Circuito do Cerrado: projeto de eco-atletismo
Brazilian Savannah Exercises Circuit: echo-athletics project |
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GEPAFI: Grupo de Estudos e Pesquisas da Atividade Física para Idosos. FEF/UnB: Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília. (Brasil) |
Márcio de Moura Pereira Luciane Moreira Chaves Ricardo Vidal de Oliveira Marisete Peralta Safons mmourap@hotmail.com |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 106 - Marzo de 2007 |
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Introdução
O assombroso surto de desenvolvimento tecnológico na segunda metade do século XX, particularmente no que se refere à informatização e automação, por um lado facilitou sobremaneira a vida humana, mas aumentou também a incidência de algumas doenças relacionadas ao sedentarismo: obesidade, diabetes tipo II, infartos, derrame, osteoporose, depressão, estresse, etc. O problema para a saúde pública é tão grande que o próprio sedentarismo já pode ser considerado uma doença (PATE et al., 1995).
Antigamente, a vida na natureza exigia muita atividade física para a sobrevivência: o exercício não estava separado das atividades da vida diária. Os guerreiros precisavam estar em forma para defender a comunidade e na sua rotina havia momentos para corridas, natação, escalada, saltos, arremessos, esgrima, artes marciais, habilidades hípicas, dentre outras práticas físicas (CORDAIN et al., 1998).
O mesmo ocorria com os caçadores, pastores, agricultores e pescadores, de cuja boa forma dependia o sustento do grupo. Essas pessoas tinham momentos para treinar a força e as habilidades necessárias ao bom desempenho de suas tarefas, que incluíam levantamentos de peso, arremessos, lutas, touradas, exercícios de doma e equitação, além de natação e remo.
Até os sacerdotes e sacerdotisas precisavam estar em forma para o desempenho de suas atribuições que envolviam muito mais esforço físico naquela época em que além do culto e cerimônias religiosas eram responsáveis também pela recreação da comunidade. Daí praticarem a dança, a mímica, as acrobacias e outras habilidades como caminhar sobre brasas, traves e cordas, por exemplo.
Em contrapartida a vida moderna permite um alto nível de sedentarismo. Em suas vidas diárias as pessoas deslocam-se utilizando o transporte coletivo ou o carro e raramente vão a qualquer lugar a pé. No trabalho passam horas sentadas e o mesmo ocorre nas horas de lazer: em bares, restaurantes, cinemas, teatros, ou até em casa diante da televisão, as pessoas estão sempre sentadas.
Nos shoppings, os jovens passam muito tempo sentados diante dos jogos eletrônicos, nas praças de alimentação ou nos corredores. Comportando-se dessa forma, a maioria das pessoas exercita-se ou caminha cada vez menos, geralmente utilizando a desculpa da falta de tempo. Tudo isso mostra como a cultura atual afastou o homem da natureza: a conseqüência são as enfermidades decorrentes do sedentarismo ou a ele relacionadas, que acabam por se fazer sentir com maior gravidade na terceira idade, na forma de perdas na força, flexibilidade, capacidade cardiovascular, culminando na perda da autonomia (SAFONS, PEREIRA e RODRIGUES, 2006).
No mundo do trabalho a tendência se repete: a velocidade, repetitividade e monotonia com que são processadas as informações, particularmente nos computadores, aliadas a posturas incorretas, exigências de produtividade, pressões psíquicas, ambiente competitivo e inadequações ergonômicas, tudo pode causar sobrecarga suficiente para gerar doenças que atingem preferencialmente os músculos e articulações dos membros superiores, atualmente denominadas LER (Lesões por Esforços Repetitivos) ou DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Outras vezes essa sobrecarga se manifesta na forma de distúrbios psíquicos, como o estresse e a depressão relacionados ao trabalho. Se a esse quadro se soma a atual tendência para o sedentarismo os resultados são catastróficos para a saúde do trabalhador (PEREIRA, 2001).
