efdeportes.com
O goleiro de handebol

   
*Licenciando em Educação Física.
**Licenciando em Educação Física.
***FC/DEF.
UNESP/Bauru.
(Brasil)
 
 
Carlos Rogério Thiengo*
thiengo@fc.unesp.com.br  
Ricardo Vitório**
ricvitorio@ig.com.br  
Prof. Dra. Lílian Aparecida Ferreira***
lilibau@fc.unesp.br
 

 

 

 

 
Resumo
     O goleiro de handebol tem como função principal à defesa da meta, sendo incumbido também de orientar seus companheiros e participar das ações ofensivas de seu time. Os professores e/ou treinadores da modalidade têm a responsabilidade de estimular os jovens a ocupar esta posição, sendo para isto necessário que estes detenham o conhecimento das suas principais características. Por intermédio de uma pesquisa bibliográfica, objetivou-se nesse estudo delimitar o papel do goleiro de handebol, abordando suas principais características físicas, motoras, técnicas, táticas e psicológicas. Dentre os atributos físicos relevantes para a posição são destacados as características antropométricas (estatura e envergadura) e as capacidades motoras (velocidade, coordenação e destreza, flexibilidade, força, potência e resistência.). No âmbito técnico-tático os elementos preponderantes são: deslocamentos, posicionamento, postura e as defesas (em bolas altas, médias e baixas). E por fim, destaca-se a coragem, a calma, a concentração, a decisão e o estilo como características psicológicas fundamentais para os goleiros de handebol. Embora o treinamento específico para goleiro seja de grande importância, os jovens que almejam atuar nessa posição devem receber uma formação variada e ampla antes da especialização. Nos processos de aprendizagem inicial, por volta dos 13-14 anos de idade, alguns cuidados merecem destaque como: não fazer da posição um lugar para castigos e nem utilizá-la como recurso para absorver alunos pouco habilidosos.
    Unitermos: Goleiro de handebol. Aprendizagem do handebol. Ensino do handebol.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 100 - Septiembre de 2006

1 / 1

Introdução

    Várias são as modalidades esportivas onde encontramos a posição de goleiro (futebol, futsal, beach soccer, handebol, polo-aquático, entre outras), em todas elas, atribui-se a ele grande responsabilidade no desempenho de sua equipe. Fernandes (1994, p.87), referindo-se ao futebol de campo, afirma: "toda grande equipe começa com um grande goleiro". Barela (1998, p.85) ilustra essa responsabilidade narrando um fato ocorrido no aeroporto de Roma, onde ao embarcar para uma viagem, o Papa João Paulo II encontrou com uma equipe de futebol e declarou a um repórter: "no céu também tem futebol, meu filho, e os santos mártires jogam no gol".

    No handebol não é diferente, Barela (1998), considera que 50% do rendimento de uma equipe é fruto do trabalho do seu goleiro. Mas infelizmente poucos estudos de caráter científico ao redor da posição têm sido desenvolvidos, dificultando a organização do treinamento e a preparação dos goleiros.

    A falta de conhecimento e incentivo sobre a posição acaba influenciando negativamente os iniciantes em optar pela função. Sendo este fato descrito por Bayer (1987), que traz resultados de uma pesquisa feita em território francês, onde os jovens se sentem pouco motivados a atuarem no gol, considerando este um posicionamento puramente defensivo que restringe a marcação de gols (primeiro objetivo do jogo), fazendo com que a maioria dos goleiros sejam descobertas por acaso, geralmente quando há falta de um responsável para jogar como goleiro.

    Sabendo da importância deste para equipe, é necessário que os professores ou treinadores da modalidade conheçam as principais características e ações do goleiro de handebol, para que seja possível estimular os jovens a ocupar esta posição, que é de grande relevância para o sucesso da equipe.

    Neste sentido, a presente pesquisa, pautada por uma pesquisa bibliográfica, visa delimitar o papel do goleiro de handebol dentro da equipe; abordando suas principais características físicas, motoras, técnicas, táticas e psicológicas.


1. O papel do goleiro de handebol dentro da equipe

    O goleiro de handebol representa primeiramente a última barreira defensiva, tendo suas defesas importância fundamental no sucesso de sua equipe. De acordo com Barela (1998), nos últimos campeonatos mundiais, os arremates tiveram a seguinte estatística: 37% foram convertidos, 32% foram para fora e 31% foram defendidos pelo goleiro. Mesmo de forma superficial, esses números demonstram a grande participação dos goleiros dentro das partidas. Essas informações não trazem ainda outras ações praticadas pelos goleiros, que podemos destacar como: postura, colocação e saídas de gol; que certamente influenciam no desenvolvimento do jogo e no seu resultado.

