo da saúde física. Um jovem poderá sentir-se bem realizando uma atividade esportiva sem ter alcançado os indicadores necessários para a promoção da saúde. Guedes et al. (2002) sustentam inclusive que o esportista pode não produzir um nível de gasto energético suficiente para garantir mudanças nos indicadores de aptidão física. O jovem não fará esta mudança só para satisfazer uma necessidade biológica. Talvez, para ele, o mais importante seja garantir a satisfação de uma necessidade emocional e sociabilizadora que também compõe o universo da saúde pública.
A partir deste debate, a forma como a educação física escolar se insere é fundamental. Concordamos com Matsudo et al. (2003) quando acrescentam que não adianta um bom programa de educação física voltado à saúde se não compreendermos o papel desempenhado por outros fatores que interferem nesta realidade. O mesmo autor identifica que os estudos de rastreamento (tracking) não confirmam as suposições de que a criança ativa possui maior probabilidade de se tornar um adulto ativo. Guedes e Guedes (2001) também utilizam este raciocínio e advertem que esta hipótese (fazer exercícios físicos leva inevitavelmente a melhoria dos parâmetros orgânicos da saúde) está inscrita no campo das probabilidades e não da certeza.
A análise isolada do resultado encontrado poderia sugerir que o baixo nível de práticas corporais estaria associado a um nível inadequado de aptidão física de crianças e jovens. Cabe destacar que a aptidão física não é critério decisivo para restringir a apropriação do esporte na perspectiva do lazer. Portanto, a redução do nível de participação em atividades físicas pode estar associada ao outros elementos.
O discurso da promoção da saúde coloca como imperativo a realização de atividade física regular como à orientação central para diminuir os riscos de uma vida desregrada, num cenário rotinizante e recheado de normas de conduta do sujeito na administração de seu bem-estar, deslocando o debate para longe das emoções apaixonadas e excitantes que seriam a antítese da rotina.
Dunning (1992a) destaca, em seu quadro de análise do lazer, que os exercícios compõem o universo de atividades rotineiras que visam garantir as necessidades biológicas e o cuidado com o corpo. Dieckert (1984) entende que o planejamento e a obediência ao treinamento transformam a atividade física em algo obrigatório, uma rotina. Romper com esta rotina se tornou um dos critérios que tem aproximado crianças e jovens à prática esportiva no lazer e os distanciados das atividades físicas voltadas à promoção da saúde.
Com uma vida cada vez mais rotinizada, inclusive em bairros pobres por conta da violência (VIANNA, RIGIDO e FERREIRA, 1999), precisamos pensar na possibilidade de existir uma fome emocional, como sugere Dunning (2003), que identifique no esporte espaço de satisfação desta necessidade.
A formação escolar, considerada isoladamente, não é capaz de induzir os estudantes a um comportamento no âmbito do lazer que os levem a prática da atividade física voltada à saúde. Por outro lado, não há como dispensar o papel da escola na formação da cultura esportiva, principalmente em comunidades onde esta é a única forma de ter acesso a um professor especializado.
Mesmo que, de uma forma pouco qualificada, a política de grandes assentamentos urbanos (como o que deu origem à comunidade do Guajuviras) tenha privilegiado, por questões higiênicas, a construção de espaços esportivos nos bairros de trabalhadores, eles são incapazes de potencializar a prática do esporte para um número significativo de habitantes. No bairro, as praças são poucas, pequenas e com um mobiliário restritivo do ponto de vista da experimentação de uma ampla variedade de práticas esportivas.
O aspecto sociabilizador do esporte produz contextos na promoção do protagonismo infantil e juvenil na construção de espaços alternativos, como a rua, para a prática de atividades de lazer. Mesmo com suas dificuldades as crianças e jovens identificam no esporte um contexto rico para experimentar diferentes sentimentos e experimentam outras possibilidades para sua prática.