Nesta dimensão entra um dos grandes desafios da Educação Física hoje: trazer equilíbrio a esta situação, combatendo o sedentarismo e elevando os níveis de saúde na comunidade.
Assim, de acordo com a Carta Brasileira de Educação Física (CONFEF, 2000), o Educador Físico deverá lançar mão de todos os meios formais e não-formais (exercícios, ginásticas, esportes, danças, atividades de aventura, relaxamento, etc.) para educar o ser humano para a saúde e para um estilo de vida ativo.
O Conselho Federal de Educação Física (CONFEF, 2002) defende que este trabalho educativo a partir do movimento deve estabelecer relações também com o Lazer, a Cultura, o Esporte, a Ciência e o Turismo e tem compromissos com as grandes questões contemporâneas da Humanidade como as pessoas com necessidades especiais, a exclusão social, a paz e o Meio Ambiente.
ObjetivosCom base nessas diretrizes, apresentamos à comunidade científica, ao poder público e à população dos Estados do Cerrado esta proposta de atividade física integrada aos espaços públicos dos parques e reservas do Cerrado, utilizando equipamentos construídos a partir dos refugos recicláveis do próprio ambiente - de fácil obtenção, manipulação e instalação - com o objetivo de:
Ser um meio de desenvolvimento de cidadania e respeito ao meio ambiente;
Ajudar os beneficiários a desenvolver respeito pela sua corporeidade e à das outras pessoas;
Propiciar vivências e experiências de solidariedade, cooperação e superação;
Valorizar a prática da atividade física com ênfase nas tradições e no patrimônio cultural da região.
MétodosO equipamento foi organizado espacialmente na forma de um Circuito Temático de Treinamento constituído de unidades autônomas e complementares, onde o treinamento ocorre de forma individual ou em grupo. O circuito disponibiliza à comunidade implementos fixos que podem ser complementados com implementos móveis do ambiente ou de propriedade individual (SAFONS e PEREIRA, 2004).
O trabalho de condicionamento físico, integrado ao meio ambiente do cerrado, foi estruturado com base nos diversos tipos de Ginástica Geral (aeróbia, localizada), na Ginástica Chinesa (Tai Chi Chuan) e na Ginástica Indiana (Ioga). A organização espacial se deu na forma de um Circuito de Treinamento constituído de unidades autônomas e complementares denominadas Estações de Exercício, onde o treinamento pode ocorrer de forma individual ou em grupo (PEREIRA e SAFONS, 2003; GOMES, PEREIRA e ASSUMPÇÃO, 2004).
Embora não descuide da integralidade do praticante, cada Estação foi concebida de forma a atender às especificidades do Condicionamento Físico (MONTEIRO, 1999) da seguinte forma: 1. Estação Lobo-Guará: Agilidade e Potência Aeróbia 2. Estação Tamanduá: Força e Resistência Muscular 3. Estação Ema: Flexibilidade e Equilíbrio
Cada estação disponibiliza à comunidade implementos fixos e móveis confeccionados a partir de refugos recicláveis do próprio ambiente.
Os implementos fixos foram constituídos de módulos de exercício compostos por barras, bancos, escadas, traves, plataformas de apoio e espaldares, confeccionados a partir da forma bruta ou lapidada de troncos, galhos e pedras do ambiente.
O módulo foi estruturado de forma a facilitar a utilização intuitiva do circuito de treinamento, de maneira que cada usuário possa estruturar sua seqüência pessoal de exercícios a partir das sugestões colocadas em painéis fixos de fácil visualização e de cartilhas instrucionais distribuídas nas administrações dos parques.
Os exercícios sugeridos privilegiam, através do movimento, a reflexão sobre a fauna, flora e o ecossistema do cerrado: tipos de plantas e animais, nichos ecológicos, comportamento animal, cultura do cerrado (história, tradições, lendas, folclore), ciência do cerrado (antropologia, ecologia, biologia, engenharia florestal, agronomia, veterinária, agropecuária, ervas medicinais, etc.).