    Além do caráter defensivo, podemos atribuir ao goleiro outras funções relevantes, entre elas uma grande responsabilidade na orientação tática de sua equipe, pois o seu posicionamento em quadra lhe oferece visão privilegiada podendo de forma segura orientar seus companheiros tanto nas atitudes defensivas como também nas práticas ofensivas, sendo ele muitas vezes utilizado como capitão da equipe por apresentar grande liderança. Ainda podemos creditar ao goleiro grande importância nas ações ofensivas, considerado por muitos treinadores como o primeiro atacante, isto quando ele inicia os contra-ataques, dando ritmo inicial ao jogo. Podendo ser também o último atacante, quando sua equipe está inferiorizada numericamente ou marcada sob pressão, assim atuando fora da área, é um eficiente apoiador do seu ataque (BARELA, 1998).


2. Características dos goleiros de handebol

    Para que o atleta ocupante da posição de goleiro venha obter sucesso na realização de suas funções, é necessário que este tenha algumas características físicas, técnicas, táticas e psicológicas que se enquadrem nas especificidades e exigências das partidas, sendo que estas podem facilitar a otimização do desempenho, não podendo ser vistas como limitantes na escolha de jovens para a função. A ausência de algumas dessas aptidões pode ser compensada pelo desenvolvimento de outras capacidades. Exemplificando, podemos ilustrar um desenvolvimento do posicionamento em detrimento da velocidade de deslocamento, sendo que o desenvolvimento do primeiro resulta em uma maior facilidade na execução das defesas. Mas, quanto maior for o número de atributos presente no goleiro, maior será a sua chance na obtenção do sucesso perante as dificuldades impostas a ele no desenrolar da sua vida esportiva.


Características físicas

    Com finalidade didática, apresentaremos as características físicas dos goleiros de handebol divididas em: perfil antropométrico e capacidades motoras.


2.1. Perfil antropométrico

    De acordo Bayer (1987), a Federação Romana de Handebol, considera diferentes fatores na seleção de goleiros, sendo que, aos aspectos morfológicos são atribuídos 40% deste processo, restando 60% que são divididos igualmente entre as qualidades psicológicas e motoras. Sabendo da relevância deste aspecto, o autor acima, coloca a estatura como sendo responsável por 50%, a relação altura/peso contribuindo com 25% e a envergadura com os 25% restantes.

    Ehret e cols. (2002) trazem como 1,90 m a estatura ideal para o goleiro de handebol masculino de alto desempenho, assim como Bayer (1987), que também informa a estatura das goleiras, devendo esta estar em torno de 1,75 m. Apesar desses dados serem idealizados pela literatura, é grande a possibilidade de encontrarmos goleiros(as) que apresentam altura menor que a citada, mas com enorme potencial técnico. Esses dados referenciam atletas europeus, sendo que no Brasil, em estudo realizado por Mecchia (1983), encontramos valores médios de 1,78 m para homens e 1,67 m para mulheres que disputaram os campeonatos brasileiros, feminino e masculino, realizados pela Confederação Brasileira de Handebol e do Campeonato Paulista de Handebol masculino de 1982 nas categorias adulto e júnior.

    Outra característica fundamental é a envergadura, esta somada com a estatura, é responsável por cobrir a maior parte da meta, assim Bayer (1987) traz a envergadura de 2,00 m para homens e 1,82 m para mulheres como as ideais.

    Há também importância do controle do peso para esses atletas, pois este influencia diretamente na velocidade dos deslocamentos, assim para as estaturas idealizadas no parágrafo anterior, temos como peso ideal para homens 90 kg e para mulheres 70 kg. Com esses valores médios teríamos uma relação altura/peso de 1,05 para os goleiros do sexo masculino e feminino. Mas não devemos esquecer a importância do estudo da composição corporal, pois a porcentagem de gordura corporal é também um indicativo da condição física do indivíduo.

Tabela 1. Medidas antropométricas de goleiros de handebol (extraídos de BAYER 1987, p. 348).


2.2. Capacidades motoras

    As qualidades físicas mais importantes para o goleiro de handebol, classificadas por ordem de importância são: velocidade, coordenação e destreza, flexibilidade, força, potência e resistência. O desenvolvimento dessas valências pode oferecer sustentação para o aprendizado e o aprimoramento dos elementos técnicos e táticos característico do goleiro.

  1. Velocidade motora

        A velocidade motora é definida por Zaciorsky (apud BARBANTI, 2001), como uma qualidade física no movimento humano, a capacidade de executar, num espaço de tempo mínimo, ações motoras sob exigências dadas. Barbanti (2001), diferencia a manifestação velocidade motora nos jogos coletivos em: velocidade de reação, velocidade de locomoção (deslocamento), velocidade de movimentos acíclicos (agilidade) e velocidade de força.

    Figura 1. Manifestação da velocidade motora nos jogos coletivos (extraído de BARBANTI, 2001, p. 69).

        Barela (1998) atribui o aprimoramento da velocidade sob todos os pontos de vista e, predominantemente a velocidade de reação e a de deslocamento em pequenas distâncias como fundamental para o sucesso do goleiro de handebol. Sabendo da importância deste requisito motor, faz-se necessário um estudo mais aprofundado de cada forma de manifestação da velocidade motora presentes nas ações dos goleiros de handebol.

