Proposta metodológica para o mini-voleibol: uma estratégia para iniciação esportiva de crianças |
|||
*Graduado em EF pela PUC-PR. Especialista em EF Escolar pela UFPR-PR. **Graduada em EF pela UEPG-PR. Especialista em Fisiologia do Exercício pela UFPR-PR. ***Graduado em EF pela UEPG-PR. Mestrando em Atividade Físico e Saúde pela UFPR-PR. (Brasil) |
Paulo Konorr de Quadros Júnior* paulokonorr@hotmail.com Teresa Maria Bianchini de Quadros** tetemb@gmail.com Alex Pinheiro Gordia*** alexgordia@gmail.com |
|
|
|
|||
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 110 - Julio de 2007 |
1 / 1
Introdução
Atualmente o voleibol está entre os esportes mais populares em todo o mundo, sendo que 85% dos atletas de equipes adultas no mundo vêm de categorias básicas (infanto juvenil e juvenil) e, particularmente, nas divisões básicas do voleibol, o Brasil é o maior vencedor de títulos mundiais (CANFIELD, 1998). Desta maneira, é de fundamental importância que, para seu desenvolvimento futuro, um grande número de crianças, em todos os países, sejam levadas a praticá-lo o mais cedo possível, sendo que esta possibilidade pode ser fomentada pelo mini-voleibol. Isto vem sendo facilitado devido ao destaque que o Brasil vem tendo nas últimas décadas em outros esportes, além do tradicional futebol, como o próprio voleibol, o tênis, a ginástica, o atletismo e a natação, o que faz com que as crianças sintam-se motivadas a ampliar suas capacidades esportivas, identificando-se com um ou outro ídolo, vivência muito comum nesta fase.
As manifestações esportivas podem ser distinguidas por duas vertentes: uma forma lúdica, onde o jogar é o elemento fundamental de filiação e realização, e uma forma universalmente mais elaborada, sofisticada, discriminativa, onde se sobressaem os expoentes, os campeões (CANFIELD, 1998).
Ao contrário das outras modalidades citadas, o voleibol apresenta uma série de dificuldades motoras, como velocidade, destreza, habilidade de salto e reflexos, além de exigir também atenção e raciocínio rápido para organizar as jogadas, características estas que podem desestimular muitas crianças se estas só começarem a jogar depois dos 14 anos. Nesta idade o medo de rejeição e aceitação pelo outro pode inibir um iniciante no esporte pela exigência de habilidades necessárias, o que justifica uma iniciação lúdica ao jogo de vôlei antes da forma tradicional e mais elaborada. E isto pode ser conseguido através do mini-voleibol.
O mini-voleibol é um método simples e adaptado às necessidades das crianças de 08 a 14 anos, para a aprendizagem do voleibol, jogado por duas equipes compostas por menos de 6 jogadores em cada time, resultante de reflexões didáticas onde as ações complexas se reduzem a situações de jogos simplificadas, correspondentes ao estado de desenvolvimento dos jogadores (GOTSCH, 1983).
As vantagens da prática deste esporte pela criança podem ser distinguidas no plano físico, intelectual ou cognitivo e moral ou afetivo (CASSIGNOL, 1978; SINGER & DICK, 1980). Sobre o plano da psicomotricidade, o vôlei desenvolve a destreza, a coordenação, a capacidade de reação, a velocidade e o domínio sobre si mesmo. Neste plano os comportamentos podem ser caracterizados pelo verbo fazer. O aspecto intelectual ou cognitivo abrange as habilidades intelectuais do aluno, assim como seu conhecimento e sua capacidade de demonstrar esse conhecimento. E no plano moral, desenvolve o espírito de apoio, de ajuda e facilita a interação social progressiva (CASSIGNOL, 1978). No aspecto afetivo deve-se estar atento a basicamente a 12 características, tais como: agressividade, tensão, medo, determinação, desatenção, atenção, nervosismo, tranqüilidade, falta de confiança, segurança, alegria, e motivação, as quais podem ser separadas em itens facilitadores positivos ou negativos e itens inibidores positivos e negativos (ROBAZZA et al., 2000).
Ressalta-se ainda que a idade de 8 a 12 anos é a melhor idade para aprender, fase em que a criança consegue exercer domínio sobre seu corpo, possuindo um interesse muito grande em aprender e fazer, em buscar o novo. O bom aproveitamento desta fase implicará na formação de uma base física/motora de ótima constituição, sobre a qual se dará, nas fases futuras de treinamento, um aperfeiçoamento de caráter altamente eficaz (WEINECK, 1991).