Os implementos móveis são definidos como quaisquer elementos do ambiente, em sua forma bruta ou lapidada, que ofereçam sobrecarga nos treinamentos de força e resistência ou atuem como elementos de apoio didático ou de segurança nos treinamentos de agilidade, flexibilidade e equilíbrio.
Podem ser utilizados como implementos móveis:
Pedras de diversos formatos, tamanhos e origens - permitindo trabalhos e reflexões conceituais a respeito da estrutura física do cerrado, origem, evolução e topografia do solo, hidrografia, clima, etc.
Troncos, bastões de galhos de diversos comprimentos e diâmetros, frutos e sementes de diversos formatos, tamanhos e origens - permitindo reflexões conceituais a respeito da flora do cerrado, noções de botânica, cadeia alimentar, etc.
Restos de cupinzeiros, colméias, conchas, ninhos de joão-de-barro - permitindo reflexões conceituais a respeito da fauna do cerrado, noções de zoologia, cadeia alimentar, etc.
O lobo-guará é um mamífero, com fisiologia parecida com a humana: é um animal social, mas com forte senso de individualidade, bastante adaptável ao meio ambiente inclusive mantendo uma dieta alimentar diversificada, que inclui além da carne, também frutos e vegetais.
Como animal caçador, o lobo-guará precisa locomover-se por grandes distâncias em busca de alimento. Quando encontra uma caça, precisa persegui-la em alta velocidade para alcançá-la com sucesso - e isto ele só consegue graças a uma boa resistência cardiorrespiratória (potência aeróbia) e agilidade para correr, mudar de direção, saltar, equilibrar-se, etc.
Nesta estação, a proposta é que o praticante relembre em cada módulo os movimentos que os seres humanos executaram exaustivamente durante a pré-história como caçadores e coletores de alimentos, com necessidades de condicionamento físico semelhantes às do lobo-guará.
Na maior parte dos últimos 100 mil anos nossos antepassados percorriam longas distâncias, ora coletando frutos e vegetais, ora caçando sua carne. Para isso eles precisaram andar muito, correr, saltar, rastejar, atravessar rios, subir em árvores, dependurar-se em galhos, balançar-se em cipós, arremessar pedras, lanças e dardos.
Só os que foram bem sucedidos nestas atividades sobreviveram e marcaram definitivamente a fisiologia humana para o desempenho dessas habilidades. Na ausência da utilização dessas funções, o ser humano acumula massa gorda e aumenta o risco para doenças cardiovasculares, derrame, diabetes, hipertensão, depressão, estresse, dentre outras.
A série de exercícios físicos desta estação pode ser utilizada como um meio para despertar e desenvolver toda essa potência de coração e pulmões, bem como ativar a agilidade e a coordenação motora que os antepassados legaram ao homem moderno, incrementando condicionamento físico e proporcionando momentos de lazer e descontração que, certamente, contribuirão para reduzir os níveis de estresse do praticante.
Durante os exercícios o objetivo é manter a freqüência cardíaca em valores entre 60% e 80% da Freqüência Cardíaca Máxima pelo tempo de, pelo menos, 20 minutos. Este valor pode ser calculado pela fórmula:
60% = [(220 - Idade) x 0,60]
80% = [(220 - Idade) x 0,80]A estação foi concebida em cinco (5) módulos visando trabalhar o corpo integralmente, com segurança, de forma lúdica e integrada com a natureza. A escala de Borg para esforço percebido foi adotada como instrumento de auto-avaliação do trabalho de condicionamento físico e o praticante deve situar seu esforço entre os valores 3 e 4, que correspondem respectivamente ao esforço percebido entre 60% e 80% da freqüência cardíaca máxima (BORG, 2000).
As sugestões de seqüências de exercícios foram ilustradas em um quadro de acrílico afixado no centro da estação.