        A velocidade motora de reação é definida por Weineck (1999) como a capacidade de reação a um estímulo num menor espaço de tempo. Importa neste espaço de tempo a captação do estímulo pelos órgãos sensoriais, a condição para os locais de percepção central, os fenômenos de percepção central e os impulsos até o estímulo no músculo, onde há a representação do movimento. O tempo de reação é positivamente influenciado pela concentração, atenção, aquecimento, e por uma tensão pré-muscular. Mas também é afetado de forma negativa por fatores como frio, barulho e uma concentração deficiente. (BARBANTI, 2001).

        Temos dois tipos de velocidade de reação: a velocidade de reação simples, a velocidade de reação complexa e dentro desta última encontramos a velocidade de reação por escolha.

        A velocidade de reação motora simples consiste na resposta por um movimento anteriormente conhecido, por um sinal, sendo que a maneira mais conhecida para desenvolvê-la é através de uma reação repetida o mais rápido possível a um sinal repentino ou a uma mudança no meio ambiente. Os exercícios mais comuns utilizados para desenvolver esta capacidade são as saídas de todas as formas, com mudança sinalizada da direção do movimento, jogos de reação e jogos com bola (BARBANTI, 2001).

        Já, a velocidade de reação motora complexa é a que mais aparece nos jogos desportivos coletivos e caracteriza-se pela antecipação da trajetória de vôo da bola, ou da ação dos adversários. Esta pode ser avaliada quando observamos as ações de um goleiro, por exemplo, durante um ataque ele precisa ver a bola, calcular a sua direção e sua velocidade de vôo, escolher a ação, e poder realizar o plano. Quando ele consegue prever a trajetória de vôo da bola fica maior o tempo de reação facilitando a sua intervenção. Os jogos com bolas pequenas, jogos de reação com diminuição do tempo de aparecimento do estímulo ou aparecimento repentino do objeto são exercícios que ajudam a desenvolver a velocidade de reação motora complexa. Outro tipo de velocidade de reação motora complexa é a reação por escolha, que está ligada à escolha de uma reação de movimento necessária a possíveis ações que resultam do comportamento do adversário, dos parceiros ou da situação. A dificuldade deste tipo de reação reside no fato das numerosas mudanças de situação no jogo e no comportamento dos adversários. Para alguns autores, dentre eles Zaciorsky (apud BARBANTI, 2001), os atletas de alto rendimento reagem quase que instantaneamente, de forma parecida com a reação simples, isto só é possível, porque esses atletas reagem mais nas ações preparatórias que precedem os movimentos e nem tanto aos movimentos do adversário (BARBANTI, 2001).

        Como no handebol a velocidade da bola nos arremessos é muito alta, é necessário que o goleiro tenha uma grande capacidade de reação (principalmente a velocidade motora de reação complexa por escolha) para impedir que esta atinja a sua meta. Em função disto é necessário à automatização dos movimentos (principalmente os defensivos), através de exercícios específicos e da antecipação das ações do adversário, reduzindo assim o tempo de sua reação.

        Para Bayer (1987), a velocidade de reação é um fator essencialmente hereditário e pouco pode ser melhorado, apesar disto, quando o jogador aprende a perceber certos elementos significativos do jogo ele pode antecipar-se.

    Tabela 2. Velocidade da bola em lançamentos ao gol (extraído de BAYER 1987, p. 348).

        Outra forma de manifestação da velocidade, que é utilizada nas ações dos goleiros de handebol principalmente nos deslocamentos laterais e saídas da área, é a velocidade de locomoção (deslocamento); esta também é conhecida como velocidade máxima ou velocidade de sprint. Grosser (apud BARBANTI, 2001), aponta que o aproveitamento da valência acima depende do desenvolvimento da rapidez, do nível de força dinâmica, do domínio da técnica do movimento, da elasticidade muscular, da freqüência do movimento e da coordenação, mas esta forma de velocidade é independente das demais. Assim para a potencialização da velocidade de locomoção, faz-se necessário um treinamento sistemático voltado para a formação da alternância rítmica da contração e relaxamento muscular. O treinamento deve promover uma contração muscular rápida e forte e, também, um melhor relaxamento da musculatura. Considere-se que, aqui, a fase de relaxamento não é tão importante apenas para o metabolismo, mas para a recuperação dos processos nervosos. Como forma de treinamento da velocidade máxima, devem ser aplicados exercícios executados na maior rapidez possível, mas para isso eles devem estar bem dominados, para que durante a execução o maior esforço esteja concentrado na velocidade de execução e não na técnica dos movimentos (ZACIORSKY apud BARBANTI, 2001). A duração dos exercícios não deverá ser longa e as pausas entre os estímulos devem ser completas, pois neste tipo de treinamento é necessária a recuperação total do fosfato de alta energia (ATP-CP), principal fonte energética dos exercícios em contração máxima. No treinamento sugere-se realizar exercícios de coordenação e inervação (skippings, dribbling, combinações salto-sprint etc.), corridas lançadas, corridas com velocidade variada, corridas em descidas etc.