Sem estes elementos, formação escolar, espaços para o lazer esportivo e o protagonismo juvenil, não há como compreender como que voluntariamente 25%, em média, dos estudantes escolhem como a atividade mais importante realizada nos turnos ST, DM e DT a prática do esporte. O bairro não oferece espaços qualificados para a potencialização deste cenário. Os mais qualificados estão no interior das escolas públicas e somente uma permite o uso de seu espaço no final de semana. Se levarmos em consideração que 90% dos jovens do bairro Guajuviras se mantêm segregados na convivência intrabairro, são poucas as chances que eles terão de buscarem outros espaços, fora do bairro, para viverem a experiência esportiva.
Infelizmente, principalmente em comunidades carentes onde há muita dificuldade para experimentar outras modalidades e equipamentos de lazer formal, a falta de uma política pública que incorpore os espaços das escolas para o lazer, principalmente aos finais de semana, acaba prejudicando a ampliação das oportunidades de lazer esportivo. Portanto, a inexistência de espaços qualificados para a prática de esportes dificulta a ampliação do número de participantes, haja vista que há demanda para tal. Neste caso, não podemos colocar carga num debate sobre a existência de um certo comportamento sedentário como sendo exclusivo de uma opção individual, há condicionantes sociais que precisam ser melhor conhecido e incorporado na análise.
Todas as escolas possuem aulas de educação física no mínimo duas vezes por semana. Para muitos estudantes a única forma de terem acesso a uma formação corporal qualificada são nestas aulas. Para que ele possa ser experimentado na sua máxima potencia, é necessário que haja a aprendizagem do gesto motor. Neste caso, um papel de destaque para a educação física escolar deveria significar uma melhoria nas condições de aprendizagem, domínio magistral da motricidade corporal (LENCERT, 1984), e de ampliação do repertório esportivo.
Para que o esporte possa atender a uma multiplicidade de interesses se faz necessário garantir uma diversidade de aprendizagens esportivas. Como já afirmamos ao longo do texto, a educação física escolar não consegue garantir uma melhora nas experiências motoras dos estudantes. Um dos aspectos que tem contribuído sobremaneira a esta realidade é a forma como compreendermos o papel das meninas e dos meninos neste domínio.
A educação física escolar, como a maiorias das disciplinas presentes nos currículos escolares, reproduz as dinâmicas de gênero inscrita em nossa sociedade. Para Guacira Louro (1995), as desigualdades entre homens e mulheres vão muito além dos aspectos físicos, estão imersas numa rede de práticas discursivas que constituem homens e mulheres em sujeitos masculinos e femininos muito mais complexos do que as distinções de ordem fisiológica nos fazem supor.
Neste sentido, as práticas esportivas são generificadas ao ponto de reproduzirem as desigualdades de gênero presentes em outras esferas sociais, ou seja, para as meninas em nome da insegurança, da violência e de uma possível proteção da sexualidade é veiculada diferentes discursos que faz com que elas "optem" ou não se motivem a praticar esporte. Apesar de ambos compartilharem os mesmos universos simbólicos, a presença física nas práticas esportivas escolares produz uma divisão de papéis sociais. Estudo de Teixeira e Myotin (2001) identificaram que "ainda há uma forte influência (...) de esteriótipos e padrões de comportamento machista que distanciam as meninas da prática de atividades físico-esportivas e dificultam o relacionamento entre meninos e meninas" (p.48).
Em um recente estudo de Gonçalves e Fraga (2005) com o sugestivo título de "A quadra e os cantos: arquitetura de gênero nas práticas corporais escolares" os autores analisam as diferenças de gênero evidenciadas por escolares em suas práticas de distribuição e ocupação dos espaços e a relação com os discursos sobre o corpo na legitimação da quadra esportiva como lugar dos meninos e dos cantos como o das meninas. Os autores comentam assim: "A representação dos esportes, da atividade física, do espaço livre implicada no desenvolvimento da performance de cada um dos gêneros justificava, para meninos e meninas, a utilização por parte deles de um espaço maior do que o das meninas na quadra" (p.03).