Os cinco módulos que compõem esta estação receberam as seguintes denominações:
MÓDULO 01: ALONGAMENTO. No início e ao final desta atividade (de 5 a 10 minutos, antes e depois) se realiza uma série de alongamentos, utilizando-se como implementos um espaldar (construído de madeira e traves de bambu) e um banco auxiliar, construído de troncos.
MÓDULO 02: AQUECIMENTO. Neste módulo se buscará atingir a freqüência cardíaca de trabalho, utilizando-se exercícios de subir e descer escadas de troncos ou a caminhada estacionária no step construído de tronco. Duração mínima: 5 minutos.
MÓDULO 03: TRAVESSIA DE CÓRREGO. Saltar de ponto em ponto através de um percurso em ziguezague construído de pedras chatas ou discos de madeira, com um ou ambos os pés, imitando a travessia de um córrego sobre pedras. Duração mínima: 5 minutos.
MÓDULO 04: SALTAR CUPIM. Caminhando ou trotando, apoiar as mãos sobre um tronco de madeira fixo e saltar com as pernas abduzidas. Duração mínima: 5 minutos.
MÓDULO 05: FUGA NO CERRADO. Correr em uma pista entre troncos, como se estivesse fugindo de um predador por entre árvores, mudando de direção várias vezes. Duração mínima: 5 minutos.
O Tamanduá é um mamífero com marcante presença no imaginário da cultura do cerrado como um animal que conjuga docilidade, timidez e grande força: características também presentes no comportamento dos habitantes do cerrado, principalmente das pequenas cidades e zona rural.
A força física é uma necessidade no modo de vida das tribos, quilombos e fazendas do cerrado. Cavar a terra, carregar instrumentos de trabalho, carregar cestos e sacos com os frutos da colheita, domar animais, puxar carros, cortar lenha, arrastar redes, subir em árvores, escalar morros são algumas das atividades corriqueiras nesse modo de vida integrado ao ambiente do cerrado que exigem grande vigor físico e bom condicionamento muscular.
Nesta estação, a proposta é que o praticante relembre em cada módulo os movimentos de animais do cerrado e de atividades humanas diárias que necessitem de grande força muscular semelhantes ao abraço forte do Tamanduá.
Fisiologicamente incrementos na força muscular estão associados a um melhor desempenho físico, diminuição da fadiga e do estresse, prevenção de distúrbios do aparelho locomotor tais como osteoporose, tendinites e tenossinovites (DORT/LER), problemas posturais, quedas em idosos, dentre outros.
A série de exercícios físicos desta estação conjuga exercícios isométricos e isotônicos e, durante os exercícios o objetivo é realizar de 1 a 3 séries constituídas por 8 a 12 repetições de cada movimento. Deve-se realizar um intervalo de repouso de aproximadamente 1 minuto entre as séries. Implementos móveis, tais como bastões de madeira, pedras, etc., poderão ser utilizados para aumentar a carga quando o praticante superar com facilidade as 12 repetições propostas.
A estação foi concebida em cinco módulos visando trabalhar o corpo integralmente, com segurança, de forma lúdica e integrada com a natureza. A escala de Borg para esforço percebido foi adotada como instrumento de auto-avaliação do trabalho de condicionamento físico e o praticante deverá situar seu esforço entre os valores 3 e 4, que correspondem a um esforço percebido como moderado (BORG, 2000).
As sugestões de seqüências de exercícios foram ilustradas em um quadro de acrílico afixado no centro da estação.
Os cinco módulos que compõem esta estação receberam as seguintes denominações:
MÓDULO 01: ABRAÇO DO TAMANDUÁ. Imitando um tamanduá que se agarra a um cupinzeiro, abraça-se fortemente um tronco, utilizando os braços e as pernas, desafiando a musculatura adutora dos braços e pernas (peitorais, bíceps, flexores do punho, adutores das coxas).