        A velocidade de movimentos acíclicos ou agilidade apresenta-se de maneira relevante no deslocamento dos goleiros de handebol, esta é definida por Barbanti (2001) como a realização de movimentos rápidos com mudança de direção e depende do mecanismo biomecânico da musculatura, do corte transversal dos músculos, da elasticidade muscular, da flexibilidade articular, da coordenação e do perfeito domínio da técnica do movimento.

        De acordo com Weineck (1999), o momento ideal para o desenvolvimento da agilidade, ocorre na infância escolar tardia (a partir dos dez anos até a entrada na puberdade), constatação também realizada por Thiengo e Silva (2004), pois nesta etapa da vida ocorre a maturação dos analisadores corporais e o sistema de alavancas corporais apresenta boa proporcionalidade, caracterizando a idade como a fase da "agilidade felina". Assim, aconselha-se que o treinamento nesta faixa etária seja desenvolvido objetivando esta valência, não sendo diferente com os jovens goleiros de handebol.

        Além das manifestações da velocidade acima citadas, temos a velocidade de força (está será abordada mais adiante no tópico potência) e a velocidade específica do jogo. Esta última é caracterizada pela capacidade de executar os movimentos ou deslocamentos específicos do jogo no menor tempo possível. No treinamento, para desenvolver a velocidade específica do jogo é necessário levar em consideração os seguintes aspectos:

    1. os exercícios devem ser executados após um aquecimento, com preparação de todo o corpo para as ações motoras;

    2. o tempo de duração dos exercícios deve ser suficiente para que os mesmos sejam executados sem a diminuição da velocidade máxima;

    3. o número de repetições deve ser significativo para que não seja permitida uma diminuição da velocidade de execução;

    4. a duração dos períodos de descanso entre as repetições deve ser o necessário para que a próxima série de exercícios comece com a mesma velocidade;

    5. os exercícios de velocidade devem ser executados na primeira parte da sessão de treinamento. Se realizados quando há fadiga, desenvolve-se a resistência de velocidade, não a velocidade.

        Além desses elementos, são indicados jogos de reação de todas as formas, saídas de todas as formas, acelerações, jogos com bolas em campos com dimensões menores ou quadra menores, corridas curtas com saídas variadas, corridas com mudança de direção etc. (BARBANTI, 2001).

  2. Coordenação e destreza

        Barela (1998) afirma que a coordenação é um requisito indispensável a um goleiro, o bom ordenamento dos segmentos, a transformação de posições antitécnicas em posições técnicas e o perfeito domínio da bola são dependentes da coordenação e da destreza.

        Segundo Weineck (1999), as capacidades coordenativas são determinadas sobretudo pelo processo dos movimentos e devem ser regulamentados. Estas capacidades permitem ao atleta manifestar ações motoras em situações previsíveis (estereótipos) e imprevisíveis (adaptação), além de desenvolver o aprendizado e o domínio de movimentos nos esportes, diferenciando-se em capacidades potenciais e adquiridas. As capacidades potenciais referem-se a requisitos básicos gerais para o desempenho em diversos movimentos, enquanto que as capacidades adquiridas referem-se aos movimentos já aprendidos e parcialmente automatizados.

        Ainda seguindo Weineck (1999), dentro das capacidades potenciais temos as capacidades gerais e as capacidades específicas. As gerais estão relacionadas com as manifestações em diversos setores da vida cotidiana e esportiva, de modo que qualquer movimento possa ser executado de modo eficiente e criativo. Já, as capacidades potenciais específicas da coordenação formam-se no contexto de uma modalidade esportiva específica e representam a possibilidade de variação em uma determinada técnica esportiva, ela é caracterizada por movimentos específicos para as modalidades esportivas. Dessa forma as capacidades coordenativas são requisitos para o controle de situações que requerem reações rápidas. A habilidade é de grande importância na profilaxia de lesões (permite evitar tombos, colisões e etc.), sendo também a base para a capacidade de aprendizado sensorial e motor, facilitando o aprendizado motor de movimentos difíceis e complexos, característicos dos goleiros. Além disso, as capacidades coordenativas permitem que um movimento seja executado com economia e precisão, permitindo num segundo momento o aprendizado de novas técnicas esportivas e correção de movimentos já automatizados.