Diferentemente do discurso voltado à saúde, o discurso esportivo projeta uma satisfação momentânea que se aproxima da velocidade das experiências reivindicadas por estes sujeitos. Garantir amplo domínio de uma variedade de esportes contribui no aumento da participação dos estudantes de grupos que comungam de identidades específicas, como os skatistas ou os que jogam basquete de rua. Diante da impossibilidade sócio-econômica de conquistarem o direito a aprendizagem de esportes fora do ambiente escolar, a educação física assume uma posição de destaque na garantia destas aprendizagens. O seu fracasso, pode significar, em longo prazo, um desestimulo a pratica esportiva no lazer.
Não podemos deixar de destacar que o avanço da idade vai permitindo ao jovem incorporar outros hábitos culturais que passam a concorrer com a prática do esporte. Neste caso, o protagonismo é direcionado para outras atividades também criadoras e capazes de estimular emocionalmente os jovens, como a dança e a música.
Não nos enquadramos, como os defensores da atividade física voltado à saúde, numa linha iluminista. Não acreditamos que a expansão do esporte se dará por uma estratégia de convencimento, de esclarecimento sobre os males de uma sociedade que cada vez mais coloca à disposição práticas sedentárias. A grande questão está em como podemos colaborar para que os estudantes mais velhos consigam irromper práticas sedentárias nos turnos de lazer durante o final de semana, passando assim a experimentarem sensações miméticas que fortalecem seu espírito comunitário.
Para que isto ocorra, é necessário à conjunção de alguns elementos. A existência de uma variedade de espaços esportivos que permitam a diversificação de experiências; uma educação física que favoreça a ampliação das experiências motoras; a existência de outras práticas sociais que permitam a experimentação de cenários que não esgotem o esporte como a única opção de lazer mimético; que as políticas públicas de lazer permitam a construção de espaços que consigam abrigar a prática de esporte, independente das condições climáticas, principalmente na região sul do país; que os professores de educação física atuem como protagonistas de uma cultura esportiva na sociedade para além de suas atividades de sala de aula.
Para Oliven (1996) os espaços esportivos, enquanto produtos de demandas sociais são revestidos de grande importância à medida que estabelecem todo um sentimento de comunidade, de laços de amizade. Como conseqüência deste comportamento, é possível identificar uma ocupação privilegiada dos espaços públicos para o lazer esportivo no bairro, as praças, por parte dos meninos. Estes espaços, além de reduzidos, demarcam basicamente a prática do futebol. Na pesquisa do Perfil da Juventude Brasileira (BRENNER, DAYRELL e CARRANO, 2005) aponta que o futebol é o principal responsável pela desigualdade de participação das meninas em atividades esportivas.
A escola se constitui, para muitas comunidades carentes, como o único espaço para aprendizagens corporais. Neste sentido, confiamos em seu papel formador. Porem, a qualidade do trabalho não tem ofertado experiências que ampliem o envolvimento em atividades físicas nos períodos de lazer, principalmente das meninas. Estudos realizados com populações carentes têm apontado que há uma grande procura por atividades esportivas, no sentido de qualificar o gesto motor, como a principal motivação para o envolvimento com escolinhas esportivas em bairros carentes (VIANNA, RIGIDO E FERREIRA, 1999; ZALUAR, 1994). Onde estas experiências não existem, como é o caso do bairro estudado, a escola fica numa posição de maior destaque. É neste momento que ela pode cumprir um papel inconteste: oportunizar a todos uma aprendizagem motriz de forma a os habilitar a participar de uma variedade de modalidades esportivas.