MÓDULO 02: MICO PRESO ENTRE GALHOS. Lembrando o esforço de um mico para desvencilhar-se dos galhos em que se vê aprisionado, o praticante deve aplicar uma força contra a resistência de dois troncos fixos lateralmente, ora com os braços, ora com as pernas, ou até com ambos, quando sentado em um tronco menor, ente estes dois. Neste exercício trabalha-se a musculatura abdutora de braços e pernas (trapézio, dorsais, subescapulares, glúteos, abdutores das coxas).
MÓDULO 03: MEGULHO DO JACARÉ. Como um jacaré, que calmamente mergulha a parte inferior do corpo na água, mas mantém as costas na superfície, apoiar mãos e pés nos troncos, mantendo o corpo alinhado e flexionar os braços, trabalhando assim a força dos músculos extensores dos braços e peitorais. O mesmo equipamento, em outro ângulo de utilização, poderá ser utilizado para trabalho específico de fortalecimento dos tríceps.
MÓDULO 04: LIBÉLULA BATE A EXTREMIDADE NA ÁGUA. Imitando uma libélula que molha a extremidade do corpo na água e rapidamente alça vôo, posicionar os cotovelos nos troncos como asas fixas e realizar o movimento de tocar as extremidades dos pés no solo e rapidamente recolhê-los, levando as coxas em direção ao abdômen, trabalhando assim os músculos reto abdominal, oblíquos, reto da coxa, tensor da fáscia lata e flexores do quadril.
MÓDULO 05: SAPO-CURURU PREPARA O SALTO. Como um sapo que se prepara para um salto, posicionar o corpo de costas para o banco confeccionado com tronco, braços cruzados ao peito, realizar o movimento de sentar e levantar, fortalecendo assim os músculos do quadríceps, glúteos, eretores da coluna e posteriores da coxa.
A Ema é uma ave pernalta de andar delicado e movimentos graciosos que referencia bem a postura correta e a flexibilidade que são os objetivos do trabalho corporal nesta estação.
A flexibilidade está associada, pela literatura científica, a uma melhor qualidade de vida, melhor desempenho motor, maior autonomia, melhor postura corporal, menor número de quedas, diminuição de lesões do aparelho locomotor (contraturas, distensões, entorses, etc.), controle de doenças como artrite, artrose, dores musculares, fibromialgias, DORT/LER.
Nesta estação, a proposta é que o praticante busque em cada módulo a maior amplitude articular para cada exercício de flexibilidade proposto. Deve-se dar ênfase à execução lenta, com concentração mental, enfatizando a consciência corporal e a correção postural.
O aquecimento deve durar de 5 a 10 minutos e pode ser feito através de caminhada, corrida estacionária, subir e descer de um banco. Após o aquecimento, inicia-se a sessão de 30 minutos de trabalho específico, seguida de 10 minutos de relaxamento. Indica-se trabalhar séries de 3 até 6 repetições por movimento, com 10 a 15 segundos de permanência em cada posição, acrescentando técnicas de respiração e consciência corporal. Entre as séries, o tempo de descanso deve ser de igual duração (ou de até o dobro) do tempo utilizado para realizar a série de repetições.
As sugestões de seqüências de exercícios foram ilustradas em um quadro de acrílico afixado no centro da estação.
Os cinco módulos que compõem esta estação receberam as seguintes denominações:
MÓDULO 01: PARADA DA JAGUATIRICA. Alongamento da musculatura posterior da coxa, peitoral e ombros.
MÓDULO 02: CORREDOR DO GAVIÃO. Alongamento da musculatura peitoral e anterior dos braços.
MÓDULO 03: DESCANSO DO JABUTI. Alongamento da musculatura abdominal e anteriores das coxas.
MÓDULO 04: ESPREGUIÇADEIRA DO GAFANHOTO. Alongamento da musculatura anterior da coxa, musculatura adutora da coxa, flexores do quadril.
MÓDULO 05: ESCADA DA FORMIGA. Alongamentos para o tríceps braquial, a musculatura lateral do tronco e músculos posteriores da perna.