        Os componentes das capacidades coordenativas são: capacidade de adaptação motora, capacidade de diferenciação e controle, capacidade de reação, capacidade de equilíbrio, capacidade de ritmo, assim como capacidade de combinação e concatenação de movimentos. De modo geral pode-se dizer que tal capacidade apresenta seu desenvolvimento máximo por volta dos sete anos até o início da puberdade, pois nesta idade observa-se um rápido amadurecimento do sistema nervoso central, e, paralelamente uma melhor função ótica, acústica e do processamento de informações, de modo a facilitar a execução de movimentos mais difíceis. Assim torna-se necessário o treinamento oportuno das capacidades coordenativas, pois este será decisivo para o nível de desenvolvimento atingido posteriormente dentro da modalidade escolhida.

        Conclui-se que, para o sucesso esportivo em modalidades que requerem movimentos difíceis e complexos, o desenvolvimento das capacidades coordenativas no período ótimo da aprendizagem é o primeiro passo para a aquisição de um repertório motor amplo que posteriormente será especificado dentro da função atribuída ao goleiro. Em outras palavras, o importante no início da vida esportiva é explorar e desenvolver de forma ideal as capacidades coordenativas, para que posteriormente se construa os gestos esportivos específicos da posição.

  3. Flexibilidade

        A flexibilidade é definida por Weineck (1999) como: "é a capacidade e a característica de um atleta de executar movimentos de grande amplitude, ou sob forças externas, ou ainda que requeiram a movimentação de muitas articulações" (p. 470). O autor ainda destaca que esta capacidade é um requisito (componente) elementar para uma boa execução de movimentos sob os aspectos qualitativos e quantitativos, pois com o aumento da flexibilidade, os exercícios podem ser realizados com maior amplitude de movimentos, maior força, maior rapidez, com mais facilidade, além dos movimentos serem executados de forma mais fluente e eficiente.

        No treinamento da flexibilidade com goleiros de handebol deve-se buscar a maximização desta valência física, tanto na forma estática quanto dinâmica, pois as defesas como a chamada de "X" e as defesas realizadas em bolas baixas, necessitam de uma boa amplitude de movimento. A ausência do desenvolvimento desta capacidade física pode contribuir para a ocorrência de estiramento excessivo da musculatura e outras lesões no aparelho locomotor.

  4. Força

        Na teoria do treinamento, a força é entendida como pressuposto para o rendimento que permite superar ou se opor a uma resistência. Como grandeza física, segundo a Lei de Newton, ela é o produto da massa pela aceleração, no entanto, ao referir-se ao movimento esportivo, pode-se distinguir a força interna (produzida pelos músculos, ligamentos e tendões) e a força externa (que age externamente ao corpo humano, por exemplo: a gravidade, o atrito, a resistência do ar, a oposição exercida por um adversário, ou um peso que se queira levantar). Essa capacidade de exercer tensão contra uma resistência não é equiparável ao conceito da física, por isso, em treinamento físico, usa-se o termo capacidade de força. A terminologia esportiva diferencia principalmente a capacidade de força máxima, a capacidade de força rápida e a capacidade de resistência de força (BARBANTI, 2001).

        A capacidade de força máxima define-se como a força máxima que pode ser desenvolvida por uma contração muscular máxima, podendo ser dinâmica ou estática. A capacidade de força rápida (potência, velocidade de força ou força explosiva) consiste em superar uma resistência externa ao movimento com elevada rapidez de contração. E por fim a capacidade de resistência de força é a capacidade de opor-se à fadiga no emprego repetido da força, isto é, realizar um esforço relativamente prolongado com emprego de força (BARBANTI, 2001).

        O treinamento da força pode ser geral ou específico. Treinamento geral quando se usam formas de movimento diversas daquelas típicas de jogo ou atividade física, servindo para reforçar os setores musculares que não são suficientemente solicitados no treinamento especial. Este tipo de treinamento deve compor a base para suportar as cargas de treinamento especial. Barela (1998) destaca o desenvolvimento da força básica nos goleiros como alicerce das outras manifestações desse requisito, sendo que esta deve ser desenvolvida de forma ótima e não máxima. Como treinamento de força específico, entende-se os exercícios que permitem a imitação completa ou parcial das formas de movimentos realizados em competição e jogo, o importante neste tipo de treinamento é que se controle a coordenação dos movimentos, em outras palavras, a estrutura técnica do movimento não deve ser perturbada pela sobrecarga. Este tipo de treinamento só deve ser realizado quando houver bom domínio da técnica (BARBANTI, 2001).

        Os esportes coletivos são caracterizados por movimentos de força rápida como mostra a figura abaixo.

    Figura 2. Características da força rápida nos jogos coletivos do ponto
    de vista mecânico (extraído de BARBANTI, 2001; p. 57).

        De acordo com a figura, a força explosiva no handebol manifesta-se de diferentes formas, mas, para os goleiros interessa principalmente a força de lançamento e de saltos, tornado importante o desenvolvimento da impulsão em diversas formas, pois a utilização dos saltos é uma prática constante nas ações motoras dos goleiros de handebol.