Apesar de toda luta na organização curricular, os legisladores têm garantido o acesso à aula de educação física como algo inerente ao processo de educativo. Parte importante da literatura nacional e internacional sobre o tema tem colocado como uma das principais preocupações a ser privilegiada pela a educação física a formação de um estilo de vida ativo (GUEDES e GUEDES, 2001; MATSUDO et al., 2002; LOPES et al., 2003; PIRES et al., 2004; PITANGA, 2002; MATSUDO et al., 2003; SOUZA e DUARTE, 2005). Muitas vezes, apesar desses estudos utilizarem concepções do processo saúde-doença mais complexos, suas interpretações e sugestões de como deve ser o comportamento da educação física no cenário escolar é carregado de simplificações que apontam a saúde como ausência de doenças ou ainda que a prática regular de exercícios é produto unicamente de um compromisso individual.
Há alguns elementos que tornam o discurso esportivo mais suscetível às necessidades das crianças e jovens. Em termos de aptidão física, é possível identificar a incorporação do discurso à saúde, mas não de suas práticas. Mesmo sem compreender como se dá este processo De Gáspari e Schwartz (2001) perceberam que os jovens compreendem o esporte como uma forma de obtenção da saúde. No entanto, as práticas esportivas não dão conta deste cenário pela dificuldade de se controlar as variáveis que possibilitam melhorias orgânicas.
Não podemos desconsiderar que a escola incorpora um papel de destaque neste processo, seja na construção de sujeitos mais preparados para os desafios no distanciamento destas práticas. Mesmo que estudos nacionais não suportem a tese de que a família influencia na participação de atividades físicas dos filhos (FIGUEIRA & FERREIRA, 2000), não podemos dispensar seu papel formador. Uma melhor qualificação dos espaços públicos esportivos, abrindo as escolas para a comunidade aos finais de semana, poderá levar a uma ampliação da participação dos jovens em atividades esportivas. A muito que fazer a partir das escolas, pois os resultados encontrados sinalizam um repensar de nossas ações enquanto professores.
ConclusãoComo pudemos perceber a ampliação do número de anos em contato com a educação física escolar não tem permitido um engajamento maior destes estudantes com atividades físicas. Isto significa que há uma complexidade de fatores que interferem na constituição desta realidade que precisam ser melhores investigados. Dentre as principais podemos destacar: uma menor participação das meninas em atividades esportivas; um discurso deslocado do valor que é dado às práticas corporais no cotidiano do lazer de jovens do bairro Guajuviras; a falta de espaços qualificados e diversificados para a prática esportiva.
Ao não aparecer práticas corporais que poderiam sugerir um cuidado com o corpo, no sentido da promoção da saúde, obriga a educação física a fazer uma profunda reflexão sobre a forma como este discurso tem sido apresentado e desenvolvido no contexto estudado. Por outro lado, são as práticas esportivas que aparecem com destaque entre as opções dos estudantes como atividades de lazer. Neste caso, uma maior qualificação do esporte na escola poderá aumentar o envolvimento dos estudantes com esta prática durante o lazer.
O fato do estudo ter identificado uma associação entre ser menino e a escolha de práticas esportivas de lazer coloca um ingrediente importante no debate sobre a participação das meninas nas aulas de educação física. Será que os professores de educação física têm construído práticas sociais de forma a empoderar as meninas na participação em práticas esportivas? Receiamos que não. As motivações para isto são inúmeras, porem não resolve um problema que deve ser enfrentado com maior ousadia: aumentar o número de meninas envolvidas com atividades esportivas.
O número reduzido de espaços formais para a prática do esporte (como quadras) aponta para dois cenários de intervenção da escola. O primeiro é o de, junto com outras entidades que identificam o direito ao esporte como algo essencial para a formação das crianças e jovens, sinalizar para a sociedade a necessidade de se garantir espaços mais qualificados para o lazer, especialmente aqueles que estimulam o envolvimento com as práticas esportivas. O segundo, sinaliza para um maior envolvimento das escolas com aquelas políticas de estado que estimulam a sua abertura aos finais de semana, ampliando desta forma a oferta de espaços qualificados para a prática do esporte, principalmente onde eles são escassos como no bairro Guajuvias.
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revista
digital · Año 12
· N° 112 | Buenos Aires,
Septiembre 2007 |