Desta maneira, a prática de esporte é uma etapa muito importante para a criança, tanto nos aspectos emocionais como físicos, principalmente nas fases de pré-adolescência e adolescência onde ela está começando a se socializar e querer pertencer a um grupo, assim como esta é uma fase que o esporte de impacto auxiliará no fortalecimento dos ossos.
Neste último aspecto o mini-voleibol é um esporte extremamente atraente para a maioria das meninas, que são propensas a evitar esportes de impacto e apresentam maior propensão para a osteoporose na fase adulta (FEHLING et al., 1995).
Apesar das vantagens do mini-voleibol para o desenvolvimento das crianças de 8 a 14 anos, são poucas as escolas que utilizam esta prática esportiva, fato este que acarreta prejuízos tanto ao desenvolvimento esportivo dos alunos.
Desta maneira, muitas são os obstáculos ainda a serem vencidos para que o mini-voleibol seja considerado uma prática comum nas escolas. Mas devido à preocupação de diversos países com a divulgação desta prática, assim como a unificação de critérios e investigação de novos métodos de ensino e treinamento é muito provável que estes fatos influenciem os professores de Educação Física e assim possamos dar aos nossos alunos uma oportunidade de desenvolvimento e integração na sociedade, diminuindo os problemas de identidade comuns na adolescência que leva muitos jovens a fumar ou beber, até se tornarem um problema para os pais, amigos e para a sociedade em geral, assim como previne o aparecimento de doenças comuns na velhice.
Mas para que estes resultados positivos sejam alcançados é necessária uma metodologia de ensino adequada aos jovens, pois o esporte praticado de maneira incorreta pode trazer prejuízos a curto e médio prazo no desenvolvimento físico e anatômico da criança, além de lesões no joelho, problemas lombares, como hérnias, etc. (ECKERT, 1993). Além de aspectos psicossociais, emocionais e traumáticos, causados por uma cobrança exagerada, incidentes como: a seletividade precoce e busca de resultados positivos a qualquer custo e cobranças (às vezes exigidas também pelos pais) podem ser causar sérios danos às crianças e até repulsa e abandono do esporte. Esta é uma preocupação que o professor sempre deve ter, fazendo que a prática do esporte seja espontânea para a criança, assim como estar atento a qualquer mudança negativa no comportamento de seus alunos. O professor deve deixar claro que eles não têm a obrigação de tornarem-se campeões ou que terão que jogar somente voleibol pelo resto da vida. O objetivo central do esporte deve ser principalmente o de socialização para que as crianças tornem-se cidadãos saudáveis.
Neste sentido, o objetivo deste estudo foi apontar as vantagens para o esporte lúdico, especificamente o mini-voleibol, bem como fazer uma abordagem metodológica para este mini-jogo nas escolas, direcionado para crianças e adolescentes de 8 a 14 anos de idade.
Caracterização do mini-vôleiDentre os mini-jogos, o mini-vôlei ou voleibol para crianças deriva do jogo de voleibol, onde as ações complexas se reduzem a situações de jogo simplificadas, como quantidade de jogadores, largura da quadra, altura da rede e material de jogo (GOTSCH, 1983). É um jogo completo, que flui livremente, exprimindo gestos naturais para crianças entre 9 a 13 anos. Além disso, é apropriado para iniciantes mais velhos que ainda não estejam preparados para o jogo normal, como tido de recreação e como treinamento para jogadores mais adiantados.
Os requisitos de aprendizagem específicos para o mini-voleibol se adquirem mediante jogos de movimento e exercícios em forma de jogo, cuja estrutura e condições de jogo o principiante já conhece. Os jogos de movimentos e as formas de jogo são modificados sob pontos de vista didáticos, para introduzir o principiante à ação do jogo específico de voleibol (GOTSCH, 1983).
Em um jogo normal de vôlei (6x6), o número de vezes que a criança toca a bola durante o jogo não é suficiente para o desenvolvimento motor desejável. Esta desvantagem é suprida pelo mini-vôlei, no qual o jogador toca a bola muitas vezes, percorrendo distâncias menores, e logicamente mais adequadas para seu grau de desenvolvimento (BAACK, 1972).
Fases do mini-vôleiO mini voleibol é dividido em 4 ou 5 fases (GOTSCH, 1983; PROJETOS, 2000), em que cada uma delas apresenta uma habilidade específica do voleibol que deve ser bem trabalhada para se passar à fase seguinte.