  5. Resistência

        Entende-se por resistência motora, a capacidade de executar um movimento durante um longo tempo sem a perda aparente da efetividade do movimento. A qualidade da resistência é determinada pelo sistema cardiorrespiratório, pelo metabolismo, pelo sistema nervoso, pelo sistema orgânico, pela coordenação dos movimentos e pelos componentes psíquicos. A resistência não é apenas importante apenas para o rendimento em esportes competitivos, mas é um fator decisivo para o treinamento e para a recuperação rápida após os treinamentos intensos (BARBANTI, 2001).

        Existem diversas classificações ao redor da resistência dentro da teoria do treinamento, mas, a que chama atenção no treinamento de goleiros de handebol é a resistência específica. Ela é entendida como a capacidade de resistir ao cansaço em função de uma determinada atividade e deve ser desenvolvida de acordo com as exigências do jogo ou da competição, sendo importante desenvolver esta qualidade correspondente à coordenação de exercícios executados no jogo.

        Durante maior parte do jogo os goleiros realizam a seus deslocamentos utilizando o metabolismo aeróbio, mas durante as contrações explosivas para a realização das defesas a principal via energética é a utilização de ATP-CP. Neste sentido, é preciso desenvolver a resistência aeróbia de uma forma ótima, pois nos momentos de repouso, (i.e. entre um ataque e outro) esta contribuirá para a recuperação mais rápida, além de retardar a fadiga ao longo do desenrolar da partida, diminuindo os erros técnicos e táticos, manipulando de forma satisfatória os movimentos durante o jogo.


3. Características técnicas e táticas

    Como visto anteriormente, o trabalho do goleiro não se resume apenas a deter a bola. Para Barela (1998) a ação sobre a bola não é mais que uma fase intermediária entre outras duas igualmente importantes:

  1. Deslocamento e atitudes antes do arremate;

  2. Recuperação e lançamento.

    O deslocamento condiciona a defesa e a defesa condiciona a recuperação e o lançamento. O autor acima, afirma não existir uma técnica básica do goleiro, mas sim várias técnicas eficazes que devem ter o denominador comum assentado nas mesmas bases, sendo que o aspecto exterior varia muito de goleiro para goleiro, mas para um bom desempenho seus deslocamentos, postura, etc. devem obedecer a alguns princípios fundamentais que podem ser citados como: deslocamento e atitudes de preparação da defesa, jogar adiantado ou atrasado, postura, atitude de pré-defesa, características da pré-defesa e tipos de defesa. Esses princípios estão descritos mais detalhadamente logo abaixo.


Deslocamentos e atitudes de preparação da defesa

    O goleiro deverá sempre estar posicionado na bissetriz do ângulo de ataque. Nessa bissetriz ele pode estar mais ou menos atrasado. Pode ainda reduzir o ângulo de ataque em função da trajetória da bola e em função do arco de referência ou arco de deslocamento. O arco de referência é um arco imaginário que passa tangente aos dois postes verticais da baliza e tem a sua corda maior no centro da mesma distância que varia de 50 a 80 cm conforme as características dos goleiros (BARELA, 1998).

Figura 4. Bissetriz do ângulo de ataque.

Figura 5. Arco de referência.


Jogar adiantado ou atrasado

    O goleiro posicionado de forma mais adiantada diminui o ângulo de arremate do oponente, entretanto, quando assume uma posição mais atrasada, tem mais tempo para reagir a uma finalização. Barela (1998) atribui a escolha do posicionamento a três aspectos:

  1. Morfológicos (altura, envergadura);

  2. Qualidades nervosas;

  3. Sensibilidade do goleiro em relação a sua meta.

    Referindo-se ao terceiro aspecto citado, o autor conclui que o goleiro quando deixa o gol ele passa a não enxergar mais a baliza, precisando então senti-la, para que isso ocorra de forma satisfatória é necessário desenvolver a esta qualidade com o jovem goleiro. O autor destaca que essa capacidade depende da Educação Física recebida entre os 04 e 10 anos de idade.


Postura

    Para Barela (1998) uma melhor condição de resposta a um ataque adversário é a postura de base, estruturada com os seguintes princípios:

  • Estabilidade: sem movimentos amplos, pés apoiados;

  • Equilíbrio: boa distribuição do peso corporal sobre os dois pés. (O desequilíbrio controlado favorecerá a ação);

  • Em semiflexão: braços e pernas semiflexionadas, preparados para a extensão.

    O corpo do goleiro deverá estar ligeiramente inclinado e elevado sobre as plantas dos pés. O goleiro desequilibrado que não tiver controle sobre esse desequilíbrio terá dificuldades em reação no sentido oposto ao desequilíbrio. O não flexionado limitará inteiramente a sua amplitude de movimento e não tendo firmeza sobre os apoios terá dificuldade em lançar diversos segmentos.


A atitude de pré - defesa

    Para Barela (1998) a atitude de pré - defesa é o instante de estabilidade em que a concentração é máxima. A pré-defesa é intermediária entre o deslocamento e a defesa propriamente dita, tornando a ação global homogênea.