A experiência pilotoUma experiência piloto de implantação do Circuito do Cerrado foi realizada na FLONA - Floresta Nacional de Brasília (DF), através da parceria entre o Governo, a Sociedade Civil Organizada e a Universidade, que se uniram para ofertar à comunidade circunvizinha o Projeto de Eco-atletismo.
À Sociedade Civil Organizada (IJC - Instituto Joaquim Cruz, uma entidade do terceiro setor) coube a concepção e gerenciamento do Projeto Eco-atletismo, bem como o investimento na construção do circuito e implantação do projeto piloto de utilização.
Da Universidade de Brasília (Grupo de Estudos e Pesquisa da Atividade Física para o Idoso - GEPAFI) veio tanto a concepção da estrutura física, quanto das possibilidades de utilização do circuito.
Ao Governo (IBAMA), através da Administração da FLONA (Floresta Nacional de Brasília), coube a disponibilização do espaço físico e apoio logístico quanto à construção, proteção e manutenção dos equipamentos.
Este projeto tem por filosofia buscar soluções sustentáveis de exploração da referida área, de maneira que a população em geral (e, mais especificamente, as crianças e os jovens) tenha a oportunidade de elevar o nível de consciência esportiva e ambiental, através dos benefícios gerados pela implantação de programas com utilização racional da Floresta Nacional.
Em todas as atividades, professores de educação física acompanham os participantes propiciando-lhes as informações necessárias e orientação quanto à prática do atletismo, tendo a educação ambiental como tema transversal. Como recursos utilizam-se vídeos, oficinas, caminhadas, corridas e exercícios nas estações de treinamento para atingir a finalidade educativa.
O projeto disponibiliza ainda para a comunidade o acervo histórico do IJC (Instituto Joaquim Cruz), com reportagens, fotos e documentos dos principais personagens do atletismo no Distrito Federal para consulta e pesquisa.
ResultadosO projeto de Eco-atletismo conta com atendimentos programados diários de até 100 crianças, jovens e adolescentes da rede de ensino pública, privada ou de entidades representativas da sociedade civil organizada, nas atividades de educação física e educação ambiental. Além disso, o programa dá suporte logístico a 30 corredores de elite do atletismo Brasiliense (GERHARDT, 2006).
Em 2 anos de atividades, o programa registrou grande adesão, elevada freqüência e longa permanência dos alunos nas atividades. Neste período não houve registro de nenhuma ocorrência de acidente, seja na utilização dos equipamentos, seja no contato próximo das crianças com a natureza.
ConclusãoOs resultados possibilitam afirmar que o trabalho de educação física pode ser aliado à educação ambiental e pode ser realizado de forma segura e eficiente, sob orientação e supervisão de profissional de educação física capacitado para esta atividade. Do ponto de vista econômico e de impacto ambiental, o projeto trabalha com pequenas adaptações, remanejando refugos do próprio local e dando-lhes nova destinação, tudo isso não implica em custos adicionais para a manutenção das reservas florestais e causa pouca intervenção na natureza.
Bibliografia
BORG, G. Escalas de Borg para a dor e o esforço percebido. São Paulo: Manole, 2000. 115 p.
CONFEF - Conselho Federal de Educação Física. Carta Brasileira de Educação Física. Belo Horizonte: Confef, 2002.
CONFEF - Conselho Federal de Educação Física. Resolução CONFEF no 046/2002. Rio de Janeiro: Confef, 2002.
CORDAIN, L.; GOTSHALL, R.W.; EATON, S.B.; EATON 3rd, S.B. Physical activity, energy expenditure and fitness: an evolutionary perspective. International Journal of Sports Medicine, v. 19, n. 5, p. 328-335, 1998.
GERHARDT, R. Inclusão na largada. In: Revista O2, corrida, estilo de vida. São Paulo: Esfera BR Mídia, 2006. p. 32-35.
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revista
digital · Año 11 · N° 106 | Buenos Aires,
Marzo 2007 |