Base para o mini-vôlei - 1x1Nesta fase a criança familiariza-se com a bola, a quadra, a rede, ensinando as posturas básicas e movimentação na quadra; segurando, arremessando, lançando e rolando diferentes tipos de bolas (plástico, borracha, futebol, vôlei, futebol, etc.), praticando diferentes tipos de pequenos jogos para desenvolver qualidades físicas como velocidade, agilidade, força e reação (SANTOS, 1999).
Nesta etapa o jogo é preferencialmente 1x1. A bola deve ser apanhada e arremessada por sobre a rede. "Bola sobre a rede" é o jogo ou exercício mais importante para a introdução do voleibol. É melhor realizar estes jogos introdutórios com uma bola de basquete ou medicine ball mais leve, porque são maiores e mais pesadas do que a bola oficial (BAACKE, 1975).
Introdução ao mini-vôlei - 2x2Passada a fase de domínio da bola, a criança já pode começar a preparar-se para o toque, a manchete e o saque por baixo, permitindo um jogo de voleibol simples: 2x2. O principal objetivo é atacar e lançar a bola sobre a rede (GOTSCH, 1983). São ensinados os princípios de formação inicial, movimentos de acordo com as situações de jogo, cooperação com o colega, observação do oponente e posicionamento na quadra, bem como contínuo desenvolvimento de preparação física básica, através de movimentos rápidos na direção da bola, saltos e deslocamentos de diferentes formas (SANTOS, 1999).
Jogo básico de mini-vôlei - 3x3 sem regrasO objetivo do trabalho nesta fase é a aquisição dos gestos técnicos básicos: toque, manchete, saque por baixo, ataque em toque, bem como, estimular situações que são exigidas no voleibol. Buscar a melhora da manchete para a recepção do saque e para uma possível situação de defesa. Na preparação física, introdução dos saltos com corda, velocidade de reação, agilidade e flexibilidade, para favorecer o processo de aprendizagem do ataque e do bloqueio (SANTOS, 1999). Nesta fase o jogo já pode ser 3x3, atacando e lançando a bola, mas sem se preocupar com as regras (GOTSCH, 1983), o senso de coletividade é a principal meta (PROJETOS, 2000).
Baby-voleibol - 3x3 com regrasNesta fase introduz-se o ataque sem salto e o ataque com salto. Ensinam-se diferentes variações de ataque e melhora de levantamento e das habilidades de defesa com queda, com contínua preparação física, com desenvolvimento da resistência (SANTOS, 1999).
Devem-se fazer exercícios especiais para o treino da recepção, passe, ataque e saque por baixo, assim como para o descolamento e salto, receber e arremessar (BAACKE, 1975). Neste estágio, o jogo é 3x3 com a utilização das regras adaptadas ao mini-vôlei (GOTSCH, 1983).
Mini-voleibol - 4x4Introdução do bloqueio e da defesa, melhora dos fundamentos e habilidades técnicas e táticas. Aperfeiçoamento em todos os fundamentos, novas variações. Na preparação física, continuação da preparação física geral e o aperfeiçoamento de todas as habilidades relativas aos fundamentos (SANTOS, 1999).
Devem-se fazer exercícios básicos de tática, como passe e primeiro ataque; passe, recuperação da bola e contra-ataque; cobertura das jogadas e dos espaços vazios; jogos-treino 4x4 em quadras de dimensões menores (BAACKE, 1975) e regras adaptadas (GOTSCH, 1983). Após esta etapa tem-se então o jogo normal 6x6.
Características motoras das criançasTodos os movimentos fazem parte do domínio, sendo que em muitos estudos o domínio motor é mencionado como psicomotor, em função do grande envolvimento do aspecto mental ou cognitivo na maioria dos movimentos (TANI, 1988).
Os movimentos podem ser subdivididos em 6 fases: fase dos movimentos reflexivos; fase dos movimentos rudimentares; fase dos movimentos fundamentais ou básicos; fase de transição; fase dos movimentos especializados; e fase dos movimentos complexos.
O movimento fundamental é aquele período de tempo onde meninos e meninas começam a desenvolver um crescimento das habilidades de movimentos básicos. Correr, saltitar, saltar, lançar, agarrar e chutar, são considerados movimentos fundamentais.
Execuções bem sucedidas na mecânica das habilidades esportivas são dependentes de movimentos fundamentais maduros. Uma vez ultrapassado o estágio transição, progredimos para o estágio final que envolve a aplicação das habilidades de movimentos especializados nas atividades esportivas, durante o tempo de vida recreacional e das experiências de esporte competitivo.