3.1. Características da pré-defesa

    Deslocamentos curtos, rápidos e rasantes, onde os pés perdem apenas o mínimo contato com o solo caracteriza essa etapa nas ações dos goleiros. Nesse momento todo o campo de jogo está sob o seu controle, deslocando-se sobre seu arco de referência e tomando a postura de base com as pernas em semi-flexão e o tronco ligeiramente inclinado para frente num desequilíbrio controlado, precedendo mentalmente a situação do ataque e prevendo o local futuro do arremate, além de oferecer continuamente orientações aos seus defensores sobre a marcação. Quando a atacante recebe a bola e prepara-se para o arremate, o goleiro sai para a pré-defesa, iniciando o movimento com a perna do lado do arrematador. Numa fração de tempo o goleiro rememora os conhecimentos sobre o referido atacante tais como, tipo de arremate preferido, possível trajetória da bola, força do arremate, etc. (BARELA, 1998).


Tipos de defesa

    A defesa propriamente dita é o momento onde o goleiro entra em contato com a bola. Segundo Barela (1998), o atleta deve hierarquizar algumas regras para o sucesso deste procedimento, conforme descrito abaixo.

  1. Evitar o gol.

  2. Recuperar a bola.

  3. Opor a trajetória da bola a maior superfície corporal possível.

  4. Segurar a bola ao invés de controlá-la.

  5. Controlar a bola ao invés de espalmá-la.

  6. Espalmar a bola ao invés de rebatê-la.

  7. Usar as duas mãos sempre que possível.

  8. Conservar os apoios ao invés de saltar.

  9. Preparar-se para ação é organizar, sincronizar as fases da defesa.

  10. Estar atento à antecipação mental.

  11. Observar os deslocamentos dos atacantes para tentar prever o tipo de arremate que será utilizado.

  12. Observar a trajetória dos ombros do atacante após a bola ter ultrapassado a sua linha de ombros.

    Em uma fração de segundo o goleiro opta pelo gesto motor que ele irá utilizar, caracterizando os diferentes tipos de defesas classificadas por Ehret e cols. (2002) como:

  • Defesas em bolas altas: caracteriza-se pelas defesas realizadas quando a bola é arremessada na direção ou sobre a cabeça do goleiro, estes arremates quase sempre visam os ângulos superiores da meta. A técnica básica de defesa escolhida pelo goleiro requer a utilização da passada e salto que traz as seguintes características: na posição inicial os braços são colocados descontraídos na altura do quadril. Em uma ação de defesa no ângulo do gol ocorre sempre uma passada com salto, em que a impulsão ocorre na perna que está mais longe da bola (perna de impulsão) estando a outra perna (perna de balanço) levemente flexionada. Já, em uma defesa alta onde a bola foi lançada no centro do gol, o goleiro (sempre que possível) deve apanhar a bola com as duas mãos. De acordo com a estatura do goleiro podem ocorrer situações nas quais a defesa ocorra com uma só mão, devendo este ponto ser lavado em consideração durante o treinamento.

  • Defesas em bolas meia altura: neste tipo de defesa utiliza-se ainda da técnica de passada e salto, como descrito anteriormente, com a perna de balanço ganhando um significado ainda maior. Com ela a porção abaixo da linha do quadril fica protegida, pois esta ação defensiva é executada quando a bola assume uma altura entre o joelho do goleiro e a linha de seus ombros. Sempre que possível o goleiro deve privilegiar a utilização das duas mãos na defesa. Com a segunda mão o corpo todo do goleiro é colocado no ângulo do gol, cobrindo uma área relativamente grande do mesmo pois a parte superior do corpo junto as mãos e perna de balanço opõem-se a trajetória da bola.

  • Defesas em bolas baixas: essa defesa realiza-se quando a bola assume uma trajetória abaixo da linha do joelho do goleiro, este por sua vez utiliza-se do fundamento de passada com salto, interceptando a bola com as mãos e os pés simultaneamente. A perna de balanço deve estar flexionada e a mão que está próxima à bola deve ser levada para baixo no ângulo correspondente. De acordo com a estatura do goleiro e a situação do jogo pode ser necessário, de vez em quando, que o goleiro realize uma ação defensiva com a utilização de salto e posicionamento de pernas, como na passagem sobre as barreiras no atletismo para poder alcançar a bola. É preciso observar que o tronco acompanha a perna e o balanço (que é a ação de não deixar o tronco ir para trás do gol), já a mão é colocada como segurança adicional.

  • Lançamentos próximos ao gol: O goleiro deverá deixar sua posição básica só contra jogadores mais experientes e fechar o ângulo de lançamento, o mesmo vale para a defesa de lançamento provenientes das pontas, pois se um jogador consegue realizar um lançamento relativamente livre, o ângulo do lançamento pode ser coberto com uma ou duas passadas no sentido do local do lançamento. A defesa do lançamento é realizada novamente sob o princípio da técnica da passada com salto, na qual as bolas lançadas podem ser defendidas também com o auxílio das mãos. A saída do gol para fechar o ângulo de lançamento contra lançamento provenientes das posições de pontas deveria, no entanto, ser treinada de forma sistemática somente com jogadores tecnicamente avançados.


4. Características psicológicas

    Dentro do último grupo de atributos característicos à posição de goleiro de handebol, Barela (1998) enumera os seguintes elementos:

  • A coragem: qualidade fundamental considerando que um goleiro pode não ter alguns requisitos importantes, contudo, sem coragem não teremos um goleiro.

  • A calma (autocontrole): que lhe permite analisar com coerência a situações de jogo e tomar as decisões necessárias.

  • Concentração: para acompanhar o jogo e ordenar rapidamente as suas respostas.

  • Decisão: executar prontamente (sem hesitação) a resposta encontrada para a situação de jogo.

  • Estilo: é a apresentação da soma de conhecimentos de um goleiro que compõem uma forma particular de dar respostas corretas a problemas que tecnicamente seriam tratados com dificuldade.


5. Aspectos relevantes na escolha de goleiros de handebol

    Para Ehret e cols. (2002), temos que garantir o maior número possível de experiências motoras dentro do handebol antes de especializar o jogador na posição de goleiros. Devem-se também oferecer oportunidades, para que todos atuem na posição, não utilizando o reforço negativo como: o pior jogador deve ser o goleiro; pois a posição de goleiro é importante no handebol atual e necessita de pessoas que gostem de atuar na posição e que preencham requisitos (habilidade, mobilidade, etc.). É importante incentivar os jogadores que conseguem realizar as tarefas mais difíceis em outros jogos ou esportes para aturem como goleiros. Além disso, a estatura deve ser considerada, mas não deve ser um fator de exclusão, pois mesmo no handebol de alto nível temos goleiros menores do que a altura ideal de 1,90 m.

    Por volta 11-12, dependendo da idade de início da prática da modalidade, o treinador deverá encontrar um jogador responsável pela posição. Sendo que, tão logo, os jovens alcancem uma estatura relativamente estável, geralmente, isso ocorre por volta dos 13-14 anos, é possível iniciar um treinamento da técnica básica. Esse treinamento deve voltar-se para as noções elementares, como, por exemplo, a técnica para a defesa de lançamentos para o gol. Devem ser ofertados exercícios para técnica de defesa em bolas baixas, médias e altas, mas, tomando cuidado, para não impor uma forma única de atuar, tendo em conta que cada goleiro apresenta um estilo individual e nem sempre o padrão de goleiros bem sucedidos cabe na iniciação esportiva. Assim o treinador deve, de qualquer forma, observar as características individuais dos aprendizes e considerá-las no processo de treinamento (EHRET e cols., 2002).


Considerações finais

    Grande parte do sucesso das equipes depende da atuação dos seus goleiros e diversos são os aspectos que compõem suas atuações no handebol. Nos processos de aprendizagem inicial dessa específica posição, alguns cuidados merecem destaque como: não fazer da posição um lugar para castigos e nem utilizá-la como recurso para absorver alunos pouco habilidosos, contribuindo ainda mais com a exposição e humilhação destes últimos. O treinamento específico envolvendo estes jogadores deve estar adequado para as exigências que eles encontrarão nesta modalidade esportiva.


Referências

  • BARBANTI, V.; Treinamento físico: bases científicas. 3ªed. Balieiro editores Ltda. São Paulo. 2001

  • BARELA, J., A.; Fundamentos de handebol: apostila didática. Departamento de Educação Física. Unesp/Rio Claro. 1998

  • BAYER, C.; Tecnica del balonmano: la formacion del jugador. Editorial Hispano Europea S. A.. Barcelona (España). 1987

  • EHRET, A .; SPÄTE, D.; SCHUBERT, R.; ROTH, K.; Manual de handebol: treinamento de base para crianças e adolescentes. Trad. e revisão científica: Pablo Juan Greco. Editora Phorte. São Paulo. 2002

  • MECCHIA, J. M.; Estudo da contribuição do goleiro de handebol como último defensor e primeiro atacante. (Mestrado) São Paulo: USP, 1983. 95p.

  • THIENGO, C. R.; SILVA E. C.; Avaliação da estatura e agilidade de crianças praticantes de futsal na categoria mirim. Caderno de Resumos do XXVII Simpósio Internacional de Ciências do Esporte "Atividade Física: da ciência básica para ação efetiva", São Paulo, p. 274, 2004.

  • WEINECK, J.; Treinamento ideal. Trad. Maria Romano Carvalho. 9ª ed. Manole. São Paulo. 1999.

Outro artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
http://www.efdeportes.com/ · FreeFind
   

revista digital · Año 11 · N° 100 | Buenos Aires, Septiembre 2006  
© 1997-2006 Derechos reservados