A fase dos movimentos especializados está relacionada à especialização do desenvolvimento motor, sendo uma fase em que os movimentos em vez de serem identificados com a aprendizagem, passam a ser uma ferramenta que pode ser aplicada a uma variedade de habilidades de movimentos especializados. As habilidades são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas. Os movimentos de saltitar, saltar, por exemplo, são agora aplicados as atividades de pular a corda, para danças folclóricas e também para o salto triplo.
O começo da extensão do desenvolvimento das habilidades dentro desta fase depende de uma variedade de fatores cognitivos, afetivos e principalmente psicomotores, tais como: percepção, costumes, caracterização emocional, pressão dos pares, tempo de reação e velocidade de movimento, tipo de corpo, altura e peso. Esta fase é subdividida em três estágios: transição, aplicação e utilização para a vida (GALLAHUE, 1989).
Por volta do oitavo ou nono ano de vida, a criança geralmente entra no estágio de transição, pois o indivíduo começa a combinar e aplicar habilidades de movimentos fundamentais na execução de habilidades esportivas ou recreativas. Caminhar numa ponte de corda, saltar e chutar uma bola são exemplos de habilidades de transição comuns. As habilidades transicionais são simplesmente uma aplicação dos movimentos fundamentais em alguma forma mais complexa e específica.
Durante este estágio, as crianças estão ativamente envolvidas em descobrir, combinar numerosos padrões de movimentos e habilidades e estão entusiasmadas pela rápida expansão de suas habilidades. A meta que concerne aos pais, professores e pares será de auxiliar a criança a desenvolver e aumentar suas habilidades em variadas atividades, evitando um foco estreito, o que poderá trazer efeitos indesejáveis nos últimos dois estágios desta fase (GALLAHUE, 1989).
Entre 11 e 13 anos de idade, interessantes mudanças tomam lugar no desenvolvimento das habilidades do indivíduo. Durante este estágio há limites de habilidades cognitivas, afetivas e experiências das crianças, acoplados a uma ansiedade natural para ser ativa, proporcionando uma pré-disposição para a prática de atividades físicas.
As habilidades complexas devem ser refinadas e usadas na execução de atividades avanças e levadas adiante e na escolha de esportes por si mesmo. O estágio da utilização na vida começa por volta dos 14 anos e continua através da fase adulta. Torna-se importante lembra que as habilidades e escolhas feitas durante os estágios anteriores são carregados dentro deste estágio e adicionalmente refinados. O desempenho pode variar, desde a participação cooperativa ou recreativa, em jogos organizados ou não organizados, esportes competitivos, colegiais, universitários, olímpicos ou profissionais (GALLAHUE, 1989). Este é um estágio que representa a utilização para toda a vida e é a culminação de todas as fases e estágios precedentes.
Proposta metodológica para o mini-voleibolPrimeiro, é necessário familiarizar a criança com a bola, a quadra e a rede, ensinando as posturas básicas e movimentação na quadra; segurando, arremessando e rolando diferentes tipos de bolas (vôlei, basquete, futebol), praticando diferentes tipos de pequenos jogos para desenvolver qualidades físicas, como velocidade, agilidade, força e reação.
No mini-voleibol todos os três jogadores são atacantes, levantadores e defensores, possibilitando dessa forma a experiência prática em várias funções, fugindo, assim, da especialização pôr funções precocemente.
São ensinados os primeiros princípios táticos, como formação inicial, movimentos de acordo com as situações de jogo, cooperação com o colega, observação do oponente e posicionamento na quadra. Contínuo desenvolvimento da preparação física básica, através de movimentos rápidos na direção da bola.
A proposta metodológica em si pode ser dividida em duas fases:
1º FASE - Introdução do saque tipo tênis e do ataque para melhoria do sistema ofensivo. Melhora da manchete para a recepção de saque e da defesa para melhoria do sistema defensivo. Introdução e prática freqüente do mini-voleibol 3x3, utilizando regras apropriadas, sistema básico e táticas de ataque e defesa.
2º FASE - Introdução do bloqueio e melhoria dos fundamentos e habilidades técnicas e táticas. Ensino de diferentes variações de ataque e melhoria do levantamento e das habilidades de defesa como: queda, rolamento e mergulho.
Formação da equipe e de sistemas básicos de ataque e defesa são introduzidos com a transição para o mini-voleibol 4x4.
A transição para o voleibol normal ocorre quando todos os elementos básicos estão disponíveis depois de aprendidas as três etapas iniciais do mini-voleibol.
Método para ensino do voleibolNeste item estão apresentadas as etapas em ordem cronológica das estratégias utilizadas para o método de ensino do mini-voleibol, dentro de uma proposta pedagógica. Este método foi subdividido em 5 etapas, as quais podem ser visualizadas na Tabela 1.
ConclusõesVisto que, a partir dos 8 anos de idade as crianças começam a tomar gosto por jogos coletivos e aperfeiçoar um número crescente de atividades que as habilitarão a fazer parte em esportes e jogos adultos o mini-voleibol é uma ponte de ligação ao voleibol, apresentando como um eficiente método que pode ser considerado como o mais adequado e mais indicado para um processo voltado à iniciação do voleibol, tendo em vista que apresenta todos os requisitos necessários para um trabalho de qualidade e de futuro promissor, desde que seja aplicado sob uma metodologia correta.
Com base nas informações adquiridas e relatadas pode-se concluir que a prática do mini-voleibol para crianças de 8 a 14 anos contribui largamente para o aprimoramento dos fundamentos básicos do voleibol, principalmente no que diz respeito às habilidades motoras, proporcionando um melhor funcionamento dos sistemas neuromusculares, bem como, aceleração do processo de amadurecimento das habilidades ligadas ao voleibol. Pôde-se constatar também que após os 10 anos de idade, meninos e meninas apresentam nítidas diferenças motoras, principalmente no que diz respeito à força e resistência muscular, evidenciando a necessidade de separa-los nos jogos coletivos após esta idade.
Entretanto, tem se observado que o número de atletas e alunos que passam ou já passaram pelo mini-voleibol até chegarem ao voleibol propriamente dito é muito baixo, mesmo considerando o aumento do número de praticantes da modalidade, bem como as conquistas a nível internacional. Este fato vem ocorrendo possivelmente devido, principalmente, à falta de motivação dos alunos e desconhecimento por parte dos professores de metodologias adequadas. Esta realidade precisa ser alterada para que o fomento do esporte auxilie na formação de crianças e jovens saudáveis e dispostos a praticar o voleibol com qualidade.
Referências bibliográficas
BAACKE, H. Mini volleyball. In: CONFEDERAÇÃO Brasileira de Voleibol. Manual do Treinador. Brasília: Secretaria de Educação Física e Desportos; Subsecretária de Desportos. 1972.
BAACKE, H. Mini volleyball: regras para crianças de 09 a 12 anos. In: CONFEDERAÇÃO Brasileira de Voleibol. Manual do Treinador. Brasília: Secretaria de Educação Física e Desportos; Subsecretaria de Desportos. 1975.
CANFIELD, J.; REIS, C. Aprendizagem motora no voleibol. Rio de Janeiro: JTC, 1998.
CASSIGNOL, R. Las cinco etapas del voleibol. Buenos Aires: Kapelusz, 1978.
ECKERT, M. Desenvolvimento motor. 3 ed. São Paulo: Manole, 1987.
FEHLING, P.C.; ALEKEL, L.; CLASEY, J.; RECTOR, A.; STILLMAN, R. J. A comparison of bone mineral densities among female athlets in impact loading and active loading sports. Bone, v. 17, n. 3, p. 205-210, 1995
GALLAHUE, David C. Developmental physical education for today's elementary school children. New York: Macmillan, 1987.
GOTSCH, W. Minivoleibol. Argentina: Editorial Stadium, 1983.
PROJETOS. Cursos e palestras para... 2. A experiência italiana (Gianfranco Briani). Introdução natural... a organização do mini-vôlei. Os programas podem ... Disponível em: www.urbi.com.br/users/pimentel/projeto.htm. Acesso em: 12 jul. 2000.
ROBAZZA, C.; BORTOLI, L.; NOCINI, F.; MOSER, G.; ARSLAN, C. Normative and idiosyncratic measures of positive and negative affect in sport. Psychology of sport and exercise, v. 1, p. 103-116, 2000.
SANTOS, M. A. G. N. dos. Mini-voleibol: um caminho para a iniciação. Sprint Magazine, mar/abr, p. 8-13, 1999.
SINGER, R. N.; DICK, W. Ensinamento da Educação Física: Abordagem sistêmica. Porto Alegre: Editora Globo, 1980.
TANI, G.; MANOEL, E. J.; KOKOBUN, E.; PROENÇA, J. E. Educação Física Escolar: Fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: E.P.U, 1988.
WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 1991.
revista
digital · Año 12
· N° 110 | Buenos Aires,
Julio 2007 |